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O País comemora dia 26 de abril, o Dia do Goleiro, criado para homenagear aqueles que desafiam a lógica dos gramados.
Eles passam o ano todo sendo desafiados pelos atacantes, xingados pelos torcedores, chamados de frangueiros, braço curto, mão de pau e outras atribuições depreciativas. Mas o que seria do futebol se não fossem os goleiros? Idolatrados a cada defesa e execrados a cada falha, os donos da camisa 1 considerados os anti-heróis do futebol por entrarem em campo para impedir o torcedor de ver o que mais gosta, o gol vão poder, pelo menos por um dia, ser tratados como reis. É que na próxima quarta-feira, dia 26 de abril, o Brasil comemora o Dia do Goleiro.
A idéia de se criar o Dia do Goleiro foi do tenente Raul Carlesso e do capitão Reginaldo Pontes Bielinski, professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, e surgiu na metade dos anos 70, relata o jornalista Paulo Guilherme, autor do livro Goleiros Heróis e anti-heróis da camisa 1, novo lançamento da editora Alameda Casa Editorial. Carlesso foi um dos precursores do trabalho de preparação de goleiros no Brasil. O tema entrou na pauta da Seleção Brasileira na preparação para a Copa do Mundo de 1970, quando o preparador físico Admildo Chirol levou para a concentração fotos e filmes de treinamentos de goleiros da Alemanha e da Iugoslávia.
Nos anos seguintes, Carlesso desenvolveu um método de fundamentos que ajudou na formação de diversos arqueiros brasileiros e foi o primeiro preparador de goleiros a ser inserido na Comissão Técnica da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo, no Mundial da Alemanha de 1974. Diante do sucesso do método e da evolução dos goleiros no Brasil decidimos criar o Dia do Goleiro para homenagear todos os atletas dessa posição, conta Bielinski, que desenvolveu vários estudos com Carlesso este morreu em um acidente de carro no final dos anos 80.
Uma festa reunindo goleiros, ex-goleiros e pessoas ligadas ao futebol, no Rio, celebrou o primeiro Dia do Goleiro, em 14 de abril de 1975. Mas, a partir de 1976, definiu-se como o dia oficial a data de 26 de abril, em uma homenagem ao goleiro Manga, que na época era o campeão brasileiro pelo Internacional.
Nos anos 70, o goleiro brasileiro era pouco respeitado tanto lá fora quanto aqui mesmo no Brasil, afirma Paulo Guilherme. Hoje, três décadas depois, os goleiros celebram uma nova era, conquistando espaço em grandes clubes da Europa, arrastando milhares de fãs para os estádios e lançando moda nos uniformes”.
Aquecimento
Antes do início de qualquer atividade, é imprescindível a realização de um aquecimento adequado e específico.
O alongamento deve ser realizado após um trote com exercícios específicos de movimentação.
A movimentação inicial pode ser realizada com ou sem bola, dependendo do tempo disponível ou fase em que se encontra os treinamentos.
A movimentação inicial pode ser realizada com ou sem bola, dependendo do tempo disponível ou fase em que se encontra os treinamentos.
Quedas rasteiras e meia altura em cantos alternados servem para acostumar o corpo com o contato no solo, e deixar o corpo ágil e com velocidade para a recuperação.
É preciso conhecer a velocidade da bola, por este motivo é necessário alguns chutes bem colocados.
Posicionamento básico
O goleiro deve estar sempre atento e bem posicionado para efetuar uma defesa, se estiver preparado e bem colocado todas as defesas se tornarão mais fáceis.
O adequado posicionamento das mãos ao segurar a bola, definirá a firmeza que o goleiro necessita para realizar as defesas.
O goleiro deve procurar colocar o corpo sempre atrás das mãos, prevenindo-se contra um escape.
O goleiro deve se encontrar na bissetriz do ângulo formado pelas traves laterais do gol e a bola, quanto mais próximo da bola estiver o goleiro, menor o ângulo do atacante. Entretanto, quanto mais adiantado estiver, mais possibilidades de receber uma bola por cobertura.
Pernas ligeiramente afastadas e flexionadas, tronco inclinado para frente, braços flexionados e relaxados prontos para agir rapidamente.
Defesas rasteiras
Na direção do goleiro é necessário flexionar o tronco sobre uma das pernas, receber e abraçar a bola firmemente.
Nos cantos da meta, quando possível deve-se segurar a bola, posicionando uma das mão atrás e a outra acima da bola, comprimindo-a contra o solo.
Em certos momentos, antes de atirar-se, o goleiro irá necessitar de um deslocamento lateral antes de realizar a defesa. Esta perfeita movimentação facilitará a defesa.
