Olinda

Olinda – PE

História

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Fundada por Duarte Coelho Pereira, donatário da Capitania de Pernambuco, Olinda foi oficialmente reconhecida como vila por Alvará Régio de 12 de março de 1537.

O donatário tudo fez pelo desenvolvimento da terra. Fundou o primeiro engenho de açúcar, desenvolveu a agricultura, estabeleceu um livro de Tombo e em 1537 ordenou a construção de um edifício destinado ao funcionamento do Senado da Câmara de Olinda, prédio êste doado, em 1676, ao primeiro bispo de Olinda, Dom Estevam Brioso de Oliveira, que o converteu em palácio episcopal, título que ainda hoje conserva. Elevada à categoria de cidade, em 16 de novembro de 1676, quando também a igreja da Sé foi elevada a catedral.

Em 1630, Olinda foi tomada pelos holandeses que a incendiaram no ano seguinte; em 1654, novamente sob domínio português, voltou a ser a sede oficial do govêrno, muito embora os Governadores residissem no Recife. Por volta de 1800, com a fundação do Seminário Diocesano e, em 1828, do Curso Jurídico, transformou-se num burgo de estudantes. Deixou de ser a Capital da Província em 1827.

Sob certos aspectos Olinda rivalizava com a metrópole portuguêsa.

Seus velhos sobrados tinham dobradiças de bronze, enquanto as igrejas, principalmente a Sé, ostentavam em suas portas principais dobradiças de prata e chaves fundidas em ouro. Foi no Senado da Câmara de Olinda que, a 10 de novembro de 1710, o sargento-mor Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito em prol da independência nacional.

Os primeiros Cursos Jurídicos do Brasil, criados pelo Decreto Imperial de 11 de agôsto de 1827, foram inaugurados solenemente no Mosteiro de São Bento, a 15 de maio de 1828. Antes de sua transferência para o Recife, os Cursos Jurídicos funcionaram no prédio em que atualmente se encontra a Prefeitura.

Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Olinda, pelo alvará de 29-01-1787.

Elevado à categoria de vila com a denominação de Olinda (ex-Aldeia Marim), em 1537.

Elevado à condição de cidade e sede com a denominação de Olinda, em 16-11-1637. Foi capital do Estado até o ano de 1827.

Pela lei provincial nº 238, de 11-06-1850, é criado o distrito de Nazaré e anexado ao município de Olinda. Por ato do conselho do governo de 20-05-1833, desmembra do município de Olinda o distrito de Nazaré. Elevado à categoria de vila.

Pela lei municipal nº 219 de 28-12-1907, é criado o distrito de Paulista e anexado ao município de Olinda.

Pela lei municipal nº 231, de 02-06-1908, é criado o distrito de Beberibe e anexado ao município de Olinda.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 3 distritos: Olinda, Paulista e Beberibe.

Pela lei municipal nº 486, de 14-11-1922, foram criados os distritos de Caboatam, Canoas, Jardim, Nobre, Praia da Conceição e anexados ao município de Olinda.

Pela lei estadual nº 1931, de 11-09-1928, o distrito de Beberibe foi transferido do município de Olinda para Recife.

Sob a mesma lei acima citada, desmembra do município de Olinda o distrito de Paulista elevando-o à categoria de município.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 6 distritos: Olinda, Caboatam, Canoas, Jardim, Nobre, Praia da Conceição.

Pelos decretos nºs 268, de 25-11-1930, e 56 de 23-01-1931, o município de Paulista perdeu acategoria de município, sendo seu território anexado município de Olinda, como simples distrito.

Pela lei estadual nº 11, de 04-11-1935, desmembra do município de Olinda o distrito de Paulista. Elevado novamente à categoria de município.

Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é constituído dodistrito sede. Todos os distritos que figuravam na divisão de 1933, foram extintos, sendo seus territórios anexado ao distrito sede do município de Olinda.

No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído do distrito sede.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Fonte: biblioteca.ibge.gov.br

Olinda

Com o título em 1982, de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade e berço da cultura brasileira, Olinda foi eleita a 1ª. Capital Cultural do Brasil em 2005.

Tudo isso deve-se à sua tamanha beleza natural, além de ser uma das cidades mais preservadas desde a época colonial do Brasil. Nas ruas de seus sítios históricos, percebe-se a “arte” por todos os lados, por isso que muitos artistas plásticos escolhem a cidade para montar seus ateliês, galerias e museus, pois afirmam que Olinda traz inspiração.

Tem o seu traçado acompanhando os altos e baixos da região, nos seus 40,83 km², é banhada pelos rios Beberibe e Paratibe, sendo que este tem sua nascente no município. Sua população está na casa dos 400 mil habitantes, sendo que nas épocas de festas, carnaval, etc. aumenta sobremaneira esse número. Considerada a 3ª maior cidade do estado, com renda per-capta entre dois a quatro salários mínimos. Fica a 6 km. de Pernambuco, com clima quente e úmido.

Não tem a data de sua fundação bem definida, sabendo-se que tudo começou em 1534 com a instituição do regime de capitanias pela Coroa portuguesa. O local foi escolhido por Duarte Coelho que julgou de defesa segura, que eram os padrões da época, devido a invasões.

Pouco depois ele seguiu para o sul buscando um lugar para a sua instalação, encontrando um ideal, no alto das colinas, onde existia apenas uma pequena aldeia chamada Marim, instalando alí, o povoado que deu origem a Olinda. O seu nome talvez tenha sido aproveitado por um dizer do seu posseiro “Ó linda situação para se construir uma vila”.

Mas de fato, o nome da cidade surgiu através de uma personagem feminina do romance de cavalaria Amadis de Gaula. O seu progresso foi grande, devido ao extrativismo do pau-brasil e a cultura da cana-de-açúcar, que a tornou um dos principais centros comerciais da colônia.

Entre 1580 e 1586, com a chegada de ordens religiosas: as carmelitas; jesuítas; beneditinos e franciscanos, ocorreu a catequização dos índios o que ajudou no aproveitamento das terras.

Em fevereiro de 1653, Pernambuco foi invadida pelos holandezes e isso trouxe muitas conseqüências para Olinda, que foi incendiada após a pilhagemn de materiais nobres das edificações. No ano seguinte ocorreu a expulsão dos holandezes, porém Olinda não mais recuperou seu prestígio que foi canalizado por Recife. Posteriormente experimentou uma grande procura de suas praias e foi se ampliando pelas cercanias.

Enfeitada por igrejas, seminários e casarios, a cidade atrai turistas de todas as partes do mundo.

Os seus guias mirins são ótimas companhias para apresentá-la e levar para alguns dos principais pontos turísticos como: O prédio da Caixa d’água, de 1934, e fica no Alto da Sé, que foi a primeira construção modernista realizada no Brasil; o Sobrado Mourisco I e II; Faculdade de Direito; Biblioteca pública; Centro de Educação Musical de Olinda; O Coreto; Ruínas do Senado: Farol de Olinda; e Forte São Francisco, dentre outros.

Várias praias: do Farol; Bairro Novo; dos Milagres; Ponta D’el Chifre; do Carmo; Casa Caiada e de Rio Doce.

Lá encontramos também Mirantes: Mirante da Igreja de Nossa Senhora da Graça e Seminário de Olinda; Mirante da Ribeira; Mirante do Alto da Sé e o do Largo da Misericórdia. A par destes, encontramos muitas Igrejas, Museus e Mercados públicos, entre outras construções que levam o visitante a fazer uma viagem ao passado.

As dezenas de igrejas de Olinda merecem um grande destaque, existem inúmeras e dedicadas aos mais diversos santos, a cidade é altamente religiosa. Além das igrejas seculares, em seu sítio arqueológico podem ser encontrados diversos monumentos que mostram a história do Brasil como também obras do século XX.

Dona de um dos maiores carnavais do mundo, as famosas ladeiras de Olinda ficam lotadas de fantasias e muitas cores durante esta grande festa. Acompanhar os clubes de frevo, maracatu, afoxé, bonecos gigantes, se torna a principal diversão para os foliões. O carnaval da cidade é caracterizado por esta mistura de danças portuguesas e africanas.

O seu litoral com apenas 11 Km, distribuído em sete praias, atrai muitos visitantes para quem deseja buscar lazer contemplativo, além de ter a comodidade de se hospedar em Olinda e ainda visitar e curtir as belas praias do litoral pernambucano.

As belezas da cidade são incontestáveis, o turismo está sempre em alta e os seus visitantes saem com uma grande bagagem cultural que será levada e guardada para sempre. A cultura, a natureza, a alegria, se misturam com o ar de Olinda que respira história.

Fonte: cidades.com.br

Olinda

Atrativos Naturais

Bica de São Pedro

É a que possui maior vazão de água. Ainda serve à população olindense. Sua água é tipicamente calcária, incolor, inodora. Tem temperatura ambiental em torno de 30º.

Bica do Rosário

Imponente peça colonial. Sua base ostenta o secular brasão de Olinda e o frontão é adornado por paredões com jarros de pedra. Tem escadaria toda lajeada em pedras.

Bica dos Quatro Cantos

Tem registro documental encontrado em uma escritura do ano de 1602 com a denominação de Fonte de Tabatinga.

Bicas de Olinda

Localizadas nas ruas Henrique Dias, no Varadouro (São Pedro) e dos Quatro Cantos, no Amparo (Quatro Cantos) e no Largo do Rosário, no Bonsucesso (Rosário), as tradicionais bicas da cidade foram construídas na primeira metade do século XIV em pedra e alvenaria.

A finalidade era a de suprir a falta de água da Vila de Olinda. No século XIX é fundada a Companhia Santa Teresa encarregada dos serviços de água e luz. Os problemas de abastecimento, no entanto, não diminuíram, pois a Companhia tomou medidas para proibir o consumo gratuito nas bicas e cacimbas públicas.

A Bica do Rosário foi fechada, a dos Quatro Cantos destruída. As bicas do Rosário, Quatro Cantos e São Pedro foram posteriormente recuperadas.Resistiram à ação do tempo e hoje completam os monumentos históricos da cidade.

Horto Del Rey

A data de sua fundação não está devidamente comprovada. Uma Carta Régia de 19 de novembro de 1798 determinava o estabelecimento de um Jardim Botânico em Pernambuco semelhante ao que se havia criado no Pará. Pereira da Costa, nos Anais Pernambucanos, registrada o ano de 1811 como o da fundação do Jardim Botânico de Olinda.

O local onde foi instalado encontra-se nas proximidades do Convento da Conceição, no Bonsucesso. Teve seu tempo áureo entre os anos de 1826 e 1830, quando chegou a possuir mais de mil espécies. A área foi vendida em 1854 e hoje pertence a particulares.

Mata do Passarinho

Área de preservação ambiental, considerada de utilidade pública desapropriada pelo Decreto Municipal n° 057, de 12 de maio de 1998. A Mata de Passarinho é o último resquício de Mata Atlântica do município de Olinda. Constantemente pressionada pela população do seu entorno, a mata é bastante utilizada pela população como área de lazer e de recursos naturais disponíveis.

São 13,36 hectares que abrigam espécies vegetais como cajá, dendê, favinha, imbaúba, ingá, jacarandá, louro, pau-sangue, murici, oiti, sucupira e visgueiro. Está situada no bairro de Passarinho, próximo aos bairros de Alto da Bondade, Águas Compridas, Córregos dos Carneiros.

Como legítima representante da arquitetura colonial portuguesa, Olinda possui inúmeras igrejas, todas no mais puro estilo barroco. Visite a Igreja da Sé, construída em 1537, e aproveite para comer uma tapioca quentinha de uma das barracas do Alto da Sé, em frente à Igreja, apreciando a vista panorâmica de Recife.

Vale também a pena visitar a Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, de 1540, o Mosteiro de São Bento, construído em 1582, e o Museu de Arte Sacra, no antigo Palácio Episcopal, que data de 1676.

