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As garrafas térmicas são recipientes destinados a impedir a troca de calor entre seu conteúdo e o meio ambiente. Foi originalmente desenvolvida por volta de 1890 por James Dewar para armazenar gases liquefeitos mantidos em temperaturas muito baixas.
Em virtude da simplicidade com que são construídas e facilidade de manejo que oferecem, passaram a ter um amplo emprego; as mais conhecidas são as de uso doméstico, que servem para manter os líquidos quentes ou frios por longos períodos de tempo.
Existem apenas três maneiras pelas quais o calor pode ser transferido de um meio a outro: a condução, a convecção e a radiação. A transferência por condução ocorre de modo mais acentuado nos sólidos; decorre da transmissão do movimento molecular por colisões entre as moléculas.
Na convecção, transferência de calor que se observa nos líquidos e gases, as moléculas aquecidas e, portanto, menos densas, tomam as partes superiores do recipiente que contém o fluido, enquanto as partículas frias vão para o fundo do recipiente. Funcionam dessa forma os sistemas de aquecimento por serpentina.
A transferência por radiação decorre da propriedade que todo corpo tem de emitir radiação eletromagnética (na faixa do infravermelho) que, ao atingir um material, é absorvida por este e sua energia é transformada em calor.
As garrafas térmicas são constituídas basicamente de um vaso de vidro com paredes duplas, distanciadas entre si cerca de1 cm. No processo de fabricação, o ar é retirado (parcialmente, pois é impossível obter o vácuo perfeito) do espaço entre as paredes através de um orifício que a seguir é selado. Com isso reduz-se consideravelmente a transferência de calor tanto por condução como por convecção.
Para que seja mínima a transferência por radiação, as superfícies das paredes são revestidas de prata, o que as torna altamente espelhadas.
Assim as radiações são refletidas internamente sem que haja transmissão para o exterior. Como o vidro é muito frágil, o vaso é acondicionado em um recipiente de metal ou plástico.
A rolha para fechamento da garrafa é geralmente oca e feita de borracha ou plástico, que oferecem bom isolamento térmico.
Não existem isolantes perfeitos, há sempre alguma perda de calor através da tampa, por melhor que seja o isolante térmico utilizado. Assim, se colocarmos líquido quente no interior da garrafa, o líquido vai se esfriando, embora muito lentamente.
Função
A função de uma garrafa térmica é impedir as trocas de calor de seu conteúdo com o ambiente externo.
Dessa forma é construída de modo a evitar, tanto quanto possível, a condução, a convecção e a radiação. Isto é feito da seguinte maneira:
I. A condução e a convecção são evitadas através de uma região de ar rarefeito (o ideal seria vácuo) entre as paredes duplas internas.
II. A radiação é evitada através do espelhamento de suas paredes, tanto internamente quanto externamente. Assim, tenta-se evitar que a energia térmica transite do interior da mesma para o meio externo e vice-versa.
Objetivo da Análise
A apresentação dos resultados obtidos nos ensaios realizados em garrafa térmica com ampola de vidro é parte integrante dos trabalhos do Programa de Análise de Produtos desenvolvido pelo Inmetro com os seguintes objetivos:
Prover mecanismos para que o Inmetro mantenha o consumidor brasileiro informado sobre a adequação dos produtos aos Regulamentos e Normas Técnicas, contribuindo para que ele faça escolhas melhor fundamentadas, tornando-o mais consciente de seus direitos e responsabilidades;
Fornecer subsídios para a indústria nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos;
Diferenciar os produtos disponíveis no mercado nacional em relação à sua qualidade, tornando a concorrência mais equalizada;
Tornar o consumidor parte efetiva deste processo de melhoria da qualidade da indústria nacional.
Deve ser destacado que estes ensaios não se destinam a aprovar marcas ou modelos de produtos. O fato das amostras analisadas estarem ou não de acordo com as especificações contidas em uma norma/regulamento técnico indica uma tendência do setor em termos de qualidade, em um determinado tempo.
A partir dos resultados obtidos, são definidas as medidas necessárias para que o consumidor tenha, à sua disposição no mercado, produtos adequados às suas necessidades.