Defesas à meia altura
É de suma importância que em todas as defesas o goleiro não tire o olhar da bola até que ela esteja segura em suas mãos.
O deslocamento lateral é necessário para que o goleiro se posicione adequadamente para dar o impulso com a perna mais próxima do lado para onde está indo a bola. Após segurar a bola, a queda deve ser amortecida a fim de evitar que ela escape de suas mãos.
Defesas altas
Em sua direção, o goleiro deve segurar a bola com firmeza, com um perfeito posicionamento das mãos, caso contrário a bola escapará.
Em sua direção, o goleiro deve segurar a bola com firmeza, com um perfeito posicionamento das mãos, caso contrário a bola escapará.
Quando o goleiro não sentir-se seguro, por algum motivo (bola molhada, chute muito forte), ele deve optar pela segurança. Espalmando a bola com naturalidade e simplicidade para escanteio.
A técnica da mão trocada exige muito treinamento e uma capacidade coordenativa muito grande. É necessário unir a perfeita movimentação com o salto e a escolha correta da mão que defenderá a bola.
Se toda esta movimentação for realizada com automatismo e perfeição, o goleiro realizará defesas quase inacreditáveis.
Cruzamentos
Além da firmeza e confiança, o ponto que certamente influencia uma perfeita saída de gol é o posicionamento no momento do cruzamento.
O perfeito treinamento e experiência do goleiro trará a ele atributos necessários para dominar este difícil fundamento.
No momento de um escanteio, a melhor colocação e entre o meio do gol e o segundo pau.
Nos cruzamentos curtos o canto deve ser totalmente fechado.
Em um cruzamento longo deve se ter cuidado com toda a trajetória da bola e o eventual posicionamento dos adversários e de seus zagueiros.
Deve se posicionar no meio do gol, tendo atenção assim com todos os tipos de cruzamentos.
Outra técnica importante e muito usada e o soco.
Nem sempre é possível segurar a bola. Na presença de um adversário muito próximo, bola muito molhada ou um cruzamento muito rápido a meia altura, são situações que vão exigir do goleiro está técnica.
O goleiro em toda e qualquer situação deve ir ao encontro da bola e pegá-la sempre no ponto mais alto.
Reposições
No futebol moderno não se admite mais um goleiro realizar uma defesa espetacular e logo em seguida entregar a bola ao adversário.
É importante que ele tenha consciência que de um perfeito lançamento seu possibilitará a sua equipe uma boa possibilidade de marcação de um gol.
O arremesso da bola por sobre o ombro é o método mais usado para lançamentos precisos de média distância.
Uma das coisas que o goleiro deve fazer bem é cobrar o tiro de meta.
É só uma questão de treinamento e orientação adequada.
Tiro de meta não é apenas um chute para frente, e sim, um passe para seus companheiros.
O trabalho com os pés está cada vez mais necessário no futebol de alto nível.
Por tal motivo é importantíssimo que o goleiro além de defender o gol com as mão, tenha um perfeito controle da bola com os pés.
Introdução
Ao se preparar um atleta para competições desportivas, procura-se conseguir que ele seja capaz, individual e coletivamente de resolver as situações que enfrentam durante elas em busca da vitória. É preciso, no entanto, estabelecer algumas metas ou etapas a serem vencidas como formas de estágios por qual passarão os atletas.
A prática constante dos treinamentos leva o atleta a habituar-se aos exercícios físicos mais intensos, ao domínio dos fundamentos e a assimilação teórica e prática das manobras táticas. É importante reafirmar que nos dias atuais, em se tratando de treinamento desportivo, é inadmissível o empirismo ou formas obsoletas de trabalho, uma vez que, a cada momento, surge uma nova realidade, fazendo com que o treinador seja um profundo estudioso sem relegar a planos inferiores sua capacidade criativa.
Por tudo que se foi dito, mostraremos na sequência como pode ser realizada uma treinamento específico para goleiros de futebol, evidenciando suas qualidades físicas, técnica e táticas, assim como podemos realizar avaliações de suas qualidades físicas básicas.
Atributos necessários aos goleiros
Exige-se de um goleiro um tal acúmulo de capacidades corporais e psíquicas que só podem ser encontradas em poucos jogadores. A posição do goleiro requer um ensino muito especial e diverso dos demais jogadores e, mais ainda, uma educação e orientação espiritual diferente. (CARLESSO, 1981:34).
Segundo CARLESSO alguns parâmetros próprios de cada goleiro devem ser sempre abordados:
Peso proporcional:
Seu peso tem que ser proporcional a sua altura. Não poderá ser muito magro porque, terá que suportar atacantes hábeis e fortes sobre sua meta. O gordinho também tem suas desvantagens. Ele perde um pouco de sua agilidade tão usada pelos goleiros.
