Dia Nacional dos Quadrinhos

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30 de janeiro – Dia Nacional dos Quadrinhos

Esta data foi criada em homenagem à primeira publicação de quadrinhos no Brasil, em 1869: As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte foi escrita e O personagem desta primeira HQ era um caipira, que, hoje, um dos símbolos da cidade de Piracicaba (SP).

A história, contada em nove páginas duplas e com todas as características de quadrinho.

O marco oficial da criação da primeira HQ é dos americanos, com o Yellow Kid (o Menino Amarelo) de Richard Outcault, em 1895, mas apesar dos norte-americanos se considerarem os criadores deste gênero narrativo, as HQs já existiam em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.

Sobre autor da primeira HQ brasileira

Dia Nacional dos Quadrinhos

Angelo Agostini nasceu no ano de 1843 em Vercelli, no Piemonte (Itália) e passou a infância e a adolescência em Paris. Veio ao Brasil (São Paulo) quando tinha 16 anos acompanhado da mãe, que era cantora lírica e estava em turnê.

Em 1864, quando começou a desenhar para a revista O Diabo Coxo.

Em 1867, muda-se para o Rio de Janeiro, onde foi o fundador e, em muitos casos, diretor dos mais importantes jornais e revistas ilustradas no período de 1864 a 1903: O Cabrião, A Vida Fluminense, O Mosquito, Revista Ilustrada e Don Quixote. Agostini conseguiu a cidadania brasileira em 1888.

Agostini também foi o inventor da revista em quadrinhos no brasileira: devido ao grande sucesso de Zé Caipora (considerado o primeiro personagem de longa duração criado no Brasil). Seu personagem ainda inspirou músicas e chegou a virar filme.

Agostini também participou da fundação da mais importante revista infantil brasileira, O Tico-Tico, para a qual fez algumas ilustrações.

Angelo Agostini esteve à frente de sua época, criou um estilo, influenciou e tornou a caricatura, a sátira política e os quadrinhos parte de nossa nascente imprensa.

Por esses feitos, o dia 30 de janeiro ficou instituído como o Dia do Quadrinho Nacional.

Sobre a primeira HQ

Dia Nacional dos Quadrinhos

Nhô-Quim contava a história de um caipira rico e ingênuo, que vai à corte, acaba se perdendo e se envolve em todo tipo de trapalhadas. A história mostrava o conflito entre a cultura rural e urbana.

É uma história hilariante, onde o autor procura fazer críticas aos problemas enfrentados na cidade, aos modismos e costumes da sociedade da época, além de aproveitar para fazer sua costumeira critica política (Agostini era republicano e não perdia oportunidade para criticar a monarquia).

Recentemente foi lançado um álbum com os principais trabalhos com quadrinho de Ângelo Agostini As Aventuras de Nhô-Quim & Zé Caipora: os primeiros quadrinhos brasileiros 1869-1883, Senado Federal, organizado pelo jornalista e pesquisador Athos Eichler Cardoso.

Como estão os quadrinhos no Brasil?

No Brasil, os quadrinhos ainda lutam para serem reconhecidos como uma forma séria de fazer arte e literatura. Algumas conquistas vieram, como a entrada dos quadrinhos nas escolas, através do MEC, prêmios como o Trofeu Angelo Agostini e o HQ Mix, etc. Mas ainda não há espaço para nossos quadrinistas revelarem seu talento e mostrarem suas propostas.

Para muitos, a Internet ainda é a melhor forma de divulgação. Poucas são as editoras, como a Marca Fantasia, por exemplo, que dão chances aos talentos nacionais. As grandes editoras brasileiras estão, aos poucos, reduzindo os títulos que chegam as bancas.

Podemos citar nomes como Maurício de Sousa, Antônio Cedraz e Ziraldo, que conseguiram abrir espaço para sua produção, mas eles são exceções. O site Almanaque Brasil fez uma maréria muito legal, sobre os dia nacional dos quadrinhos.