Justificativa da Análise
Em maio de 1996, o Inmetro realizou ensaios em garrafa térmica com ampola de vidro, em marcas nacionais e importadas, de acordo com a Norma aplicável (NBR 13282 Garrafa térmica com ampola de vidro).
Nesta análise, observou-se uma concentração de não conformidades no ensaio de eficiência térmica, ensaio este que verifica a capacidade da garrafa térmica conservar o líquido em seu interior aquecido por um determinado tempo.
Além disso, ficou evidenciado que a Norma não era suficientemente clara em alguns pontos, principalmente em relação aos métodos de ensaios a serem utilizados.
Como consequência destas evidências, o Inmetro articulou-se com fabricantes, laboratórios independentes, meio acadêmico, órgãos de defesa do consumidor e Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT com o objetivo de revisar a Norma específica para o produto, tornando-a mais adequada às necessidades do mercado, além de mais clara e utilizável.
A Norma revisada entrou em vigor em junho de 1998, sendo dado a partir desta data, por parte do Inmetro, um prazo de oito meses para que os fabricantes se adequassem à nova Norma e para que novos ensaios fossem realizados.
Após decorridos 3 anos de sua implementação, entre as principais ações do Programa de Análise de Produtos definidas para o ano de 1999, destaca-se a repetição das análises em produtos já ensaiados, objetivando avaliar o grau de contribuição do Programa em fornecer subsídios para a indústria nacional melhorar continuamente a qualidade de seus produtos.
A análise atual de garrafa térmica pretende verificar o atingimento deste objetivo, avaliando se as garrafas térmicas, encontradas atualmente no mercado, estão de acordo com a revisão da Norma NBR 13282, publicada em abril de 1998.
Normas e Documentos de Referência
Os ensaios verificaram a conformidade das amostras de garrafa térmica com ampola de vidro em relação à norma NBR 13282/98 Garrafa térmica com ampola de vidro Requisitos e métodos de ensaio.
Laboratório Responsável pelos Ensaios
Os ensaios foram realizados no Laboratório de Corrosão, do Instituto Nacional de Tecnologia INT, localizado no Rio de Janeiro – RJ, mesmo laboratório onde foram realizados os ensaios em maio de 1996.
Informação das Marcas Analisadas
Com relação às informações contidas na homepage sobre o resultados dos ensaios, você vai observar que identificamos as marcas dos produtos analisados apenas por um período de 90 dias. Julgamos importante que você saiba os motivos:
As informações geradas pelo Programa de Análise de Produtos são pontuais, podendo ficar desatualizadas após pouco tempo. Em vista disso, tanto um produto analisado e julgado adequado para consumo pode tornar-se impróprio, como o inverso, desde que o fabricante tenha tomado medidas imediatas de melhoria da qualidade, como temos freqüentemente observado.
Só a certificação dá ao consumidor a confiança de que uma determinada marca de produto está de acordo com os requisitos estabelecidos nas normas e regulamentos técnicos aplicáveis.
Os produtos certificados são aqueles comercializados com a marca de certificação do Inmetro, objetos de um acompanhamento regular, através de ensaios, auditorias de fábricas e fiscalização nos postos de venda, o que propicia uma atualização regular das informações geradas.
Após a divulgação dos resultados, promovemos reuniões com fabricantes, consumidores, laboratórios de ensaio, ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica e outras entidades que possam ter interesse em melhorar a qualidade do produto em questão. Nesta reunião, são definidas ações para um melhor atendimento do mercado.
O acompanhamento que fazemos pode levar à necessidade de repetição da análise, após um período de, aproximadamente, de 1 ano. Durante o período em que os fabricantes estão se adequando e promovendo ações de melhoria, julgamos mais justo e confiável, tanto em relação aos fabricantes quanto aos consumidores, não identificar as marcas que foram reprovadas.
Uma última razão diz respeito ao fato de a INTERNET ser acessada por todas as partes do mundo e informações desatualizadas sobre os produtos nacionais poderiam acarretar sérias conseqüências sociais e econômicas para o país.
Ensaios Realizados
1. Análise da Rotulagem
Este grupo de ensaios avalia se o consumidor possui as informações necessárias tanto no momento da compra da garrafa térmica, quanto durante o seu uso.
