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Diz-se que o substantivo é uma palavra variável, já que apresenta flexões gramaticais.
Flexão de número
Quanto ao número, o substantivo pode ser singular ou plural.
A melhor maneira de apreender as normas que regem a formação do plural é ler com regularidade, já que, por meio da leitura, internalizamos as regras a seguir:
Plural dos substantivos simples
a)Palavras terminadas em vogal ou semivogal
Casa – casas,
troféu – troféus,
pele – peles.
Regra: acrescenta-se “s”.
Palavras terminadas em “ão” têm três formas possíveis: “ões”, “ães” e “ões”.
Exemplos:
balão – balões,
dramalhão – dramalhões,
cartão – cartões;
capelão – capelães,
tabelião – tabeliães,
capelão – capelães,
charlatão – charlatães; c
idadão – cidadãos,
cristão – cristãos,
acórdão – acórdãos.
Observações:
1) todos os aumentativos fazem plural em “ões”;
2) algumas palavras terminadas em “ão” admitem mais de um plural. Exemplos: ermitão (ermitões, ermitães, ermitãos), ancião (anciões, anciães, anciãos), aldeão (aldeões, aldeães, aldeãos), verão (verões, verãos), anão (anões, anãos);
3) todas as paroxítonas terminadas em “ão” fazem plural em “ãos” (órfãos, acórdãos, etc.).
b)Palavras terminadas em “r” ou “z”
Mártir – mártires,
gravidez – gravidezes,
hambúrguer – hambúrgueres,
nariz – narizes.
Regra: acrescenta-se “es”.
Observação: no plural de algumas palavras terminadas em “r”, ocorre o deslocamento da sílaba tônica:
caráter – caracteres,
júnior – juniores,
sênior – seniores.
c)Palavras terminadas em “n” ou “m”
Hífen – hifens (ou hífenes),
espécimen – espécimens (ou especímenes),
pólen – polens,
item – itens,
homem – homens.
Regra: plural terminado em “ns” e, em alguns casos, em “nes”.
d)Palavras terminadas em “l” (exceto “il”)
Anel – anéis,
paul – pauis,
jogral – jograis,
anzol – anzóis.
Regra: troca-se o “l” por “is”.
Observação: observem-se estas palavras, que fogem à regra: gol – gols, cônsul – cônsules, mel – meles (ou méis), real (moeda antiga) – réis.
e)Palavras terminadas em “il”
Funil – funis,
réptil – répteis,
canil – canis,
projétil – projéteis.
Regra: troca-se “l” por “s”, se a palavra for oxítona; “il” por “eis”, se ela não for oxítona.
f)Palavras terminadas em “s”
Mês – meses,
ananás – ananases,
atlas – atlas,
ônibus – ônibus.
Regra: acrescenta-se “es” se a palavra for oxítona ou monossílaba; permanece invariável a palavra paroxítona ou proparoxítona.
Observação: “xis” e “cais” são invariáveis.
g)Palavras terminadas em “x”
Xerox – xerox,
fax – fax,
tórax – tórax.
Regra: são invariáveis.
h)Nomes próprios e sobrenomes
Obedecem às mesmas regras de plural a que se subordinam os substantivos comuns.
Exemplos: Maurícios, Túlios, Jonas, Césares, Maias, Catarinos.
No caso de sobrenomes compostos com conectivo, há duas regras:
1) se o conectivo for uma conjunção (“e”, por exemplo), o último elemento variará (os Cruz e Sousas, os Moreira e Silvas);
2) se o conectivo for uma preposição (“de”, por exemplo), o primeiro elemento variará (os Pereiras da Silva, os Macedos de Albuquerque).
Observação: é inegável a tendência moderna de se deixarem invariáveis nomes próprios e sobrenomes, o que nos deve fazer encarar com mais flexibilidade tal prescrição.
i)Empréstimos lingüísticos
As gramáticas tradicionais apregoam que o plural dos estrangeirismos não aportuguesados deve ser o mesmo que o das línguas de origem.
Exemplos:
blitz (alemão)
blitze, walkman (inglês) walkmen,
pizza (italiano) pizze,
campus (latim) – campi.
Não se pode ignorar, todavia, que os usuários da língua raramente observam tal norma.