Atrativos Culturais

Basílica e Mosteiro de São Bento

O Mosteiro de São Bento é o segundo construído em terras brasileiras. Sua construção data do século XVI e possui uma característica peculiar que é a de ser São Bento, ao mesmo tempo, padroeiro da Abadia e do Mosteiro. O Mosteiro de São Bento não passou despercebido dos invasores holandeses e foi destruído pelos mesmos em 1631.

Por esse e por outros motivos o Mosteiro não possui um estilo arquitetônico definitivo. A fachada da igreja é composta por um brasão e uma torre sineira do século XVIII. Destaca-se também o requintado altar-mor com arquivoltas do barroco brasileiro. Toda em madeira revestida em ouro, no trono principal do altar, encontra-se a imagem do patriarca São Bento.

A sacristia conventual é a mais rica das igrejas de Olinda com elaboradas talhas douradas, espelhos de cristais e painéis, mostrando a vida penitente de São Bento. Suas portas são almofadadas em alto-relevo e emolduradas em pedra.

Biblioteca Pública

A casa é exemplo da arquitetura rural do século XVII. A primeira biblioteca é de 1830 e foi instalada no Convento de São Francisco. A chamada Casa 100 do Carmo foi inaugurada como Biblioteca Pública em 1996.

Capela de Santa Ana do Engenho Fragoso

Localizada na Base Rural de Olinda, na estrada que vai até Paulista, a capela é posterior à construção do engenho. A propriedade foi, provavelmente, um presente de Jerônimo de Albuquerque (cunhado do 1 o . donatário de Pernambuco), à sua filha Joana de Albuquerque, na ocasião de seu casamento com Álvaro Fragoso, fidalgo de Portugal.

Somente por volta do século XIX, a Igreja de Santa Ana é mencionada. No frontispício das atuais ruínas na igreja, está gravada a data de 1845, que sugere uma reforma naquele ano. No século XX, a propriedade perdeu totalmente seu caráter produtivo e a capela foi abandonada.

Após reformas empreendidas no século XX, a igreja possuía portada de estilo neoclássico e frontão eclético. A capela manteve-se funcionando, mesmo de forma precária, até a venda do Engenho, em 1951.

No local, foi construído um núcleo de casas populares: a Vila Cidade Tabajara. Os últimos resquícios do antigo engenho são as ruínas do antigo forno de cal e o que restou da capela, que conserva ainda os traços singelos, que marcam uma época.

Capela de São Pedro Advíncula

Construção iniciada por volta de 1764 com parte integrante do Aljube (cadeia eclesiástica), hoje Museu de Arte Contemporânea. Os presos dela se serviam para assistirem às missas. A capela possui duas divisões, uma para celebração e fiéis; outra posterior, servindo de sacristia.

O estilo é colonial. No seu interior, um altar com talhas Dom João V e um belo quadro de São Pedro. O quadro de São Pedro representa “Ele na prisão e um anjo tira-lhe as algemas, libertando-o”.

Casa de João Fernandes Vieira

À direita da Rua de São Bento, ergue-se o sobrado onde habitou e faleceu João Fernandes Vieira, restaurador de Pernambuco, rico senhor de engenho, que teve destaque na luta contra o invasor holandês.

Localização: Rua de São Bento – Varadouro

Centro de Educação Musical de Olinda

O casarão integrava o antigo Sítio Ramos, propriedade onde havia viveiros de peixes e árvores frutíferas, adquirido em 1915 pelo coronel Arthur Lundgren. Abandonado durante vários anos, foi restaurado e atualmente abriga o Centro de Educação Musical de Olinda.

Localização: Complexo Rodoviário de Salgadinho – Santa Tereza

Coreto da Praça da Preguiça

Construção do fim do século XIX, o coreto tem construção de ferro fundido, de procedência inglesa, com base de pedra arredondada. Sua varanda em ferro é adornada por arabescos e encimada por uma espécie de coroa. Antigamente, o coreto abrigava a Banda de Música, que animava as festas de Olinda.

Localização: Avenida Liberdade, s/n° – Carmo

Farol de Olinda

O farol original foi montado sobre o Fortim Montenegro, visível a 12 milhas. Aceso pela primeira vez em 1872. O farol atual foi construído no alto do morro denominado Morro de Serapião, localizado no bairro do Amaro Branco e inaugurado em 7 de setembro de 1941.

Localização: Bairro do Amaro Branco

Forte de São Francisco (Fortim do Queijo)

A localização geográfica da Vila de Olinda tornava relativamente fácil a entrada dos invasores. A vulnerabilidade da região criou a necessidade de defesa e por conta disso, a partir do século XVII, intensificaram-se as construções das fortalezas.

De acordo com o historiador Vanildo Bezerra, “o Fortim do Queijo era um baluarte de certa envergadura, mas com o passar do tempo tomou o formato de um queijo, vindo daí o seu nome”. Historiadores afirmam que o Fortim do Queijo é o mais antigo da cidade e teria sido construído por Cristóvão Álvares, por volta da década de 20, do século XVII.

O forte passou por uma fase de pré-ruína e durante a administração do prefeito Aredo Sodré da Mota (1973-1977) passou por uma restauração que lhe confere as atuais feições. Atualmente encontra-se sob a responsabilidade do Ministério do Exército.

Localização: Rua do Sol – Carmo

Igreja da Misericórdia

A Igreja Nossa Senhora da Luz e a Santa Casa da Misericórdia foram construídas em 1540. Em 1630, a Igreja foi saqueada pelos holandeses e incendiada, mas foi restaurada em 1654. Contígua à Igreja está a Academia Santa Gertrudes, um colégio fundado em 1912, pela Associação de Instrutoras Missionárias. No interior da Igreja, há preciosidades em talha, como o púlpito e o forro.

Igreja da Santa Cruz dos Milagres

Conta-se, que durante as missões realizadas na Sé de Olinda, em ano de dura seca, um pastor de gado recebeu uma mensagem divina revelando a localização de uma fonte de água doce. Em ação de graças, foi construída, por cima do olho d´água, uma capelinha.

Outra versão relata que, durante a estiagem, um boi pastando encontrou água potável para saciar-lhe a sede. O povo considerou um milagre todo aquele manancial e construiu uma cacimba, para abastecer a cidade. As Missões foram transferindo-se para a cacimba do Milagre, onde uma cruz foi colocada. O local virou ponto de romaria.

No entanto, as referências consistentes são muito escassas. Sabe-se, que em 1950, realmente foi edificado um cruzeiro em agradecimento ao surgimento da fonte de água potável. Uma capelinha foi construída no local, até que, em 1862, começou a ser erguida uma capela de porte regular, ao lado da cruz.

Daí o nome do povoado que surgiu na região: Santa Cruz dos Milagres.

Hoje a Igreja mostra um frontispício simples, uma torre sineira e portal central. No altar-mor, encontram-se uma imagem de Nossa Senhora das Dores e um busto do Salvador do Mundo, ladeados por São José e Nosso Senhor. Existem, ainda, dois altares laterais, com as imagens de Nossa Senhora dos Milagres e de vários outros santos. A cacimba continua vertendo água, mas está abandonada.

Igreja de Nossa Senhora da Boa Hora

E dificada em 1806, segundo escritura pública de doação de uma casa lavrada na cidade de Olinda por Bernardo Ferreira Viegas e sua mulher D. Elena Maria da Conceição, que também incorporava o referido imóvel ao patrimônio da capela de Nossa Senhora da Boa Hora.

A data de 1807, registrada na fachada foi colocada em um dos sucessivos acréscimos que deram origem à atual igreja. No local onde está situada a capela existia um nicho dedicado à mesma padroeira, levantado em meados do século XVIII.

Igreja de Nossa Senhora das Neves, Capela de São Roque e Convento de São Francisco

O conjunto do Convento de São Francisco é formado pela Igreja de Nossa Senhora das Neves, a Capela de São Roque e o claustro de azulejos e sua magnífica sacristia. Começou a ser construído em 1585. É convento franciscano mais antigo do Brasil. A igreja foi incendiada pelos invasores holandeses no ano de 1631 e reconstruída ainda no século XVII. Em frente ao convento existe um cruzeiro trabalhado em pedra arenito retirada de nossos arrecifes. O forro da igreja tem com pinturas do século XVIII.

Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe

É uma das poucas igrejas da América do Sul sob invocação da padroeira do México. Foi construída pela devoção dos homens pardos libertos ou escravos da Vila de Olinda entre os aos de 1626 a 1629. Na época de sua construção, Portugal fazia parte do governo espanhol e talvez por isso a predileção pela santa da devoção espanhola.

A igreja abriga até os dias de hoje, a irmandade de Nossa Senhora de Guadalupe, tendo servido também de sede à irmandade de Nossa Senhora do Bom Parto até 1854, quando foi transferida para a Igreja de São Sebastião.

Igreja de Nossa Senhora do Amparo

A primitiva Igreja de Nossa Senhora do Amparo foi fundada por rapazes solteiros e músicos , entre os anos de 1550 e 1560. Foi parcialmente destruída pelos holandeses em 1631. A data da fachada, 1644, marca sua reconstrução.

Dois painéis de madeira compõem os altares laterais: à esquerda, o Cristo; à direita, a padroeira dos músicos, Santa Cecília. Sua última restauração, 1992, fez aflorar o colorido barroco de seus altares, acima do arco-cruzeiro, painel de azulejos franceses.

Igreja de São José dos Pescadores

Conta-se que a imagem de São José foi encontrada por pescadores do lugar, onde foi levantada uma ermida. Em 1901, data da fachada, tornou-se Capela e, em 1936, foi novamente ampliada. No frontão, uma estrela do mar.

Igreja de São Pedro Apóstolo

A Igreja de São Pedro Apóstolo tem sua construção posterior à restauração pernambucana, provavelmente, nos fins da metade do século XVII. Contudo, a instalação de sua irmandade na cidade de Olinda é anterior à construção de sua igreja, datando de 1711.

Sabe-se, que inicialmente a irmandade de São Pedro Apóstolo se instalou na matriz de São Pedro Mártir, passando depois para a igreja de São Pedro Apóstolo. Hoje a irmandade inexiste, apesar de ter funcionado durante muito tempo na cidade.

Igreja de São Salvador do Mundo

A Igreja de Nosso Senhor Salvador do Mundo foi a primeira construída no Brasil. Fundada em 1540, tinha sua estrutura inicial em madeira e taipa. A partir de 1584, começou a construção da nova igreja matriz com muitas capelas ao redor.

Durante a invasão holandesa, serviu como templo protestante e teve sua estrutura danificada com o incêndio ateado pelo invasor. Depois da Restauração Pernambucana, começaram os trabalhos de reconstrução, passando os atos religiosos a serem realizados na Igreja de São João.

Ainda no período de reconstrução, em 1676, foi elevada à categoria de bispado de Olinda sendo inaugurada somente em 1714. A mudança da sede do governo do bispado para o Palácio da Soledade provocou um movimento no sentido de transferir a catedral para o Recife.

Igreja de São Sebastião

Fundada em 1686, na subida da Ladeira do Varadouro, a igreja foi construída com recursos do Senado e donativos populares. No final do século XVII, a igreja foi oferecida para sede da irmandade dos soldados, mas foi rejeitada, continuando a Câmara com o encargo de sua manutenção.

Já em 1819 foi realizado um grande serviço de restauração e colocadas na fachada principal do templo as armas do Senado da Câmara, que são o globo e a cruz de São Salvador, o padroeiro da cidade. Em 1854 foi cedida à irmandade de Nossa Senhora do Bom Parto. Com o início da República, a igreja foi entregue, em definitivo, à Irmandade do Bom Parto.

Igreja do Bom Jesus do Bonfim

A sua construção data de 1758, quando um morador da localidade, Pinheiro da Fontoura, pede permissão para fundar uma igreja dedicada ao Senhor do Bonfim. Merece atenção o altar-mor e as imagens da igreja.

Igreja do Rosário dos Homens Pretos de Olinda

Construída na segunda metade do século XVII é a primeira igreja em Pernambuco a possuir irmandade formada por negros. O objetivo dos escravos e de alguns libertos era criar um referencial comum ao branco, adaptando-o às suas crenças originais e língua, pois, ao negro, não eram permitidos o acesso às igrejas dos brancos e a participação em associações, irmandades e confrarias.