1.1 Identificação e instruções de uso
Toda a garrafa térmica deve ser identificada no corpo externo, em local visível, com as seguintes informações, em português:
Classificação quanto ao tipo (com bomba / automática);
Classificação quanto ao uso (de mesa / portátil);
Número da Norma.
Além disso, toda garrafa térmica deve ser acompanhada de informações, em português, sobre:
Utilização;
Limpeza;
Cuidados (incluindo a informação de que a garrafa térmica não deve ser agitada e que a garrafa térmica com bomba não é estanque);
Precauções;
Condições de garantia;
Alerta de que a capacidade volumétrica real da garrafa térmica pode ser inferior em até 10% da capacidade nominal (volume informado pelo fabricante).
2. Ensaios de Desempenho
Este grupo de ensaios avalia o desempenho da garrafa térmica frente às suas principais finalidades de uso pelo consumidor.
2.1. Capacidade volumétrica real
Todas as garrafas térmicas ensaiadas apresentavam em seus rótulos a indicação de volume de 1 (um) litro. Este ensaio verifica se este volume nominal, indicado pelo fabricante, está de acordo com o volume real (verdadeiro) da garrafa térmica.
De acordo com a Norma específica para o produto, a garrafa térmica não deve apresentar capacidade volumétrica real menor que 90% da capacidade volumétrica nominal (capacidade volumétrica indicada pelo fabricante/importador). Para garrafa térmica de 1 (um) litro, o volume deve ser, no mínimo, de 900 ml.
2.2. Eficiência térmica
A principal finalidade da garrafa térmica é de conservar aquecido o líquido em seu interior por um determinado tempo. Neste ensaio, a garrafa é cheia com água à 90°C até seu volume total; após 3 horas, a temperatura do líquido é medida e deve ser, no mínimo, de 81°C para as garrafas com capacidade volumétrica de 1 (um) litro. Portanto, este ensaio avalia o desempenho da garrafa face à sua principal finalidade.
2.3. Volume bombeado
As garrafas térmicas providas de bomba permitem servir o líquido do seu interior sem que seja necessário incliná-las. Para que este tipo de garrafa tenha um bom aproveitamento, por parte do consumidor, esta não deve apresentar volume bombeado (bombeamento manual) menor que 70 ml. Este bombeamento equivale a um curso completo da bomba de forma ininterrupta.
2.4. Gotejamento
Após um bombeamento completo de forma ininterrupta, as garrafas térmicas providas de bomba não devem apresentar gotejamento maior que três gotas, após os primeiros 3 (três) minutos em repouso.
Este gotejamento causa transtornos ao consumidor, prejudicando a higiene do ambiente onde a garrafa é utilizada. O ensaio especificado acima deve ser repetido por três vezes.
2.5. Autobombeamento
As garrafas térmicas providas de bomba não devem apresentar vazamento (autobombeamento) pela bomba quando a garrafa está em repouso, durante 10 (dez) minutos. Este ensaio avalia se a garrafa bombeia o líquido do seu interior de forma independente do consumidor. Este vazamento causa transtornos ao consumidor, prejudicando a higiene do ambiente onde a garrafa é utilizada.
3. Ensaios de Segurança
Este grupo de ensaios verifica os possíveis riscos à segurança do consumidor durante o uso normal da garrafa térmica.
3.1 Resistência ao impacto
A garrafa térmica sofre pequenos choques durante sua utilização normal por parte do usuário. Este ensaio avalia se a garrafa cheia, na posição vertical (de pé, com a tampa voltada para cima), resiste ao impacto de uma queda vertical de 100 mm, sem que sua ampola de vidro apresente trincas, rachaduras, quebras ou deslocamentos. Estas danificações na ampola de vidro podem causar riscos à segurança do consumidor.
3.2 Resistências a choques térmicos
Durante sua utilização normal, a garrafa térmica sofre diversas variações rápidas de temperatura, como, por exemplo, quando a garrafa é lavada com água fria e, imediatamente após, é enchida com líquido aquecido.
Este ensaio verifica se a ampola de vidro da garrafa resiste a uma variação rápida de temperatura, de 23°C (temperatura ambiente) à 90°C, sem danificação. A danificação da ampola de vidro pode ocasionar riscos à segurança do consumidor.
