Mestre Valentino
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Célebre por vestir as mulheres mais refinadas do mundo em suas noites de gala, Valentino representa mais do que ninguém o costureiro no seu sentido literal de sofisticação: mora em uma mansão em estilo barroco nos arredores de Roma, frequenta a alta sociedade, interessa-se por arte, arquitetura e idiomas, e muitos o consideram o próprio retrato da elegância que caracteriza suas criações.
De fato, Valentino pode ser considerado o rei do glamour da alta-costura italiana.
Nascido em 11 de maio de 1932, em Voghera, no norte da Itália, Valentino Clemente Ludovico Garavani ingressou no curso de desenho do Instituto Santa Maria de Milão e começou a estudar francês aos 17 anos.
Um ano depois conseguiu uma bolsa de estudos e foi para Paris, estudar moda na escola da Chambre Syndicale, onde venceu um concurso de estilismo exatamente como ocorreria alguns anos depois com um jovem chamado Yves Saint Laurent e também com Karl Lagerfeld.
O prêmio abriu as portas para um emprego na prestigiada Maison Dèsses, onde atuou como assistente por cinco anos. Durante uma ópera em Barcelona, Valentino ficou impressionado com o tom impactante do vermelho dos trajes, um fato que influenciaria toda sua vida. Chegou a dizer: “Percebi que depois do preto e do branco não havia outra cor mais refinada”.
Com o passar dos anos, o vermelho passou a ser sua marca registrada e ficou associado ao nome do estilista, assim como o rosa-choque lembra Schiaparelli e um certo tom de azul faz pensar em Lanvin.
Em 1956, Guy Laroche, ex-colaborador de Dèsses, resolveu abrir sua própria Maison e levou Valentino. Este período parisiense apresentou ao jovem italiano a art de vivre e a vida nas altas rodas sociais. Em 1959, com o auxílio de seu pai, pôde finalmente materializar seu sonho e abrir, na via Condotti, em Roma, a primeira Maison Valentino.
Mostrando pela primeira vez sua coleção, obteve sucesso estrondoso, lugar de destaque nos editoriais e filas de compradores encantados e ávidos para fazer seus pedidos. Em 1965, Valentino já ocupava a supremacia total da moda italiana tornando-se, então, o costureiro das celebridades: vestia de Elizabeth Taylor a Farah Dibah, mulher do xá da Pérsia.
Em 1968, inclusive, obteve grande ressonância mundial ao criar o vestido que Jacqueline Kennedy, sinônimo absoluto da elegância feminina, usou em seu casamento com Aristóteles Onassis.
Um fato inédito na alta-costura, o mesmo modelo foi encomendado por mais 38 clientes tamanho o furor que havia causado.
No decorrer de quase seis décadas de trabalho, é importante ressaltar a continuidade de estilo alcançada por Valentino, renovando os temas em si mesmos e desenvolvendo criações atemporais.
A maioria dos aspectos chiques, refinados e glamourosos se origina no visual hollywoodiano da década de 50, sempre evidenciando alguma parte do corpo feminino, seja pescoço, colo, busto ou cintura. Flores, laços – “indispensáveis como um ponto de exclamação, os laços são o refinado complemento que conclui um drapeado”, disse – e animais, como onça, zebra, cobra, tigre e leopardo, sempre pincelaram suas concepções.
De mesmo modo, o folclore das várias nacionalidades também influenciou o trabalho de Valentino, em especial o russo, o espanhol – a exemplo do recém-apresentado prêt-à-porter primavera-verão 2002 -, o da Europa meridional e o do Oriente.
Aliás, suas viagens pelo mundo também lhe renderam um enorme apreço pela arte aplicada a ponto de ter afirmado: “Como voraz colecionador, transfiro para um vestido toda a emoção que uma obra de arte me desperta”.
Essa mesma emoção que suas criações fazem aflorar na vaidade humana.
Valentino Luxo, glamour e requinte
Sinônimo de sofisticação, o estilista italiano despede-se do mundo da moda deixando um legado de vestidos memoráveis, usados pelas mulheres mais famosas do mundo.
O desfile de alta-costura que Valentino apresentou em Paris no final de janeiro de 2008 foi o último de sua carreira, ao menos à frente da maison que leva seu nome e que, desde 2002, é controlada pelo Grupo Marzotto.