Plural dos substantivos compostos
1) Sem hífen
Passatempo – passatempos,
vaivém – vaivéns,
malmequer – malmequeres.
Regras: as mesmas que regem os substantivos simples.
2) Com hífen
a)Dois elementos
Cachorro-quente – cachorros-quentes,
segunda-feira – segundas-feiras,
padre-nosso – padres-nossos,
gentil-homem – gentis-homens,
abaixo-assinado – abaixo-assinados,
beija-flor – beija-flores,
ave-maria – ave-marias,
joão-ninguém – joões-ninguém,
conta-gotas – conta-gotas.
Regra: observa-se cada elemento isoladamente e pluralizam-se os pluralizáveis.
Não variam: advérbios (como “abaixo”), verbos (como “beija”), interjeições (como “ave”), palavras já no plural (como “gotas”) e outros vocábulos invariáveis (“mim”, “ninguém”, etc.).
Observações:
1) O verbo variará em três casos: se fizer parte de uma onomatopéia (bem-te-vis); se vier repetido (piscas-piscas); ou se estiver no infinitivo (bem-me-queres).
2) Se o substantivo é composto de dois substantivos, a regra tradicional reza que o segundo não varia se determinar o tipo, finalidade ou semelhança do primeiro.
Exemplos: peixes-espada, saias-balão, canetas-tinteiro. Não obstante, a norma culta também tem acolhido, mesmo nesses casos, a flexão das duas formas: peixes-espadas, saias-balões, canetas-tinteiros.
3) Em compostos onomatopéicos ou formados por palavras repetidas (desde que não sejam verbos, caso em que os dois se flexionam), só o último elemento varia: reco-recos, pingue-pongues, tique-taques.
4) A palavras “guarda” pode ser substantivo ou verbo, sendo variável no primeiro caso e invariável no segundo: guarda-noturno – guardas-noturnos, guarda-roupa, guarda-roupas.
5) Alguns substantivos têm mais de um plural registrado:
fruta-pão (frutas-pão ou frutas-pães);
guarda-marinha (guardas-marinhas ou guardas-marinha);
salvo-conduto (salvo-condutos ou salvos-condutos);
padre-nosso (padres-nossos ou padre-nossos);
terra-nova (terras-novas ou terra-novas);
xeque-mate (xeques-mates ou xeques-mate);
chá-mate (chás-mates ou chás-mate).
b)Três elementos
Pé-de-moleque – pés-de-moleque,
bem-te-vi – bem-te-vis.
Regra: se o segundo elemento for preposição, o primeiro variará; não sendo, o terceiro variará.
Observações:
1) palavras como “diz-que-diz”, “louva-a-deus” e “comigo-ninguém-pode” são invariáveis por motivo de eufonia;
2) alguns substantivos iniciados por preposição têm, na verdade, o primeiro elemento subentendido: os sem-terra (trabalhadores sem terra), os sem-vergonha (homens sem vergonha). Assim, são invariáveis.
Flexão de Número do Substantivo – Singular e Plural
Os substantivos apresentam singular e plural.
Os substantivos simples, para formar o plural, substituem a terminação em vogal ou ditongo oral por s; a terminação em ão, por ões, ães, e ãos; as terminações em s, r, e z, por es; terminações em x são invariáveis; terminações em al, el, ol, ul, trocam o l por is, com as seguintes exceções: “mal” (males), “cônsul” (cônsules), “mol” (mols), “gol” (gols); terminação em il, é trocado o l por is (quando oxítono) ou o il por eis (quando paroxítono).
Os substantivos compostos flexionam-se da seguinte forma quando ligados por hífen:
Se os elementos são ligados por preposição, só o primeiro varia (mulas-sem-cabeça);
Se os elementos são formados por palavras repetidas ou por onomatopéia, só o segundo elemento varia (tico-ticos, pingue-pongues);
Nos demais casos, somente os elementos originariamente substantivos, adjetivos e numerais variam (couves-flores, guardas-noturnos, amores-perfeitos, bem-amados, ex-alunos).
Flexão de Número do Substantivo – Palavra
O substantivo é uma classe variável.
A palavra é variável quando sofre flexão(variação).
A palavra garoto, por exemplo, pode sofrer variações para indicar:
plural – garotos
feminino – garota
aumentativo – garotão
diminutivo – garotinho
Número do substantivo
O substantivo pode estar no singular ou no plural.