3.3 Estabilidade
A garrafa térmica quando cheia não deve tombar, este tombamento pode ocasionar uma danificação da ampola de vidro e um risco à segurança do consumidor.
Este ensaio verifica se a garrafa permanece estável sobre uma superfície plana inclinada a 10°, quando voltada em qualquer direção, e com diferentes níveis de enchimento: vazia, metade de seu volume, volume total.
3.4 Estanqueidade
As garrafas térmicas classificadas como portáteis, garrafas dotadas exclusivamente de tampa com fechamento hermético (inteiramente fechado), são normalmente transportadas na posição horizontal (deitada) pelo usuário.
Este ensaio verifica se estas garrafas apresentam vazamentos internos (entre a ampola de vidro e a parede da garrafa) ou externos (para fora da garrafa) maiores que 2,0 g e 1,0 g, respectivamente.
Estes vazamentos podem causar uma situação de risco ao usuário, levando-se em conta que este líquido deve estar a uma temperatura elevada e, portanto, pode causar queimaduras.
Este ensaio não se aplica para as garrafas classificadas, segundo o seu uso, como de mesa. Estas garrafas não são consideradas herméticas.
Comentários
Cabem ser destacados alguns pontos relativos aos resultados obtidos.
No caso do ensaio de eficiência térmica para garrafa térmica com bomba, a Norma precisa ser analisada uma vez que faz a mesma exigência de desempenho feita para a garrafa térmica automática, que é hermética.
A garrafa com bomba, por não ser hermética, não deve ter a mesma eficiência térmica da garrafa automática e, portanto, deveria ser tratada, na Norma, de forma diferenciada.
No caso do ensaio de resistência ao impacto, as marcas importadas apresentaram um resultado preocupante em relação à segurança do consumidor. Três marcas, das quatro ensaiadas, apresentaram quebra da ampola de vidro após a realização do ensaio.
No ensaio de estabilidade, a garrafa térmica deveria ser ensaiada somente no requisito mais crítico de sua utilização, ou seja, quando vazia.
Conclusões
O resultado geral desta segunda análise em garrafa térmica com ampola de vidro demonstra que o Programa de Análise de Produtos do Inmetro vem atingindo seus objetivos, contando com importante parceria com a mídia na divulgação dos resultados das análises.
As 3 (três) marcas nacionais de garrafa térmica automática foram consideradas conformes em todos os ensaios de desempenho e segurança realizados, o que evidencia que houve uma significativa evolução da qualidade dos produtos fabricados no Brasil, em relação à análise realizada em 1996, como consequência da articulação feita pelo Inmetro com a indústria nacional, após aquela análise.
Em relação às marcas importadas, somente uma marca, entre as 4 (quatro) marcas analisadas, foi considerada conforme.
Estes resultados evidenciam o melhor desempenho das marcas nacionais em comparação com às importadas.
A clara evolução na conformidade das marcas de garrafa térmica nacionais, em relação à norma, é o principal indicador da contribuição deste Programa para as indústrias nacionais melhorarem continuamente a qualidade de seus produtos.
Além disso, a Norma revisada, específica para o produto, tornou-se mais clara e objetiva na descrição dos ensaios, cabendo ressaltar que, por ser um documento de evolução contínua, ainda pode ser aprimorada em alguns pontos, principalmente em relação ao ensaio de eficiência térmica para garrafa térmica com bomba.
O que são
Garrafas térmicas são recipientes destinados a impedir a troca de calor entre seu conteúdo e o meio ambiente, e foram originalmente desenvolvidas para armazenar gases liquefeitos mantidos em temperaturas muito baixas.
Em virtude da simplicidade com que são construídas e a facilidade de manejo que oferecem, passaram a ter um amplo emprego, sendo as mais conhecidas as de uso doméstico, que servem para manter os líquidos quentes ou frios, por longos períodos de tempo.
Foi Sir James Dewar (1842-1923), físico e químico inglês, professor de Ciências na Universidade de Cambridge (1875) e no Instituto Real de Londres (1887), quem inventou o chamado frasco de Dewar, um recipiente destinado a preservar a temperatura dos líquidos nele colocados.
