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Quem observa, com atenção, a linguagem de cada momento poderá verificar entre as palavras uma série de elementos estranhos que a enfeiam e desfiguram o nosso pensamento. Às vezes se tomam intoleráveis.
É o caso, por exemplo, da balbuciância que consiste em certos defeitos de dicção e forçam a pessoa a ser hesitante, reticente. E também o caso da gaguez, por vezes enervante.
Trava-línguas – Folclore
Atuando em todo o campo da ação humana – poderá prestar à pessoa que fala mais um de seus benefícios através dos Trava-línguas.
Os Trava-línguas servem para corrigir algumas dificuldades de pronúncia.
Aos dislálicos (pessoas que têm dificuldade em articular as palavras) e aos que têm a língua presa, não há melhor remédio que uma boa dosagem de Trava-línguas.
Os Trava-línguas, além de aperfeiçoadores da pronúncia, servem para divertir e provocar disputa entre amigos. São embaraçosos, provocam risos e caçoadas. 0 emissor na prática dos primeiros exercícios parece estar com a língua enrolada. Mas rindo e passando o tempo, prática a boa terapêutica para corrigir seus defeitos.
Geralmente, nos Trava-línguas, existe uma diferença de força entre as sílabas de uma palavra; elas tendem a trocar entre si um dos elementos.
Num dado momento, um grupo de sons já não pode pronunciar-se e produz a metátese: “Tire o trigo dos três tigres”. Na articulação desta frase um som pode ser antecipado.
Este fenômeno explica-se pelo fato de os sons da linguagem interior terem valores diferentes: Quando pronunciamos uma frase qualquer, todos os elementos vizinhos, que têm um valor igual, ressoam ao mesmo tempo na nossa consciência, tanto os sons que devem ser pronunciados imediatamente, como os que hão de ser pronunciados mais tarde, de modo que estes elementos troquem entre si o seu lugar.
Assim, quando pronunciamos uma frase, todos os elementos que a compõem existem na nossa consciência; mas o pensamento é mais rápido que a palavra.
Daqui resulta que os sons ainda não emitidos podem influenciar as palavras ou os sons já emitidos.
Trava-línguas
Grande parte dos Trava-línguas constitui exemplos de aliteração porque é formada pela repetição da mesma consoante no início de dois ou mais vocábulos: “Um papo de pato num prato de prata”.
Observa-se também que alguns deles formam cacofonia, vício de linguagem que consiste em formar, com a junção de duas ou mais palavras, uma outra de sentido ridículo ou obsceno.
Em outros exemplos está a onomatopéia, pois há imitação voluntária de um ruído natural, de modo imperfeito, por ser a nossa audição aproximada.
É o caso dos primeiros elementos deste trava-língua: “podemos imitá-lo, Purrutaco-ta-taco, a mulher do macaco, ela pita, ela fuma, ela toma tabaco”. Depois de ouvirmos por algum tempo o “Purrutaco-ta-taco”, da voz de um papagaio, mas os sons imitados não podem ser integrados na fala corrente, na qual usamos os sons naturais da fala humana.
Nota-se em alguns exemplos de Trava-línguas o jogo de significantes, isto é, há apenas a mudança de um ou alguns elementos que passam a situar-se em vários pontos do enunciado: “Pape a papinha, papai, senão o papão papa. E o papai papa prá que não pape o papão”.
Os Trava-línguas ajudam aos que têm defeito de dicção a expressar com correção e clareza.
A pronúncia depende de articulação e esta é que controla o ritmo e a modulação da palavra.
No caso dos Trava-línguas, como recreação, passatempo, exige-se da pessoa muita rapidez ao pronunciar as palavras.
Esta rapidez é que leva o locutor à supressão de um som, ao desaparecimento de sílaba ou permuta dos elementos (apóstrofo, elisão, sinalefa, sincope, haplologia, etc).
Fonte: ifolclore.vilabol.uol.com.br
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