PUBLICIDADE
As lareiras são ótimas para lugares de clima frio. Além de decorar o ambiente, aquece e deixa o lugar aconchegante.
Hoje em dia há vários modelos de lareira, tradicionais, modernas, sofisticadas, rústicas, antigas, etc…
Lareiras abertas em casas modernas
O homem utiliza o fogo para aquecimento há dezenas de milhares de anos. No decorrer desse longo período de tempo, a nossa espécie foi-se habituando a associar a chama de uma fogueira a sensações agradáveis e consequentemente há muito tempo que as lareiras vêm fazendo parte integrante das nossas habitações.
No entanto, uma lareira tradicional, se geralmente funciona bem numa casa tradicional, (como as que se construíam à 100 anos atrás), com frinchas por todo o lado, já não costuma funcionar tão bem numa casa moderna bem isolada e onde as entradas de ar exterior estão reduzidas ao mínimo.
Em muitos casos, quando temos uma lareira aberta numa casa moderna, o fumo parece que sai por todos os sítios menos por onde devia sair, pela chaminé.
Descrição do que acontece nos casos mais comuns:
A combustão da lenha numa lareira de dimensões médias movimenta uma quantidade de ar da ordem dos 500 litros por minuto.
Para que esse caudal de ar possa sair pela chaminé (levando o fumo), é necessário que igual quantidade de ar possa simultaneamente entrar por outro lado. Nas casas antigas isso não era problema, devido às frinchas.
Em algumas casas modernas, o ar não consegue sair para fora, pela chaminé, por não haver outra abertura que permita a sua reposição. Ao começar a sair, começa a fazer-se vácuo no interior da casa e a pressão exterior empurra-o novamente para dentro; o resultado é sair pela boca da lareira arrastando o fumo para dentro da sala.
Solução mais simples:
Abrir uma porta ou janela, em geral permite que o fumo passe a sair pela chaminé, (dependendo da direção e intensidade do vento), mas á custa de sair também o ar quente que estava no compartimento, e a sensação de corrente de ar pode tornar as coisas ainda piores.
Nesta situação, se houver outro sistema de aquecimento a funcionar em simultâneo, devido à saída do ar quente e substituição por ar frio, a lareira pode mesmo chegar a ter um rendimento negativo.
Isto é, para manter uma certa temperatura, o outro sistema de aquecimento pode ter que consumir mais energia com a lareira acesa do que consumiria se a lareira estivesse apagada.
Solução mais adequada:
A solução correta para este problema consiste no dimensionamento adequado da lareira, da chaminé e de entradas de ar junto da chama, que abasteçam a combustão da lenha de forma a que o fumo não saia pela boca da lareira, mas sim pela chaminé.
Isto tudo calculado, de modo a minimizar o arrastamento do ar quente do compartimento pela chaminé acima. Como acontece na generalidade dos problemas técnicos, não há uma solução ideal que sirva para todas as situações, mas há diferentes soluções que representam o melhor compromisso em cada situação.
Aspectos que devem ser considerados no dimensionamento de uma lareira aberta:
A boca da lareira deve ser dimensionada tendo em conta a potência necessária para aquecer a sala.
A profundidade deverá ser proporcional às dimensões da boca. As proporções da boca deverão ser tais que a altura não ultrapasse cerca de 80% da largura, (preferencialmente 2/3), pois em lareiras com uma boca alta é mais difícil evitar o refluxo do fumo e logo o rendimento será pior.
Saída de fumo. A chaminé deverá terminar, pelo menos, 1 metro acima do cume do telhado. A conduta de fumo deverá ter isolamento térmico e a sua seção deve estar relacionada com as dimensões da boca (potência máxima) e a altura da chaminé. Quanto maior for a lareira e mais baixa for a chaminé, maior seção precisará de ter a conduta.
O isolamento térmico da conduta é importante porque o fumo sobe pela chaminé sobretudo por estar a uma temperatura mais alta que o ar; por isso, precisamos desse isolamento para que o fumo não arrefeça e continue a subir até que saia pelo cimo da chaminé.
A entrada de ar deverá ter uma seção aproximadamente igual à conduta de fumo, e a certo ponto deverá ser dividida em duas, uma para saídas dentro da lareira e outra que desemboca fora da lareira, mas próximo.
Pois devido à turbulência à volta da chama, terá que haver sempre algum ar que venha de fora da lareira e empurre o fumo para dentro, pois se as entradas de ar desembocarem todas dentro da lareira, haverá sempre algum ar do compartimento que irá sair pela chaminé e algum fumo que irá sair pela boca da lareira para o compartimento.
A saída desse fumo pela boca da lareira evita-se, se uma parte do ar desembocar fora da lareira, embora à custa de arrastar consigo algum do calor ambiente no compartimento.
A partir desta ligação pode descarregar uma folha de cálculo que lhe permite determinar as dimensões de uma lareira tomando em conta estas considerações e muitos outros dados experimentais.
Necessidades de calor
A potência máxima adequada depende das características climáticas do local, do tamanho e forma da sala e do isolamento usado na construção. Todavia considerando a gama de variações que existe no nosso clima e os métodos de construção mais habituais, podemos calcular uma potência só em função da área sem grande risco de sobre dimensionamento.
No nosso país, numa sala de dimensões típicas, com isolamento térmico que respeite o regulamento, a potência por metro quadrado necessária para os dias mais frios, em média anda pelos 80W/m².
Podemos considerar com alguma segurança, que se fizermos os cálculos considerando 120W/m², ficamos com margem suficiente para as situações de clima mais frio ou de construção com isolamento menos cuidado.
Referências
[1] Olivier Laederich, Yves Lecoffre; Construire une Cheminée; Editions du Moniteur, Paris, 1991[2] http://www.gobrick.com/BIA/technotes/t19a.htm
[3] http://www.woodheat.org/outdoorair/outdoorcmhc.htm
[4] http://www.askthebuilder.com/B110_Fireplace_Design_Installation.shtml
[5] http://www.askthebuilder.com/B110_Fireplace_Design_Dimensions.shtml
Fonte: poliscalor.com
Redes Sociais