Na verdade, eram dois frascos, um dentro do outro, que se tocavam apenas pela embocadura, com o espaço entre eles rarefeito e as superfícies dos vasilhames de cor prateada. Dessa forma, a transferência de calor pela condutibilidade era diminuída por meio de material mal condutor, e as perdas por irradiação também minimizadas em virtude das paredes prateadas atuarem como mal emissor para uma das superfícies, e mal absorvedor para a outra.
O físico inglês estava se valendo das experiências feitas por seu colega italiano, Evangelista Torricelli (1608-1647), que em 1643, quando os encarregados das fontes de Florença desejavam criar uma bomba aspirante que elevasse a água a 32 pés de altura, descobriu as propriedades isolantes do vácuo e com isso acabou criando não só o barômetro de mercúrio, mas realizando logo depois a experiência memorável em que comprovou o peso do ar.
A destinação do frasco de Dewar era a conservação de soros e vacinas em temperaturas adequadas e estáveis, um problema que preocupava os médicos daquela época.
A responsabilidade pela produção do novo produto foi entregue, então, a uma empresa alemã estabelecida em Berlim, Alemanha, cuja especialidade era a fabricação de utensílios de vidro destinados à aplicação científica. Já naqueles anos a fabricação de garrafas desse tipo de material não constituía nenhuma novidade, pois desde a antiguidade os egípcios, gregos, romanos e alguns outros povos conseguiam fazê-las com facilidade, conforme ficou comprovado com a descoberta de exemplares desses vasilhames em diversas escavações arqueológicas.
Mas um dos sócios da empresa vidraceira, Reinhold Burger, percebendo a possibilidade de utilização doméstica do frasco de Dewar, idealizou um modelo de menor tamanho protegido exteriormente por capa metálica, o que não era feito no modelo do físico inglês. Isso aconteceu em 1903, e daí em diante a ideia da garrafa térmica vingou e prosseguiu seu caminho de sucesso na aceitação popular, sendo bem difícil encontrar-se hoje em dia uma só residência onde ela não esteja presente, resolvendo o problema da manutenção térmica de qualquer líquido.
São três as maneiras pelas quais o calor pode ser transferido de um meio a outro: através da condução, da convecção e da radiação. A transferência por condução ocorre de modo mais acentuado nos corpos sólidos e é decorrente da transmissão do movimento molecular por colisões entre as moléculas.
Na convecção, transferência de calor que se observa nos líquidos e gases, as moléculas aquecidas e, portanto, menos densas, tomam as partes superiores do recipiente que contém o fluido, enquanto as partículas frias vão para o fundo do recipiente (é dessa forma que funcionam os sistemas de aquecimento por serpentina). Finalmente, a transferência por radiação decorre da propriedade que todo corpo tem de emitir radiação eletromagnética (na faixa do infravermelho) que, ao atingir um material, é absorvida por este e sua energia é transformada em calor.
Basicamente, as garrafas térmicas são constituídas de um vaso de vidro com paredes duplas, distanciadas entre si cerca de um centímetro. No processo de fabricação, o ar entre essas paredes é retirado parcialmente (pois é impossível obter o vácuo perfeito) através de um orifício que é selado em seguida.
Com essa providência, a transferência de calor tanto por condução como por convecção é reduzida consideravelmente, e para que a transferência por radiação seja limitada ao mínimo possível, as superfícies das paredes são revestidas de prata, tornando-se altamente espelhadas. Dessa forma, as radiações são refletidas internamente sem que haja transmissão para o exterior. Mas como o vidro é uma substância frágil, apesar de dura, o vaso é acondicionado em recipiente plástico ou metálico, como forma de proteção.
A rolha para fechamento da garrafa geralmente é oca e feita de borracha ou plástico, que oferecem bom isolamento térmico. Mas como não existem isolantes perfeitos, por melhor que seja o material utilizado com essa finalidade, ocorre sempre alguma perda de calor através da tampa,. Assim, se colocarmos líquido quente no interior da garrafa, o líquido vai se esfriando lentamente.
FERNANDO KITZINGER DANNEMANN
O que são
As garrafas térmicas são recipientes destinados a impedir a troca de calor entre seu conteúdo e o meio ambiente. Foi originalmente desenvolvida por volta de 1890 por James Dewar para armazenar gases liquefeitos mantidos em temperaturas muito baixas.
