PUBLICIDADE
30 de Maio
A Terra e sua história, origens, estrutura e processos que a formaram e os que regem as transformações pelas quais ainda passa são objetos de estudo do geólogo. O profissional também deve estar atento à vida pré-histórica, registrada nos fósseis que são restos de seres vivos preservados em rochas.
Regulamentada no Brasil em 1962, a profissão é fiscalizada pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Geólogo
O QUE FAZ?
Em laboratórios, escritórios ou no campo, o geólogo pode atuar em dez áreas diferentes que são a paleontologia, petrologia, pesquisa mineral, geologia de petróleo, hidrogeologia, geotécnica, geoquímica, geofísica, geologia marinha e geologia ambiental.
Confira o trabalho do geólogo em cada uma delas:
Paleontologia
É a parte da geologia que estuda os fósseis, compostos por restos de animais e plantas petrificados. São muito importantes para determinar o tipo de ambiente e a época no qual os sedimentos se depositaram, além de indicar a idade de formação das rochas onde estão os restos preservados.
Petrologia
É o estudo das rochas que se dividem em ígneas, sedimentares e metamórficas.
Mas antes de entendermos, é preciso saber que a Terra é dividida em três camadas: núcleo, manto e crosta. A fusão dos dois últimos dão origem a um líquido chamado magma. Quando este se resfria e se solidifica forma as rochas ígneas.
Já as rochas sedimentares são fruto dos sedimentos que se acumulam nas depressões da Terra. E as metamórficas são formadas pelas modificações de temperatura e pressão sofridas pelas ígneas, sedimentares e outras rochas metamórficas.
Pesquisa mineral
Ao atuar na pesquisa mineral, o geólogo visa pesquisar um bem mineral em particular. No gráfico abaixo, você encontra dados sobre a produção mineral brasileira:
Geologia do petróleo
É o ramo da geologia que examina as camadas de rochas onde existe acumulação de petróleo. Resultado da decomposição dos restos orgânicos, este mineral se deposita nos poros das rochas sedimentares formando jazidas.
OLHE À SUA VOLTA, HÁ UM GEÓLOGO POR AÍ
No dia 30 de maio comemora-se internacionalmente o Dia do Geólogo. Diferentemente de vários países do mundo, onde a atividade profissional do Geólogo é já entendida em sua enorme importância para o Homem, tem sido regra em nosso país que esse dia passe praticamente despercebido pela sociedade, reflexo do ainda o precário conhecimento que esta sociedade tem sobre a atividade de seus geólogos.
Diga-se a bem da verdade que esse relativo desconhecimento deve-se em boa parte aos próprios geólogos, em geral mais afeitos a seus círculos profissionais específicos e restritos e despreocupados em dialogar mais abertamente com a sociedade sobre as importantíssimas questões com as quais trabalha.
Simplificadamente, podemos dividir em três grandes planos a atividade profissional do Geólogo, todos eles, como se verá, com estreita relação com o cotidiano e com a qualidade da vida humana no planeta: Fenômenos Geológicos Naturais, no âmbito do qual o Geólogo investiga fenômenos associados à dinâmica geológica do planeta, como terremotos, maremotos, vulcanismos, variações térmicas planetárias e suas conseqüências, processos regionais de desertificação, escorregamentos e avalanches naturais em regiões serranas, etc., definindo cuidados e providências que devam ser tomados pelo Homem para evitar ou reduzir ao máximo os danos que esses fenômenos possam causar;
Exploração de Recursos Minerais, plano em que o Geólogo estuda a formação de jazidas minerais de interesse do Homem (ferro, manganês, cobre, carvão mineral, petróleo, água subterrânea, urânio, alumínio, areia e brita para construção, argila para cerâmica, etc., etc.), localiza-as na Natureza, avalia-as técnica e economicamente e planeja, juntamente com o Engenheiro de Minas, sua exploração e posterior recuperação ambiental da área afetada; Geologia de Engenharia, dentro do qual o Geólogo estuda as interferências do Homem sobre o meio físico geológico.
Dentro desse plano é importante entender que, para o atendimento de suas necessidades (energia, transporte, alimentação, moradia, segurança física, saúde, comunicação…), o Homem é inexoravelmente levado a ocupar e modificar espaços naturais das mais diversas formas (cidades, agricultura, indústria, usinas elétricas, estradas, portos, canais, extração de minérios, disposição de rejeitos ou resíduos industriais e urbanos…), o que já o transformou no mais poderoso agente geológico hoje atuante na superfície do planeta.