Em volta da igreja, os negros promoviam folganças denominadas Congos, uma tentativa de resgatar as festas religiosas da África. Em 1702, foi instalado um hospício na igreja idealizado pelo bispo Francisco de Lima.

A finalidade era hospedar os missionários responsáveis pela catequese dos índios. Recentemente, em 1998, ao passar por restaurações, foram descobertas pinturas que imitam pedras preciosas e o marmorizado dos altares de madeira das igrejas mais ricas da cidade.

Igreja e Convento de Nossa Senhora da Conceição

O convento é um dos mais antigos do Brasil colonial. Foi abandonado no período da invasão holandesa e reconstruído por iniciativa do mestre-de-campo João Fernandes Vieira, passando a funcionar como casa religiosa de recolhimento para mulheres abandonadas.

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição tem como principal atração a histórica imagem barroca de Nossa Senhora da Conceição. A imagem possui uma riquíssima pintura em ouro e policromia com um pedestal formado por um bloco de anjos com a representação da Lua. O toque final da imagem é uma coroa de prata.

Igreja e Convento de Santa Tereza

A Igreja e o Convento de Santa Tereza foram erguidos em meados de 1660, sob a invocação de Nossa Senhora do Desterro e ocupados pelas Carmelitas Descalças, expulsas em 1831. O estilo é barroco. Os altares da igreja ostentam requintadas talhas, com preciosas imagens dos séculos XVII e XVIII de santeiros pernambucanos.

O frontispício é colonial, com uma torre simples e um nicho rebuscado acima da porta principal, abrigando a Santa Madre Tereza de Jesus. Acima do seu nicho, está colocado um brasão da ordem das Carmelitas Descalças. Hoje, o convento abriga um orfanato e o Colégio Santa Tereza.

Igreja e Mosteiro de Nossa Senhora do Monte

A Igreja de Nossa Senhora do Monte é uma das mais antigas de Olinda. Construída em meados do século XVI, seu interior é rústico, não possuindo nada de barroco. É composto apenas de um altar-mor simples e um oratório que ostenta a imagem da padroeira Nossa Senhora do Monte. Na última década do século XVI, a igreja foi doada aos monges beneditinos.

Igreja Santo Antônio do Carmo

Primeira igreja da Ordem dos Carmelitas a ser construída em terras brasileiras, provavelmente, no período de 1580 à 1620. No século XVIII passou por restaurações. A fachada da Igreja do Carmo é em estilo colonial renascentista, com colunas, portas e janelas trabalhadas.

O seu altar-mor contém três nichos: o central com a imagem barroca do seu padroeiro e os laterais, dedicados aos santos fundadores da Ordem dos Carmelitas, Santo Elias e Santo Eliseu. Nos corredores laterais do templo encontram-se vários altares com grandes quadros a óleo sobre madeira com imponentes molduras.

Igreja São João Batista dos Militares

A Igreja de São João batista de Olinda foi construída na segunda metade do século XVI. O interior é simples, conservando a capela e o altar-mor, onde se encontra o padroeiro São João Batista. O frontispício é muito sóbrio, com uma só torre e um interessante brasão acima da porta central.

Maxambomba

Em 1866 foi iniciada a utilização dos trens a vapor, a chamada maxambomba, que ligavam o centro do Recife aos subúrbios de Olinda. A primeira linha que interligava as duas cidades tinha seu traçado que saía de Campo Grande, passando por Salgadinho e seguia até o Carmo, onde em 1871 foi construída uma garagem ou oficina da Companhia de Trilhos Urbanos do Recife, Olinda e Beberibe.

Localização: Praça do Carmo, s/n° – Carmo

Mercado da Ribeira

O Mercado da Ribeira foi construído no final do século XVII e início do século XVIII.

A edificação é característica do Brasil colonial: piso em tijolaria, dois alpendres com pilastras e um batente em pedra portuguesa.O mercado foi restaurado no estilo original e nele funcionam várias galerias de artesanatos, oficinas de entalhadores, gravuras e pinturas.

Localização: Rua Bernardo Vieira de Melo, s/n° – Ribeira

Mercado Eufrásio Barbosa

Funciona no prédio da antiga fábrica de doces Amorim Costa, fundada em 1865. Em 1979, o imóvel foi desapropriado pela Prefeitura de Olinda e reformado para abrigar o Mercado e o Teatro Fernando Santa Cruz.

Localização: Praça do Varadouro, s/n° – Varadouro

Mirante da Igreja de Nossa Senhora da Graça e Seminário de Olinda

O mirante está localizado no pátio do Seminário de Olinda, tendo sua ambiência marcada, em primeiro plano, por torres de igrejas seculares e, em segundo plano, pelo Oceano Atlântico. Ao sul, ao fundo da paisagem, observa-se o Porto, a cidade do Recife e a Praia de Ponta D’el Chifre e um trecho do Rio Beberibe. A vegetação que lhe entorna é composta por fruteiras e palmáceas que se espalham pelos quintais da Cidade Alta.

Mirante da Ribeira

Do mirante, pode-se avistar, ao sul, a Praia de Ponta D’el Chifre e trecho do Rio Beberibe. Em segundo plano, vê-se a cidade e o Porto do Recife e, ao fundo, a concentração urbana do bairro de Boa Viagem. A vegetação que lhe entorna é formada por fruteiras, principalmente coqueiros, espalhados na Cidade Alta.

Mirante do Alto da Sé

Localizado no Largo da Igreja da Sé. A paisagem mais representativa do mirante está ao Sul, onde se observa os telhado do antigo casario e as Igrejas da Cidade Alta. Em segundo plano, se o Porto, a cidade do Recife e a Praia de Ponta D’el Chifre e um trecho do Rio Capibaribe. Ao fundo da paisagem aparece a concentração urbana do bairro de Boa Viagem.

Ao Leste a Sudeste está o Oceano Atlântico. A vegetação que lhe entorna é composta por fruteiras e palmáceas que se distribuem pelos quintais de Olinda. Encontra-se em bom estado de conservação e limpeza. Há, ainda, uma feirinha, onde se comercializam bebidas e comidas típicas e artesanato local.

Mirante do Largo da Misericórdia

Localiza-se no Largo da Igreja da Misericórdia, avistando-se, ao sul, em primeiro plano, os Quatro Cantos de Olinda e seu casario. Em segundo plano, a Praia de Ponta D’el Chifre, trecho do Rio Beberibe, Complexo de Salgadinho, o Porto e a cidade do Recife. Ao leste, o Oceano Atlântico e parte da Cidade Alta. A vegetação que lhe entorna é composta por fruteiras e palmáceas.

Museu de Arte Contemporânea

O prédio do século XVIII, que abriga hoje o Museu de Arte Contemporânea, foi projetado para abrigar o cárcere da Diocese. Lá ficavam recolhidos homens e mulheres acusados de delitos contra a religião católica.

Edificação de caráter religioso, obedece, porém, aos padrões da arquitetura oficial no Brasil, com origem no Reino de Portugal. Construção pesada, com janelas de grades de ferro e molduras em pedra. Ao meio das janelas está o Brasão de Armas do Bispo de Pernambuco. Uma escada externa com pedra de cantaria, proveniente dos arrecifes do litoral pernambucano, leva ao segundo pavimento.

Desde 1966, é monumento tombado, que abriga o Museu de Arte Contemporânea com um grande acervo permanente, do qual fazem parte coleções completas de Assis Chateaubriand, Salão dos Novos, Obras Isoladas, Salão Moderno, Abelardo Rodrigues, Dorian Gray, Helenos, Hilton de Gravuras, José Telles Jr, Vicente do Rego Monteiro, Portinari, entre outros. O museu promove, ainda, uma programação cultural intensa com apresentações folclóricas constantes, cursos, palestras e mostras temporárias.

Museu de Arte Sacra (MASP)

Outrora Casa da Câmara do Senado de Olinda, depois Palácio Arquiepiscopal, o prédio hoje abriga a rica arte religiosa de Pernambuco. Construído antes da chegada do primeiro bispo, em 1676, tendo sido reconstruído no século XIX. O Palácio possui ainda dois torrões primitivos, as doze janelas do pavimento superior, construído depois, com balcões de madeira, ao estilo do século XVIII.

O acervo fixo do MASP partiu de peças cedidas pela Arquidiocese de Olinda e Recife, sendo, posteriormente, enriquecido. Hoje, reúne peças religiosas do século XVI ao atual, incluindo importantes exemplares de arte popular contemporânea.

O museu desenvolve, atualmente, uma programação movimentada, com cursos, palestras e mostras que acompanham o ciclo litúrgico e o calendário religioso. No térreo, estão expostos painéis fotográficos que documentam a história, evolução e paisagem de Olinda.

Museu do Mamulengo

Fundado em 1995, o Museu do Mamulengo – Espaço Tiridá é um local artístico e lúdico que oferece ao público um mundo habitado pelos mais diferentes bonecos. O museu funciona, na rua de São Bento, 344, no Sítio Histórico de Olinda. A casa possui um acervo de mais de 1.500 bonecos, sendo alguns do séxulo XVIII.

O espaço também tem sete salas para exposição, além de auditório para 50 pessoas, sala de aula, biblioteca, área para oficina e jardim. O Museu do Mamulengo – Espaço Tiridá funciona realizando exposições sazonais e temáticas, graças ao vasto número de bonecos que fazem parte do acervo. As exposições são organizadas em conformidade com a época do ano e até pelos visitantes que agendem idas prévias ao local.

Museu Regional de Olinda

Organizado, em 1935, em comemoração à chegada de Duarte Coelho a Pernambuco, é um museu mantido numa parceria do município com o Estado.Reúne móveis, imagens, painéis, peças de grande valor histórico, como o brasão do Senado da Câmara de Olinda e peças de Arte Sacra, incluindo um altar que pertenceu à antiga Sé de Olinda, antes de sua reforma em 1711. O museu está instalado num bonito sobrado que remete, junto com seu entorno, à Olinda de 1700.

Museu Severina Paraíso da Silva (Mãe Biu)

É o primeiro museu de candomblé de Pernambuco. Reflete a trajetória histórica do terreiro Santa Bárbara Nação Xambá. Seu acervo é composto por máscaras, textos, louças, objetos pessoais, instrumentos musicais e fotografias retratando fatos notáveis e personagens marcantes da história da Nação Xambá.

Palácio dos Governadores

Construído no século XVII, foi o antigo Paço da Assembléia Constituinte e Legislativa da Confederação do Equador. Abrigou os Cursos Jurídicos, em 1854, além do Teatro Melpôneme, o Fórum e o Colégio Arquidiocesano de Olinda. Atualmente, funciona como sede do Poder executivo de Olinda Imponente edifício de arquitetura simples e palaciana, iluminado por lampiões imperiais, o Palácio dos Governadores conserva o piso e as escadarias da nobreza.

Localização: Rua de São Bento, 123 – Varadouro

Seminário de Olinda e Igreja de Nossa Senhora da Graça

Conjunto arquitetônico, formado pela Igreja de Nossa Senhora da Graça e pelo antigo Seminário, está no ponto mais alto de Olinda. Foi preservada até hoje a modulação clássica da Igreja de Nossa Senhora da Graça, que a transforma no maior e melhor testemunho da arquitetura jesuítica do século XVI no Brasil.

Em 1535, Duarte Coelho fundou a ermida de N. Sra. da Graça para oferecer aos religiosos de Santo Agostinho. Esses, no entanto, não chegaram ao Brasil. Em seu lugar, vieram os jesuítas. A capela foi, então, doada ao padre Antônio Pires, que desembarcou em Olinda em 1551. A construção, inspirada na Igreja de São Roque, em Lisboa, é uma importante referência da arquitetura quinhentista.

Castigado pelo incêndio da cidade, o colégio foi posteriormente reconstruído e reocupado pelos jesuítas. No arco da capela-mor, há uma inscrição com a data de 1661, provavelmente, a época da conclusão dos reparos.