Em virtude da simplicidade com que são construídas e facilidade de manejo que oferecem, passaram a ter um amplo emprego; as mais conhecidas são as de uso doméstico, que servem para manter os líquidos quentes ou frios por longos períodos de tempo.
Existem apenas três maneiras pelas quais o calor pode ser transferido de um meio a outro: a condução, a convecção e a radiação. A transferência por condução ocorre de modo mais acentuado nos sólidos; decorre da transmissão do movimento molecular por colisões entre as moléculas.
Na convecção, transferência de calor que se observa nos líquidos e gases, as moléculas aquecidas e, portanto, menos densas, tomam as partes superiores do recipiente que contém o fluido, enquanto as partículas frias vão para o fundo do recipiente. Funcionam dessa forma os sistemas de aquecimento por serpentina.
A transferência por radiação decorre da propriedade que todo corpo tem de emitir radiação eletromagnética (na faixa do infravermelho) que, ao atingir um material, é absorvida por este e sua energia é transformada em calor.
As garrafas térmicas são constituídas basicamente de um vaso de vidro com paredes duplas, distanciadas entre si cerca de1 cm.
No processo de fabricação, o ar é retirado (parcialmente, pois é impossível obter o vácuo perfeito) do espaço entre as paredes através de um orifício que a seguir é selado. Com isso reduz-se consideravelmente a transferência de calor tanto por condução como por convecção.
Para que seja mínima a transferência por radiação, as superfícies das paredes são revestidas de prata, o que as torna altamente espelhadas. Assim as radiações são refletidas internamente sem que haja transmissão para o exterior.
Como o vidro é muito frágil, o vaso é acondicionado em um recipiente de metal ou plástico. A rolha para fechamento da garrafa é geralmente oca e feita de borracha ou plástico, que oferecem bom isolamento térmico.
Não existem isolantes perfeitos, há sempre alguma perda de calor através da tampa, por melhor que seja o isolante térmico utilizado. Assim, se colocarmos líquido quente no interior da garrafa, o líquido vai se esfriando, embora muito lentamente.
História da Garrafa Térmica
No final do século XIX, em 1896, o físico escocês, Sir James Dewar, estudava entre outras coisas, a liquefação de gases.
Para isso ele fazia estudos de como os gases se comportavam sob temperaturas e pressões diferentes. Nesse estudo ele utilizava recipientes que não conduziam calor. Mas não era suficiente.
Era preciso isolar o seu conteúdo do meio ambiente. Então ele selou duas garrafas, uma dentro da outra, e retirou o ar dentre elas, criando vácuo. Só em 1904 é que os dois alemães que fabricavam estas garrafas para Dewar – Burger e Aschenbrenner – perceberam o valor comercial do produto e passaram a fabricar, em maior escala e com maior aprimoramento, as garrafas que até então eram só usadas em laboratórios.
Princípios da Garrafa Térmica
Princípios de troca de calor e isolamento O ar é um bom isolante térmico, contanto que esteja parado. Muito melhor é a ausência do ar: o vácuo.
Vácuo é uma palavra proveniente do latin vaccus que significa vazio. Então o vácuo é um espaço sem matéria. Na prática utilizamos o termo vácuo ao referirmos-nos a um espaço do qual a maior parte do ar, ou de outro gás, foi retirada.
Na garrafa térmica, embora o vácuo seja o principal fator de seu poder isolante, outros detalhes de sua estrutura colaboram para esse efeito. Ao retirar o frasco de vidro (a ampola) do estojo que o envolve, percebe-se que se levou em conta as três maneiras pelas quais o calor pode ser transferido de um corpo para outro: CONDUÇÃO, CONVECÇÃO e IRRADIAÇÃO.
CONDUÇÃO:
Ao aquecer uma extremidade de uma barra de ferro cada molécula transfere o calor recebido à molécula vizinha e, assim, ele se propaga por toda a barra.
CONVECÇÃO:
Quando um líquido é aquecido num recipiente, a camada que está em contato com o fundo aquece-se por condução. Ao se aquecer, esta parte se expande, fica menos densa e sobe para a superfície que está mais fria.
