História
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O Padre Francisco Domingos de Freitas, proprietário da Fazenda Piripiri, localizada em terras outrora denominadas Botica e pertencentes a Antônio Fernandes de Macedo, que as recebera, em 20 de janeiro de 1777, através de doação ou sesmaria, construiu, no ano de 1844, uma casa para sua residência e, próximo a ela, a Capela de Nossa Senhora dos Remédios.
Ante o precário desenvolvimento da localidade, tomou a oportuna deliberação de dividir as terras em pequenos lotes e oferecê-los a quem ali pretendesse construir.
Atraiu, com a iniciativa, tal afluência de moradores que, em 1857, o progresso da povoação já era um fato indiscutível.
Naquele mesmo ano, fundou no povoado um colégio onde, além de alfabetizar, lecionava o Latim.
Como patrimônio da Capela de Nossa Senhora dos Remédios – hoje Matriz do Município foram doadas, em 1860, pelo sacerdote, trezentas braças quadradas de terras, demarcadas judicialmente, as quais proporcionaram recursos para aquisição dos paramentos necessários ao culto religioso.
Retratando a figura do fundador de Piripiri, encontramos na obra de Pereira da Costa, Cronologia Histórica do Estado ao Piauí, a expressiva referência: “O Padre Freitas, que por tais motivos legou um nome digno dos aplausos da posteridade, recomenda-se também como um dos heróis da liberdade de Piauí, pela sua patriótica atitude nas lutas da independência, sendo ele um dos promotores da sua proclamação na cidade de Parnaíba em 1822 onde então exercia o magistério público regendo a cadeira de latim daquela cidade”.
Como Piripiri era o nome da antiga Fazenda do Padre Freitas, em sua homenagem foi escolhido esse topônimo para a Cidade.
O substantivo Piripiri, para alguns estudiosos, significa capim ou junco, planta de haste ereta e flexível, abundante em lagoas da região e, geralmente, utilizada na confecção de esteiras e colchões.
Outros acham que a denominação proveio, não do junco, mas de arbusto, da família das leguminosas também comum nas lagoas. Segundo outras opiniões significaria “fazenda pequena”.
Gentílico: piripiriense
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Nossa Senhora dos Remédios. Pela resolução nº 698, de 16-08-1870.
Elevado à categoria de município e distrito com a denominação de Piripiri, pela resolução provincial nº 849, de 16-06-1874, desmembrado de Piracuruca, Pedro II e Campo Maior. Sede no atual vila de Piripiri ex Nossa Senhora dos Remédios do Periperi. Constituído do distrito sede. Instalado em 08-09-1874.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Periperi, pela lei estadual nº 570, de 0407-1910.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
Alteração toponímica municipal
Nossa Senhora dos Remédios de Periperi para Peripiri alterado, pela resolução provincial nº 849, de 16-06-1874.
Fonte: IBGE
Piauí
História
A Batalha do Jenipapo, que ganhou este nome por ter acontecido às margens do rio Jenipapo, nas imediações da cidade de Campo Maior, a 82 quilômetros ao Norte de Teresina, foi consequência do movimento pela independência brasileira. A adesão do Piauí à causa foi oficializada no dia 24 de janeiro de 1823, com a proclamação feita pelo brigadeiro Manoel de Sousa Martins, em Oeiras, capital da província.
A adesão do Piauí à Independência do Brasil alcançou Fidié em Parnaíba onde, em outubro de 1822, Simplício Dias da Silva havia declarado a independência da vila. Fidié, com uma tropa de cerca de 1.500 homens, saiu de Oeiras para Parnaíba, para sufocar o movimento dos revoltosos.
Ao chegar a Parnaíba, o comandante português encontrou uma Parnaíba tranquila. Simplício Dias da Silva e seus aliados haviam se recolhido na cidade de Granja, no Ceará, onde permaneceram até o retorno de Fidié.
João José da Cunha Fidié, ao ser informado dos acontecimentos da capital, resolveu retornar com seu exército para Oeiras. No dia 22 de janeiro de 1823, Leonardo Castelo Branco proclama a adesão de Piracuruca à Independência e uma coluna portuguesa que precedia à chegada do comandante foi recebida a tiros ao chegar à Lagoa do Jacaré, a 20 quilômetros da cidade.
Com reforços do Maranhão, Fidié chegou à margem do Jenipapo com quase 2 mil homens e 11 peças de artilharia. Na outra margem, estavam cerca de 1.500 piauienses e cearenses, sem qualquer preparo militar e armados apenas de foices, facões e velhas espingardas. A batalha começou às 9 horas e durou até às 14.
Fidié saiu vencedor, mas com suas tropas e armamentos avariados, sem condições de prosseguir a luta. Por isso, ao invés de seguir para Oeiras e tentar retomar o poder, o comandante português atravessou o rio Parnaíba e seguiu para Caxias, no Maranhão. Lá foi cercado por um exército de seis mil homens, dos quais 3 mil piauienses. Preso, foi levado para Oeiras e de lá para o Rio de Janeiro.
Para homenagear os heróis piauienses mortos, o Governo do Estado construiu, em 1973, à margem da BR 343, um monumento ao lado do cemitério onde estão sepultados. A data é comemorada anualmente.
Fonte: www.piaui.pi.gov.br
Piauí
História
No ano de 1606, portanto no início do Século XVII, foram promovidas as primeiras incursões ao território piauiense, quando o Piauí funcionava como “ponte” entre as Capitanias de Pernambuco e Maranhão. Novas notícias surgem a esse respeito em 1656, quando um grupo de pessoas fez o trajeto inverso, ou seja, do Maranhão para Pernambuco, sob a chefia de André Vidal de Negreiros.
Existe muita controvérsia sobre datas e nomes de pessoas que iniciaram o desbravamento das terras piauienses, mas é certo que a Casa da Torre, instalada no oeste baiano, comandada por Garcia de Ávila, iniciou a ocupação das terras do sudeste, abrindo campos para os rebanhos bovinos, que se multiplicaram rapidamente e, em paralelo, combatia os indígenas.
Em termos administrativos, o Piauí esteve sob a bandeira de Pernambuco até 1701, quando em 3 de março daquele ano uma Carta Régia enviada ao Governador de Pernambuco anexava o Piauí ao Maranhão. A autonomia veio em 1861, por meio de uma Carta Régia, datada de 19 de junho.
Por aquele instrumento, a Vila da Mocha ascendia à condição de cidade e Capital da Província. Oito povoados foram alçados a condição de Vila. Em 13 de novembro do mesmo ano, o Governador João Pereira Caldas impunha o nome de São José do Piauí a Capitania e mudava o nome da capital de Vila do Mocha para Oeiras.
