PUBLICIDADE
16 de Agosto
Ano de fundação: 1852
Teresina é a única capital do nordeste que não é banhada pelo mar e a primeira do Brasil a ser planejada.
Mas os rios Poti e Parnaíba compensam essa distância do litoral, banhando a cidade que é mais conhecida como a Cidade Verde.
O apelido foi dado porque todas as ruas e avenidas do lugar são ladeadas por árvores, especialmente mangueiras.
Além das mangueiras, Teresina possui ainda uma sólida indústria de confecções e uma rede hoteleira de qualidade.
Também funciona como centro redistribuidor dos produtos oriundos do Sudeste e das capitais nordestinas.
História
Dificuldade de comunicação e de comércio ocasionaram a transferência da capital da antiga capitania do Piauí – anteriormente a cidade de Oreiras – para onde atualmente é Teresina, nome escolhido, aliás, em homenagem à Imperatriz Dona Maria Teresa Cristina.
Planejada por um mestre de obras, que imaginou a cidade no formato de um tabuleiro de xadrez, Teresina, uma vez criada, logo se tornou um centro administrativo e comercial, com expressivo e conseqüente aumento da população.
No ano de 1858, o Porto Fluvial, construído pela Companhia de Navegação do Rio Parnaíba, deu destaque especial à capital.
A instalação da Estrada de Ferro São Luís-Teresina e de rodovias federais acarretaram o surgimento de novos bairros. Além disso, por toda a BR-316 surgiram conjuntos habitacionais e um Distrito Industrial, que ampliou a função comercial e de serviços de Teresina.
Nos dias de hoje, empresas internacionais do ramo manufatureiro e de comércio investem no local.
Comidas Típicas
Paçoca, maria izabel, baião-de-dois são alguns dos pratos que você vai experimentar e lamber os beiços, caso venha a conhecer Teresina. “Ah, mas eu posso provar desses pratos em qualquer lugar!”. Certamente que sim, mas terá um gostinho todo especial, se degustá-los apreciando as belezas do lugar.
Comida típica, o nome já sugere, tem que ser de preferência no local de origem. Feita pela cozinheira que cresceu vendo a mãe fazer e depois fez igual. Os segredos que passam de geração a geração.
Baião de dois arroz com feijão.
Maria Isabel arroz com carne cortada miúda. Arroz com galinha ou guiné (galinha dangola).
Frito qualquer tipo de carne, passada com farinha.
Panelada tripa de partes do intestino do boi.
Sarapatel miúdo e sangue de criação, com temperos e leite de coco.
Cozidão costelas e carne de boi, temperos, verduras, pirão do caldo de carne.
Paçoca carne-de-sol socada no pilão, misturada com farinha e cebola branca. Come-se com bananas, baião de dois ou Maria Isabel.
Carne-de-sol carne de gado, enxuta pelo sol e assada no óleo.
Mão-de-vaca ossos dos pés, mãos e nervos de gado feito cozido.
Buchada feito com bucho de boi.
Mungunzá milho cozido com pé de porco, toucinho e lingüiça.
Quibebe mistura de legumes cozidos e carne moída.
Arroz-doce arroz, leite e açúcar.
Mingau de puba farinha de puba, leite e açúcar.
Bolos:
Bolo Corredor feito de goma, ovos, gordura e sal.
Suspiro feito com clara de ovos e açúcar.
Pamonha milho verde ralado, leite, cozido na água, enrolados na folha da bananeira.
Bolo frito feito de goma, ovos, sal e gordura.
Cuscuz massa de milho (ou arroz), goma e sal.
Peta goma, ovos e sal.Doces:
.de limão.
·de buriti.
·alfinim.
·casca de laranja.
·batata com coco.
·batida.Bebidas:
·licor.
·cajuína.
·tiquira.
·batidas (limão).
Artesanato
Um dos mais variados do país, o artesanato do Piauí conta com as mãos habilidosas dos artistas da região, que trabalham com madeira, fibra, couro, fio e argila.
Em Teresina, especificamente, a cerâmica se sobressai, sendo produzida nas olarias do bairro de Poti Velho.
O trabalho desses ceramistas se constitui na base da economia da zona norte da capital piauiense. Muitas famílias vivem de fazer potes, filtros e outros objetos que atraem o gosto dos turistas e visitantes que passam pela cidade.
Aniversário
Paçoca, por exemplo – não é aquele docinho de amendoim das festas juninas, não. Em Teresina, paçoca é uma carne-de-sol assada, socada no pilão com farinha e cebolinha branca. Pode ser acompanhada de banana, baião-de-dois (arroz com feijão verde) ou de Maria Izabel. Já este último, para quem não sabe, é um delicioso risoto de carne-de-sol com arroz.