O líquido frio desce para tomar o lugar do que subiu, e se aquece. Este movimento que leva o calor do recipiente para todo o líquido é chamado convecção.
IRRADIAÇÃO:
Para chegar a terra o calor do sol atravessa o espaço. A transmissão é feita por meio de ondas que se irradiam do sol. Tal propagação é chamada de irradiação. Ela não precisa de um meio material para se propagar. Outros exemplos de transmissão de calor por irradiação são as churrasqueiras e lareiras.
Na garrafa térmica o frasco que chamamos de ampola, é feito de vidro que é mau condutor de calor, impedindo que por condução o calor passe do interior para o exterior ou vice-versa.
As paredes são duplas e entre elas existe vácuo; algum calor que conseguisse atravessar a primeira parede não conseguiria chegar à outra por convecção, isto é, transportado pelo movimento do ar. As paredes são espelhadas, cobertas por um fina camada de nitrato de prata que, refletindo o calor, impede sua propagação por irradiação.
PRINCÍPIOS DA TROCA DE CALOR
Como o vidro é mau condutor de calor, há pouca perda de calor do líquido da garrafa através do vidro. | |
Devido à espelhação das paredes internas da ampola o calor não escapa, é refletido. | |
Devido ao vácuo existente entre as paredes da ampola o calor não é conduzido. | |
Conclusão:
Os 3 itens: vidro (mau condutor de calor) espelhação vácuo Juntos fazem com que a garrafa funcione. Quando o líquido for quente, evita que o calor saia da garrafa. Quando o líquido for frio, o calor de fora da garrafa é impedido de entrar. As garrafas de aço inox funcionam pelas mesmas razões, porque o aço inox, assim como o vidro, é mau condutor de calor. |
Capacidades Geral
Antes de adquirir uma garrafa térmica saiba a capacidade ideal para sua necessidade.
Saiba como:
Capacidade (ml) | Café (75 ml) | Chá (200 ml) | Chimarrão (250 ml) |
1800 | 24 | 9 | 7 |
1000 | 13 | 5 | 4 |
750 | 10 | 4 | 3 |
500 | 7 | 3 | 2 |
320 | 4 | 2 | 1 |
250 | 3 | 1 | 1 |
– Utilizando a capacidade ideal você terá uma melhor eficiência do seu produto por muito mais tempo.
Conservação
Antes de utilizar seu produto faça o teste de Eficiência Térmica:
Para bebidas quentes:
Aqueça previamente (escaldar) a interna de sua garrafa com água quente (não fervente);
Após a escaldação coloque água fervente (65 graus), feche bem o produto e deixe repousar por no mínimo 6 horas antes de utilizar o produto;
Após o repouso mínimo de 6 horas verifique se a água continua quente. Se a resposta for sim, pronto, sua garrafa térmica está pronta para uso.
Para bebidas frias:
Esfriar previamente a interna de sua garrafa com água fria (não ponha pedras de gelo dentro da garrafa).
Recomendações
Utilize a capacidade total da garrafa;
Mantenha sempre bem ajustados os componentes (rolha e fundo) do seu produto;
Não utilize as garrafas térmicas com bebidas gaseificadas;
Mantenha sempre na posição vertical para evitar vazamento;
Evite a utilização com leite, pois por se tratar de um produto perecível, este não deve permanecer por longo tempo fora da refrigeração;
Nunca utilize água sanitária ou cloro para a higienização.
Higienização
Esperar o produto encontrar-se na temperatura ambiente;
Quando utilizado líquido quente: lavar com detergente neutro e enxaguar com água morna em abundância;
Quando utilizado líquido frio: lavar com detergente neutro e enxaguar com água em temperatura ambiente;
Em caso de resíduos resistentes: lavar com detergente neutro e enxaguar com água morna em abundância, após a lavagem, encher o produto com água morna e 02 (duas) colheres de bicarbonato de sódio, deixando em repouso por no mínimo 2 horas e em seguida enxaguar com água morna
Fonte: br.geocities.com/ penta3.ufrgs.br/inmetro.gov.br/fernandodannemann.recantodasletras.com.br/cmjf.com.brsobralinvicta.com.br
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