Estatura:
O baixinho dia-a-dia perde a condição para a posição. Só leva desvantagem. Acima de 1,85m. Existem muitos goleiros com mais de 1,90m, quanto mais alto mais cuidados teremos com sua flexibilidade e velocidade.
Presença:
O goleiro que não tem presença de espírito não se impõe ao adversário e tão pouco dá confiança à sua equipe. Presença pela apresentação de seu uniforme, suas atitudes, seus gestos, seu comando.
Saber saltar:
É fundamental para todo goleiro saber saltar.
O goleiro tem que ser treinado para saltar tanto para um lado como para o outro. A coordenação do salto é fundamental.
Saber cair:
Antes ensinar a não cair.
Se o ensinarmos a saltar teremos que ensiná-lo a cair. Vamos buscar no judô esta técnica.
Habilidade:
Vamos buscar no basquete a habilidade.
Há necessidade do goleiro dominar a bola em toda e qualquer situação, de fazer com a mão esquerda o que faz com a direita. Habilidade também com os pés direito e esquerdo.
Treinamento:
Repetições sistemáticas de gestos específicos.
Grande número de repetições em velocidade até chegarmos ao automatismo dos gestos. Quando se treina velocidade e flexibilidade desenvolve-se também a agilidade. É fundamental para todo atleta e mais importante ainda para um goleiro.
Firmeza:
Ter firmeza em tudo o que faz e ter certeza naquilo que poderá fazer, no decorrer de uma partida. Firmeza também é o mandamento número 1 do goleiro, sempre que possível pegar a bola firmemente.
Valentia:
O goleiro necessita de valentia, em todas as situações perigosas.
O goleiro que tem medo de jogar-se aos pés de um dianteiro, é um goleiro de valor muito limitado.
Tranquilidade:
A tranquilidade aumenta grandemente a capacidade do goleiro. O goleiro nervoso contagia a todos os demais companheiros. Ele tem que saber que é o último jogador da defesa e qualquer falha dificilmente poderá ser corrigida.
Tem muito valor psicológico que o goleiro mantenha uma tranquilidade mental, física e técnica em todas as situações. Esta calma inspira confiança nos demais jogadores.
Decisão:
Decisão representa 50 por cento da defesa.
Uma boa técnica defensiva sem decisão não existe. O indeciso normalmente acaba tomando o gol. É preferível errar, tomando uma decisão, do que ficar indeciso.
Capacidade de atenção múltipla:
A posição do goleiro requer uma capacidade de atenção múltipla. Ele deve estar atento quando a bola se encontra distante de sua meta. E mais atento ainda, quando se encontra nas imediações de sua área. Tem que observar a movimentação dos atacantes, seus próprios companheiros de equipe, e com maior atenção ainda na bola.
A atenção é essencial para desenvolver o sentido de ritmo. Se o goleiro observar, tanto à distância e posição do adversário, como a direção e velocidade da bola, então poderá calculara em frações de segundos as possibilidades de uma intervenção segura e precisa.
A atenção possibilitará em muito os movimentos para a antecipação e precisão de jogadas. Um bom goleiro faz deduções do movimento do adversário, quase que lê seus pensamentos. Sabe de antemão o que se pode suceder em uma situação dada e se prepara para tal eventualidade. Há goleiros que parecem atrair para si todas as bolas.
Este tipo de goleiro dispõe de capacidades de antecipação à jogada e aproveita estupendamente esta qualidade.
Quantos gols por falta de atenção do goleiro.
O goleiro tem que estar atento a bola durante os 90 minutos.
Se não estiver atento, o montinho artilheiro estará.
É a vala de determinados campos que poderá trazer sérios dissabores.
Ele tem que estar atento também nos seus próprios companheiros que de vez em quando chutam contra a sua meta.
Golpe de vista:
Muito bom quando tudo vai bem, mas por motivo de segurança é melhor conferir.
Visão:
É uma das grandes vantagens do goleiro. Uma maior visão do campo. Estar sempre de frente para a jogada, se aproveitar dessa vantagem principalmente para as saídas de contra-ataque.
Observador:
Observar antes, durante e após um jogo.
Antes: Quais os atacantes que terá pela frente? Quem chuta bem? Com que pé? Se cabeceia?
Durante: Quem está bem, quem está mal, por onde sair jogando.
Depois: Tudo que se passou, analisar e tirar proveito.