A completa independência em relação ao Maranhão somente aconteceu em 26 de setembro de 1814, quando, por força de um Decreto Real, o Governo Militar do Piauí foi separado do Governo Militar do Maranhão e, em 10 de outubro, nova Carta Régia isentava o Piauí da jurisdição maranhense.
O Piauí aderiu a declaração de independência política de D. Pedro I, feita em 7 de setembro de 1822, e foi palco de memorável batalha contra o jugo português, em 1823, a Batalha do Jenipapo, em oposição às tropas de Fidié, que defendia a manutenção da Coroa Portuguesa.
O primeiro governador do Piauí foi João Pereira Caldas, português de Valença, nascido em agosto de 1720. Foi nomeado em julho de 1758, prestando juramento em janeiro de 1759, em Belém, no Pará. Deslocou-se algum tempo mais tarde para o Piauí e tomou posse na Mocha, em setembro do mesmo ano. Governou durante os seis anos seguintes.
Manuel de Sousa Martins, piauiense, agraciado com o titulo de Visconde da Parnaíba, transformou-se num dos mais destacados personagens da história da Província, mercê das suas habilidades políticas. Teve papel preponderante no cenário da independência na Província, em 1823, ano em que também foi nomeado Governador, permanecendo no cargo até 1843.
Em 1850 assumia o governo outra ilustre figura da história piauiense: José Antônio Saraiva, nascido na Bahia, em 1823, e que teve movimentada vida política no cenário nacional: deputado, senador, ministro e presidente de várias províncias, inclusive São Paulo, além de participar de negociações relativas a pendências com países do sul do continente, em particular o Uruguai.
Foi nomeado presidente do Piauí em 1850, governando até 1853. Na sua gestão, ele fundou a Vila Nova do Poti, para onde mudou a sede do governo em 1852, após o que deu à localidade nova denominação, passando a chamar-se Teresina, em homenagem a Teresa Cristina, do Paço Imperial.
Os governos monarquistas foram encerrados com Lourenço Valente de Figueiredo, presidente no momento em que a república foi proclamada. Valente foi imediatamente substituído por uma Junta Governativa Provisória. Em 1892, assumiu o governo Coriolano de Carvalho, originário da Escola Militar do Rio de Janeiro, com a finalidade de consolidar o novo regime no Piauí.
No início dos anos 1900, começou-se a pensar em melhoramentos para a capital, com o abastecimento d’água domiciliar com canalização direta, embora a água não fosse submetida a tratamento. O Piauí era um Estado completamente desconhecido. Arlindo Nogueira (1900/1904), Álvaro Mendes (1904/ 1907), Anísio de Abreu (1907/ 1909), que faleceu no exercício do cargo, seguido por Arlindo Nogueira, que concluiu o mandato, preocuparam-se em divulgar as riquezas (ainda não mensuradas) do Estado, particularmente de minerais.
Em 1909, assumiu Antonino Freire da Silva, que procurou fomentar a agricultura e investiu no ensino e na cultura, criando a Escola Normal, a Escola Modelo e o Arquivo Público. Iniciou a implantação da energia elétrica na capital, aposentando as luminárias a óleo; aumentou a rede telegráfica, reorganizou a Polícia Militar e propiciou condições para ampliação da navegação no rio Parnaíba.
No inicio da década de 1920, chegou ao governo João Luis Ferreira, um dos mais lúcidos governadores que o Piauí já teve. Ciente das potencialidades do Estado, mas conhecedor da pouca disponibilidade de dinheiro, decidiu fazer aquilo que fosse possível sem onerar as gerações futuras. Concluiu muitas obras iniciadas no passado e deu exemplo de humanidade e humildade.
A Revolução de 30 fez alçar ao Governo o cearense Landri Sales, militar que assumiu na condição de Interventor. A história registra que, não obstante a insatisfação de políticos locais, Landri Sales fez uma das mais honestas e profícuas administrações e deu exemplo de “bom administrador da coisa pública”.
Incentivou desenvolvimento do setor agropecuário; fundou o Núcleo Agrícola de David Caldas, na forma de Colônia; distribuiu sementes selecionadas; melhorou geneticamente os rebanhos bovinos; construiu conjuntos habitacionais e melhorou o desenvolvimento da industrial.
Em época mais recente, destacou-se o governador Petrônio Portella (1963/66), de Senador, presidente do Senado e do Congresso Nacional. Teve enorme influência junto aos governos militares. Faleceu em 1980.
Alberto Silva (1971/75) iniciou o processo das grandes transformações, realizando grandes obras de asfaltamento de rodovias, melhoramentos na capital e no interior; e ampliação do sistema de abastecimento d’água em Teresina.
Esses trabalhos tiveram prosseguimento com os governadores seguintes (em escalas diferentes), com construção de barragens e de hospitais, ampliação dos sistemas de Abastecimento d’água nas cidades interioranas, e muitas outras obras de infra-estrutura.
A história contemporânea caracteriza-se pelas enormes dificuldades que os governadores encontram para obter equilíbrio nas contas e na vida administrativa estadual, pois ao longo dos anos multiplicaram-se os problemas sociais, não obstante os avanços conseguidos noutros setores da vida do Estado.
Fonte: www.topgyn.com.br
Piauí
A descoberta dos sítios arqueológicos do Piauí
No município de São Raimundo Nonato, Piauí, Niède Guidon e a equipe de arqueólogos brasileiros e franceses que a auxiliam descobriram pedaços de carvão que seriam restos de fogões pré-históricos; foram encontrados também fragmentos de instrumentos de pedra (machados, facas e raspadores), pinturas rupestres e restos de cerâmica de diferentes épocas.
A partir do estudo desses vestígios, os pesquisadores têm procurado reconstituir a história da ocupação humana dessa região.
Segundo Niède Guidon, os achados mais antigos datam de aproximadamente 48 mil anos. Eles permitem imaginar que, naquela época, o homem vivia em pequenos bandos de caçadores e coletores nômades, sempre em busca de fontes de alimento. Eles dominavam o fogo, que era utilizado para cozinhar, iluminar e como arma de defesa e ataque.
As datações com mais de 12500 anos são, entretanto, questionada pela maior parte dos arqueólogos.
De acordo com os fósseis de animais encontrados junto aos vestígios humanos do Piauí, sabe-se que as principais vítimas daqueles caçadores eram o cavalo, uma espécie de camelo, o tigre de dente-de-sabre; a preguiça, o tatu gigante, lagartos e capivaras. A presença desses animais indica que o clima região era úmido. Os fósseis de plantas, por sua vez, revelam que essa região do Nordeste brasileiro, atualmente desértica, era recoberta por uma densa floresta tropical.
