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O Mosteiro de São Paulo é parada garantida para quem visita a capital paulista. É uma daquelas dicas sacras que vale mesmo para aqueles que não são religiosos.
Os beneditinos chegaram a São Paulo em 1598, mas somente em 1634 foi criada a Abadia e a capela fora dedicada a São Bento. O local, que hospedou o Papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil, abriga hoje, além da igreja (Basílica de Nossa Senhora da Assunção), o mosteiro com cerca de 40 monges enclausurados que seguem a tradição beneditina do ora et labora (“ora e trabalha”), somado, no caso dos monges paulistanos, ao et legere, “e leia”, em especial as Sagradas Escrituras.
Como era o desejo de São Bento, os monges deveriam encontrar no Mosteiro o seu sustento, de tal maneira que evitassem a saída dos claustros monásticos. Por isso, suas atividades são normalmente realizadas no âmbito do próprio mosteiro.
A Abadia de São Paulo, entre outras tarefas internas e capelanias, ocupa-se do ensino, com o Colégio, que em 2003 completou 100 anos, e a Faculdade de São Bento, que inaugurou o primeiro curso superior de filosofia da América Latina.
O local ainda possui um teatro, que concertos musicais e eventos em geral. O colégio ainda oferece cursos e oficinas em alguns dias da semana. No entanto, são duas as grandes atrações do Mosteiro que atraem muitos turistas e paulistanos.
Em primeiro lugar, o visitante não pode deixar de conferir as missas com cantos gregorianos acompanhados do som de um grande órgão. Ocorrem todos os dias, porém a missa mais tradicional acontece aos domingos, às 10h. Esse espetáculo, admirado por pessoas das mais diversas religiões, enche a igreja, por isso quem quiser assistir à missa sentado deve chegar cedo.
A outra grande atração é a lojinha, com pães, bolos, doces, biscoitos e geléias feitas pelos próprios monges e cujas receitas são seculares, guardadas há muito no arquivo da abadia. A forma de preparar os quitutes só é transmitida a um outro monge para não se perder a qualidade com a massificação.
Os preços são um pouco mais caros que em padarias, porém os ingredientes são frescos, refinados e de primeira qualidade. Sem contar que as embalagens são requintadas e muito admiradas, um lindo presente para o turista levar para a família.
Um dos mais procurados é o Pão São Bento, feito de mandioquinha, que custa R$ 12 e dá para várias pessoas. Ainda estão entre os preferidos o chamado Benedictus (R$ 5), um pão de mel recheado com geléia de morango, e o Dominus (R$ 15), pão integral que tem entre os seus ingredientes açúcar mascavo, aveia e azeite. Mas o mel e a geléia de damasco (R$ 10 e R$ 15), o Bethlehem (com pistache, nozes, tâmaras e damasco – R$49), o Bolo Dom Bernardo (receita francesa à base de café, chocolate, conhaque, nozes, pêssego e gengibre – R$ 40), o Bolo Santa Escolástica (receita suíça com nozes e maçã – R$ 40) e o Bolo dos Monges (receita do século 19 à base de vinho canônico, damasco, ameixa e açúcar mascavo – R$ 40) também fazem a alegria dos freqüentadores.
Tudo feito artesanalmente e com o selo “Mosteiro de São Bento”, um verdadeiro atestado de qualidade e bom gosto. A lojinha ainda vende livros, figuras sacras e a tradicional medalha de São Bento.
A arquitetura do Mosteiro é típica do século XVII. A construção atual foi erguida no período de 1910 a 1922, é inspirada na tradição eclética germânica e foi projetada pelo arquiteto Richard Bernd.
A decoração interna, afrescos e murais, são de autoria e execução do monge beneditino holandês D. Adelbert Gresnicht, que veio ao Brasil em 1913 para esse trabalho. Era seguidor da tradicional Escola de Arte de Beuron, de Praga (capital da República Tcheca).
O relógio externo é uma preciosidade mecânica de fabricação alemã. Foi instalado em 1921 e é considerado o mais preciso de São Paulo. A edificação conta também com um carrilhão e sinos afinados, que tocam nas horas cheias e nas frações. O órgão da Basílica, também alemão, é afamado entre os especialistas. Contém quatro teclados manuais e pedaleira, 77 registros reais e 6 mil tubos.
Em frente ao Mosteiro fica o tradicional Café Girondino, com sucos, salgados e doces diversos num ambiente de fazer inveja a muitos cafés charmosos de países da Europa. Possui cardápio de pratos quentes para o almoço e chope para o happy hour.
Um pouco mais a frente ainda é possível reunir os amigos no bar Salve Jorge, que serve uma elogiada feijoada aos sábados. O ambiente é um simpático, caótico e fascinante boteco contemporâneo, inspirado no nome do bar que homenageia os vários “Jorges” da cultura brasileira e mundial, como o escritor Jorge Amado, os cantores Jorge Benjor, Seu Jorge, Jorge Aragão, Jorge Vercilo e George Michael, o diretor Jorge Fernando, o jornalista Jorge Kajuru, o cineasta George Lucas, o ator George Clooney, entre outros.