Confiança:
Ter confiança em si, proporcionar e transmitir confiança aos seus companheiros de equipe. As falhas de um dianteiro não são fatais para a vitória de uma equipe. O jogador de defesa, quanto mais perto do seu gol, tanto mais grave será a consequência de sua falha proporcionalmente aumenta sua responsabilidade para o conjunto. Uma falha do goleiro pode aquebrantar o seu ânimo, minar sua confiança. Se for um goleiro que possua uma grande força de vontade e confiança em si, supera facilmente esta situação.
O trabalho do goleiro e diferente das demais jogadores. Os problemas complexos, as situações especiais e perigosas fazem com que exija do goleiro qualidades bem diferentes daquelas que se exigem dos outros jogadores.
Mesmo no momento que se sentir emocionalmente envolvido e pressionado, jamais poderá desanimar, deverá acreditar sempre, nas suas possibilidades, procurando manter a autoconfiança e com o pensamento positivo, tentar a todo custo, reverter o quadro que se lhe afigura como difícil.
Força de vontade:
A força de vontade é também importante para um bom goleiro. A falta de força de vontade pode provocar facilmente erros para a segurança tão necessária.
O jogador, ao escolher como sua a função de goleiro numa equipe de futebol, deverá ter definido os seus objetivos, o seu ideal, a sua perspectiva de vida. Deverá ter consciência que a trajetória de um goleiro, além de ser difícil, é cheia de surpresas e exigirá enormes sacrifícios daquele que a abraçar.
Sem essa força que nos estimula e nos empurra para frente, não se pode almejar muito em qualquer profissão. A vontade e o desejo convicto de atingir um objetivo, devem ser mantidos sempre acesos dentro de cada um. Deve-se procurar a todo dia trabalhar duramente para poder subir, ainda que lentamente, sempre na escalada para o sucesso almejado.
E o goleiro, vivendo pela lei da compensação, já que passará por inúmeras dificuldades, vivenciará, também, emoções que poucos desportistas terão a oportunidade de sentir.
Quem não tiver força de vontade escolha outra posição.
Responsável:
O goleiro tem que ser responsável tanto no campo, como fora dele.
Inteligente:
Se o goleiro não for inteligente, ele estacionará. Ele chegará a um determinado estágio e não mais evoluirá.
Só chegará a ser um grande goleiro se for inteligente.
Sorte:
A sorte não é obra do acaso.
Desenvolva todas as qualidades necessárias ao goleiro, que ele terá sorte.
Preocupação:
A preocupação anula a clareza do pensamento.
A preocupação entorpece as vias que comunicam com o cérebro e retarda os reflexos, que são essenciais no jogo de tanta rapidez. A concentração se vê prejudicada.
Temor:
Algumas vezes o goleiro está atemorizado pela reputação de seus adversários. Entra em campo com medo. O temor desviará seus impulsos e freará a coordenação muscular.
Superstição:
A superstição é uma condição da mente associada com o medo. O supersticioso normalmente é preocupado, tem medo e não tem confiança em si.
Excesso de confiança:
Produz uma condição mental no goleiro que desalenta a aplicação. O goleiro não se encontra como deveria. A falta de consideração com as equipes fracas provoca um descuido e a falta de aplicação.
Intranquilidade:
O goleiro intranquilo, normalmente não consegue relaxar seus nervos e tão pouco conseguirá concentrar-se. As secreções das glândulas supra-renais intensificam a excitação e os resultados são as falhas. A intranquilidade anula a clareza do pensamento que é tão necessária para certos atos reflexos e premeditados durante uma partida de futebol.
Mandamentos dos goleiros
Algumas convicções citadas pelos mais graduados treinadores e atletas devem ser consideradas para que o goleiro possa ter a sua carreira coroada de êxito.
A relação do goleiro com o futebol deve ser tão íntima como um grande caso de amor;
Qualquer carreira dependerá sempre da força de um desejo;
O objetivo definido vence todas as dúvidas;
Ter muita paciência, pois sucesso leva tempo;
Escolher grandes homens como exemplo;
Acreditar e confiar sempre no seu treinador;
Não se resignar nas más fases;
Conhecer primeiramente as suas fraquezas;
Saber que toda realização tem o seu preço;
Escolha e cuide você mesmo do seu equipamento de jogo;
Aproveite todos os momentos para observar e aprender;
Acredite em si, mas não subestime o seu adversário;
A segurança inspira confiança;
Uma perfeita colocação simplifica a defesa;
Os músculos e os reflexos devem sempre ser cuidados;
Não negligenciar na forma física;
Seja sóbrio, não enfeite a jogada;
Tenha sempre um perfeito domínio de si;
Treine muito as bolas rasteiras;
O trabalho consciente é mais importante que a inspiração;
Não hesite em decidir, faça o mais rápido possível;
Contar com a sorte, sim, mas, antes de tudo, treinar muito, sempre e seriamente.