Pois bem, caso esses empreendimentos não levem em conta, desde seu projeto até sua implantação e operação, as características dos materiais e dos processos geológicos naturais com que vão interferir e interagir, é quase certo que a Natureza responda através de acidentes locais (o rompimento de uma barragem, o colapso de uma ponte, a ruptura de um talude, por exemplo), ou graves problemas regionais (o assoreamento de um rio, de um reservatório, de um porto, as enchentes e escorregamentos urbanos, a contaminação de solos e de águas superficiais e subterrâneas, por exemplo), conseqüências todas extremamente onerosas social e financeiramente, e muitas vezes trágicas no que diz respeito à perda de vidas humanas.
Enfim, mesmo com a abdicação do consumismo tresloucado e do crescimento populacional descontrolado, a epopéia civilizatória de chegarmos a uma sociedade onde todos os seres humanos tenham uma vida materialmente digna e espiritualmente plena, exigirá, sem dúvida, a multiplicação de empreendimentos humanos no planeta: exploração mineral, energia, transportes, indústrias, cidades, agricultura, disposição de resíduos…
A Geologia é uma das ciências sobre as quais recai a enorme responsabilidade de tornar essa maravilhosa utopia técnica e ambientalmente possível, sem que a própria possibilidade da vida humana no planeta seja comprometida.
Conclui-se, assim, que para se assegurar que a Humanidade tenha um futuro promissor e pleno de felicidade em seu planeta faz-se cada vez mais imprescindível conversar com a Terra. Para esse diálogo, os homens têm seu inspirado intérprete: o Geólogo.
De outra parte, a Geologia é uma geociência maravilhosa. E seu caráter maravilhoso liga-se à sua intrínseca relação com o movimento (Movimento = Tempo + Espaço). O sentido maior da Geologia é apreender o movimento, os processos que definiram, definem e definirão o Planeta e seus fenômenos. O fator Tempo pode ser também importante em outras profissões, mas na Geologia é a variável permanente e onipresente em todas suas equações.
Dentro desse espírito, é justo rendermos um tributo ao Geólogo escocês James Hutton, que ao final do séc. XVIII, pela primeira vez rompeu documentadamente e corajosamente com os estreitos tabus e dogmas religiosos da época, para os quais o mundo atual era exatamente aquele criado por Deus, cunhando (o Geólogo inglês Charles Lyell logo em seguida deu primorosa e enérgica seqüência à sua teoria) as bases da teoria do Uniformitarismo (“o Presente é a chave do Passado”), a qual, por sinal, Darwin, dando todos os créditos a Lyell e Hutton, aplicou ao mundo Biológico.
Dizia Hutton: “Desde o topo da montanha à praia do mar…tudo está em estado de mudança. Por meio da erosão a superfície da Terra deteriora-se localmente, mas por processos de formação das rochas ela se reconstrói em outra parte.
A Terra possui um estado de crescimento e aumento; ela tem um outro estado, que é o de diminuição e degeneração. Este mundo é, assim, destruído em uma parte, mas renovado em outra”.
Ao Geólogo, portanto, com todo o merecimento, cabem as honras e homenagem por mais esse aniversário de sua tão bela profissão.
Afinal o que é um geólogo… na Terra?
A questão foi levantada por R.C. Selley em artigo para o Council of the Geological Society em 1995. Selley [1] refere duas tendências diferentes, embora relacionadas:
1. Um número cada vez menor de cientistas trabalha em Geologia com formação (geológica) clássica, e experiência adquirida pelo trabalho de campo (podemos considerá-los “orto”-geólogos).
2. Importantes contribuições para a Geologia têm sido dadas por cientistas sem formação clássica em Geologia; podemos considera-los “para”-geólogos.
A Sociedade Geológica inglesa encontrando-se perante o dilema entre manter o perfil clássico de geólogo (garantindo assim o reconhecimento da classe) e a necessidade de “acolher” os “para”-geólogos (podendo colocar em risco a identidade da classe) promoveu um debate e ouviu diversas instituições, organizações industriais e academias inglesas. Quatro importantes questões foram discutidas no sentido de se obter um consenso:
1. O que é Geologia ?
Foram apresentadas diversas definições; historicamente a primeira utilização do termo foi feita por Richard de Bury (Bispo de Durham 1333-1345) que definiu geologia como o estudo das coisas terrenas, por oposição a teologia estudo das coisas divinas.