Isso sem contar que o Mosteiro fica a apenas uma quadra de distância da Rua 25 de Março, o mais famoso centro de comércio popular do País e uma das 59 ruas de comércio especializado da cidade.
Fica próximo também a outros pontos turísticos como o Pátio do Colégio, a Catedral da Sé, o Mercado Municipal, o Largo São Francisco, a Bovespa, o Banespão (Ed. Altino Arantes), o Edifício Martinelli, o Vale do Anhangabaú e os viadutos do Chá e Santa Ifigênia.
O local é de fácil acesso, já que em frente ao Mosteiro fica a estação de metrô São Bento.
Serviço
Mosteiro de São Bento
Largo de São Bento, s/n – Centro.
Tel.: (11) 3328-8799
www.mosteiro.org.br
Horários:
Basílica aberta: Segunda a sexta (exceto quinta), das 6h até às 19h. Sábado e domingo, das 6h às 12h e das 16h às 18h. Quinta: a partir das 14h.
Sacristia: terça a sexta, das 14h às 17h.
Missas: Segunda a sexta, 7h (canto gregoriano), 13h e 18h (órgão somente). Sábado, às 6h (canto gregoriano). Domingo, 8h20 (órgão somente) e 10h (canto gregoriano e órgão).
Vésperas: Segunda a sexta, às 17h25 (canto Gregoriano). Domingo, às 16h55h (canto gregoriano e órgão).
Loja do Mosteiro: Segunda a sexta, das 7h às 18h. Sábado, das 7h20 às 12h. Domingo, logo após a missa das 10h.
Café Girondino
Rua Boa Vista, 365 – Centro.
Tel.: (11) 3229-4574
www.cafegirondino.com.br
Bar Salve Jorge
Praça Antonio Prado, 33 – Centro (próximo ao Edifício Matarazzo – estacionamento na Rua Boa Vista, 192).
Tel.: (11) 3107-0123
www.barsalvejorge.com.br/centro
Lílian Natal
Fonte: www.cidadedesaopaulo.com
Mosteiro São Bento
Mosteiro de São Bento: A jóia Beneditina do Centro de São Paulo
O Mosteiro de São Bento é um símbolo de grande importância para a cidade de São Paulo. Com mais de 400 anos de História, o Mosteiro sempre teve grande influência na cidade. Vale lembrar a própria localização em que foi construído o cenóbio beneditino.
O local era a taba do cacique Tibiriçá. Foi doado pela Câmara de São Paulo em 1600 aos monges. Segundo o documento de doação das terras, pertencente ao arquivo do Mosteiro, o local era o mais importante e melhor, depois do colégio. Com o crescimento da Vila ainda no Século XVII, Fernão Dias Paes Leme, o Governador das Esmeraldas, ampliou a igreja e melhorou as dependências do Mosteiro.
Anos depois, com a nomeação popular de Amador Bueno um importante personagem da vila paulistana como rei de São Paulo, sem este aceitar, recorre aos monges beneditinos, a fim de acalmar a população e fazer com que esta mudasse de ideia.
Para que Amador Bueno não perdesse sua vida por não aceitar a ser rei de São Paulo, o Abade do Mosteiro, assim como também a comunidade monástica, acalmaram os ânimos e o povo mudou de ideia. Amador Bueno estava a salvo.
São dependentes do Mosteiro de São Bento de São Paulo, o Mosteiro de São Bento de Sorocaba, fundado em 1667 e o Mosteiro de São Bento de Jundiaí de 1668. Além destes, foram fundados mais dois: Santana do Parnaíba (1643) e Santos (1650).
Óbvio que a construção atual do Mosteiro não é a mesma de séculos anteriores. Já é a quarta construção. A demolição do antigo edifício, muito decadente em fins do Século XIX, começou com a construção do Gimnásio São Bento hoje Colégio de São Bento em 1903.
Mas foi em entre 1910 e 1912 que o cenário realmente mudou. São Paulo passava por grande processo de urbanização. Sua população aumentava exacerbadamente, ganhando relevância no cenário nacional.
O Mosteiro seguiu este ritmo e em 1910 teve início à construção da nova igreja e Mosteiro. A construção em estilo da escola artística de Beuron, projeto de Richard Berndl Professor da Universidade de Munique e um dos melhores arquitetos da Alemanha .
É desta época a decoração interna em estilo Beuronense foi feita pelo beneditino belga Dom Edelberto Gressnigt. A Basílica só foi consagrada em 1922. Nesta época foram instalados os sinos e o relógio, tido como o mais preciso de São Paulo.
Fonte: www.mosteiro.org.br
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