E carne-de-sol? Bom carne-de-sol é carne de gado enxuta pelo sol da manhã e estendida no sereno da noite. É preparada na brasa, com a própria gordura e manteiga de nata.
Carneiro e galinha caipira (ao molho pardo) também são pratos muito apreciados naquela capital.
Quanto ao item bebida, cajuína é a pedida: produzida de forma artesanal, com água de caju, vai bem como aperitivo.
Para sobremesa, os doces feitos com cascas de laranja, caju ou limão.
E pronto. É só tirar uma soneca depois.
16 de Agosto
Torquato Neto A Rua
Este local, no coração do que hoje é a Praça Marechal Deodoro (também conhecida como Praça da Bandeira), no Centro Histórico de Teresina, foi o núcleo de povoamento inicial da nova Capital.
Inicialmente chamada de Largo do Amparo (em referência à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Amparo, situada às margens da praça), era inicialmente um descampado ao redor do qual foram sendo construídos os prédios públicos essenciais ao funcionamento da Província: Mercado, Igreja, Assembleia, Sede do Governo e Tesouro Provincial. Nesta imagem pode-se ver esquerda o busto do Marechal Deodoro, que empresta seu nome ao logradouro, e parte do Mercado Central. Na alameda central, vê-se o Marco de Fundação da Cidade ao fundo e, à direita, a Prefeitura Municipal.
José Antônio Saraiva foi um dos homens mais proeminentes do Segundo Império, tendo sido Ministro de Estado, Deputado, Senador e Presidente de várias Províncias, além de amigo pessoal do Imperador Pedro II. Assumiu a presidência da Província do Piauí em meados do século XIX e foi o grande artífice da construção de Teresina, com apenas 27 anos de idade. Homem culto e de visão, percebeu que a localização da primeira Capital, Oeiras, longínqua e de difícil acesso, e a ameaça da ascensão econômica da cidade de Caxias, no leste da Província do Maranhão, eram ameaças ao desenvolvimento do Piauí.
Urgia instalar a Capital em local mais estratégico, a meio-caminho entre o litoral e o sertão, a despeito da forte resistência dos Oeirenses. Em discurso histórico na Assembléia Provincial, afirmou que a mudança daria ao Piauí públicos. uma Capital mais rica, mais cômoda, mais civilizada e mais conveniente à direção dos negócios Teresina deu o nome de Saraiva à segunda maior praça da cidade, onde se localiza sua estátua, vista nestas fotos, construída no centenário da cidade, em 1952.
Teresina é, desde seu nome (uma forma sincopada do nome da Imperatriz Teresa Cristina, originalmente grafado Theresina), um completo produto do Segundo Império (cujo Brasão é mostrado na primeira imagem) e do sentimento de modernização de que o mesmo foi sempre imbuído. A oposição dos Oeirenses à mudança da Capital foi feroz, comitivas foram ao Rio de Janeiro fazer gestões junto ao Imperador, pressões da aristocracia e de grandes proprietários rurais foram articuladas.
Entretanto, Pedro II (cujo emblema, que pertencia ao Paço Imperial, no Rio de Janeiro, é visto na segunda foto) estava inclinado a ceder a Saraiva. Conta Paulo José Cunha em sua Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês que Oeirenses levaram uma garrafa de água barrenta do Rio Parnaíba ao Imperador, tentando demonstrar a suposta insalubridade do local que Saraiva propunha para a nova Capital.
Este, em sua sabedoria, deixou os reclamantes falarem bastante até que o barro sedimentasse; tomou então um copo da água limpa que sobrenadava e teria dito: mais saborosa que esta, nunca bebi. O povo de Teresina homenageou o Imperador batizando com seu nome a praça mais movimentada do Centro da Cidade.
Teresa Cristina Maria de Bourbon nasceu em Nápoles, na Itália, em 14 de março de 1822, e faleceu no exílio em 28 de dezembro de 1889, na cidade do Porto, em Portugal. Foi a Imperatriz-Consorte do Brasil durante o Segundo Império, casando-se com Pedro II em 4 de setembro de 1842. Em sua homenagem, por ter sido uma das defensoras do projeto de mudança da Capital do Piauí junto ao Imperador, Saraiva chamou a cidade que ela não chegou a conhecer, até então denominada Vila Nova do Poty de Teresina (diminutivo de Teresa em italiano). Em 1975, foi construído um monumento em homenagem à Imperatriz, localizado no Centro Cívico.
Teresina foi a primeira Capital planejada do país, fundada em 16 de agosto de 1852.