Moacy Cirne

De acordo com Moacy Cirne, a produção de HQ’s no Brasil começa com As aventuras de Nhô-Quím, de Angelo Agostini, na revista Vida Fluminense, em 1869.

Os quadrinhos, de forma caricatural, estavam principiando no Brasil, mas esse começo já acontecera no Japão, na Suiça, na Alemanha e provavelmente em outros países também; decerto, entre nós, não com o nome de “quadrinho”. Mas isso não faz muita diferença.

Tínhamos as “histórias ilustradas”, a “Literatura em estampas” ou simplesmente os “Romances caricaturados”, histórias e romances esses que vislumbravam, em termos narrativos, todo o potencial criativo de uma linguagem gráfica em surgimento, sem nome definido mas com um futuro promissor.

Nossos artistas nacionais sonharam com narrativas visuais mais complexas fundadas nos cartuns, na caricatura, no desenho gráfico e artes sequenciais.

As linguagens se intercomunicaram e os quadrinhos brasileiros sofreram influência do cinema, da Literatura, das Artes Plásticas e da Música. Mesmo diante da rigidez da chamada “alta cultura” os quadrinhos, no Brasil e no mundo, exigiram maiores considerações intelectuais.

Em terras brasileiras , no ano de 1883, vivemos as aventuras de Zé Caipora, de Angelo Agostini, publicadas na Revista Ilustrada (RJ), o primeiro grande personagem do humor gráfico brasileiro. Em 1905, brincamos com O Tico-Tico (RJ, O Malho), em 1906 conhecemos O Talento do Juquinha, de J. Carlos (RJ, O Malho), em 1907, As mentiras do Manduca, de Alfredo Storni (em O Tico-Tico), ao lado desta história, outras produzidas nas décadas de 20, 30 e 40, tais como Kaximbow, de Max Yantok; Zé Macaco, de Storni; Carrapicho, de J Carlos; Reco-Reco, Bolão e Azeitona, de Luiz Sá; Brucutu em O Globo Juvenil (RJ, O Globo); No País das Amazonas, de R. Iltzke (RJ); Capitão Gralha, de Francisco Iwerten; Tinoco, O caçador de Feras, de The; O Guarani, de Jaime Cortez; Ignorabus, O Contador de Histórias, de Millôr Fernandes dentre outros. O Amigo da onça, de Péricles é o destaque da década de 1950.

Ainda nesta década Clóvis Moura cria Zumbi dos Palmares e Luiz Sá cria Maria Fumaça. Na década de 60 Pererê, criação de Ziraldo, mais do que quadrinhos para crianças, faz uma profunda reflexão – sob o crivo do populismo – sobre o Brasil da época, entre 1960 e 1964, quando a revista acaba.

Os quadrinhos da década de 70 foram geniais e marcaram gerações com histórias e personagens como The Supermãe, de Ziraldo; Zeferino, de Henfil; Mônica, de Maurício de Souza e a contracultural revista Balão, de Luiz Gê, Chico e Paulo Caruzo, entre outros.

Os 80 assistiram ao “boom” dos fanzines e das adaptações literárias mas também à criações como Niquel Náusea, de Fernando Gonçales; Monga, A Mulher Gorila e O Menino Maluquinho de Ziraldo.

A data

O dia 30 de janeiro é reservado à comemoração do dia nacional dos quadrinhos. Para quem gosta de revistas em quadrinhos e de cerveja gelada no domingo, eis aí um belo motivo para se tomar uma.

Mas por que esta data, justamente? Não se remoa em dúvidas, meu jovem, pois estamos aqui para esclarecer mesmo, e aproveitamos a data para prestar uma homenagem àqueles que fizeram e fazem os quadrinhos do Brasil.

Entre os experts do gênero, normalmente há um consenso em se eleger o ano de 1896 como marco zero das histórias em quadrinhos, ou comics , como são chamadas nos EUA.