A aposentadoria deixará o mundo da moda um pouco menos glamouroso. Ao longo dos 45 anos de carreira, o estilista italiano fez roupas que entraram para a história, como o vestido com o qual Jacqueline Kennedy casou-se com o armador grego Aristóteles Onassis e que durante anos foi copiado por noivas do mundo inteiro.
Valentino Garavani também é famoso por seu estilo de vida sofisticado, seguindo o mesmo padrão de luxo que imprimiu em todas as suas coleções.
É de Valentino também o modelo que Elizabeth Taylor, sua grande amiga até hoje, usava na estréia do filme Spartacus. Nessa noite, ela e Richard Burton iniciaram um dos romances mais famosos de Hollywood. E a atriz Julia Roberts causou sensação, em 2001, ao receber o Oscar com um longo preto e branco assinado por ele.
Mas, quando brincava com retalhos de tecido na loja de armarinhos da tia, em Voghera, na Itália, Valentino não tinha idéia de que suas criações agradariam as mulheres mais famosas do mundo, porém já tinha noção exata de seu talento.
Tanto que, em 1950, aos 17 anos, foi a Paris estudar moda e chegou a trabalhar com os estilistas Jean Dessés e Guy Laroche. Em seguida, em 1959, abriu seu ateliê em Roma.
O primeiro desfile foi um fiasco. Mas, três anos depois, em Florença, Valentino deu seu primeiro passo em direção ao sucesso. Poucas horas depois que a última modelo deixou a passarela, todos os vestidos foram vendidos.
Para criar suas coleções, inspirou- se em temas bem diferentes, do antigo Egito aos incas, passando por movimentos artísticos modernos. Em todas elas, todavia, manteve-se fiel ao seu ideal de mulher valorizando a feminilidade acima de tudo. “Sempre tentei fazê-las parecer glamourosas e jamais vulgares”, diz ele.
Detalhes de Valentino
Laços e flores foram recursos recriados a cada coleção pelo mestre nas técnicas clássicas de costura. Valentino sabe como poucos usar drapeados, plissados e pregueados verticais e horizontais para conseguir efeitos únicos e criar vestidos de noite majestosos.
A partir dos anos 1980, ele incorporou tão bem esse tipo de trabalho que até mesmo as referências às peles de bichos passaram a ser feitas em tecidos, como um drapeado preto e branco formando uma estampa de zebra.
A paixão pelo vermelho nasceu na Ópera de Barcelona. “Ao ver o figurino nessa cor, entendi que, depois do preto e branco, não existe cor mais bonita.”
O uso das cores também é uma das suas marcas. Prova disso é que existe uma cor com o seu nome – o vermelho Valentino, um tom entre o laranja e o vermelho puro. “Uma mulher de vermelho está sempre magnífica: ela é, no meio da multidão, a imagem perfeita da heroína”, acredita ele.
A paixão pela cor é tanta que, para comemorar os 45 anos de carreira, em 2007, fez uma grande exposição em Roma apenas com modelos nesse tom. Mas o estilista nunca abandonou o preto e o branco, usados juntos ou separados.
Em sua última coleção de prêt-à-porter, apresentada em setembro de 2007, em Paris, ele homenageou os anos 1980 e trouxe outras cores para a passarela, como rosa, amarelo e roxo, provando a sua infindável capacidade de se reinventar.
Musa Inspiradora
Jacqueline Kennedy foi a sua grande inspiração. Para ela, Valentino fez um guarda-roupa completo para uma viagem, como primeira-dama, ao Camboja, em 1967. O famoso longo verde é dessa coleção.
A MAISON PÓS-VALENTINO
Alessandra Facchinetti, ex-designer da Gucci, foi a escolhida para ocupar o lugar de Valentino. A moça, que estréia em março próximo, tem um desafio e tanto pela frente.
Afinal, por enquanto, não conta com o apoio do estilista, que declarou não conhecer a sucessora. “Estou consciente de que a casa que leva meu nome irá mudar.
Espero que a equipe de criadores encarregada das coleções saiba ser fiel a meu trabalho.” Valentino vendeu a maison em 1998 para um grupo que controlava a Fiat.
Os negócios não foram bem e a marca italiana foi novamente vendida, dessa vez ao Grupo Marzotto.
Fonte: manequim.abril.com.br/ taste.uol.com.br
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