Perfil psicológico
A competição, qualquer que seja o nível em que ocorra, exigem do atleta uma preparação adequada e muito sacrifício para que se possa atingir seu objetivo final. No futebol, o goleiro é a posição que mais sente o peso da responsabilidade em suas costas, pois ele sempre está oscilando entre herói e vilão, se ele realizar uma excelente partida no domingo ele é o melhor do mundo, mas se na quarta-feira ele falhar, já não serve mais para o time.
Dentro deste pensamento o goleiro deve ser e estar psicologicamente sempre preparado para esta e outras situações que ocorreram em sua carreira, e quanto antes for realizado este trabalho, melhor serão os resultados futuros.
No entanto, é necessário para o goleiro que ele trabalhe bem a parte física e técnica, para sentir-se seguro e confiante nos momentos decisivo, desta forma estará adquirindo maior autoconfiança e consequentemente melhorarão os resultados e outras variáveis.
Com tudo, comprova-se que um goleiro bem preparado é aquele que possui boa condição física e psicológica e que tem confiança em si próprio e na sua capacidade de rendimento.
Características fisiológicas do goleiro
As atividades fisiológicas de um determinado exercício devem estar intimamente relacionadas às atividades do seu esporte. Partindo deste princípio se observa que o goleiro se desloca aproximadamente de 1,5 a 3 km durante uma partida, deste total a sua maioria em piques curtos de 5 a 10 metros, assim como caminhadas lentas pela sua área.
Além de se deslocar o goleiro utiliza muito de saltos explosivos, movimento de braços, rotações, flexões de tronco e pernas, etc..
Aspectos metabólicos do futebol
Custo energético………………………………………… 0,18 kcal/kg/min
6-14 kcal/min
5 a 12 METs
Consumo médio de O2 durante um jogo………. 35,5 ml/kg/min
10 METs
17,5 a 42 ml/kg/min.
Capacidade aeróbia máxima…………………………. 55 a 60 ml/kg/min
Capacidade anaeróbia alática máxima…………… 168 ml/kg/min
Sistemas energéticos predominantes
ATP-CP e AL …………………………………………………………………………. 70-80%
AL e O2 ………………………………………………………………………………… 20%
O2 …………………………………………………………………………………………. 5-10%
Calorias totais na alimentação ………………………………………………. 5500 kcal/dia
72,5 kcal/kg
Frequência cardíaca
Média …………………………………………………………………. 154 bpm (79% fcm)
Variação ……………………………………………………………… 128 a 170 bpm (Europa)
No intervalo ………………………………………………………. 90 bpm
No Brasil, níveis mais altos ………………………………… 170 bpm
média de 120/170 bpm
Efeitos fisiológicos do treinamento
A prática do futebol induz mudanças fisiológicas em quase todos os sistemas do corpo, particularmente dentro dos músculos esqueléticos e do sistema cardio respiratório. Estas alterações resultam do treinamento que são influenciadas pela frequência, duração e principalmente, pela intensidade do programa de treinamento e hereditariedade.
Alterações bioquímicas
Maior conteúdo de mioglobina;
Maior oxidação de carboidratos (glicogênio);
Maior oxidação de gorduras;
Maiores reservas musculares de ATP e PC;
Maior capacidade glicolítica (sistema do ácido lático).
Alterações sistêmicas
Em repouso
Hipertrofia cardíaca;
Menor frequência cardíaca;
Maior volume de ejeção;
Aumento no volume sanguíneo e no conteúdo de hemoglobina;
Hipertrofia dos músculos esqueléticos.
Durante o exercício submáximo
Nenhuma alteração ou ligeira redução no VO2 max;
Menor utilização do glicogênio muscular;
Redução no acúmulo do ácido lático;
Nenhuma alteração ou ligeira redução no débito cardíaco;
Maior volume de ejeção;
Redução na frequência cardíaca;
Menor fluxo sanguíneo por quilograma de músculo ativo.
Durante o exercício máximo
Aumento no VO2 max;
Maior acúmulo de ácido lático;
Maior débito cardíaco;
Maior volume de ejeção;
Nenhuma alteração ou ligeira redução na frequência cardíaca;
Nenhuma alteração no fluxo sanguíneo muscular por quilograma de músculo.
Alterações respiratórias
Maior ventilação pulmonar;
Maior eficiência respiratória;
Aumento nos volumes pulmonares;
Maior capacidade de difusão.
Outras alterações
Redução na gordura corporal;
Redução nos níveis sanguíneos de colesterol e de triglicerídios;
Queda na pressão arterial durante o repouso e o exercício;
Maior aclimatação ao calor;
Maior força de ruptura do osso, dos ligamentos e dos tendões.