Com o banimento dos jesuítas, em 1760, o colégio foi abandonado e, posteriormente, doado à Mitra. Sob os cuidados do bispo D. Azeredo Coutinho foi transformado em seminário no princípio do século XIX.

Sobrado mourisco I

O Sobrado mourisco I foi construído no século XVIII e possui arquitetura com influência árabe.

Localização: Rua do Amparo, 28 – Cidade Antiga

Sobrado mourisco II

O Sobrado Mourisco II foi construído no século XVII. Possui três portas almofadas e no andar superior existe um balcão mourisco de madeira com losangos e treliças com seu muxurabi. Nesse velho solar hospedaram-se, em 1859, autoridades como o Imperador Pedro II e a Imperatriz Tereza Cristina.

Localização: Praça Conselheiro João Alfredo, 07 – Carmo

Fonte: www.citybrazil.com.br

Olinda

História

O povoado de Olinda foi fundado em 1535 por Duarte Coelho Pereira, sendo elevado a vila em 12 de março de 1537. Olinda era sede da capitania de Pernambuco, mas foi incendiada pelos holandeses que transferiram a sede para o Recife.

Em 1637 foi elevada à categoria de cidade, voltando a ser capital de Pernambuco em 1654 quando os portugueses retomaram o poder e expulsaram os holandeses. Em 1837, perde de vez o título de capital para o Recife.

Além de sua beleza natural, Olinda é também um dos mais importantes centros culturais do país. Declarada, em 1982, Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO, Olinda revive o esplendor do passado todos os anos durante o Carnaval, ao som do frevo, do maracatu e outros ritmos irresistíveis.

Economia

Olinda abriga um pólo de eventos bastante conceituado. O Centro de Convenções de Pernambuco é considerado o terceiro maior pólo de eventos do país e um dos mais modernos da América Latina.

Olinda
Olinda, Pernambuco

Com uma estrutura que suporta grandes atrações, o Centro de Convenções disponibiliza equipamentos de última geração e proporciona a Olinda uma mistura de lazer e negócio. Outra estrutura montada para eventos de grande porte é a do Classic Hall, considerada a maior casa de shows da América Latina. O Classic Hall reforçou o turismo e o desenvolvimento econômico da região, trazendo atrações musicais de destaque nacional e internacional.

Vizinha ao Recife, Olinda tem o turismo como um forte atrativo econômico. Além disso, a cidade possui o segundo maior pólo médico de Pernambuco com clínicas, pronto-socorro, maternidades e hospitais reconhecidos no Estado.

Seguindo a linha de desenvolvimento da Região Metropolitana, em Olinda também predominam os setores de serviços, comércio e indústrias com destaques para os bairros de Peixinhos, Bairro Novo e Casa Caiada.

Além de Olinda, a Região de Desenvolvimento da RMR abriga também os municípios de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Abreu e Lima, Paulista, Igarassu, Itapissuma, Itamaracá, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Araçoiaba e Moreno.

A área total da região metropolitana é de 2.766 km², ocupando 2,82% do território pernambucano. A Região Metropolitana do Recife é onde se encontra o maior fluxo econômico do Estado.

Turismo

Dona do maior carnaval do mundo, as ladeiras de Olinda enchem-se de fantasias e cores durante os quatro dias de folia. A brincadeira é acompanhar as troças carnavalescas, clubes de frevo, maracatus, afoxés, bonecos gigantes e qualquer outro batuque que por ali passar. O que vale é participar da festa.

Olinda
Carnaval de Olinda, Pernambuco

Com o título de Patrimônio Mundial da Humanidade e berço da cultura brasileira, Olinda é pura beleza e arte nas ruas de seu sítio histórico, inspiração para vários artistas plásticos que escolheram a cidade para montarem ateliês, galerias e museus. Foi a primeira capital de Pernambuco e deve ser também um dos primeiros lugares a serem visitados quando se chega ao Estado.

Enfeitada por igrejas, seminários e casarios, a cidade atrai visitantes de todas as partes do mundo. Quem chega a Olinda se encanta.

Os guias mirins são ótimas companhias para conhecer Olinda. Explicam de forma rimada e muito engraçada toda a história da cidade. Com eles, poderá se conhecer os Mercados da Ribeira, do Varadouro, o Mirante do Alto da Sé, o Seminário, o Museu de Arte Sacra, entre outras construções que levam o visitante ao passado.

O circuito das igrejas também merece um destaque especial. Existem inúmeras delas, dedicadas aos mais diferentes santos, além dos nichos espalhados pela cidade, que contam a trajetória de Jesus até o calvário.

Fonte: viagemdeferias.com

Olinda

Recife e Olinda – Patrimônio Cultural

Influência da invasão holandesa

Uma das mais antigas do país, Recife tornou-se a principal cidade da Capitania de Pernambuco, conhecida em todo o mundo comercial da época, graças à cultura extensiva da cana-de-açúcar. Isso despertou o interesse dos holandeses que, atraídos pela riqueza da Capitania e pela posição estratégica de Recife, invadiram e ocuparam a cidade por 24 anos, entre 1630 e 1654.

Se por um lado o período da invasão inibiu a ampliação do patrimônio material e artístico da região, favoreceu o aparecimento de uma nova cidade, a Mauritiópolis, implantada na ilha de Antonio Vaz, junto à foz dos rios Capeberibe e Beberibe, construída com os sistemas e urbanização tradicionais dos invasores.

Desse período ainda podem ser vistos os Fortes das Cinco Pontas e do Brum, construídos pelos holandeses para sua defesa. O Parque Histórico Nacional dos Guararapes, localizado na cidade de Jaboatão dos Guararapes, foi criado em 1971, e mantém a memória do local onde ocorreram as duas batalhas que colocaram fim ao domínio holandês no Brasil.

Recife tem 33 bens tombados pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). São igrejas, palácios, fortalezas, conventos, prédios, conjuntos urbanos e várias outras obras que testemunham as diferentes fases e aspectos da capital pernambucana.

Destacam-se os fortes, o conjunto paisagístico do Sítio da Trindade, o conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico de Recife, as igrejas do Convento de Santo Antônio, de Nossa Senhora da Conceição dos Militares, da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, o Convento e Igreja de Santo Antônio, o Mercado São José, entre outros.

Não é somente a riqueza arquitetônica da cidade que chama atenção.

Há ainda uma rica variedade cultural que inclui o artesanato – com as figuras de barro modeladas por mestres artesãos, tornados ainda mais populares pela influência do ceramista popular Mestre Vitalino – e festas populares: na música e na dança a maior expressão é o Frevo, declarado Patrimônio Mundial Imaterial pela UNESCO, em 2012, uma forma de musica, coreografia e poesia densamente enraizada em Recife e Olinda, e que marca o carnaval dessas duas cidades.

A cidade de Olinda, vizinha a Recife, é uma das mais antigas do Brasil. Fundada em 1535, foi originalmente a Sede da Capitania de Pernambuco. Sua localização de difícil defesa levou à primazia de Recife. Incendiada pelos holandeses, após a retomada dos portugueses, a cidade voltou ao status anterior, perdendo definitivamente o título de capital para Recife, em 1837.

Olinda foi a segunda cidade brasileira a ser declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco, em 1982, após Ouro Preto. Destacam-se na cidade excepcionais exemplos de arquitetura religiosa dos séculos XVI e XVII, como o Convento e Igreja de Nossa Senhora do Carmo e o Convento de Nossa Senhora das Neves, que integra o conjunto arquitetônico do Convento de São Francisco, perfeitamente integrados ao conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico de Olinda. Uma tradição do carnaval de Olinda desde os anos de 1930 são os bonecos gigantes, personagens peculiares da inconfundível festa.

Pode-se chegar a Recife e Olinda pelo Aeroporto Internacional, através das rodovias BR 101 e BR 232 ou pela rodoviária, o Terminal Integrado de Passageiros Antônio Farias, aonde chegam ônibus de várias regiões do país.

Monumentos selecionados

Capela Dourada, claustro e casa de oração da Ordem Terceira de São Francisco de Assis

A Igreja datada dos séculos XVII e XVIII possui arquitetura barroca exuberante, sendo as paredes do claustro, bem como a cúpula, ricamente ornamentadas com azulejos e entalhes no estilo rococó, expressando o apogeu econômico vivenciado à época em Pernambuco.

É toda revestida de talha dourada e os painéis de autoria de José Pinhão de Matos, representam os santos da ordem franciscana. Seu teto é curvo e completamente ornamentado de talha dourada, exceto quando há azulejos e pinturas. A capela é aberta para culto religioso e se localiza na Rua da Imperatriz, 147.

Forte de São João Batista do Brum

A fortificação começou a ser construída em 1629, no istmo de Olinda. Teve o projeto continuado pelos holandeses, em invasão ocorrida em 1630. Após a retomada portuguesa do forte, em 1654, foi elaborada uma planta para sua reconstrução, que incluiu o fosso inundado protegido pelo muro.

Estruturada em pedra e cal, de planta quadrangular, possui dois baluartes para o lado do rio Beberibe. O Forte Brum serviu de refúgio, durante a Revolução Pernambucana, para o Governador e Capitão-general da Província de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, e de cárcere para prisioneiros de guerra na Confederação do Equador e Insurreição Praieira. Atualmente é um Museu Militar. O Forte fica na Praça Comunidade Luso-Brasileira, s/n, Cais do Apolo, Recife.

Conjunto paisagístico do Sítio da Trindade

Situado no bairro de Casa Amarela, no Recife, o Sítio da Trindade representou um espaço importante no período da invasão holandesa (1630 – 1654) como local de resistência contra os invasores. Naquela área de terreno elevado, existiu o Forte Arraial do Bom Jesus, também chamado de Arraial Velho.

Posteriormente as terras foram adquiridas pela família Trindade Paretti, que deu origem ao nome atual. Em 1952, o Sítio da Trindade foi desapropriado e declarado como um bem de utilidade pública. Em reconhecimento à sua importância histórico-social, no dia 17 de junho de 1974, o local foi classificado como um conjunto paisagístico e tombado pelo IPHAN.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares começou a ser construída em 1723. Uma de suas atrações é o forro em talha rococó de excepcional qualidade. A igreja foi criada por uma irmandade de militares e apresenta em sua entrada uma rara e significativa pintura sobre a Primeira Batalha dos Guararapes, ocorrida na Restauração Pernambucana do domínio holandês, quando muitas vitórias foram associadas à proteção mariana aos militares. A igreja fica na Rua Nova, no Bairro de Santo Antônio, área central de comércio popular, onde predomina casario com sobrados de dois a quatro pavimentos dos séculos XVII, XVIII e XIX.    

Convento e Igreja de Santo Antônio

A Ordem dos Carmelitas se instalou em Olinda, na ermida de Santo Antônio e São Gonçalo, por volta de 1580 quando teve início a construção da igreja, a primeira da Ordem na América Latina. Quando Olinda foi destruída pelos holandeses, em novembro 1631, a igreja e o convento sofreram sérios danos.

A partir de 1654, com a expulsão dos invasores, os frades voltaram ao convento em ruínas e deram início à reconstrução. A igreja foi fechada em 1820 com a transferência do padre prior para Recife, o que provocou o abandono do convento.

Em 1897 foram realizadas obras de restauração na capela-mor e nos anos de 1966 e 1968, foram realizados restauros já pelo IPHAN (na época, SPHAN), que devolveram à igreja seu traçado primitivo

Mercado São José – Recife-PE

Inaugurado em 1875, para comercialização de frutas, verduras e peixes, é considerado o mais antigo edifício pré-fabricado em ferro no Brasil, um raro exemplar da arquitetura do ferro do século XIX, no Brasil. Quando de sua inauguração, havia a expectativa de equiparar Recife às cidades mais modernas do mundo em termos de abastecimento e higiene.

O Mercado São José por muito tempo conseguiu manter o seu propósito e abastecia também hotéis, restaurantes e navios que atracavam na cidade. Para o seu reconhecimento como patrimônio cultural, o Iphan considerou o valor arquitetônico do prédio e o significado para os moradores da cidade de Recife. Atualmente o Mercado mantém sua função acrescido de uma variedade de produtos como plantas e raízes. O Mercado São José fica na Praça Vidal.