Os homens que aí viviam começaram a fazer pinturas nas paredes de seus abrigos naturais. Esses artistas pré-históricos representavam animais, plantas e suas próprias atividades humanas: a caça, a guerra, o nascimento, as festas.
Utilizando pigmentos minerais, nas cores: vermelha, laranja, branca e preta, eles foram aprimorando a técnica, que atingiu sua maior expressão entre 12 mil e 8 mil anos atrás.
É dessa época, justamente, o mais antigo esqueleto humano encontrado em São Raimundo Nonato: o crânio de uma mulher que morreu aos 25 anos de idade.
Posteriormente ocorreu um empobrecimento na arte de pintar: as figuras nas paredes das cavernas tornaram-se desproporcionais, seus traços tornaram-se mais simples e passaram a ser pintados com uma única cor.
O que teria ocorrido na região: a dominação de um povo por outro, mais rústico, que exterminou a antiga cultura?
Por volta de 3 mil anos atrás, os antigos habitantes do Piauí adotaram a agricultura e a cerâmica. Organizaram-se também em comunidades permanentes, semelhantes às aldeias indígenas encontradas pelos portugueses, cerca de 2500 anos depois.
Índios do solo piauiense
Nômade por natureza, sempre em busca de alimento nos rios, nas matas e nos campos, imigrando constantemente por causa das guerras contínuas, é difícil e quase impossível situar, com precisão rigorosa, o indígena no solo piauiense. Podemos, entretanto, faze-lo, à luz de documentação escassa, em determinados períodos de tempo, mormente nos lances da conquista. Fora disso, qualquer afirmação seria mera fantasia.
Uma tribo que hoje estava no médio Parnaíba poderia amanhã se deslocar para o rio do Sono, já no interior de Goiás.
Feita esta ressalva, necessária, vamos situar as nossas tribos, tanto quanto possível, valendo-nos do testemunho dos exploradores que com elas se bateram em guerras de conquista e extermínio.
Os Tremembés, exímios nadadores e valentes guerreiros, dominavam o baixo Parnaíba e seu delta.
Os Pimenteiras, nos limites com Pernambuco. Os Gueguês, na região central do Estado.
Os Gamelas, Jenipapos e Guaranis, que durante algum tempo vagaram pelas margens do Parnaíba, retiraram-se para o Maranhão, logo após o levante de 1713. Foram seguidos do Cabuçus, Muipuras, Aitatus, Amoipirás.
Os índios que povoavam grandes áreas brasileiras “fervilhavam como formigas nos vales dos rios do Piauí”. Nos primeiros tempos da colonização, ocupavam as terras de forma primitiva, em “regime comunal de propriedade”, delas tirando o seu sustento cotidiano.
Quando da chegada dos primeiros colonizadores, numerosas tribos e nações sediavam desde o baixo e médio delta do Parnaíba às cabeceiras do rio Poti e, nos limites com Pernambuco e Ceará, ocupando praticamente todo o território piauiense.
As populações indígenas, que habitavam o Piauí, foram extintas, restando uma memória difusa e quase apagada na sociedade piauiense atual. Determinados costumes e hábitos indígenas ainda permanecem, mas não são assimilados como tais: a população desconhece de onde vêm. Tudo foi destruído e, a pesar das estatísticas sobre a população indígena serem contraditórias pode-se apontar um número de mais de 150 tribos existentes no Piauí.
Piauí, corredor de migração
O Piauí é uma ponte bem definida ligando duas regiões distintas da América do Sul. Ocupa um lugar na extensa faixa de campos e florestas que se estendem de norte a sul, entre o Oceano e a beira oriental do grande planalto brasileiro. Nele demoram os campos mais setentrionais de toda América meridional.
A variedade de clima denuncia-lhe o caráter de elemento de transição entre duas regiões bem diferenciadas. “Ao norte, o clima é quente e seco. A canícula no verão é debilitante, sendo as noites refrescadas pelos ventos oceânicos, que pouco vão ao sul de Teresina. Ao sudeste, predomina o clima da região do médio São Francisco. As noites são frias, de maio a agosto, para logo depois aparecer o calor rigoroso da estação das águas do nosso interior.
Ao sudoeste, porém, o aspecto climatério vai se mudando à proporção que se avança para os limites maranhenses: os invernos são regulares, a umidade é quase nula, e nas noites de verão já se experimenta a sensação do frio do interior goiano.
Esta configuração determinou, sem dúvida, a transformação deste vasto território num corredor de migração para as tribos selvagens, que se deslocavam da bacia do São Francisco e do litoral nordestino para a bacia do Amazonas e vice-versa.
Aqui endosso a opinião de Odilon Nunes, um dos maiores conhecedores da História do Piauí.
Antes da instalação dos primeiros povoadores das terras piauienses, estas já eram conhecidas. Não se justifica tratar esses ocupadores como “descobridores” (várias vezes a expressão foi utilizada com relação a dois grandes vultos dos primórdios da história do Piauí: Domingos Jorge Velho e Domingos Afonso Mafrense) das terras piauienses.
Desde o século XVI diversas expedições se sucederam percorrendo todo o território, e através delas, pouco a pouco divulgavam informações sobre a Bacia do Parnaíba e a serra do Ibiapaba. Porém eram estas expedições passageiras.
Nada preciso objetivavam no território, visto que as vagas esperanças de encontrar ouro logo se esvaeceram. Em geral, estavam de passagem do Maranhão para o Pernambuco ou vice-versa. Nada os detinha no Piauí.
É por volta de 1600 – 1700 que a região torno-se objeto de penetração mais intensa: bandeirantes paulistas, predadores de índios visitam-na por diversas vezes, e fazendeiros baianos, fazendo guerra aos índios, começam a marcar igualmente suas presenças. A primeira atração oferecida pelo Piauí é, pois, o índio, objeto de caça, que se prestava tanto, para a mão-de-obra como para elemento militar.
Fonte: www.piauihp.com.br
Piauí
Destinos
BARRA GRANDE
Recém-descoberta pelos praticantes do kitesurf, Barra Grande tem areia fofa, águas calmas e vento constante – verdadeiras preciosidades para os adeptos do esporte e também para os simples mortais que viajam atrás de um vilarejo tranquilo para curtir as férias.
“Entre um mergulho e uma velejada, faça o passeio de barco até a ilha do Cavalo-Marinho”
Apesar de rústico, o povoado que fica quase na divisa com o Ceará e pertence ao município de Cajueiro da Praia tem boas opções de hospedagem, restaurantes charmosos e fácil acesso em automóveis de passeio.