Formação do plural
Regra geral: acrescenta-se o “s”.
Substantivos terminados em r, z: acrescenta-se es.
Substantivos terminados em al, el, ol, ul: troca-se o l por is.
Substantivos terminados em il: os oxítonos: troca-se o il po is; paroxítonos: troca-se il por eis.
Substantivos terminados em m: traca-se o m por ns.
Substantivos terminados em s: monossílabos e oxítonos: acrescenta-se es; não oxítonos ficam invariáveis.
Substantivos terminados em x: ficam invariáveis.
Substantivos terminados em ão. Há três formas de plural: ãos, ães, ões.
Plural dos substantivos compostos
Substantivos não separados por hífen, acrescenta-se s no final.
Substantivos separados por hífen: variam os dois elementos ou um elemento conforme o caso.
Os dois elementos vão para o plural com: substantivo + substantivo, substantivo + adjetivo, adjetivo + substantivo, numeral + substantivo.
Apenas o primeiro vai para o plural: se o segundo elemento limitar a idéia do primeiro(Ex.:pombo-correio; banana-maça) e se os elementos forem ligados por preposição.
Apenas o segundo elemento vai para o plural: se o primeiro elemento for verbo ou palavra invariável(advérbio, preposição).
Flexão de Número do Substantivo – Formação
Quando o substantivo se flexiona para assumir as formas de singular ou plural, dizemos que ele está se flexionando em número.
O substantivo estará no singular quando referir-se a um único ser ou a um único conjunto de seres, e no plural quando referir-se a mais de um ser ou conjunto de seres.
A característica do plural, em português, é o s final.
Formação do plural
Apesar da forma mais comum de formação do plural ser a simples adição da consoante s no final da palavra, alguns substantivos flexionam-se no plural de maneiras diferentes.
As maneiras de se formar o plural variam conforme terminação da palavra no singular.
Se o substantivo for terminado em vogal, ditongo oral ou ditongo nasal -ãe, basta acrescentar a desinência -s, como em:
cajá / cajás, irmã / irmãs, paletó / paletós, urubu / urubus,
pai / pais, céu / céus, boi / bois, asa / asas, casa / casas,
peru / perus, ipê / ipês, herói / heróis, dente / dentes,
cipó / cipós, sofá / sofás, maçã / maçãs, lei / leis,
baú / baús, mãe / mães.
A maioria dos substantivos terminados em -ão forma o plural substituindo essa terminação por -ões. Os aumentativos também segue essa regra.
Veja alguns exemplos:
balão / balões, botão / botões, coração / corações, eleição / eleições,
leão / leões, opinião / opiniões, figurão / figurões, sabichão / sabichões,
vozeirão / vozeirões, ancião / anciões, acórdão / acórdãos, bênção / bênçãos.
Os paroxítonos terminados em -ão e alguns poucos oxítonos e monossílabos formam o plural pelo simples acréscimo de -s:
sótão / sótãos, cristão / cristãos, cidadão / cidadãos,
grão / grãos, órgão / órgãos, chão / chãos, órfão / órfãos,
irmão / irmãos, mão / mãos, vão / vãos.
Alguns substantivos terminados em -ão formam o plural substituindo essa terminação por -ães:
alemão / alemães, cão / cães, capelão / capelães,
capitão / capitães, charlatão / charlatães, escrivão / escrivães,
pão / pães, sacristão / sacristães, tabelião / tabeliães.
Em alguns casos, há mais do que uma forma aceitável para esses plurais. Mesmo nesses casos, a tendência da língua portuguesa atual do Brasil é utilizar a forma de plural em -ões.
Veja alguns exemplos:
ancião – anciões, anciães, anciãos
guardião – guardiões, guardiães
ermitão – ermitões, ermitães, ermitãos
verão – verões, verãos
anão – anãos, anões
vilão – vilões, vilãos
castelão – castelãos, castelões
charlatão – charlatões, charlatães
cirurgião – cirurgiões, cirurgiães
corrimão – corrimões, corrimãos
aldeão – aldeões, aldeãos, aldeães
alazão – alazões, alazães
faisão – faisões, faisães
fuão – fuãos, fuões
hortelão – hortelãos, hortelões
peão – peões e peães
sacristão – sacristãos, sacristães
sultão – sultãos, sultões, sultães
vulcão – vulcãos, vulcões
Os substantivos terminados em -al, -el, -ol e ul formam o plural pela transformação do
l dessas terminações em -is:
canal / canais, jograu / jograis, varal / varais,
papel / papéis, coronel / coronéis, real / reais,
lençol / lençóis, farol / faróis, pombal / pombais,
mel / méis, túnel / túneis, anzol / anzóis,
sol / sóis, álcool / álcoois.