A maioria dos efeitos benéficos do treinamento retorna aos níveis de pré-treinamento dentro de 4 a 8 semanas de destreinamento. Alguns benefícios do treinamento, como um maior VO2 máx e uma menor produção de ácido lático durante o exercício submáximo, podem ser mantidos por vários meses com programas de manutenção que consistem em 1 ou 2 dias de exercício por semana.
No entanto podemos considerar outros pontos positivos básicos na prática do futebol como:
Aumento do VO2 máx;
Aumento do limiar anaeróbio;
Frequência basal reduzida;
Diminuição da gordura corporal;
Fortalecimento e melhora do tônus muscular, principalmente membros inferiores;
Melhora significativa da coordenação;
Além da melhora de todas as qualidades físicas exigidas.
Alimentação
Mais precisamente, partindo do Consumo Máximo de Oxigênio do atleta, pode-se matematicamente calcular o acréscimo calórico, proporcional ao tempo de trabalho, que lhe deve ser fornecido nos dias de treinamento.
A distribuição das necessidades calóricas, pela natureza dos alimentos, deve, no conceito da maioria dos nutricionistas, compreender 50% de glicídios, 35% de lipídios, 15% de protídeo.
Tal distribuição deverá ser alterada em determinadas condições de treinamento, em processos patológicos e na véspera e no dia da competição.
Repouso
De uma maneira geral, treinadores e fisiologistas, concordam em que 8 a 10 horas de sono por dia são suficientes para a recuperação do jogador e a consequente assimilação das cargas. Alguns técnicos, na fase em que há dois treinamentos diários (manhã e tarde) enfatizam a conveniência da sesta, considerada condição importante para a perfeita assimilação da segunda sessão de trabalho.
Voltamos a frisar, a importância da correta observância da aplicação cíclica do treinamento, pois que tão importante quanto o repouso diário é a adequada alternância do esforço com os intervalos de recuperação, sem o que não decorrerá progresso no treinamento.
Regras básicas do atleta de futebol
Aplicação total aos treinamentos;
Consciência dos objetivos;
Repouso de 8 horas diárias;
Ingestão de 5500 calorias diariamente;
Dieta leve no dia do jogo;
Evitar bebidas alcoólicas;
Não fumar;
Relações sexuais até 2 dias antes do jogo;
Saber dosar suas energias em campo;
Concentração total durante o jogo.
A vida útil do atleta de futebol e de 14 anos, ou seja, dos 16 aos 30 anos.
O corpo é a ferramenta de trabalho do atleta profissional
Metodologia da fundamentação técnico – tático
APERFEIÇOAMENTO TÉCNICO
Para um correto desempenho de sua função, o goleiro deve dominar com perfeição todos os fundamentos característicos de sua posição, para que ele possa exercer suas atividades com tranquilidade.
Deve-se ter cuidado para não negligenciar no processo de ensino-aprendizado, pois sem este acompanhamento é possível correr o risco de pular fases e consequentemente não alcançar os objetivos propostos.
Se o desenvolvimento paralelo das formas principais da exigência motora e da técnica for negligenciado, ocorre uma disconcordância entre a habilidade técnica e o nível de condição: uma técnica defeituosa impede que o esportista coloque suas potencialidade físicas crescentes a serviço de uma performance específica superior. (SMITZ, 1975:446)
APERFEIÇOAMENTO TÁTICO
A instrução tática, em ligação constante com a transmissão de habilidades técnicas, deveria ser iniciada assim que fosse possível. A idade de aprendizagem motora que coincide com a segunda idade escolar presta-se particularmente a uma formação técnico-tática polivalente de base e da assimilação de um repertório vasto. (BARTH e SHUBERT, 1978:757)
Desde a infância e adolescência, o processo de formação técnico-tática deve ser associado a uma instrução intelectual, pois é possível constatar correlações altamente garantidas entre o nível de performance e de exigência intelectual e a capacidade complexa de p[performance esportiva. A capacidade de captar as regras e de distinguir o essencial do acessório são bases importantes no caso de se impulsionar o processo de aprendizagem técnico-tática, com o ritmo necessário, e a qualidade notória. (WEINECK, 1986:214)
Para o goleiro, seu posicionamento e suas atitudes são de grande importância para um bom desenvolvimento de sua equipe dentro de uma partida. Ele é o único que durante todo o tempo se encontra atrás de toda a equipe, observando o seu posicionamento e do adversário, podendo assim auxiliar tanto na marcação como no posicionamento do seu time no ataque.
Sua reposição de bola deve ser muito bem treinada e executada, para que em momentos de contra-ataque possa ser usada como uma grande arma ofensiva de sua equipe.