A principal atração é a prática de kite – as pousadas oferecem cursos para iniciantes e aluguel de equipamento completo -, mas há atrações para quem não faz questão de se equilibrar em meio a pranchas e pipas. Na praia de tombo que dá nome à vila, piscinas naturais de águas cristalinas se formam sempre que a maré fica baixa.
Para relaxar, coqueirais ao longo da orla oferecem sombras enquanto as pousadinhas e as biroscas estão sempre abastecidas de cerveja gelada e ostras fresquinhas.
Entre um mergulho e uma velejada, faça o passeio de barco até a ilha do Cavalo-Marinho. São cerca de 40 minutos de descida pelo rio Camboa, passando por vegetação de mangue com raízes aéreas.
Na ilha, os cavalos-marinhos são coletados em pequenos aquários para observação e delírio dos turistas!
Rusticidade: Cenários simples contornam a vila
PARNAÍBA
Pedra do Sal: Surfistas curtem boas ondas
A cidade é o ponto de partida para os passeios de barco que levam ao Delta do Parnaíba, um dos mais belos cenários do país formado por rio, mar, lagoas, igarapés, áreas de mangue e 75 ilhas.
Os tours duram cerca de seis horas com direito a paradas em praias, dunas e ilhas. Concorrido também é o roteiro que leva à baía do Caju, incluindo observação de caranguejos, caminhadas e banhos. O auge do passeio é a revoada dos guarás, as típicas aves vermelhas que seguem para os igarapés ao entardecer.
“Lagoa do Portinho reúne dunas, bares e restaurantes”
Para quem prefere circular por terra, vale a pena curtir a Lagoa do Portinho, uma pequena praia cercada por dunas, bares e restaurantes. Point na hora do pôr do sol, o espelho d’água é cenário para passeios de lancha e de banana boat.
Na praia da Pedra do Sal as atrações ficam por conta das boas ondas e dos quiosques no lado direito do morro; e as paisagens desertas e pacatas à esquerda. Já na praia do Coqueiro, as casas de veraneio dividem a atenção com a areia branquinha.
Rusticidade é a marca registrada da praia de Macapá, com tendas de palha que servem porções simples – e deliciosas! No caminho para Macapá, faça uma parada em Carnaubinha para conhecer a árvore da Cabeleira, como dizem os moradores. Trata-se de um tamarineiro que teve a copa “penteada” pelo vento ao longo dos anos.
O Centro da cidade também guarda belezas. O Porto das Barcas é uma delas – o conjunto arquitetônico às margens do rio Igaraçu é formado por prédios dos séculos 18 e 19 que hoje abrigam bares, restaurantes e lojas de artesanato.
Na Catedral de Nossa Senhora das Graças o destaque fica por conta do altar principal original, com detalhes em ouro.
Encerre os trabalhos experimentando as delícias típicas da região à base de caranguejo. Nos restaurantes da avenida Beira-Mar, os cardápios oferecem a iguaria em várias versões: torta, casquinha, patinha à milanesa e tradicional, quando o crustáceo deve ser desmembrado e quebrado com o auxílio de um martelinho.
PIRIPIRI
Terceira Cidade: Formações inusitadas a partir do vento, da chuva e do calor
Pequena e simpática, Piripiri é a porta de entrada para o Parque Nacional de Sete Cidades. A reserva, que mescla vegetações de caatinga e cerrado, fica a 25 quilômetros do Centro e reúne sete grupos de formações rochosas apelidados de “cidades”.
Os monumentos naturais foram esculpidos pelo vento, pelas chuvas e pelo calor, dando origem a formas que lembram símbolos, animais e figuras humanas – as mais famosas são o Mapa do Brasil, a Cabeça de D. Pedro I e o Arco do Triunfo.
“Parque de Sete Cidades é repleto de formações que lembram símbolos e figuras humanas”
Além das figuras, o parque abriga pinturas rupestres, um mirante e uma cachoeira, a do Riachão, com 21 metros de queda e piscina natural. Para desbravar as “cidades” e as outras atrações, há um percurso de 12 quilômetros liberado ao público.
A exploração pode ser feita através de veículo próprio, a pé ou bicicleta. A melhor época para o passeio é entre dezembro e julho, quando a vegetação está verdinha e há bom volume de águas.
A visita ao parque dura cerca de meio dia. Vale a pena, então, aproveitar o restante da viagem para conhecer Piripiri. A principal atração é o Museu da Roça, uma antiga residência em adobe datada de 1899.
Por todos cômodos – varanda, salas, quarto e cozinha – espalham-se móveis antigos e coleções de moedas, louças, máquinas de costura, ferros de passar, rádios e televisores. Entre os destaques do acervo estão um aparelho usado para a obturação de dentes na década de 40 e uma imagem de Santa Terezinha, encontrada num garimpo a 10 metros de profundidade, em 1975.
Para completar o tour, estique até o município vizinho de Pedro II, a 50 quilômetros. O charme fica por conta do centrinho histórico bem-preservado e do garimpo de opala, pedra preciosa extraída de dezenas de jazidas nos arredores. Parte das pedras é transformada em joias e bijuterias e são vendidas em lojas de Pedro II e de Piripiri.
Quem prefere presentes menos suntuosos encontra redes artesanais, produzidas em teares rudimentares de madeira desde o século 19.
TERESINA
Teresina é a única capital do Nordeste que não possui litoral. A falta de praias, porém, é recompensada por outros atrativos, como o encontro dos rios Poty e Parnaíba, os bons restaurantes de culinária típica e as boas compras no quesito artesanato e vestuário. Para amenizar o calor que assola a cidade o ano todo, parques e praças arborizadas espalham-se por ruas e avenidas.
“Tradicional passeio de barco leva ao encontro dos rios Poty e Parnaíba”
O mais tradicional passeio da capital é o que leva ao encontro dos rios. Os barcos partem do Parque Ambiental Encontro dos Rios, no bairro do Poty Velho, que abriga um núcleo de ceramistas. Na volta do tour, conheça os belos trabalhos.
Para comprar arte em madeira – especialidade do artesanato piauiense, principalmente quando a temática é religiosa – circule pela Central de Artesanato, na Praça Pedro II. Oratórios, santos e personagens bíblicos são as peças mais bonitas, assim como as bolsas e os jogos americanos feitos com fibras de madeira de buriti.
Na hora de degustar a gastronomia local, siga para o outro lado do rio Poty. Nos bairros de Fátima, Jóquei e São Cristóvão estão alguns dos melhores restaurantes da cidade. Para abrir o apetite, prove a tiquira, uma aguardente de mandioca.
Entre os pratos principais fazem sucesso o Capote, à base de galinha d’angola; o Arroz Maria Izabel, com carne-seca picada; a Paçoca (carne-seca desfiada com farinha e socada no pilão) e a Peixada de Piratinga, feita com leite de coco e batata-doce. Para acompanhar, vá de cajuína, um exótico suco de caju gaseificado.