Fortaleza de São Tiago das Cinco Pontas

Datado do século XVII, foi construído durante a invasão holandesa (1630-1654), e reconstruído em alvenaria de pedra e cal em 1684, ganhando um novo plano que ficou com área superior à antiga. Nessa reforma perdeu um dos baluartes que deu a atual forma quadrangular.

Em seu interior possuía uma capela dedicada a São Tiago e subterrâneos para prisão, demolidos em 1822. Ao longo do tempo serviu de palco para vários acontecimentos políticos e, atualmente abriga um teatro e o Museu da Cidade do Recife, que possui em seu acervo grande número de peças arqueológicas, mapas, plantas, fotografias gravuras de Pernambuco.

Igreja e Mosteiro de São Bento

O início das obras do mosteiro remonta a 1599. O primeiro prédio foi destruído em função da ocupação holandesa, em 1631, e reerguido na segunda metade do século XVII. Nos espaços internos do mosteiro podem ser apreciadas peças de alto valor artístico, como, gradis de jacarandá, pinturas de episódios da vida de São Bento e retratos de velhos abades e mestres da Ordem Beneditina no país.

No claustro estão sepultados vários monges da abadia. Em 1860, o mosteiro sofreu restauração completa, destacando-se a ampla capela-mor e todo seu douramento. O retábulo e a talha são inspirados no Convento de São Bento de Tibães, Portugal. O altar-mor, com as esculturas de São Gregório e Santa Escolástica, é de mestre Gregório.

Igreja e Convento de Nossa Senhora das Neves e Ordem Terceira de São Francisco

A construção do convento de São Francisco teve início em 1585. Com a invasão holandesa, em 1631, o edifício foi seriamente danificado e abandonado. Após sua reconstrução, no século XVIII, tornou-se um dos mais belos conjuntos do Brasil.

O convento é parte de um conjunto arquitetônico barroco de excepcional importância, que inclui a Igreja de Nossa Senhora das Neves, a Capela de São Roque, o claustro e uma belíssima sacristia franciscana. A igreja, contígua ao convento, tem nave única e capela lateral. O interior da nave é composto por forro em gamela, com pintura sobre painéis e paredes decoradas por azulejos em azul e branco, vindos de Portugal.

Conjunto urbano de Olinda

Reconhecido como patrimônio mundial pela Unesco, o Centro Histórico de Olinda conserva, com muita fidelidade, a trama urbana, a paisagem e o sítio da vila fundada ainda na primeira metade do século XVI, quando os portugueses iniciaram a ocupação da terra descoberta em 1500. O traçado urbano é característico dos povoados portugueses de origem medieval, e tem seu encanto intensificado pela paisagem e pela localização. O caráter próprio e diferenciado de Olinda está nessa ambiência paisagística, que a identifica ao longo de sua história.

Igreja de Nossa Senhora da Graça e Seminário de Olinda

Localizada no alto do Morro do Seminário, a Igreja de Nossa Senhora da Graça foi uma das primeiras a serem construídas no Brasil, a partir de 1551, por ordem de Duarte Coelho, para catequizar os indígenas.

Com o incêndio de Olinda em 1631 o complexo foi seriamente danificado. A igreja e o colégio foram reerguidos entre 1661 e 1662. Atualmente, a fachada é de desenho renascentista, singelo e despojado. O teto em duas águas com forro de caibros aparentes de madeira ainda é do século XVII.

Patrimônio Imaterial

Música e dança inconfundível, isto é o frevo que alegra as ruas de Recife e outras cidades pernambucanas, atraindo adultos, jovens e crianças. O público se mistura aos dançarinos que percorre a cidade.

Ao longo do tempo, o repertório eclético das bandas de música, composto por variados estilos musicais, resultou em três modalidades: frevo de rua, frevo de bloco e frevo canção. 

Fonte: www.copa2014.gov.br

Olinda

Olinda
Vista de Olinda, com a Igreja do Carmo à esquerda e os arrecifes da cidade de Recife ao fundo

Casas coloridas, arte e artesanatos espalhados por toda a parte atraem a atenção dos turistas que visitam a cidade. Até que, quando se deparam com uma ladeira absurdamente íngreme, pensam em dar meia volta e continuar ali por baixo.

A subida é difícil, mas o sacrifício vale o presente que se recebe lá em cima: a Igreja da Sé, com a paisagem ao fundo composta por coqueiros, construções históricas, cores cheias de vida pintadas nas paredes, o verde impressionante do mar e Recife mais atrás. Na praça ao lado da igreja, as peças coloridas vendidas por artesãos parecem ter sido feitas para combinar com a vista.

A antiga capital de Pernambuco foi fundada em 1535 e é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1982. Em 1630, holandeses invadiram e marcaram o local, incendiando diversos edifícios importantes, que hoje estão restaurados e abertos para visitação. Passear pelas igrejas de Olinda é o mesmo que viajar no tempo pelas diferentes épocas da cidade.

Olinda
Basílica de São Bento

Há muitos guias nativos que oferecem seus serviços aos turistas, o que é valioso, mas também pode se tornar uma chateação, já que alguns deles te seguem insistentemente para serem “contratados”.

Olinda é um lugar para ser apreciado com calma, dando o tempo necessário para vasculhar as lojinhas de obras de arte, conhecer o Museu do Mamulengo, almoçar em um restaurante da parte alta, com vista para o mar; sentar no final da tarde para beber cerveja e comer macaxeira; ouvir e dançar ao som de uma banda de frevo tocando na praça e perambular pela feirinha de variedades à noite.

Não deixe para visitar a cidade no último dia. Além de ficar muito corrido para ver tudo, você pode acabar se esquecendo do horário no restaurante e perder seu voo de volta, o que não seria nada de todo mal também!

Fonte: viagem.uol.com.br

Olinda

Frustrados por não terem encontrado no Brasil os metais preciosos que os espanhóis saquearam dos povos civilizados, na parte que lhes coube no Tratado de Tordesilhas, aos portugueses restou a alternativa da cultura da cana e produção de açúcar para viabilizar economicamente a colonização das recém descobertas terras quase virgens.

No período colonial, o maior número de engenhos de açúcar concentrou-se no Nordeste, onde se fundou, em 1535, na capitania de Pernambuco, a Vila de Olinda, vitrine da riqueza acumulada pelos senhores dos engenhos das várzeas vizinhas.

Com seu traçado irregular, seus edifícios monumentais erigidos nos altos das colinas com vista para o verde mar e o seu casario serpenteando nas encostas, Olinda é um magnífico exemplo do urbanismo informal, típico da colonização portuguesa no Brasil.

O seu próprio nome teria se originado da exclamação do donatário Duarte Coelho, ao referir-se à magnífica paisagem que se descortinava do sítio que escolhera para a fundação da vila.

Olinda
Olinda

A riqueza concentrada no Nordeste brasileiro logo despertou a cobiça de outros povos, com realce para os holandeses que invadiram Pernambuco em 1630 e, no mesmo ano, tomaram a Vila de Olinda. Mas a vila conquistada não se prestava a uma defesa eficaz, segundo os padrões estratégicos dos holandeses, que logo a abandonaram e incendiaram, preferindo fixar-se no vizinho e alagadiço povoado do Recife, que aterraram, como costumavam fazer em sua terra natal, e desenvolveram num ritmo fascinante em menos de duas décadas.

Com a expulsão dos holandeses, em 1654, Olinda foi reconstruída aos poucos – pois já sofria a crescente concorrência do Recife, que se firmara como importante centro comercial e logo seria promovido à capital administrativa da capitania.

O que Olinda perdeu com os edifícios administrativos foi regiamente compensado com a construção dos monumentais conjuntos de edifícios conventuais das ordens religiosas. Carmelitas, franciscanos, beneditinos e jesuítas ocuparam os altos das suaves colinas, produziram e preservaram, principalmente no interior de suas casas conventuais, as mais apuradas formas de arte barroca do Brasil no período colonial.

Olinda desistiu de concorrer com Recife e, assim, preservou suas características originais até o século XX, quando passou a ser considerada como cidade dormitório. Em 1937, quando foi declarada oficialmente Cidade Monumento, os seus principais atributos eram ainda a sua singular implantação, seus sobrados com fachadas estreitas e longos quintais arborizados e a alta qualidade artística de alguns de seus edifícios, que pontificavam nos intervalos da exuberante vegetação tropical.

O reconhecimento internacional do valor artístico de Olinda data de 1982, quando foi classificada pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Geraldo Gomes da Silva

Fonte: www.tecsi.fea.usp.br

Olinda

Olinda, Patrimônio da Humanidade

Nas ladeiras de Olinda encontramos ‘casarios antigos; avistamos muitos coqueiros; igrejas centenárias com arquitetura barroca do período colonial; ao fundo uma irmã chamada Recife e também, o mar que encanta uma multidão de pessoas felizes que gostam de se divertir’. Assim é Olinda! Com uma população de 381.502 habitantes, conforme o Censo de 2000. Ela é uma cidade de grande importância no cenário nacional brasileiro.

Declarada, em 1982, Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO, ela se mantém muito bem conservada e é visitada por turistas de todas as partes do mundo devido a sua beleza natural e por ter um clima quente e úmido, com temperatura média anual de 27º C.

Olinda tem uma precipitação total anual de 1.000 a 2000 mm; e a umidade do ar atmosférico, media anual: 80%. A bacia hidrográfica é formada pelo Rio Beberibe, servindo de limites, em sua maior parte, com o município do Recife, tendo pequenos afluentes como o do Passarinho, o das Moças, o das Águas Compridas e o do Lava-Tripa. Fora de sua bacia, existem outros pequenos rios como o Fragoso, mais ao norte e os riachos de Água Fria e Ouro Preto. Estes unem suas águas formando o Rio Doce que desemboca no oceano Atlântico, no extremo norte do Município.

Suas praias: Rio Doce; Casa Caiada; Bairro Novo, Carmo, dos Milagres e a de Ponta Del Chifre, situada nos limites de Olinda e do Recife.

Seu relevo apresenta-se acidentado. Em suas colinas foram construídos seminários, igrejas e outras construções centenárias. As casas conta com grandes áreas ou quintais que preserva muita vegetação e muitas árvores.

Os mirantes principais são: Alto da Sé, Morro do Peludo (o que é mais alto), Amaro Branco, do Rosário, Nossa Senhora do Monte, São João, Colina do Carmo e Bultrins. Na área histórica, encontra-se ainda o antigo Horto D’El Rey e, a oeste, a Zona Rural, com a Mata do Passarinho.

Onde visitar

Alto da Sé, onde tudo começou. O início da povoação de Olinda aconteceu na colina batizada de Alto da Sé, com uma excepcional vista para o oceano. Ainda hoje o turista encontrará muitos atrativos para fotografar e ver do Alto da Sé o oceano com suas embarcações. O circuito das igrejas também merece um destaque especial. Existem inúmeras delas, dedicadas aos mais diferentes santos.

A Igreja da Sé, ou como é conhecida: Sé de Olinda é um dos monumentos mais representativos da história de Olinda.

Sua denominação atual: Catedral Metropolitana de Olinda e Recife. Do terraço lateral existe uma vista deslumbrante.

O Castelo e Fortaleza, que se encontra em frente ao prédio do Observatório Meteorológico, no Alto da Sé, o visitante vão ver o marco que indica onde foi erguidos Castelo e Fortaleza do donatário, com a seguinte legenda: ‘Neste morro levantou seu castelo Duarte Coelho Pereira, que deu início à Vila de Olinda, memória da colonização de Pernambuco, em 1537’.

O Observatório Meteorológico é outro monumento muito visitado, no Alto da Sé de onde se projeta uma das mais belas visões de Olinda e Recife que estão interligadas pelo mar. Sua construção data do século XIX.

O Farol no Forte de Montenegro, à beira mar, foi instalado a fim de facilitar a navegação. Adquirido em 1869, o farol de Olinda foi aceso pela primeira vez na tarde de 18 de novembro de 1871. É a cada ano visitado por uma infinidade de turistas.