Movimentação sem bola
Uma perfeita colocação possibilitará ao goleiro uma defesa com o mínimo de esforço. Um posicionamento correto do goleiro possibilita a diminuição do angulo para o chute do atacante. A boa técnica recomenda-se que o goleiro se encontre na bissetriz do angulo formado pelos postes laterais da meta e a bola.
O goleiro desloca-se para frente, para traz e lateralmente, o deslocamento para frente ocorre com a finalidade de antecipar-se a um lançamento profundo do adversário, diminuir o angulo do chute do atacante ou para cortar um cruzamento sobre sua área.
A continuidade e a progressão dos treinamentos criará no goleiro os reflexos corretos da perfeita colocação.
A perfeita percepção, intuição e antevisão da jogada são características dos gênios da arte de jogar futebol. (CARLESSO, 1981: 07).
Movimentos técnicos defensivos
Para defender a sua meta, o goleiro poderá utilizar qualquer parte do corpo, intencionalmente, porém, ele o faz, na maioria das vezes, com uma ou com as duas mãos, e, em menor escala, com os pés ou com a cabeça.
As principais ações defensivas, nas quais o goleiro tem participação direta e deve dominar para se tornar um goleiro tecnicamente completo são as seguintes:
Pegada alta no meio;
Pegada na altura do peito;
Encaixe;
Defesa rasteira no meio;
Defesa rasteira à direita;
Defesa rasteira à esquerda;
Defesa quicando no meio;
Defesa quicando à direita;
Defesa quicando à esquerda;
Defesa meia altura à direita;
Defesa meia altura à esquerda;
Defesa alta no meio;
Defesa alta à direita;
Defesa alta à esquerda;
Cruzamentos;
Penalidade máxima;
Formação de barreiras.
Movimentos técnicos ofensivos
Além de atuar nos movimentos defensivos abordados, o goleiro, no desempenho de sua função, pode ter participação ativa nas ações ofensivas de sua equipe. Muitos goleiros se acham uma peça à parte do jogo, pensam que estão ali somente para evitar que a bola entre em seu gol.
Não adianta um goleiro fazer uma defesa espetacular, se logo em seguida entrega a bola nos pés de um adversário.
Para a reposição de bola poderá agir das seguintes maneiras:
Reposição com os pés;
Reposição com as mãos;
Passes;
Tiro de meta.
Métodos Utilizados para Avaliação Físico/Técnica
A avaliação será sempre um processo sistemático e continuo em todas as atividades desenvolvidas pelo ser humano. No futebol, principalmente, ela se reveste de muita importância, tanto para o treinador, quanto para o goleiro, durante as fases de periodização do trabalho.
Somente pôr meio deste comportamento, é que o treinador poderá decidir sobre as possíveis modificações que se fizerem necessárias para a retomada do processo, visando alcançar os objetivos estabelecidos.
A avaliação implica julgamento, estimativa, classificação e interpretação, fator considerados fundamentais para o processo educacional total. MATHEWS (in VIANA, 1995:132)
Assim, ficara mais fácil para o treinador optar pelo goleiro que apresentar, efetivamente, melhores resultados quando avaliados nas habilidades motoras, psicomotoras e nos fundamentos técnicos específicos.
Um trabalho bem planejado e executado em concordância com orientações científicas confiáveis, certamente proporcionará a uma equipe a obtenções de resultados positivos. Resultados obtidos com base na improvisação, sempre dependerão do fator sorte, e este jamais será previsível.
Para o goleiro, ela servirá como fonte de informação, uma vez que terá sempre em mão dados positivos ou negativos que poderão auxilia-lo, inclusive, na comparação dos seus resultados com os dos companheiros que disputam com ele um lugar de destaque na equipe.
Bibliografia
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O INVENTOR DA PENALIDADE MÁXIMA
O veterano esportista dirigente irlandês Mac Crum, falecido em 1933, foi considerado o realizador do tiro penal, em 1891. Numa revista européia de esportes acabamos de ler que a pena máxima surgiu em 1898. Narra-se até a história do nascimento do clássico tiro das 12 jardas, em que, por sinal, não figura o nome de Mac Crum.
Pode ser, no entanto, que tenha havido esquecimento. Parece estranho, porém, que as datas não coincidam. Se Mac Crum inventou o pênalti em 1891, como se entende que haja outra versão dando como adotada somente em 1898 tal punição? Deve tratar-se, talvez, de engano de datas.