Fonte: www.feriasbrasil.com.br
Piauí
Gastronomia Piauiense
A culinária piauiense destaca das demais do nordeste. O sabor da nossa comida foi estabelecida pelos indígenas, primeiros povos que habitaram esta terra.
Segundo historiadores e relatos de padres que por aqui passaram, naquela época as refeições eram à base de milho, farinha de mandioca, palmito, macaxeira cozida com sal, abóbora, peixes, preás, mel e pimenta da terra.
A tipicidade está em permanecer utilizando esses ingredientes em pratos da nossa região, mesmo com o aperfeiçoamento e sofisticação das receitas de hoje. O complemento da culinária piauiense foi implantado mais tarde pelos portugueses e africanos, quando chegaram no Estado. Inegavelmente fomos influenciados, sem perder nossas características indígenas.
Com o passar do tempo, o próprio piauiense começou a despertar para os diversos produtos naturais que poderiam ser utilizados em pratos regionais, como é o caso do buriti fruto de uma palmeira muito comum em alguns municípios do Piauí, o bacuri, a manga, etc.
Como já foi citado anteriormente, a cozinha tradicional piauiense tem sua peculiaridade, o que difere de outros Estados nordestinos: usamos com muita freqüência a farinha de mandioca para confecção e complementação de pratos.
Muito comum atualmente é a farinha dágua. Também é comum o uso de cheiro verde, da cebolinha branca da região de Picos, do corante extraído do urucum e pimenta de cheiro, que pode ser cultivada até em jardins domésticos. As farofas, fritos ( de ovos, torresmos, galinha, capote e caças diversas), o pirão e a paçoca, são portanto, indispensáveis na mesa dos piauienses.
Com esses elementos, o piauiense se esbalda em pratos como o batido de carne ou picadinho, onde a carne fresca picadinha é misturada com macaxeira, maxixe, jerimum, abóbora e quiabo, regado a muito cheiro verde, manteiga de garrafa e nata. Em outras regiões do Estado, essa mistura acontece sem carne e ganha o acréscimo de folhas, como a da vinagreira e passa a se tornar um prato denominado quibebe ou capiau.
Uma mania do piauiense é fazer misturas com o arroz: com carne seca de gado, ganhando o nome de Maria Isabel, que também funciona com carne de bode, com capote, galinha caipira e com pato. O arroz com feijão ganha o apelido de Baião de dois, comum em todo o Estado.
No Sul do estado, é bastante comum colorir o arroz com açafrão. Na área sertaneja, é muito comum a mistura de feijão com milho, que deve ter toucinho, pé e orelha de porco, sendo chamado de pintado ou mugunzá. Floriano é uma cidade onde a culinária sofre influencia árabe, sendo uma das poucas cidades nordestinas que se influenciou por estes povos.
Apesar do uso quase indispensável de carne em pratos da culinária piauiense, os frutos do mar e peixes ganham um lugar especial no paladar dos piauienses e dos turistas. As frigideiras e as caldeiradas de peixe e de camarão, os mexidos de ostra, os camarões e caranguejos refogados, as casquinhas de caranguejos e as peixadas refogadas ao leite de coco de babaçu, satisfazem qualquer paladar. Vale ressaltar que as receitas de peixe envolvem tanto peixes de água doce como de água salgada.
Isso sem falar noque podemos fazer com a farinha de mandioca, produto especial por essas bandas. Para se obter a farinha, há um verdadeiro ritual. Isso acontece todos os anos, nos meses de julho e agosto, nas casas de farinhada espalhadas por todo o Piauí.
O produto é a mandioca, raiz forte, venenosa, que tudo dela se aproveita. Do caule comprido e cheio de nódulos se faz o replantio ou serve como alimento para o gado, em forma de ração, juntamente com as folhas depois de desidratadas.
Depois de descascadas, a mandioca e colocada de molho para que depois seja retirada uma massa branca, a qual irá se transformar em farinha, o ser torrada em forno artesanal. Daí nasce a farinha de mandioca, a goma e a puba, subprodutos da raiz, são muito usados. Da goma se faz o beiju e o bolo, da puba, o mingau e também bolo.
Em cada canto do Piauí, existe uma receita própria, a carne de sol e o capote são típicos de Campo Maior; o bode assado na brasa concentra-se mais em municípios da região de Picos onde os rebanhos são comuns; a abobrada é típica em Corrente.
No caso de Teresina, encontramos Maria Isabel e a paçoca, um tipo de mistura de carne seca e farinha que e temperada à base de cebola branca e pilada num pilão de madeira, muito usado em tribos indígenas e comunidades interioranas.
Somos famosos pelos doces e compotas caseiras. O doce da casca de limão azedo é o mais típico do Piauí. As compotas de goiaba, caju, mangaba, baruri, buriti, groselha, casca de laranja e muitas outras, compõem o menu de doces da região.
Somos também ricos em frutos que rendem verdadeiros drinques naturais, alcóolicos como os licores ou não, como a cajuína. O Piauí e o maior produtor de caju da região e ganha com isso, a oportunidade de produzir um produto tipicamente nosso, a cajuína. A bebida é conhecida como o típico refrigerante piauiense.
No seu processo de fabricação, passa por etapas curiosas, onde o suco natural do caju é clarificado, em seguida, floculado, filtrado e submetido a uma temperatura de 100.ºC, com um detalhe, em banho-maria.
Segundo pesquisas recentes na área econômica, o Piauí tem potencial para produzir 300 milhões de garrafas de cajuína, causando um turbilhão no mercado de bebidas no Estado, sendo que são utilizados um quilo de caju para a produção de uma garrafa.
Nos últimos anos, por incentivo do SEBRAE, muitas comunidades estão sendo treinadas através de cursos para a fabricação da cajuína e do caju tudo se aproveita. A castanha é industrializada e usada no complemento de bolos, cremes e ate frigideiras salgadas.
Quando consumida pura, a vontade é de não mais parar de comer. Os resíduos, bagaço do caju e casca da castanha, podem ser usados na alimentação de animais e na produção de adubo orgânico. A castanha colhida é vendida no quilo.
Comidas Tradicionais
Abobrada:abóbora com ovos, leite, açúcar e canela.
Angu de milho:feito com farinha de milho, carne fresca batida ou moída e ovos.
Arroz de leite:arroz cozido misturado ao leite.
Arroz doce:arroz cozido misturado ao leite, açúcar, cravo e canela.
Arroz doce:Com leite de coco babaçu.
Arroz misturado com galinha ou capote.
Baião de dois:mistura de arroz e feijão, às vezes com toucinho.