Já nasceu moderna, antecedendo Capitais planejadas de outros Estados (como Aracaju, Belo Horizonte, Goiânia e Palmas) e a própria Capital Nacional, Brasília. O sítio escolhido por Saraiva para construir Teresina era uma antiga fazenda de gado, em um local conhecido como Chapada do Corisco, devido à grande incidência de descargas atmosféricas observada nos meses chuvosos que ainda hoje ocorre, uma das maiores do mundo. Seu traçado urbano original, com ruas que se cruzavam em ângulo reto, foi projetado pelo Mestre-de-Obras português João Isidoro França e pelo próprio Saraiva. Este traçado tinha em 1860 cerca de um quilômetro de extensão no sentido norte-sul, estendendo-se da Praça do Quartel do Batalhão (atual Estádio Municipal Lindolfo Monteiro) até a Rua do Barrocão (atual Avenida José dos Santos e Silva), enquanto que no sentido leste-oeste as casas iniciavam-se na margem do Rio Parnaíba e terminavam pouco além das atuais Praças Saraiva e Marechal Deodoro, as únicas existentes naquela época. A Rua Pacatuba, citada acima no poema A rua, de Torquato Neto, é a atual Rua São João, que termina às margens do Parnaíba e na qual o poeta cresceu.
Estas fotos aéreas destacam o Centro Histórico da Capital e suas grandes praças, com o Rio Parnaíba em primeiro plano, separando Teresina da Cidade de Timon, no Estado do Maranhão, e o Rio Poty mais ao fundo. Esta localização estratégica, limitada por dois rios navegáveis, situada ao longo da estrada que ligava Oeiras ao litoral e próxima da então florescente Caxias, foi a razão geográfica que fez com que Saraiva a escolhesse para sede da nova Capital. Note que o traçado axadrezado das ruas vai se perdendo nos bairros mais distantes do Centro, devido ao crescimento da Cidade.
Marco de Fundação da Cidade
O Marco de Fundação da Cidade encontra-se na Praça Marechal Deodoro, em frente à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Amparo. É uma coluna de mármore que chegou a Teresina em barco a vapor, erigida em 21 de agosto de 1859, com inscrições em latim registrando a fundação da Cidade e seu agradecimento ao Conselheiro Saraiva, seu fundador (segunda imagem).
Em um lado se lê: Josephus Antonius Saraiva hanc urbem condit Anno D. Ni MDCCCCLII (José Antônio Saraiva fundou esta cidade no ano do Senhor de 1852), e no oposto está escrito: Piauhyenses grati hoc fecerunt Anno D. Ni MDCCCLVIII (Os piauienses, agradecidos, ergueram este monumento no ano do Senhor de 1858).
O Brasão de Armas de Teresina também homenageia o fundador da Capital (terceira foto). É um escudo do tipo samnítico (com cantos inferiores arredondados e uma ponta no centro de sua base), tendo ao centro as Armas da família Saraiva sobre um fundo de prata. Duas âncoras lembram que a cidade foi fundada em função da navegabilidade dos Rios Parnaíba e Poty, e a porção inferior do escudo, em azul ondulado de prata, representa o Rio Parnaíba em si. Dois remos negros cruzados simbolizam a navegação fluvial, meio de transporte da Província à época da fundação da cidade e uma faixa vermelha traz em letras de prata a inscrição Teresina e a data da fundação, 16 de agosto de 1852. Sobre o conjunto, uma coroa mural de oito torres de ouro classifica a cidade como de primeira grandeza (Capital).
O Brasão de Armas do Estado, visto na última imagem, em close da fachada do Centro Artesanal, foi criado durante as comemorações do seu centenário de independência. Sobre o escudo estão as três palmeiras-símbolo do Estado, a carnaúba, o buriti e o babaçu, bem como três peixes de prata que representam os Rios Parnaíba, Canindé e Poty. Sete faixas azuis representam os afluentes do Parnaíba. Um ramo de algodão e um de cana-de-açúcar representam a produção agrícola do Piauí no começo do século XX. A legenda do Estado é Impavidum ferient ruinae (As ruínas o ferirão sem intimidá-lo), retirada de uma ode do poeta latino Horácio.
O Cemitério São José é o mais antigo da cidade, fundado em 1862. Embora não tão charmoso ou bem-cuidado como os Cemitérios de La Recoleta, em Buenos Aires, ou Père Lachaise, em Paris, um passeio por suas alamedas conta muito da história de Teresina. Lá existem túmulos de antigos artistocratas, ricos comerciantes, políticos famosos, artistas e anônimos, gente que, cada um a seu modo, ajudou a fazer a grandeza da Capital nestes últimos 150 anos. Nas fotos acima se vêem detalhes de um dos mais antigos mausoléus do cemitério, da segunda metade do século XIX, em estilo clássico, feito em mármore e localizado próximo aos portões de entrada.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/www.teresinapanoramica.com
Redes Sociais