Exceções: mal / males, cônsul / cônsules, gol / gols (forma consagrada pelo uso, apesar de estranha aos mecanismos da língua portuguesa)
Substantivos terminados em -m trocam o -m por -ns:
álbum / álbuns, armazém / armazéns, atum / atuns,
dom / dons, item / itens, fórum / fóruns, nuvem / nuvens,
pajem / pajens, garçom / garçons, som / sons, bem / bens,
médium / médiuns, fim / fins, homem / homens,
jardim / jardins, refém / reféns, totem / totens.
Substantivos terminados em -r e -z formam o plural com acréscimo de -es:
colher / colheres, ureter / ureteres, dólar / dólares,
faquir / faquires, abajur / abajures, clamor / clamores,
cruz / cruzes, raiz / raizes, noz / nozes, acúcar / acúcares,
altar / altares, mar / mares, rapaz / rapazes, hambúrguer / hambúrgueres.
Obs: As palavras caráter, júnior, sênior e sóror formam o plural com o deslocamento do acento tônico: caracteres, juniores, seniores e sorores.
Os substantivos terminados em -s formam o plural com acréscimo de -es, quando monossílabos e oxítonos:
gás / gases, mês / meses, rês / reses, país / paises,
deus / deuses, ás / ases, adeus / adeuses,
português / portugueses, freguês / fregueses, lilás / lilases,
avelós / aveloses, revés / reveses.
Os substantivos terminados em -s, quando paroxítonos ou proparoxítonos, são invariáveis, o que faz com que a indicação de número passe a depender de um artigo ou outro determinante:
o pires / os pires, o atlas / os atlas, o oásis / os oásis,
o ourives / os ourives, o alferes / os alferes, o bíceps / os bíceps,
o miosótis / os miosótis, a íris / as íris, o lótus / os lótus,
o ônus / os ônus, o vírus / os vírus, o ônibus / os ônibus,
o herpes / os herpes, um lápis / dois lápis.
No caso do substantivo tênis, verifica-se na linguagem informal uma tendência a usá-lo sempre com artigo no singular: o tênis, em vez de os tênis.
Os substantivos oxítonos terminados em -il trocam o -l pelo -s; os paroxítonos trocam essa terminação por -eis:
barril / barris, fóssil / fósseis, ardil / ardis,
projétil / projéteis, funil / funis,
réptil / répteis, fuzil / fuzis.
Os substantivos terminados em -n formam plural pelo acréscimo de -s ou -es:
abdômen- abdomens ou abdômenes,
hífen – hifens ou hífenes,
gérmen – germens ou gérmenes,
líquen – liquens ou líquenes,
cânon – cânones,
espécimen – espécimens ou especímenes.
Os substantivos terminados em -x são invariáveis; a indicação de número depende da concordância com algum determinante:
a fênix / as fênix, o tórax / os tórax, o ônix / os ônix,
um clímax / alguns clímax, o pneumotórax / os pneumotórax,uma xerox / duas xerox, um telex / dois telex.
Existem alguns substantivos terminados em -x que apresentam formas variantes terminadas em -ce; nesses casos, deve-se utilizar a forma plural da variante:
o cálix ou cálice / os cálices,
o códex ou códice / os códices,
o córtex ou córtice / os córtices,
o índex ou índice / os índices.
Nos diminutivos formados pelo acréscimo do sufixo -zinho (mais raramente -zito), a formação do plural deve ser feita tanto na terminação do substantivo primitivo (com posterior supressão do -s) como na do sufixo:
balãozinho / balõezinhos, papelzinho / papeizinhos,
colarzinho / colarezinhos, pãozinho / pãezinhos,
anzolzinho / anzoizinhos, florzinha / florezinhas.