Buchada:vísceras cozidas e costuradas dentro do estômago do animal abatido.
Cabeça de galo:pirão escaldado com ovos.
Cafofa:frito de tripa de criação (carneiro ou bode).
Caldeirada de camarão.
Capiau:picadinho de macaxeira com carne-seca.
Caranguejada.
Carne de Sol:carne de gado retalhada, enxuta pelo sol da manhã e estendida no sereno da noite, assada na brasa com manteiga de nata.
Carneiro ou bode:cozido com leite de coco.
Carneiro ou bode:assado na brasa.
Carneiro ou bode:feito risoto.
Carne seca de gado ou criação:carne retalhada seca no sol e assada na brasa.
Casquinha de caranguejo.
Chá de burro:milho cozido com leite e açúcar, polvilhado com canela.
Coalhada:leite coalhada, servido com raspa de rapadura.
Cozidão:carne com legumes e verduras com muito caldo e pirão.
Escaldada de tapioca:mistura de goma de mandioca com leite fervente.
Feijão de pequi.
Frigideira:ovos batidos, carne moída e mamão verde.
Frito:capote, galinha ou outra carne frita e misturada com farinha de mandioca.
Galinha caipira ou capote:cozido e preparado ao molho pardo.
Guisado de carne de porco.
Mão de vaca:ossos dos pés e mãos, unhas e nervos de gado, cozido com muito caldo.
Maria Isabel:risoto de carne de sol, picada com arroz.
Maxixada:maxixe com carne seca.
Mingau de puba.
Mugunzá:milho cozido com pé de porco, toucinho e lingüiça.
Palmito de babaçu com carne picada.
Panelada:feita com as tripas e demais partes do intestino do caprino, além das unhas.
Peixe cozido:com leite de coco e pirão de farinha.
Peixe frito:feito no óleo de babaçu.
Pintado:mistura de milho com feijão, cozidos com pé de porco e toucinho.
Pirão:ossada de boi e caldo fervente, misturado com farinha de mandioca.
Quibebe mole:carne seca picada e misturada com jerimum, abóbora ou batata.
Requeijão:tipo de queijo do sertão, feito com coalhada escorrida e manteiga.
Sarapatel:feito com sangue e vísceras de criação ou de porco.
Bolos e doces
Alfinim:feito com mel de engenho.
Beiju de coco:eito de farinha de tapioca, com massa de mandioca ou macaxeira.
Beiju seco:eito com a goma de tapioca, com massa de mandioca ou macaxera.
Bolo corredor:feito com goma, ovos gordura e sal.
Bolo de milho:feito com massa de milho, leite e açúcar.
Bolo frito:feito no óleo de coco.
Broa:bolo doce, geralmente bem seco.
Canjica:é uma espécie de mingau grosso, feito com milho verde ralado, adicionado com leite, açúcar e canela em pó.
Caridade:tipo de bolo doce.
Cariri:feito à base de goma ou tapioca.
Chapéu de couro:feito com mamão, rapadura e coco.
Chouriço:feito com sangue de porco, castanha de caju e outros ingredientes.
Cocada:feito à base de coco.
Cuscuz:eito à base de milho ou arroz, cozido em banho-maria.
Doces de:caju, de casca de laranja, de casca de limão.
Manuê:bolo de milho, castanha de caju e rapadura.
Pamonha:feita de milho verde ralado, cozida e servida enrolada na palha de milho.
Peta:bolo seco, feito à base de tapioca.
Quebra-queixo:doce ligado com coco.
Suspiro:bolo feito de clara de ovos.
Bebidas
Aluá:milho fermentado e rapadura.
Bacurizada:bacuri com leite.
Cachaças:diversos tipos, com misturas das mais variadas.
Cajuína:produzida a partir do suco do caju filtrado e submetido a uma temperatura de 100.º C em banho-maria.
Caldo de cana fermentado.
Capilé:feito a base de tamarindo.
Gengibirra:feito à base de gengibre.
Leite de onça:mistura de leite e álcool.
Licores de caju, folha de figo, jenipapo, maracujá, tamarindo, tangerina, etc.
Perobinha:suco de maracujá com álcool.
Tiquira:cachaça feita de mandioca.
Umbuzada:umbu com leite e adoçado com rapadura.
Vinhos de caju, abacaxi e outras frutas.
Gastronomia das Principais localidades do Piauí
Altos:beiju e coalhada.
Barras:capote com arroz e paçoca.
Batalha:capote com arroz e carneiro ensopado.
Campo Maior carne de sol e capote.
Corrente:abobrada.
Esperantina:Peixada e churrasco de carneiro.
Floriano:arroz com abóbora e feijão com pequi.
Luiz Correia:caranguejada e pargo frito.
Parnaíba:peixe ao molho de camarão e peixe ao molho de caju.
Pedro II.:galinha ao molho e panelada.
Picos:bode assado na brasa.
Piripiri:capote com arroz e galinha caipira.
São Raimundo Nonato:beiju com bode assado e cuscuz com carne de sol.
Teresina:Maria Isabel e paçoca.
Crendices e Curiosidades
Como o piauiense é cheio de superstições, destacamos, como curiosidades algumas das mais comuns e conhecidas entre nós:
Não comer manga depois que tiver comido ovos, porque da congestão.
Jantar tarde e logo se deitar para dormir provoca pesadelo.
Comer carne fresca e deitar-se em seguida, dá congestão.
Tomar leite e chupar manga faz mal, envenena.
Durante a gravidez, comer frutas gêmeas, faz nascer crianças gêmeas.
Quem come casca de queijo, fica burro.
Não se deve tomar banho no dia em que se come carne fresca, da congestão.
Fígado com cachaça envenena e morre quem toma cachaça e come melancia.
Chupar os ossos de costelas de porco dá fome canina.
Comer galinha choca, nunca para a fome.
Tomar café e sair correndo ou deitar-se dá congestão.
Tomar caldo de cana e depois beber cachaça, é procurar a morte.
Se a moça quer ficar bonita, come cabelouro (nervo de boi).
Mulher que descansa, não deve comer galinha do pescoço pelado.
Quem está gripado, não deve comer ovos, pois piora a gripe.
Beber água quente ao meio dia faz ficar com a fala fina.
Tomar água e coalhada em seguida, não faz mal, mas o inverso é veneno.
Chupar cana e tomar água da diabetes.
Jogar pão no mato, acaba na miséria, a não ser que o beije antes.
Derramar açúcar traz fortuna e felicidade.
Comer abacaxi à noite, e um veneno.
Comer abacaxi em jejum pode provocar úlcera.
Tomar suco de laranja em jejum dá ataque.