E este foi o ano no qual o personagem Yellow Kid , do americano Richard F.Outcault, foi editado. Mas esta arte não surgiu de geração espontânea quatro anos antes do fim do século XIX, e existem muitos outros personagens e exemplos de antecedem a este marco. Inclusive, o menino amarelo teria sido criado no ano anterior.

O que os especialistas argumentam é que foi neste ano que se utilizou pela primeira vez o recurso gráfico que caracteriza as histórias em quadrinhos até hoje: o uso de balões de diálogo.

Todavia, é típico dos americanos reivindicarem o pioneirismo em determinados segmentos das artes e da ciência. No caso dos quadrinhos, sempre se passa a imagem de que os mesmos foram criados no Estados Unidos. É aquela velha história que se repete em relação à paternidade do avião, que é atribuída aos Irmãos Wright pelos americanos, e não à Santos Dumont.

Mas nas décadas anteriores ao Menino Amarelo dos americanos, surgiram diversos exemplos de histórias cuja narrativa se baseava em sequências de desenhos de personagens em ação, e tais desenhos eram acompanhados de um texto, que era normalmente impresso abaixo dos mesmos.

No dia 30 de janeiro de 1869, quase trinta anos antes deste marco zero , é publicada no Brasil aquela que é considerada a primeira história em quadrinhos tupiniquim. Neste ano, o italiano radicado no Brasil Ângelo Agostini publica uma série regular de histórias com o personagem Nhô-Quim, um caipira em aventuras na corte.

Suas histórias foram publicadas na revista Vida Fluminense. Não havia um foco narrativo fixo, e sim apenas uma sequência de situações cômicas sobre um caipira na cidade grande.

Apesar de não utilizar balões de diálogo e ser bem convencional em reação ao texto narrativo, o traço de Agostini era apurado, e ele utilizava técnicas que só seriam exploradas plenamente pelos quadrinhos décadas depois, destacando-se a diagramação e a perspectiva, que davam um toque menos caricato e mais realista aos desenhos, que reproduziam a aparência e os costumes de uma época.

Além de Nhô-Quim, outro personagem foi criado pelo Agostini: Zé Caipora. Estes personagens eram publicados como suplementos ou tiras em revistas.

Mas Ângelo Agostini reuniu as histórias publicadas anteriormente na revista Don Quixote, que juntas compuseram fascículos com histórias completas, caracterizando uma das primeiras revistas totalmente em quadrinhos do mundo, e o personagem Zé Caipora teria sido o primeiro personagem de quadrinhos a ter uma revista exclusiva sua, algo que só tornaria a ocorrer nos anos 30 do século XX.

Suas histórias tinham um teor de crítica social e engajamento político, algo não muito bem tolerado à época. Além disso, o italiano tivera um envolvimento amoroso fora do casamento, algo mal recebido para a sociedade conservadora de fins do século XIX, o que o forçou a passar um período na França.

De volta ao Brasil, ainda teria desenhado seus personagens em periódicos, como a revista O tico-Tico até 1906. O desenhista vem a falecer no ano de 1910.

Para aqueles que queiram conhecer a obra de Ângelo Agostini, o Senado Federal publicou um luxuoso álbum reunindo as histórias dos dois personagens, com o título As Aventuras de Nhô-Quim & Zé Caipora: os primeiros quadrinhos brasileiros 1869-1883.

Não apenas pelo acabamento luxuoso, este álbum tem importância histórica, já que o pesquisador responsável, o jornalista Athos Eichler Cardoso, levou oito anos recolhendo o material reunido neste álbum. É um documento de suma importância para a história dos quadrinhos brasileiros.

Dia Nacional dos Quadrinhos

Para quem já sabe o que é história em quadrinhos, fica fácil lembrar da Mônica, do Cebolinha, do Cascão e da Magali, personagens da Turma da Mônica, criados pelo Maurício de Sousa. Ou do Mickey, do Pato Donald, do Pateta e do Zé Carioca, criados por Walt Disney nos Estados Unidos.