No caso de diminutivos formados a partir de substantivos terminados em -r, há acentuada tendência na língua atual do Brasil para limitar-se o plural à terminação de forma derivada:
colarzinho/colarzinhos,
florzinha/florzinhas,
mulherzinha/mulherzinhas.
Entretanto, essa forma de plural é repudiada pela norma culta.
Formação do Plural dos Substantivos Compostos
Como norma geral, flexionamos, nos substantivos compostos, os elementos que são substantivos e os que são adjetivos; os demais ficam invariáveis.
Formação do Plural dos Substantivos Compostos
Substantivo + substantivo
abelha-mestra/abelhas-mestras, couve-flor/couves-flores,
cirurgião-dentista/cirurgiões-dentistas, aluno-mestre/alunos-mestres,
banho-maria/banhos-marias, mestre-escola/mestres-escolas,
tenente-coronel/tenentes-coronéis, traquéia-artéria/traquéias-artérias
Substantivo + adjetivo
amor-perfeito/amores-perfeitos, capitão-mor/capitães-mores,
cajá-mirim/cajás-mirins, cachorro-quente/cachorros-quentes,
guarda-civil/guardas-civis, guarda-noturno/guardas-noturnos,
obra-prima/obras-primas, sabiá-piranga/sabiás-pirangas,
água-forte/águas-fortes, água-furtada/águas-furtadas,
altar-mor/altares-mores
Adjetivo + substantivo
alto-relevo/altos-relevos, baixo-relevo/baixos-relevos,
boa-vida/boas-vidas, curta-metragem/curtas-metragens,
pública-forma/públicas-formas, má-língua/más-línguas,
gentil-homem/gentis-homens…
Numeral + substantivo
terça-feira/terças-feiras, quinta-feira/quintas-feiras…
Grão e grã, adjetivos, ficam invariáveis: os grão-mestres, as grã-cruzes, os grã-finos, os grão-duques…
Varia apenas o segundo elemento, quando houver:
a) elementos unidos sem hífen: os pontapés, os girassóis, os vaivéns, as autopeças…
b) verbo + substantivo: os guarda-roupas, os guarda-louças, os beija-flores…
c) elemento invariável + palavra variável: as sempre-vivas, as ave-marias, os vice-reis, os alto-falantes, os auto-serviços, as auto-sugestões, as auto-escolas, os abaixo-assinados, caça-níqueis, arranha-céus, vira-latas…
d) palavras repetidas: os quero-queros, os tico-ticos, os reco-recos, os ruge-ruges, os pingue-pongues, os tique-taques, os pisca-piscas, os quebra-quebras…
Quando se trata de verbo repetido, também se julga a flexão de ambos os elementos: piscas-piscas, ruges-ruges, luzes-luzes, etc.
Varia apenas o primeiro elemento
a) quando ocorre substantivo + de + substantivo: os pés-de-moleque, os pães-de-ló, as quedas-d”água, os paus-d”arco, as mãos-de-obra, os sinais-da-cruz, os autos-de-fé, as câmaras-de-ar, as orelhas-de-pau, palmas-de-santa-rita…
b) quando o segundo elemento limita ou determina o primeiro: os pombos-correio, as canetas-tinteiro, os navios-escola, os peixes-boi, as frutas-pão, os paus-brasil, os cafés-concerto, os guardas-marinha, os papeis-moeda, os salários-família, os peixes-espada, as mangas-rosa, as bananas-maça, os cajás-manga…
Entretanto, nesse último caso em que o segundo elemento limita ou determina o primeiro, a tendência moderna é a de pluralizar os dois elementos, formando os pombos-correios, as canetas-tinteiros, os navios-escolas, os peixes-bois, as frutas-pães, os cafés-concertos, os guardas-marinhas, os papeis-moedas, os salários-famílias, os peixes-espadas, as mangas-rosas, as bananas-maças, os cajás-mangas…
Os dois elementos ficam invariáveis quando houver
a) verbo + advérbio: os bota-fora, os pisa-mansinho, os ganha-perde, os leva-e-traz, os morde-e-assopra…
b) verbo + substantivo plural: os troca-tintas, os saca-rolhas, os guarda-vidas…
Casos especiais
o louva-a-deus / os louva-a-deus, o diz-que-diz / os diz-que-diz,
o bem-te-vi / os bens-te-vis, o bem-me-quer / os bens-me-queres,
o joão-ninguém / os joões-ninguém, o fora-da-lei / os fora-da-lei,
o ponto-e-vírgula / os pontos-e-vírgulas…
Quando o primeiro elemento é a palavra guarda, há um meio prático de saber se guarda é verbo ou substantivo: se o segundo elemento for substantivo, guarda será verbo; se o segundo elemento for adjetivo, guarda será substantivo.