A sua origem, como iremos ler a seguir, nada indica que tivesse sido idéia de um só dirigente. Eis como se conta a história do pênalti e a evolução de sua regulamentação:
No ano de 1898, em fins de novembro, dois quadros ingleses disputavam, em Trenton Bridge, uma partida da Taça da Inglaterra. Tratava-se dos clubes Stoke e Notts Country e o jogo estava sendo acirradamente disputado. Próximo do fim do prélio, o resultado era de 1 a 0, favorável ao Notts. Este, porém, já estava dando sinais de cansaço, pelo esforço produzido, e acabou cedendo terreno. O quadro contrário apertou o domínio, para poder empatar, e tudo fazia crer que a vantagem seria desfeita, merecidamente.
Nos últimos dois minutos, depois de um novo ataque, um tiro poderoso encaminhou a bola em direção às redes do Notts e estando deslocado o arqueiro um zagueiro não teve outro remédio se não intervir milagrosamente para dar um soco na bola, com o que evitou que entrasse. Cometeu, pois, um toque. O juiz concedeu imediatamente, segundo os costumes que então vigoravam, um tiro livre. Os jogadores do Notts Country fizeram barreira sobre a linha da meta, para defender a bola, que era atirada de qualquer posição, quando das infrações. Naturalmente, foi difícil fazer o tento e assim os jogadores do Notts conseguiram conservar uma vitória que não mereceram. Isso desgostou o pessoal do clube vencido.
O Stoke enviou, ao invés, um protesto à entidade, para que a vitóriafosse anulada e declarado o jogo empatado. A federação, porém, agiu de outro modo. Confirmou a vitória do quadro em questão mas resolveu modificar as regras, em relação ao toque perto da meta. Foi resolvida, daí, a criação do tiro de rigor de 12 metros (anos mais tarde foi reduzido a 11 metros), ficando no lado atacado apenas o guardião, na defesa das redes. Pode ser que a idéia tenha partido, dentro da entidade, de Mac Crum. Daí ter ficado este com a paternidade do pênalti.
A inovação, todavia, acusou um defeito que o próprio Stoke, logo mais, devia sofrer as consequências. Alguns domingos depois, num encontro também da Taça, entre aquele clube e o Astor Villa, o Stoke perdia com a mesma contagem de 1 a 0 e o fim do prélio se aproximava, enquanto que o seu ataque se lançava na ofensiva, procurando empatar. Formou-se um embolo perto da meta, originando-se a infração que devia transformar-se no primeiro tiro penal do futebol. A coincidência quis, pois, que fosse justamente o clube que deu margem à sua criação o primeiro a ser beneficiado com um penal por decisão do árbitro.
Aconteceu, entretanto, que um zagueiro contrário, desesperado com a punição, deu um pontapé no couro para enviá-lo propositadamente fora do campo, que naturalmente não era grande como os estádios de agora. A bola ultrapassou o muro, perdendo-se. Como vemos, logo na estréia do penal no futebol houve complicações e indisciplina. Enquanto se procurou a bola, os minutos que faltavam se esgotaram e o juiz apitou o final do jogo, sendo por isso mantido o resultado de 1 x 0.
O clube prejudicado deu o estrilo, mais uma vez , protestando contra o seu veres, por aquela anormalidade. Criou-se , assim, mais um caso, e a federação inglesa resolveu fazer outra modificação na respectiva regra. Ficou desde ali decidido que o tempo seria aumentado até ser executado um penal, caso se findasse antes de ser cobrado.
Em 1903, foi ainda aperfeiçoada a regra do penal. Desde então estabeleceu-se que o penal não devia ser marcado quando viesse a prejudicar o quadro atacante. Todos que conhecem as leis do jogo sabem que se antes da bola entrar um jogador do lado que se defende comete um toque, o tento é considerado válido, ficando sem efeito a infração.
Existiu um outro defeito técnico que levou muito tempo para ser corrigido. Tratava-se da posição que tomava o arqueiro ao ser batido o penal. Adiantava-se demasiado, de modo a reduzir muito o espelho da meta, ao jogador que batia o penal. Em 1930, os doutos das regras resolveram que o arqueiro deve ficar imóvel. Essa disposição, como estamos cansados de constatar, dá margem a muitos incidentes, quando o arqueiro se move irregularmente e o tiro é repetido, se o juiz não tolera. Se o árbitro, porém, não faz caso da irregularidade, deixa desrespeitar as regras. Diremos, todavia, que mesmo as maiores autoridades sobre assuntos de regras ainda não sabem dizer, ao certo, se o guardião deve ficar completamente imóvel, como uma estátua, antes de partir o tiro, ou se pode mexer o corpo, uma vez que estejam os pés firmes sobre a linha. (28.01.1936)
Fonte: www.goleiros.com.br/www.blog.cacellain.com.br/
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