Dia Nacional dos Quadrinhos
Walt Disney nos Estados Unidos

Tem também os super-heróis como o Batman, o Super-Homem, o Incrível Hulk e os X-Men. Estes personagens você já pode conhecer do cinema e também da televisão.

Mas você sabia que muitos deles começaram nos quadrinhos?

Só depois, quando começaram a ficar famosos, ganharam espaço nas telas e conquistaram ainda mais fãs.

Os fabricantes de brinquedos e produtos infantis perceberam isto e criaram vários produtos com a cara e a marca desses personagens.

Apesar da internet e de toda a tecnologia do século XXI, os quadrinhos, surgidos nos idos de 1890, permanecem atuais graças a sua capacidade de renovação e atualização. Seja na publicação de tirinhas ou nos gibis, os quadrinhos são tão importantes que até merecem um dia especial: 30 de janeiro.

Qual a receita desse sucesso?

O fato de serem facilmente encontrados nas bancas, revistarias ou livrarias, por seu tamanho e pelo tipo de papel, atraentes ao leitor.

Acrescente-se a isso o formato, que pode ser carregado em qualquer bolso e sem necessidade de cuidados extras, geralmente dispensados aos livros.

A tecnologia, que antigamente assustava os editores e quadrinistas, hoje é uma grande aliada desse tipo de produção. David Fehrmann, coordenador do Ateliê de Produção do gibi Smilingüido e sua Turma, publicação da Editora Luz e Vida, lembra que o medo de que a tecnologia matasse os quadrinhos perdurou por muito tempo.

Muitos editores temiam que o surgimento da máquina de xerox trouxesse prejuízos aos seus negócios. Isso não aconteceu. Pelo contrário. Atualmente, a leitura de quadrinhos no Brasil passa por um período de reaquecimento, conta o coordenador.

Os motivos para a continuidade do sucesso dos quadrinhos são variados: vão desde a qualidade da produção ao profissionalismo, passando pela maior distribuição, segmentação, e, é claro, pela diversidade de gibis. ?A internet, como uma ferramenta de apoio, é muito forte, pois possibilita a criação de clubes de leitores que, antigamente, eram logisticamente muito complicados para serem implementados e que são fundamentais para um trabalho voltado para a fidelização do cliente?, afirma. Também é facilitado o acesso ao sistema de assinatura e venda por lojas virtuais.

Processo de Criação

O segredo de um bom quadrinho, além do personagem, está no roteiro, onde tudo começa. ?Um bom roteiro tem muitas chances de se tornar uma história em quadrinhos; já o contrário é praticamente impossível, afirma David Fehrmann. Depois do roteiro, vem o storyboard, layout, arte final, colorização e diagramação.

O gibi do Smilingüido nasceu em junho de 2002, depois de 12 meses de planejamento e formatação de equipe. Desde então, é produzida uma edição do gibi do Smilingüido e sua turma por mês.

Dia Nacional dos Quadrinhos

São seis pessoas no processo de ilustração e 30 no de roteirização, a parte mais trabalhosa. Alguns roteiros são aprovados sem alterações, outros necessitam de algum ajuste. Dependendo do ritmo de trabalho do roteirista pode levar de um mês a um ano, conta.

A ilustração também tem um cuidado diferente: o traço é manual, o que dá bem mais trabalho, mas facilita o fechamento de arquivos para gráfica e para arquivos de bancos de imagem. O processo daí é escanear o traço a lápis e vetorizar manualmente por cima. A fase da colorização é trabalhada nos software Corel e Photoshop. Depois, o Corel é utilizado para a diagramação de cada quadro.

Fonte: gibitecacom.blogspot.com/nonartequadrinhos.blogspot.com/crazymann.kit.net/www.ibge.gov.br/www.parana-online.com.br/www.culturamix.com

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