Verbo – substantivo
guarda-roupa/guarda-roupas
guarda-comida/guarda-comidas
guarda-chuva/guarda-chuvas
guarda-louça/guarda-louças
guarda-pó/guarda-pós
Substantivo – adjetivo
guarda-noturno/guardas-noturnos
guarda-civil/guardas-civis
guarda-mor/guardas-mores
guarda-florestal/guardas-florestais
Plural dos nomes próprios personativos
Os nomes próprios, quando designam vários indivíduos com o mesmo nome ou empregados figuradamente, admitem o plural como os nomes comuns.
Veja alguns exemplos:
“A poesia vulgar, mormente na pátria dos Junqueiras, dos Álvares de Azevedo, os Cassimiros de Abreu e dos Gonçalves Dias, é um pecado publicá-las.” (Camilo Castelo Branco)
“Estas angústias que às vezes me laceram as víceras, devo-as à peçonha dos Mascarenhas.” (Camilo Castelo Branco)
Plural dos substantivos estrangeiros
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos como na língua original, acrescentando-se-lhes um s (exceto quando terminam em s ou z).
Exemplos: os shorts, os dancings, os shows, os deficits, os superavits, os habitats, os ex-libris, os jazz.
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com as regras de nossa língua.
Exemplos: os clubes, os chopes, os jipes, os times, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os cicerones, o réquiem, os réquiens, o álibi, os álibis, etc.
Curiosidades
Substantivos que só se empregam no plural:
alvíssaras, exéquias, matinas, anais (história),
cãs, endoenças, fastos (anais),
férias (tempo de descanso), víveres, manes.
Substantivos com sentidos diferentes no singular e no plural
bem (virtude, felicidade) ————– bens (propriedades)
cobre (metal) ————– cobres (dinheiro)
copa (ramagem) ————– copas (naipe de cartas)
corte (residência real) ————- cortes (parlamento)
costa (litoral) ————– costas (dorso)
féria (dia semanal, salário) ———— férias (tempo de descanso)
haver (crédito) ————- haveres (bens)
honorário (honorífico) ————- honorários (remuneração)
humanidade (gênero humano) ——- humanidades (letras clássicas)
letra (cada um dos caracteres do abecedário) —- letras (literatura)
liberdade (livre escolha) ————- liberdades (regalias; intimidades forçadas)
meninice (infância) ————- meninices (infantilidades)
ouro (metal) ————- ouros (naipes de cartas)
vencimento (fim da vigência de um contrato) —– vencimentos (salário)
Substantivos que no singular têm o fechado e que no plural passam a ter o aberto
caroço / caroços;
corcovo / corcovos;
coro / coros;
corpo / corpos;
corvo / corvos;
despojo / despojos;
destroço / destroços;
esforço / esforços;
fogo / fogos;
forno / fornos;
imposto / impostos;
jogo / jogos;
miolo / miolos;
olho / olhos;
osso / ossos;
poço / poços;
porco / porcos;
posto / postos;
povo / povos;
reforço / reforços;
rogo / rogos;
socorro / socorros;
tijolo / tijolos;
ovo / ovos;
Continuam com o fechado, no plural
acordo / acordos;
adorno / adornos;
almoço / almoços;
arroto / arrotos;
boda / bodas;
bolo / bolos;
choro / choros;
colosso / colossos;
conforto / confortos;
contorno / contornos;
dorso / dorsos;
encosto / encostos;
endosso / endossos;
engodo / engodos;
esboço / esboços;
esgoto / esgotos;
esposo / esposos;
estojo / estojos;
ferrolho / ferrolhos;
globo / globos;
gosto / gostos;
gozo / gozos;
repolho / repolhos;
rolo / rolos;
soro / soros;
toldo / toldos / ;
torno / tornos;
transtorno / transtornos.
Flexão de Número do Substantivo – Língua Portuguesa
Em português há duas flexões de número: singular e plural e a maioria dos substantivos é flexionada em número.