Não se deve comer surubim quando esta com ferimento, é carregado.
Comer ata, quando há algum ferimento no corpo dificulta a cicatrização.
Mulher de resguardo, não deve comer carne fresca.
Chupar cana pela manhã, faz embriagar.
Queijo de coalhada com cachaça é perigoso.
Comida feita numa casa e mandada para outra é causa de entriga.
O abacate é estimulante do apetite sexual, assim como o amendoim e a catuaba.
Quando há carne e peixe na mesa, deve-se comer primeiro a carne, depois o peixe, pois assim, a morte o deixa.
Beber café e água em seguida, além de estragar os dentes, faz estuporar ou ate mesmo, provocar problemas cardíacos.
Fonte: www.partes.com.br
Piauí
Culinária
A Culinária Tradicional Piauiense Eneas Barros A cozinha tradicional piauiense difere-se das demais do Nordeste em vários aspectos:
A larga utilização dos “cheiros verdes” (coentro e cebolinha verde), da cebolinha branca de Picos, da pimenta-de-cheiro e do corante natural extraído do urucum;
O uso muito intenso da farinha de mandioca (farinha branca e farinha d’água) para a confecção ou complementação de pratos. As farofas ou fritos, o pirão e a paçoca são alimentos indispensáveis na mesa dos piauienses. “Frito” é a mistura de farinha branca com carne frita de qualquer espécie, sobretudo a carne de porco e a carne seca cortada miúda.
O frito pode ser feito, ainda, com ovos, torresmo, e famosos são os fritos de galinha caipira e de capote (galinha d’Angola) e de caças variadas;
O arroz é comumente usado com outras misturas: com carne seca de gado (Maria Izabel), com carne de criação, de galinha, de capote ou pato. O colorante de urucum é indispensável, bem corno os cheiros-verdes. No sul do Estado, usa-se colorir o arroz com açafrão.
Na área sertaneja, é muito comum a mistura de arroz com feijão (Baião-de-Dois), ou ainda a mistura de feijão com milho, que deve ter toucinho, pé e orelha de porco. É o chamado “Pintado” ou “Mucunzá”, e come-se de preferência com frito de porco;
O uso de carne com caldo (molho fino) é outra característica bem típica do costume alimentar dos piauienses. Um exemplo é a carne seca picadinha ou a carne fresca moída misturada com quiabo, jerimum, macaxeira e maxixe, temperada com muito “cheiro-verde”, manteiga de garrafa e nata. Dependendo das misturas, recebe os nomes locais de “Quibêbe”, “Picadinho”, “Caldo de Carne” ou “Capiau;
Apesar da predominância das comidas sertanejas à base de carne, a cozinha piauiense dispõe de excelentes pratos à base de peixes e de frutos do mar.
As frigideiras e as caldeiradas de camarão, as casquinhas de caranguejos, os mexidos de ostras e caranguejos, as peixadas ao leite de coco babaçu satisfazem os mais exigentes paladares. Piratinga, Mandubé, Matrincham e Branquinho são alguns dos peixes de primeira qualidade encontrados no rio Parnaíba;
A doçaria piauiense é a mais rica e diversificada do Nordeste. São famosos os doces e compotas de caju, de manga, de goiaba, de mangaba, de buriti, de bacuri, de groselha, de casca de laranja da terra e de tantas outras frutas. O doce de casca de limão azedo é o mais típico do Piauí;
É variada, ainda, a utilização da farinha de puba (mandioca) para o preparo de bolo caseiro e beiju, e a macaxeira pode ser servida cozinhada e assada no forno ou na brasa.
Fonte: www.angelfire.com
Piauí
Bandeira do Piauí
SIGNIFICADO DAS CORES E HISTORIA DA BANDEIRA
História da bandeira
A bandeira do Piauí foi adotada oficialmente através da lei nº 1.050, promulgada em 24 de julho de 1922 e alterada posteriormente pela lei ordinária no 5.507, de 17 de novembro de 2005.
Significado das cores
Possui as mesmas cores da bandeira do Brasil, o amarelo representa a riqueza mineral e o verde a esperança. A estrela remete a Antares, que na bandeira nacional simboliza o estado do Piauí. Inscrito dentro do retângulo azul, abaixo da estrela branca, está “13 DE MARÇO DE 1823”, dia da batalha do Jenipapo, que foi introduzida na alteração de 2005.
BANDEIRA DO PIAUÍ
As cores Verde, Amarelo, Azul e Branco pertence a Bandeira do Piauí
Bandeira do Piaí, adotada entre 24 de julho de 1922 a 1937, 1946 a 2005
Verso da bandeira do Piauí
Fonte: www.achetudoeregiao.com.br
Piauí
Hino do Piauí
Salve terra que ao céu arrebatas
Nossas almas nos dons que possuis
A esperança nos verdes das matas
A saudade das serras azuis
Estribilho
Piauí terra querida
Filha do Sol do Equador,
Pertencem-te a nossa vida,
Nosso sonho, nosso amor!
As águas do Parnaíba,
Rio abaixo, rio arriba,
Espalham pelo sertão
E levam pelas quebradas,
Pelas várzeas e chapadas
Teu canto de exaltação.
Desbravando-te os campos distantes
Na missão do trabalho e da paz,
A aventura de dois bandeirantes
A semente da pátria nos traz.
Sob o céu de imortal claridade
Nosso sangue vertemos por ti;
Vendo a pátria pedir liberdade,
O primeiro que luta é o Piauí.
Possas tu no trabalho fecundo
E com fé, fazer sempre melhor
Para que no concerto do mundo
O Brasil seja ainda maior.
Possas tu conservando a pureza
Do teu povo leal progredir
Envolvendo na mesma grandeza
O passado, o presente e o porvir!
Fonte: letras.terra.com.br
Piauí
Traços culturais do Estado do Piauí
Cultura popular conta a nossa história
Um Estado de riquezas singulares. Assim é o Piauí. Com uma natureza prodigiosa, cultura riquíssima e potencialidades exploradas e ainda a serem descobertas, o nosso Estado é um tesouro de valor indiscutível.
Na área cultural, temos o privilégio de contar com manifestações que vêm de todos os cantos do Estado. Do Bumba-Meu-Boi ao Reisado, do Cavalo Piancó ao Pagode de Amarante, tudo é beleza quando se fala nas apresentações artísticas mais típicas da nossa gente. O artesanato também é uma de nossas maiores fontes de riquezas.
O Bumba-meu-boi é o folguedo mais característico do Piauí, como de muitos Estados brasileiros. Hermilo Borba Filho, quando cita Pereira da Costa, é de opinião que este folguedo surgiu da colonização das terras do Piauí em fins do século XVIII, com as primeiras doações de sesmarias feitas pelo Governador do Pernambuco.