Rothery (Open University) apresentou uma definição suficientemente abrangente para incluir o estudo de planetas, satélites e asteróides. A Universidade de Bristol propôs o estudo de todas as coisas da ionosfera para baixo. Ambas as definições são muito mais abrangentes do que a definição de Holmes o estudo da Terra ou da citação clássica se bates com um martelo, então é geologia.
Aceitando o espectro de definições apresentadas poder-se-á argumentar que um cientista da Terra estuda o planeta desde a ionosfera para baixo, incluindo portanto, meteorologia, climatologia, oceanografia e geologia. Um cientista da Terra (geocientista) aplica a ciência no estudo da Terra.
Um geólogo é um [cientista da Terra] especialista em observação de campo, que estuda as rochas (condizente com a citacao anterior “se bates com um martelo, então é geologia”).
2. O que caracteriza um Geólogo ?
Um geólogo é definido pelo conhecimento, capacidades ou ações? O debate permitiu concluir que um geólogo é caracterizado mais pelas capacidades do que pelo conhecimento, nomeadamente:
1. Por aptidão natural, ou treino, os geólogos são capazes de tomar decisões com base em dados que são inadequados, que provêm de várias fontes, e que apresentam grau de confiança muito variável (daí que frequentemente ex-geólogos sejam bons em finanças).
2. Por aptidão natural, ou treino, os geólogos têm mais “consciência sinérgica” do que outros especialistas numa única ciência pura.
3. Por aptidão natural, ou treino, os geólogos possuem uma percepção tridimensional (3D) bem desenvolvida.
4. Por aptidão natural, ou treino, os geólogos possuem uma percepção 4D bem desenvolvida.
Serão as capacidades acima apresentadas, inatas ou adquiridas pelo trabalho de campo, que diferenciam um geólogo de outros cientistas da Terra (geocientistas). Apesar destas capacidades poderem ser inatas nalgumas pessoas, são particular e efetivamente adquiridas através do trabalho de campo em geral, e da cartografia geológica em particular.
3. Trabalho de campo?
É surpreendente verificar que os geólogos empregados na indústria consideram de maior importância o treino em trabalho de campo do que os geólogos das universidades. Selley acrescenta não existirem duvidas de que muito poucos cursos seguem a regra Oxburg-Rule de 150 dias de trabalho de campo necessários para a formação de um geólogo. A fatura está a ser paga:
uma famosa sondagem em West Shetlands furou 60m no soco porque nenhum dos 6 geólogos que a acompanharam reconheceu o granito.
numa das suas últimas saídas de campo a Java, depósitos marinhos “beach rock” foram-lhe descritos como “carbonatito vulcânico”.
apresentaram-lhe sinclinais que eram anticlinais e vice-versa devido a má aplicação do critério de polaridade.
foram mostradas argilas marinhas com intercalações de bombas-vulcânicas (o que constituia um grande mistério pois não era conhecido vulcanismo comtemporâneo); quando bateu com o martelo nestas “bombas-vulcânicas” revelaram-se nódulos de de siderite alterados cheios de bivalves.
Grandes geo-fantasias têm sido criadas com base em observações erróneas deste tipo. Se o treino em trabalho de campo diminuir tais geoboobs irao multiplicar-se.
4. Acreditação de geólogos?
Muitas vezes a discussão acerca do que era geólogo, ou geologia, virou-se para a importância do título profissional Chartered Geologist (Geólogo encartado).
Muitas organizações consideram a obtenção do estatuto de Chartered como uma parte integrante do desenvolvimento das carreiras profissionais do seu staff, sejam consultores, engenheiros ou cientistas.
Históricamente o título Chartered Geologist é mais valorizado pelos geólogos que se empregam junto de engenheiros. Na indústria de petróleo britânica, contudo, o título de geólogo encartado é pouco considerado. Todavia ganha importância para trabalhos transoceânicos e particularmente para sub-contratos e consultores.
Pelo contrário nos departamentos universitários verificou-se constantemente que o corpo docente não reconhece qualquer valor em se tornar chartered. Os académicos ficaram muitas vezes surpreendidos com a ideia de que poderiam não ser considerados profissionais, pelo mundo exterior, dado seremunchartered.
No entanto é possivel que, brevemente, a questão venha a ficar fora do âmbito da Geological Society. O Council of Science and Thechnology Institutes, o “guarda-chuva” de todos os organismos científicos e profissionais ingleses, está atualmente a ponderar a possibilidade de considerar em paridade os títulos de Chartered Scientist e de Chartered Engineer.
Fonte: IBGE/ig.unb.br/www.geopor.pt
Redes Sociais