Além dos monumentos o turista poderá ver e se desejar comprar, os artesanatos regionais, entalhados em madeira, barro ou ferro, tecido ou renda, exposta nas barracas existentes no Alto da Sé.

Olinda é pura beleza e arte nas ruas de seu sítio histórico, inspiração para vários artistas plásticos que escolheram a cidade para montarem ateliês, galerias e museus. Em Olinda brota uma infinidade de manifestações artísticas. A maior delas o ‘Carnaval de Olinda’.

Dona do maior carnaval do mundo, as ladeiras de Olinda enchem-se de fantasias e cores durante os quatro dias de folia. Os maracatus, os caboclinhos, as troças, bonecos gigantes e qualquer outro batuque, encontram nas ladeiras de Olinda o seu palco.

Ao caminhar pelas ruas estreitas, observar os casarios centenários e a vegetação local, e a vista para o mar, o turista terá muitas razões para retornar a esta linda cidade que foi e continua sendo: ‘Oh! Linda situação para uma vila!’

Brasil de Cabral, 1500

No ano de 1500, as frotas portuguesas cruzam o Atlântico Sul com o propósito de encontrar novas rotas marítimas e áreas de exploração mercantil. Portugal passa a navegar com regularidade pela costa Africana, implantando bases no continente e chega enfim à Ásia. O Brasil é encontrado em 1500 como resultado da competência dos navegadores portugueses.

Aos 22 de abril de 1500, as embarcações comandadas pelo português Pedro Álvares Cabral chegam em Porto Seguro, e em 1º de maio, Cabral oficializa a posse das terras. No ano de 1532, dom João III anuncia a intenção de dividir a colônia em 15 amplas faixas de terra e delega os poderes sobres estas faixas de terra a nobres do reino, os chamados capitães donatários, para que as controlem, povoem, explorem, porem com os seus próprios recursos e as governem em nome da Coroa portuguesa.

Essas faixas de terra variavam de tamanho, de 100 a 600 quilômetros. Quando Martim Afonso de Sousa voltou para Portugal, em 1534, o rei já havia decidido dividir o Brasil em grandes lotes de terras chamados capitanias hereditárias. (Eram hereditárias porque passavam de pai para filho.)

Nessa época, como o comércio com as Índias havia diminuído muito, Portugal não estava em condições financeiras de arcar com a colonização do Brasil. O Brasil foi dividido em quinze capitanias hereditárias, doadas a doze donatários.

Os donatários deveriam incentivar o desenvolvimento econômico das capitanias, povoá-las e pacificar os índios. Podiam explorar as capitanias em seu proveito, fazer justiça e distribuir terras em sesmarias (grandes lotes entregues a pessoas da confiança do donatário).

Embora devessem prestar contas ao rei de Portugal e pagar alguns impostos. Porém, este sistema não funcionou como o esperado. No fim do século 16, somente as capitanias de Pernambuco (de propriedade de Duarte Coelho) e de São Vicente (de Martim Afonso de Souza) demonstraram alguma prosperidade.

Capitanias hereditárias

A capitania de Pernambuco compreendia sessenta léguas de litoral, desde o Canal de Santa Cruz (que separa a Ilha de Itamaracá do continente), ao norte, até a foz do Rio São Francisco, ao sul. Abrangeria terras do atual estado de alagoas, que só se emancipou de Pernambuco em 1817, e grande parte do estado da Bahia, compreendendo toda a margem esquerda do Rio São Francisco e as Ilhas do seu leito. Estas terras pertencentes à Bahia, só foram desmembradas de Pernambuco em 1824.

A origem do Estado de Pernambuco encontra-se nas terras doadas como capitania hereditária pelo rei de Portugal a Duarte Coelho Pereira, que chegou a Pernambuco, então denominada Nova Luzitânia. O nome Pernambuco tem origem indígena. Veio do Tupi Paranã-puka e significa “mar furado”. Os índios se referiam ao Canal de Santa Cruz, que cerca toda a Ilha de Itamaracá.

Em 9 de março de 1535, desembarcava Duarte Coelho, trazendo em sua bagagem uma Carta Foral assinada por dom João III, que lhe assegurava todos os direitos sobre a Capitania, para instalar seu governo e tocar um projeto político e administrativo.

Em 1537 foram fundadas as vilas de Igarassu e de Olinda, a primeira capital do Estado e em 12 de março do mesmo ano, Olinda foi elevada à categoria de vila. Quando veio para o Brasil, ao cruzar o Atlântico, Duarte Coelho tinha a certeza de fundar nos trópicos uma nova cidade.

Tanto é que se fez acompanhar de sua esposa, dona Brites de Albuquerque, do cunhado, Jerônimo de Albuquerque, e do padre Pedro Figueira e de muitos homens de sua parentela, alguns fidalgos, sacerdotes e colonos. Trouxe também muitas ferramentas, instrumentos agrícolas, armas, materiais de construção, entre outras coisas.

Carta do rei de Portugal. (Carta Foral)

… Sessenta léguas de terra … as quais começarão no rio São Francisco… e acabarão no rio que cerca em redondo toda ilha de Itamaracá, ao qual ora novamente ponho o nome rio Santa Cruz… e ficará com Duarte Coelho a terra da banda Sul, e o dito rio onde Cristóvão Jaques fez a primeira casa de minha feitoria e a cinqüenta passos da dita casa da feitoria pelo rio a dentro ao longo da praia se porá um padrão de minhas armas, e do dito padrão se lançará uma linha a Oeste pela terra firme a dentro e a terra da dita linha para o Sul será do dito Duarte Coelho, e do dito padrão pelo rio abaixo para a barra e o mar, ficará assim mesmo com ele Duarte Coelho e metade do dito rio de Santa Cruz para a banda Sul e assim entrará na dita terra e demarcação dela todo o rio São Francisco e a metade do rio de Santa Cruz pela demarcação sobredita, pelos quais rios ele dará serventia aos vizinhos dele, de uma parte e da outra, e havendo na fronteira da dita demarcação algumas ilhas, hei por bem que sejam do dito Duarte Coelho, e anexar a esta sua capitania sendo as tais ilhas até dez léguas ao mar na fronteira da dita demarcação pela linha Leste, a qual linha se estenderá do meio da barra do dito rio de Santa Cruz, cotando de largo ao longo da costa, e entrarão no mesma largura pelo sertão e terra firme a dentro, tanto, quanto poderem entrar e for de minha conquista…

10 de março de 1534 – D. João III

Primeiro Duarte Coelho desembarcou as margens do Canal de Santa Cruz, no local depois chamado de ‘Sítio dos Marcos’. Depois avançou até a foz do Rio Igarassu e ali fundou a povoação com o mesmo nome.

Em Igarassu, ele travou várias lutas com os índios. Construiu a Igreja dos Santos Cosme e Damião, a primeira do Brasil, dando a administração da povoação a Afonso Gonçalves e seguiu para o sul. Ao chegar às colinas da nova terra, iniciou a construção de Olinda, também sede da paróquia do Salvador do Mundo. Aquelas colinas eram então habitadas pelos índios Tabajaras e Caetés. A beleza local era fascinante, alem do que, lá do alto, teria ampla visão para o oceano.

Segundo conta a tradição, ele teria exclamado: ‘Oh! Linda situação para uma vila!’ Estava então fundada a Vila de Olinda, aos 12 de março de 1537.

Muitas foram às lutas entre os índios, Duarte Coelho e os colonos. Porém, após a união de seu cunhado Jerônimo de Albuquerque com a filha do cacique dos Tabajaras, batizada com o nome de Maria do Espírito Santo, os índios se aquietaram. Conseguida paz com os índios, restou a preocupação com os franceses. O que permitiu que Duarte Coelho passasse a enviar embarcações ao longo da costa e deu início ao desbravamento do Rio São Francisco.

Em 1554, morre Duarte Coelho

Duarte Coelho administrou a capitania de Pernambuco durante quase vinte anos, morrendo em 1554. Depois de sua morte, a capitania de Pernambuco ainda enfrentou muitas dificuldades. Sérios conflitos com os índios e foram travadas muitas lutas.

Os índios que não morreram, foram escravizados. Após a morte de Duarte Coelho, em 1554, o Brasil estava sendo administrado, desde 1549, por um governador-geral. Os donatários passaram a prestar contas ao governador-geral, representante no Brasil do rei de Portugal. Nessa época a sede do governo-geral era em Salvador, na Bahia.

Os sucessores de Duarte Coelho foram seus dois filhos: Duarte de Albuquerque Coelho e Jorge de Albuquerque Coelho. Sendo eles os respectivamente, segundo e terceiro donatários da capitania de Pernambuco. E o quarto e último donatário da capitania de Pernambuco chamado Duarte de Albuquerque, era filho de Jorge de Albuquerque Coelho.

Olinda era sede administrativa da capitania. Nela se instalaram as autoridades civis e eclesiásticas, o colégio dos jesuítas, os principais conventos e o pequeno cais do Varadouro. Em fins do século XVI, havia cerca de 700 famílias morando em Olinda, sem contar pessoas que viviam nos engenhos, que tinham cada um de 20 a 30 moradores livres.

A importância do porto de Olinda foi pouco significativa. Seu pequeno porto nunca teve profundidade para receber as grandes embarcações que cruzavam o Atlântico. Por sua vez, a povoação do Recife, chamada pelo primeiro donatário de “Arrecife dos navios”, conforme carta foral de 12 de março de 1537, veio a ser o porto principal da capitania.

Há muito que a cana-de-açúcar desempenha papel de destaque na economia do estado de Pernambuco. A desigualdade de renda entre ricos e pobres sempre existiu. Somando à grande concentração de terras, Pernambuco sempre foi palco de conflitos violentos.

Conflitos surgiam entre os senhores de terra e de engenho pernambucanos de Olinda e os comerciantes portugueses do Recife. Estes conflitos foram chamados de forma pejorativa de mascates.

A guerra dos mascates ocorreu entre 1710 e 1712. Os donos de engenho, em dívida com os comerciantes devido à queda do preço internacional do açúcar, não aceitam a emancipação do Recife, o que agravaria sua situação com os portugueses. Em 1710, a cidade do Recife é atacada por tropas de proprietários rurais.

O governador Caldas Barbosa foge. Os mascates contra-atacam e invadem Olinda em 1711. A nomeação de um novo governador e a atuação de tropas mandadas da Bahia põe fim à guerra. A burguesia mercantil recebe o apoio da metrópole, e o Recife mantém sua autonomia.

Carvalho Pinto

Fonte: www.casadacultura.org

Olinda

História

Em 1534, a Coroa portuguesa instituiu o regime de Capitanias Hereditárias. A Capitania de Pernambuco foi entregue ao fidalgo português Duarte Coelho, que tomou posse de sua capitania desembarcando, em 9 de março de 1535, na feitoria fundada em 1516, entre Pernambuco e Itamaracá.

Pouco tempo depois, ele seguiu para o sul em busca de um lugar para se instalar. Encontrou um local estrategicamente ideal, no alto de colinas, onde existia uma pequena aldeia chamada Marim, pelos índios, instalando aí o povoado que deu origem a Olinda.

Um sítio protegido pela altura descortinando o mar, com um porto natural formado pelos arrecifes, água em abundância e terras férteis, e fácil de defender, segundo os padrões militares da época.

O local era tão aprazível, que, conta-se, o nome Olinda foi dado a partir de uma frase dita por Duarte Coelho: “Ó linda situação para se construir uma vila”. Não se sabe o dia da fundação de Olinda; sabe-se que o povoado prosperou tanto, que em 1537, já estava elevado à categoria de vila.

Em 12 de março de 1537, Duarte Coelho enviou ao rei de Portugal, D.João III, o Foral, carta de doação que descrevia todos os lugares e benfeitorias existentes na Vila de Olinda. Nas praias, a vila foi fortificada para a defesa e do alto das colinas se expandiu em direção ao mar, ao porto e ao interior onde ficavam os engenhos de açúcar.