No entanto, uma parte deles têm comportamento específico quanto ao número.
Vejamos na tabela a seguir quais são as possibilidades.
Classificação quanto à flexão de número | Número com função semântica? | Flexionado em número? | Tem número implícito? | Flexão dos determinantes ligados | Exemplos |
---|---|---|---|---|---|
Flexionados | Sim | Sim | Não | Concordam com a flexão do substantivo que concorda com o contexto. | carro/carros jogo/jogos amor/amores |
Invariáveis de singular implícito | Não | Não | Sim | Concordam com o singular implícito. | Ferro Cobre Caridade Fé Cana Mel |
Invariáveis de plural implícito | Não | Não | Sim | Concordam com o plural implícito. | Óculos Férias Pêsames Anais |
Invariáveis sem número implícito | Não | Não | Não | Concordam com o contexto. | O lápis/os lápis O pires/os pires |
Formação de número dos substantivos
Para os substantivos flexionados há diversos padrões de flexão de número, envolvendo morfemas flexivos no final da palavra. Estes padrões se devem a razões fonológicas e evolutivas do idioma que, em alguns casos, deixaram sua marca na ortografia.
Morfemas de número | Contexto fonológico e ortográfico | Exemplos | |
---|---|---|---|
Singular | Plural | ||
Morfema zero* | /s/ | Final em vogal oral ou /y/ | Casa/casas Pé/pés Rubi/rubis Jato/jatos Urubu/urubus Pai/pais |
Final em /w/ não grafado com l. | Mau/maus Véu/véus | ||
Final em vogal nasal não grafada com m. | Artesã/artesãs Pólen/polens Líquen/liquens | ||
Final em vogal nasal grafada com m. | Álbum/álbuns Nuvem/nuvens | ||
Algumas palavras com final em /ãw/. | Cidadão/cidadãos | ||
/w/ | /ys/ | Final em /aw/, /ew/, /ow/ ou /uw/ e grafia com l. | Pombal/pombais Tonel/tonéis Álcool/álcoois |
/s/ | Oxítonas com final em /iw/ e grafia com l. ** | Fuzil/fuzis | |
/iw/ | /eys/ | Paroxítonas com final em /iw/ e grafia com l. | Fóssil/fósseis |
/ãw/ | /õys/ | Algumas palavras com final em /ãw/. | Vagão/vagões |
/ãys/ | Algumas palavras com final em /ãw/. | Alemão/alemães | |
/s/ | /zes/ | Final em /s/ e grafia com z. | Cruz/cruzes |
/zes/ | Oxítonas com final em /s/ e grafia com s. | Gás/gases | |
/r/ | /res/ | Final em /r/ | Dólar/Dólares |
* Essa categoria inclui todos os substantivos flexionados em número, menos os que se enquadram nos cinco outros casos citados na tabela. | |||
** Existem exceções como: mal/males, cônsul/cônsules. |
Substantivos invariáveis sem número implícito
Alguns substantivos que admitem singular e plural semânticos não são flexionados em número. O número é percebido pelo contexto, graças a indicações presentes em outros elementos do discurso.
Estão nessa categoria:
Paroxítonas ou proparoxítonas que terminam em /s/ e são grafadas com s. Ex.: o pires/os pires, o bíceps/os bíceps, o ônibus/os ônibus.
Terminados em /cs/. Ex.: o tórax/os tórax, o ônix/os ônix, a fênix/as fênix.
Substantivos invariáveis de singular implícito
Alguns substantivos, embora possam ser hipoteticamente flexionados em número se considerarmos apenas as regras fonológicas, não são empregados no plural por razões semânticas. Em geral, são substantivos associados à noções marcadas como incontáveis.
Por exemplo:
Substâncias químicas: ferro, cloro, chumbo.
Materiais em granel: arroz, feijão, sal.
Também entram nessa categoria noções que não comportam plural: Hoje, amanhã.
Hoje é um dia especial.
O amanhã a Deus pertence.
Substantivos invariáveis de plural implícito
Do mesmo modo, alguns substantivos que hipoteticamente admitem singular e plural, são usados apenas no plural por razões semânticas e convencionais.
Exemplos: óculos, férias, pêsames.
Fonte: www.cursoderedacao.com/www.geocities.com/www.graudez.com.br
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