A origem do Bumba-meu-boi seria, portanto, pernambucana, baseando-se na antiga modinha que diz:
O meu boi morreu
Que será do mim
Mando buscar outro maninha
Lá no Piauí
O certo é que o nosso Boi originou-se aqui mesmo no Nordeste, uma região colonizada através das fazendas de gado, onde o boi era o centro da sobrevivência local. E o Piauí é o estado onde esse relacionamento tornou-se mais íntimo.
Daí a brincadeira do “Boi” estar revestida de tanta popularidade, de tanta pompa e colorido. O boi, para nós, não é apenas um animal importante como outro qualquer, mas está revestido de uma profunda significação mítica. Por outro lado, deve-se salientar que houve alguma ligação do nosso Bumba-meu-boi com outras brincadeiras relacionadas ao boi.
Os insignes mestres folcloristas Rossini Tavares e Câmara Cascudo consideram, de curto modo, o caráter universal do bailado do Boi, estando o nosso relacionado, sobretudo, com algumas brincadeiras de boi originais da Franca e da Portugal.
O Bumba-meu-boi, entes de ser uma dança, é uma representação dramática, é uma farsa. Seu enredo expressa toda uma realidade sócio-econômica e seu conteúdo musical, rítmico, coreográfico e indumentário constitui a marca do encontro de culturas diversas, que aqui entre nós se completaram e se adaptaram ante uma realidade ecológica típica.
O Bumba-meu-boi conta a história da Catirina, mulher do Chico Vaqueiro, que, estando grávida, desejou comer a língua do boi mais bonito da fazenda. Catirina induz o marido a matar o boi. Chico chega e ferir ou a matar o boi.
A notícia se espalha e o fazendeiro dono do boi procura o autor do crime. Chico é acusado. Vários doutores são chamados para curar o boi. Depois de muitas peripécias, onde há julgamento e perdão, termina tudo com muita festa e danças, comemorando a cura do boi. Na maioria das brincadeiras o boi chega a morrer e a ressuscitar.
Existem em Teresina vários grupos de boi, que têm em toda a cidade a chance de mostrar seu valor. Mas é no Encontro Nacional de Folguedos, promovido pela Fundação Estadual de Cultura, que existe a maior visibilidade hoje para seus trabalhos.
A festa acontece anualmente no mês de julho. Entre os grupos da capital estão o “Riso da Mocidade”, o “Imperador da Ilha”, o “Terror do Nordeste”, “Estrela Dalva”, entre outros.
Além do Boi, o Reisado é outra representação autêntica de nossa cultura popular. A dramatização folclórica é praticada principalmente em Amarante, Floriano, Teresina, mas também encontrada em outros municípios.
A festa é comemorada entre 25 de dezembro e 6 de janeiro, que é o Dia de Reis propriamente dito. Quem trouxe essa festa para o Brasil foram os portugueses, que reproduziam os costumes dos grupos janeireiros. Eles saíam às ruas pedindo que lhes abrissem as portas e recebessem a boa nova do nascimento de Cristo e homenageando os três reis magos.
São participantes do Reisado os “caretas”, a “burrinha”, o “pião”, o “cabeça de fogo”, a “cigana”, “jaraquá”, “caipora”, “casal de velhos”, “ema”, “arara”, “piaba” e o “boi”.
Lendas
O Piauí é um Estado rico em cultura popular. Um dos pontos mais fortes são as lendas. A imaginação do povo faz perpetuar histórias cheias de personagens interessantes. O Cabeça de Cuia é a mais famosa delas.
Conta a história de um pescador chamado Crispim, que depois de um dia inteiro sem ter conseguido pescar um único peixe, morto de fome, ao chegar em casa a única refeição que lá encontrara foi uma espécie de caldo feito com o osso corredor do boi, mas que não tinha carne e só o caldo do osso. Revoltado pela situação, Crispim pegou o osso e começou a espancar a sua própria mãe! Bateu tanto que sua mãe veio a falecer.
Mas antes do suspiro final, ela olhando pra Crispim lhe jogou uma maldição, na qual ele se transformaria em um monstro e viveria nas profundezas do rio Poti. Conta a lenda que o Cabeça de Cuia costuma aparecer aos pescadores, lavadeiras e banhistas em noites de lua cheia. Sua enorme cabeça surge e desaparece na superfície das águas.
O encanto só terá fim quando ele conseguir devorar sete Marias virgens!
A porca do dente de ouro
Diz a lenda que uma moça travara uma briga sem cabimento com sua mãe, dando-lhe uma bruta dentada. Desde então, vivia trancada no quarto, só via sua mãe que lhe levava a comida. À meia-noite transformavava-se em porca e saia pelos subúrbios assombrando as pessoas por ser provida de uma tromba crescida e coberta de uma coisa brilhosa de onde saía uma ponta saliente como se fosse um monstruoso dente de ouro.
Pé de Garrafa
Conta a lenda que dois amigos estavam caçando no mato e um deles, após se perder do outro, começa a chama-lo, aos gritos. Uma voz longe começa a responder e ao se aproximar ele vê com espanto que não era o seu amigo e sim um terrível animal parecendo um lobisomem. Espantado, o rapaz só teve tempo de subir na árvore e o animal ficou furioso rosnando embaixo. De manhã, só ficou o rastro do bicho, como se fosse um fundo de garrafa. Desde então todos os caçadores que se perdem dos companheiros não gritam chamando os colegas, temendo a aparição do Pé de Garrafa.
Barba Ruiva
Diz a lenda que ao sul do estado, uma jovem teve uma criança e como não queria que ninguém soubesse, resolveu jogar a criança recém-nascida numa cacimba. As águas da cacimba foram aumentando imediatamente até ocupar toda a várzea de carnaubais, formando uma imensa lagoa. A criança se encantou, não cresceu mais, tornou-se velha com longas barbas avermelhadas. Aparece nas margens da lagoa tomando banho e ao se aproximar alguém, joga-se nas águas, fazendo muito barulho.
Na lagoa em certa época do ano, formam-se ondas furiosas e o povo diz que é o Barba Ruiva enraivecido com a mãe. O encanto só quebrará quando a lagoa crescer e ocupar todo o povoado próximo.
Num-Se-Pode
Conta a lenda que uma bela mulher que atraia a atenção dos homens por ser bastante bonita, encostada próximo aos lampiões nas antigas praças de Teresina, que ao se aproximar dela, de uma hora pra outra ele se esticava assustadoramente até alcançar o lampião lá no alto e assim ascender o seu cigarro. Assustados todos corriam o quanto mais rápido podia!
Fonte: www.fundac.pi.gov.br
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