Com o extrativismo do pau-brasil e o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, Olinda tornou-se um dos mais importantes centros comerciais da colônia, enriquecendo a tal ponto que disputava com a Corte portuguesa em luxo e ostentação.

O traçado urbano da vila configurou-se, ainda no século XVI, com a definição dos caminhos e com a ocupação dos principais promontórios pelos religiosos. Com a chegada das primeiras ordens religiosas – carmelitas, em 1580, jesuítas, em 1583, franciscanos, em 1585, e beneditinos, em 1586, foi feita também a catequização dos índios, de fundamental importância para a conquista definitiva das terras.

Em 16 de fevereiro de 1630, a Holanda invadiu Olinda e conquistou Pernambuco. Tomada a cidade, os holandeses se estabeleceram no povoado e ilhas junto ao porto e abandonaram Olinda. Em 24 de novembro de 1631, os holandeses incendeiam Olinda, após retirar os materiais nobres das edificações para construir suas casas no Recife, que começa a prosperar sob a administração holandesa. Em 27 de janeiro de 1654, os holandeses foram expulsos e iniciou-se a lenta reconstrução da Vila de Olinda.

APÓS 1654 – Depois de 1654, não se pode mais mudar o destino do Recife, que passa a ocupar aquele lugar antes Olinda. Será o Recife a sede, embora não oficial, e Olinda, secundarizada, se reconstruirá lentamente, não tendo mais a importância que teve naqueles anos anteriores a 1630. Mapa de meados do século XIX revela uma cidade, título obtido em 1676, ainda com as mesmas dimensões da antiga vila. É bem verdade que se reconstruíram, de forma monumental, as suas casas religiosas. O mercantilismo presente no Recife e a racionalidade daquela nova relação, à luz do novo mundo dos séculos XVI e XVII venceram afinal. Olinda tem seu futuro traçado diante do crescimento da importância do Recife. O centro histórico (atual), nesses meados do século XIX, ainda se encontrava envolvido por propriedades rurais, as maiores, os engenhos, na maioria de fogo morto, os da várzea do Beberibe, e as menores, os sítios, nas margens do Rio Beberibe e do mar.

NOVO FLORESCER – Sendo Olinda lugar de moradias e onde estava instalada, desde 1827, a Academia de Direito, ela adquire certa importância com relação ao lugar de trabalho, o Recife. Mas é o interesse pelos salutares banhos de mar, recomendados pelos médicos, que lhe dá nova vida. Nova vida que é bem representada pelo interesse de uma ligação mais rápida, através de um trem urbano, com o Recife, esta se fez desde a Encruzilhada, por antigo caminho que existia desde o século XVI.

De princípio, os veranistas usavam casas de terceiros, alugadas para as temporadas de verão. Depois, são adquiridos imóveis e se torna hábito então morar na cidade, mesmo fora da temporada de veraneio.

É o renascimento da cidade. Sente-se essa transformação naquelas casas próximas ao mar, onde elas se revestem com roupas ecléticas e, com as reformas das fachadas, são modernizadas. O que se restringia às áreas próximas às praias vai depois caminhar para as outras ruas da cidade.

Uma transformação urbana que dá novo alento ao velho burgo. A água potável, levada às casas pela Companhia Santa Teresa, e a eletrificação, denotam a importância que readquire a cidade. Logo, o trem urbano é substituído pelos bondes elétricos, no início do século XX.

MENEZES, José Luiz Mota, in Evolução Urbana e Territorial de Olinda: do Descobrimento aos Tempos Atuais – A Vila de Olinda – 1537-1630

Hino de Olinda

Letra: Themístocles de Andrade

Música: José Lourenço da Silva (Capitão Zuzinha)

I
Olinda, cofre sublime
de brilhantes tradições
Teu nome beleza exprime
e produz inspirações

II
Teu céu, teu mar, teus coqueiros,
ruínas, praias, luar,
despertam sonhos fagueiros,
deslumbrando o nosso olhar

III
Olinda tão sedutora,
quanta beleza conténs!
sendo assim merecedora
do lindo nome que tens

IV
De nossa brasilidade
foste o berço singular!
No teu solo a liberdade
nunca deixou de brilhar

V
Olinda, honrando a memória
do artista que te fundou,
com ele reparte a glória
que tua fama alcançou

VI
Que majestade suprema
existe em tudo o que é teu!
Tu és, Olinda, um poema
que natureza escreveu!

Estribilho
Glória a Duarte Coelho,
que ouvindo o justo conselho
de inspiração genial,
deu luz, prestígio, beleza,
força, progresso e grandeza,
a ti, Olinda imortal.

Olinda em Dados

Terceira maior cidade de Pernambuco, Olinda abriga uma população de 397.268 habitantes (dados do IBGE/2009). A cidade detém uma taxa de densidade demográfica de 9.122,11 habitantes por quilômetros quadrados, a maior do estado e a quinta maior do Brasil.

Dos seus 43,55 km² de extensão territorial, 9,73 km² fazem parte da ZEPEC (Zonas Especiais de Proteção Cultural e Urbanística), com 1,89 km² da ZEPEC 1 (Sítio Histórico) e 7,84 km² do Entorno do Sítio Histórico. Olinda possui uma área urbanizada de 36,73 km², correspondente a 98% do município, e 6,82 km² de área rural, o que faz dela uma cidade eminentemente urbana.

Características Geográficas do Município

Latitude: 08º01’48?
Longitude: 34º51’42?
Altitude: 16 m
Limites: Norte – Paulista; Sul e Oeste – Recife; Leste – Oceano Atlântico
Distância do Recife: 6 km

Aspectos Populacionais

População: 397.268
Densidade Demográfica: 9.122,11 hab/km²
Território: 43,55 km²
Área Urbana: 36,73 km²
Área Rural: 6,82 km²
ZEPEC (Zonas Especiais de Proteção Cultural e Urbanística): 9,73 km²

Características Climáticas

Quente e úmido
Temperatura Média Anual: 27º C
Amplitude Térmica: 5º C
Média Pluviométrica Anual: 2.422,4

Bacias Hidrográficas de Olinda

Bacia do Beberibe

Área: 18,32 km²
Território de Olinda: 44,87%
População: 177.218
Afluentes: Canal Lava Tripa, Canal Azeitona, Canal da Malária, Lagoas de Jardim Brasil (3), Lagoa de Santa Tereza e Lagoa da Pulsação.

Bacia do Paratibe

Área: 24,51 km²
Território de Olinda: 55,13%
População: 190.684
Afluentes: Riacho da Mirueira, Riacho Fragoso (Piaba de Ouro), Riacho Ouro Preto, Canal dos Bultrins, Canal Bultrins Fragoso, Canal das Tintas e Lagoa do Fragoso.

Símbolos

Bandeira de Olinda

Olinda

Criada pela Lei n° 2388/1963, quando era prefeito do município o sr. Eufrásio Barbosa.

Escudo de Olinda

Olinda

O escudo de Olinda constitui-se em um globo terrestre encimado por uma Cruz Latina, circulado por um zodíaco com a seguinte legenda: “Deus Salvator Noster” (Deus nosso Salvador). Este símbolo figura no frontispício da Igreja de São Sebastião, localizada no Varadouro, no Museu Regional de Olinda, do lado Sul, e na Bica do Rosário.

Brasão de Duarte Coelho

Olinda
Brasão de Duarte Coelho

Primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho aportou em Igarassu, em 9 de março de 1535, de onde, deslocando-se para o Sul, chegou a Olinda.

Civitas de Olinda

Olinda

Planta da cidade produzida no período holandês, transcrita do livro de Barlaeus. Nela, podem ser localizados o atual Varadouro, o Rio Beberibe e vários prédios históricos como o Seminário dos Jesuítas, a Sé e a Igreja de São Francisco.

O Coqueiro

Por representar a beleza da cidade, a altivez, a coragem e a bravura do povo de Olinda, o coqueiro passou a ser considerado a árvore-símbolo da cidade, por iniciativa do então prefeito Germano Coelho (Decreto nº 023/1982).

Antiga Bandeira de Olinda

Olinda
Antiga Bandeira de Olinda

Criada pela Lei n° 1255/1957 é a primeira bandeira oficial contemporânea da cidade. O desenho é de Alexandre Alves Dias, baseado na descrição feita na referida lei. Era, então, prefeito de Olinda o sr. Nivaldo Machado.

Títulos

A Olinda moderna ostenta quatro títulos, todos a ela atribuídos em virtude de sua exuberante beleza natural, de seu valioso patrimônio em pedra e cal, e da cultura de seu povo.

São eles:

Patrimônio Cultural da Humanidade

O título de Patrimônio da Humanidade foi concedido pela Unesco em 1982, depois de uma luta iniciada pela Prefeitura em 1978, com o apoio de personalidades como o embaixador olindense Holanda Cavalcanti, o então ministro Eduardo Portela, além de Aloísio Magalhães.

Com esse título, Olinda inscreveu-se na lista de monumentos mundiais e figura ao lado de bens da humanidade como a Catedral de Notre-Dame, em Paris, o sítio arqueológico de Nemrut Dag, na Turquia, o Parque Nacional do Serengeti, na África, e a Cidade do Vaticano, entre outros 400 monumentos em todo o mundo.

1ª Capital Brasileira da Cultura

O título foi concedido em 2005 pela ONG Capital Brasileira da Cultura (CBC), depois de campanha popular realizada durante dois meses. A conquista retratou um esforço da Prefeitura e de toda a sociedade. Mais de 11 mil pessoas e entidades declararam oficialmente seu apoio à candidatura da cidade.

Com o título, conferido pela primeira vez, a cidade foi, durante todo o ano de 2006, centro das atenções nacionais e internacionais, como principal destino turístico-cultural do Brasil.

Monumento Nacional – Lei federal n° 6863, de 26 de novembro de 1980 (Lei Fernando Coelho)

O título foi atribuído a Olinda durante o governo militar do presidente João Figueiredo e serviu para respaldar o encaminhamento à Unesco do processo de concessão do título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

Cidade Ecológica – Decreto municipal n° 023, de 29 de junho de 1982

O título foi conferido a Olinda pelo então prefeito Germano Coelho, tendo em vista as várias áreas verdes existentes na cidade, tais como o Horto d’ El Rey, um dos primeiros jardins botânicos do país; o bosque de coqueiros, situado na entrada da cidade, com mais de dez mil mudas; a Mata de Passarinho, além de outros sítios de preservação do verde. O dia 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis, patrono da ecologia, é dedicado à comemoração do título e à exaltação ao coqueiro.

Monumentos

Arquivo Municipal de Olinda

Localização: Rua de São Bento, 153 – Varadouro

Desde os tempos em que a Câmara Municipal acumulava as funções do Poder Executivo, no Império, Olinda possuía seu arquivo. Contudo, somente em 1975 é que foi criado o serviço de Arquivo Público Municipal – voltado para o recolhimento e preservação de documentos em fase permanente. O Patrimônio Documental de Olinda extrapola a função local, para ser de interesse da comunidade cientifica e dos órgãos nacionais e internacionais.

Seu acervo é basicamente de documentação acumulada e/ou produzida pelo Poder Executivo Municipal, com datas limites de final do século XVI até fins da década de 70, no século XX.

A documentação encontra-se dividida em três grandes grupos: Textual, Cartográfica e Iconográfica. No acervo constam obras raras, do século XVII ao XX.

Biblioteca Pública de Olinda

Localização: Av. Liberdade, s/n – Carmo.
Visitação: de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Criada por Decreto Imperial em 07/12/1830, a Biblioteca Pública de Olinda foi instalada no Convento de São Francisco, sendo a 1ª de Pernambuco e a 5ª do Brasil. Com a transferência da Faculdade de Direito de Olinda para o Recife, o espaço ficou sem funcionar durante várias décadas, sendo restabelecida através da Lei n° 4329/1983. Restaurada em 1996, a casa onde está instalada a Biblioteca Pública de Olinda é uma das construções mais antigas do município. Foi pintada por Franz Post, no século XVII.

