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Conheça a história do estilista Kenzo Takada
Linha do tempo conta detalhes da trajetória de sucesso do estilista japonês.
1939
Nasce em Himeji, província japonesa perto de Kobe, e, segundo conta, teve uma infância no breu do pós-guerra. Sua vida se resumia a estudar muito e ter alguns momentos de lazer indo ao cinema. Em uma casa com duas irmãs mais velhas, que como reza a tradição faziam cursos de prendas domésticas, entre os quais o corte e costura, Kenzo passou a conviver com revistas de moldes e se encantou pelos desenhos. Naquele tempo, não era comum homens estilistas, especialmente no Japão.
1956/57
Kenzo vai para a Bunka Fashion College
Campanha da grife Kenzo, hoje controlada pelo grupo LVMH
1960
Kenzo vence o concurso de design promovido pela revista So-Em, com look que hoje diz ter sido inspirado nas silhuetas propostas por Pierre Cardin. Por conta do prêmio, Kenzo consegue um emprego como designer em uma loja de departamentos. Jovem e bem-pago, muda-se para Guinza, o bairro da moda no Japão da época. Por conta de uma desapropriação, Kenzo teve de deixar o imóvel, não sem antes ganhar para isso uma boa indenização. Com o dinheiro, decidiu ir para Paris.
1965
Um mês de navio entre Tóquio e Paris. A viagem foi marcante, proporcionou o contato com diferentes povos e culturas. Passou por Hong Kong, pela então Saigon, Mumbai, Alexandria, Barcelona e Marselha. Quando chegou à estação de trem em Paris, se deu conta de que não falava uma palavra de francês. Desembarcou no dia primeiro de janeiro de 1966 e foi uma decepção, segundo conta. Esperava ver um lugar lindo, cheguei e a estação era escura, feia, fria.
Apesar da saudade, o orgulho falou mais alto. Não voltaria antes de seis meses. Morou em um cubículo, freqüentou aulas de francês, fez amigos, viu chegar a primavera e notou que, oui, madam, Paris era seu mundo. A mãe ainda mandou algum dinheiro, mas quando disse que não enviaria nenhum tostão, Kenzo caprichou em um croqui e foi bater na porta de Louis Férraud. A mulher do costureiro comprou um dos desenhos por US$ 5. E compraria outros tantos.
1967/68
Kenzo conta que invadiu a redação da revista Elle para mostrar seus desenhos. Havia uma marca que era fabricada pela própria revista, chamada Bon Magic, e Kenzo emplacou alguns desenhos lá. Orientado pelo responsável pelo negócio, o estilista passou a visitar outras empresas e a vender croquis. Em uma delas, uma empresa de confecção, foi contratado.
Desfile da grife Kenzo, em Paris
1970
Incentivado por seus amigos que começaram a abrir pequenas butiques em Tóquio, Kenzo inaugura na Galerie Vivienne, perto do Palais Royal, em Paris, a loja Jungle Jap. Ele continuava trabalhando durante o dia e, à noite, pintou e reformou o espaço.
Em abril de 1970 resolveu fazer uma pequena apresentação para mostrar o que venderia na loja e foi pessoalmente às redações da Vogue, Elle e Le Figaro convidar os editores. Dois meses depois, um look Kenzo estava na capa da Elle. A partir daí, me surpreendi com a velocidade com a qual as coisas aconteceram, lembra. Kenzo não sabia nem onde produzir suas peças. Foi, de novo, o pessoal da Bom Magic que o ajudou.
1971
Kenzo estrela um editorial sobre o prêt-à-porter na Vogue. A partir de então, percebeu que deveria ditar tendência, e não seguir os outros. Trouxe todas as suas referências japonesas para a moda. Temia não ser aceito, mas arriscou. Felizmente, foi muito bem recebido. Todas as imagens que viu, os contatos que teve, naquele um mês de viagem de navio rumo à França, passaram a ser refletidos em suas peças.
1972
Faz o primeiro desfile na Bolsa de Valores de Paris, com modelos de publicidade (e não de passarela). O fashion show definiu uma nova forma de apresentação das coleções de moda. As modelos entravam rindo, brincando, dançando, uma atitude bem diferente da dos desfiles atuais.
1973
Kenzo, Dorothy Bis e Chantal Thomas fazem o primeiro desfile coletivo, que viria a ser o embrião das fashion weeks.
1974
A Federação da Alta-Costura de Paris convida Kenzo para apresentar sua coleção de prêt-à-porter.
Ainda hoje as roupas da grife trazem clara inspiração nos quimonos
1975/76
Lança coleção inspirada em quimonos, e com as intensas cores da China. A esta altura, várias casas de moda, como Ungaro, Givenchy, Saint Laurent, Dior e Sonia Rykiel, fizeram um desfile juntas em um mesmo local.
1977/78
Kenzo lança a saia balão, seguindo o desejo de conforto do público da época.
1980
Kenzo lança os olhos para o negócio e mira o mercado norte americano. Entra no ramo de perfumaria, lança uma coleção de jeans e uma segunda marca.
1985 a 1990
O negócio se estabiliza, mas ele passa a receber muitas críticas. Diziam que eu tinha ficado muito comercial, lembra. Neste período, Kenzo lança coleções em outros países e internacionaliza a marca.
1993
A marca Kenzo entra para grupo LVMH.
1999
Kenzo Takada deixa a gestão da marca e prepara sua aposentadoria. Queria ter mais vida, viajar mais, pintar…. Ganha um desfile em homenagem aos 30 anos da marca (e 60 anos de vida), do qual participam não só modelos profissionais, como diversos amigos do estilista. O projeto de aposentar-se não deu certo. Kenzo aproveitou um pouco, fez mais uma tentativa de aprender francês, até dança de Bali ele foi estudar, mas voltou ao batente.
Anos 2000
Passou a pintar e a fazer exposições. Atualmente realiza um trabalho de resgate de técnicas tradicionais em uma tinturaria em Yokohama, no Japão. Lançou uma marca de decoração, Gokan Kobo, que está desativada no momento.
Fonte: luxo.ig.com.br
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