Caixa D’Água

Localização: Rua Bispo Coutinho, s/n – Alto da Sé.
Visitação: todos os dias, das 14h às 17h.

Construída em 1934 com projeto do arquiteto Luis Nunes, a Caixa D’Água, no Alto da Sé, é um marco da arquitetura moderna brasileira. Neste projeto, pela primeira vez, foi utilizado formas e modelações arquitetônicas modernas, numa época em que estava sendo mudado o conceito de arquitetura.

O uso de pilotis, a forma pura da construção, a utilização de uma fachada cega e outra totalmente vazada de luz, foram, posteriormente, utilizadas por Le Corbusier e por Oscar Niemeyer, nos edifícios de Brasília. Na construção da Caixa D’Água, foi usado pela primeira vez no Brasil o combogó, como elemento decorativo de ventilação e decoração.

O prédio passou recentemente por obras de requalificação, inauguradas no dia 24 de outubro de 2011.

No edifício, de 20 metros de altura, foi instalado um elevador panorâmico e o local foi transformado num mirante, que permite ao visitante uma vista de 360 graus para as duas cidades irmãs: Olinda e Recife. O terraço foi recuperado e nos espaços interiores acontecem exposições e outras atividades de apoio à visitação turística.

Casa de João Fernandes Vieira

Localização: Rua de São Bento, s/n – Varadouro.

À direita da rua de São Bento, ergue-se o sobrado onde habitou e faleceu o restaurador de Pernambuco, João Fernandes Vieira, rico senhor de engenho, que teve destaque na luta contra os holandeses.

CEMO (Centro de Educação Musical de Olinda)

Localização: Complexo Rodoviário de Salgadinho – Santa Tereza.

Adquirido em 1915 pelo coronel, Arthur Lundgren, o casarão integrava o Sítio Ramos, propriedade onda havia viveiro de peixes e árvores frutíferas. Abandonado durante vários anos, foi restaurado e, atualmente, abriga o Centro de Educação Musical de Olinda.

Coreto da Praça da Preguiça

Localização: Avenida Liberdade, s/n – Carmo.

Construção do fim do século XIX, o Coreto foi feito de ferro fundido, de procedência inglesa, com base de pedra arredondada. Sua varanda em ferro é adornada por arabescos e encimada por uma espécie de coroa. Antigamente, o coreto abrigava a Banda de Música, que animava as festas de Olinda.

Farol de Olinda

Localização: Amaro Branco.

Construído, originalmente, sobre o Fortim Montenegro, o Farol de Olinda foi aceso pela primeira vez em 1872. Visível a 12 milhas, o Farol atual foi construído no Morro Serapião, sendo inaugurado em sete de setembro de 1941. Por se destacar na paisagem de Olinda, tornou-se um dos principais marcos da cidade.

Fortim de São Francisco (Fortim do Queijo)

Localização: Rua do Sol – Carmo.

As primeiras notícias do Forte ou Baluarte de São Francisco datam do século XVII. Por causa de seu tamanho reduzido, ficou conhecido, posteriormente, como “Fortim do Queijo”. Até a década de 30 do século XVIII, o Fortim servia para proteção da costa, quando foi abandonado. Passou por um processo de restauração entre 1973 e 1977, ficando com as atuais feições.

A construção assemelha-se a de outras fortalezas coloniais, com arquitetura simples e rústica, em formato retangular. O acesso é feito através de uma rampa de 10 m feita de cimento, tendo ainda calçamento original, e uma pedra ‘’cabeça de negro’’ na parte central do caminho. O Fortim de São Francisco ainda possui dois canhões sobre a base de granito e, ao lado da rampa de acesso, a casa da guarda, em tribeiral.

Maxambomba

Localização: Praça do Carmo, s/n – Carmo.

Em 1866 foi iniciada a utilização dos trens a vapor, conhecida como maxambomba, que ligava o centro do Recife aos subúrbios de Olinda. A primeira linha que interligava as duas cidades tinha seu itinerário que saía de Campo Grande, passava por Passarinho e seguia até o Carmo, onde em 1871 foi construída uma garagem ou oficina da Compainha de Trilhos Urbanos do Recife, Olinda e Beberibe.

Mercado Eufrásio Barbosa

Localização: Av. Joaquim Nabuco, s/n – Varadouro

Construção datada dos séculos XVII e XVIII, onde existia a primeira Casa da Alfândega de Pernambuco, o local foi, entre 1894 e 1960, a Fábrica de Doces Amorim Ltda. Possui uma planta retangular, em plano único, em alvenaria de tijolos. As fachadas são todas rebocadas, sendo a principal com aberturas em arcos plenos e platibanda retangular. Apesar de o prédio original ter sofrido acréscimos, o Mercado da Ribeira não descaracterizou. Dispõe de teatro e área para exposições e apresentações folclóricas.

Mercado da Ribeira

Localização: Rua Bernardo Vieira de Melo, s/n – Ribeira

Construído no final do século XVII e início do século XVIII, o Mercado da Ribeira é uma edificação característica do Brasil colonial. Possui piso em tijolaria, dois alpendres com pilastras e um batente em pedra portuguesa. Restaurado no estilo original, no Mercado da Ribeira funcionam várias galerias de artesanatos, oficinas de entalhadores, gravuras e pinturas. Nas suas proximidades encontra-se as ruínas do Senado.

Observatório Astronômico

Localização: Rua Bispo Coutinho, s/n – Alto da Sé.
Visitação: de terça-feira a domingo, das 16h às 20h.

Construído no século XIX, serviu por várias décadas para observações e estudos de Astronomia. Diz a lenda, que sua edificação relaciona-se com a descoberta de um cometa, em 1860, por Emanuel Liais, de quem o astro recebeu o nome. Erguido em alvenaria, tem formato de um cilindro e possui área de, aproximadamente, 6000 m2.

Palácio dos Governadores

Localização: Rua de São Bento, 123 – Varadouro.

Construído no século XVII, foi o antigo Paço dos Governadores Gerais do Brasil, de onde o País foi três vezes governado. Em 1824, nele se instalou a Assembléia Constituinte e Legislativa da Confederação do Equador. Ao longo dos anos, o prédio passou por várias restaurações. Mantém, atualmente, o estilo neoclássico de sua fachada. Apresenta assoalho em ipê, escadaria original em cedro e o piso em mosaico. Atualmente, é sede da Prefeitura Municipal de Olinda.

Ruínas do Senado

Localização: Rua Bernardo Vieira de Melo, s/n – Ribeira.

Construção anterior a 1693, as Ruínas do Senado foi o local do imponente Prédio do Senado da Câmara de Olinda. Em 1710, Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito em favor da República no Brasil. As ruínas resumem-se a um pedaço de parede externa da fachada do antigo Prédio do Senado, mostrando a incomum espessura da parede onde está afixada uma placa relatando o fato ocorrido.

Museus

MAC (Museu de Arte Contemporânea)

Localização: Rua 13 de Maio, s/n.

O prédio do MAC é datado de 1765 e foi projetado para ser o Aljube da Diocese. Palavra de origem árabe, aljube significa cárcere, masmorra, tendo aqui outra significação restrita de “cárcere de foro eclesiástico”, utilizado para o recolhimento de homens e mulheres acusados de delitos contra a religião Católica Romana, sob jurisdição eclesiástica. O conjunto Aljube e Capela, foi restaurado e tombado no ano de 1966 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O museu conta com um acervo de mais de 4 mil obras das mais variadas técnicas, épocas e estilos, indo desde o academicismo francês até a contemporaneidade, e reúne obras de grandes nomes como Portinari, Cícero Dias, Eliseu Visconti, Djanira, Telles Junior, Wellington Virgolino, Di Cavalcanti, João Câmara, Guinard, Adolph Gottielib, Burle Max, Francisco Brennand, entre outros.

MASPE (Museu de Arte Sacra de Pernambuco)

Localização: Rua Bispo Coutinho, 726 – Alto da Sé.

Inaugurado no dia 11 de abril de 1977, o Museu de Arte Sacra de Pernambuco (MASPE) está instalado no antigo Palácio dos Bispos de Olinda. No século XIX, o casarão sofreu novas modificações, servindo como resistência coletiva de religiosos, colégio e quartel do exército durante a 2ª Guerra Mundial.

Na sua fachada, é possível ver o antigo brasão episcopal e uma placa da Unesco, que declara Olinda, Monumento Histórico da Humanidade. O acervo fixo do MASPE começou a ser construído a partir de uma centena de peças cedidas pela Arquidiocese de Olinda e Recife. Hoje, é composto por imagens eruditas antigas, policromadas e douradas, do século XVI, além de pinturas e arte sacra popular e objetos do culto nas igrejas.

Visitação: terça a sexta-feira, das 10h às 16h / sábado e domingo, das 10h às 14h.

Museu do Mamelungo

Localização: Rua de São Bento, 344.

Fundado em 14/12/1994, o Museu do Mamulengo possui um acervo com mais de 1200 peças feitas pelos mestres mamulengueiros, sendo alguns bonecos do século XVIII, representando figuras populares em situações cotidianas rurais ou urbanas. É o primeiro museu dedicado a bonecos populares no Brasil e na América Latina.

Museu Regional de Olinda

Localização: Rua do Amparo, 128.

O Museu Regional de Olinda foi fundado em 1935, em comemoração aos 400 anos de chegada de Duarte Coelho a Pernambuco, pelo então diretor da Biblioteca e do Museu do Estado, José Maria Albuquerque Melo.

Constam no seu acervo, peças como móveis, imagens, painéis, peças de grande valor histórico, como o brasão do Senado da Câmara de Olinda e peças de arte sacra, inclusive um altar que pertenceu a antiga Sé de Olinda, antes de sua reforma em 1711. Ao todo, são 217 peças expostas por toda a extensão dos salões do prédio onde funciona.

Visitação: terça a sexta-feira, das 9h às 17h. / sábado e domingo, das 13h às 17h.

Mouriscos

Primeiro Sobrado Mourisco

Localização: Rua do Amparo, 28.

A construção é uma das mais típicas obras do século XVIII existentes em Pernambuco. Sobreviveu a onda de descaracterização, provocada pela vinda da Família Real portuguesa para o Brasil. A arquitetura do prédio possui vários elementos característicos da influência árabe.

Durante os trabalhos de recuperação, foram encontrados tijolos pesando 24 kg, de dimensões originais. Toda a originalidade da obra foi preservada. No andar térreo, vêem-se duas portas de vergas e ombreiras retas, ambas de pedra. No andar superior, portais iguais aos do térreo. O balcão é em muxarabi, apoiado sobre cachorros de pedra.

Segundo Sobrado Mourisco

Localização: Praça Conselheiro João Alfredo, 7.

Com bonitos balcões de madeira em losango e treliça, além de seu muxarabi, este sobrado mourisco é um raro exemplar da arquitetura árabe no Brasil. Em 1859, hospedou o imperador D. Pedro II e a imperatriz Tereza Cristina, em viagem ao Nordeste.

Bicas

Moduladas com pedra e alvenaria, as Bicas foram construídas com a finalidade de suprir a falta de água da Vila de Olinda.

Bica de São Pedro

Localização: Rua Henrique Dias, Varadouro.

Construída no século XVI, a Bica de São Pedro é a que possui maior vazão de água. Segundo uma lenda popular, suas águas surgiam de uma vertente que ficava por baixo do altar-mor da Igreja Matriz de São Pedro Mártir. Conhecida inicialmente como Fontainha, suas águas ainda servem a população olindense.

Bica do Rosário

Localização: Largo do Rosário, Bonsucesso.

Citada no foral de Olinda em 1537, a Bica do Rosário é, talvez, a única remanescente do Vale de Fontes, um riacho existente no século XVI. Manancial fecundo, com seu belo frontispício adornado por paredes com jarros de pedra, a Bica ostenta em sua base o secular brasão da cidade. Importante peça colonial, apresenta uma escadaria toda lajeada em pedras.

Bica dos Quatro Cantos

Localização: Rua dos Quatro Cantos, Amparo.

De acordo com registro histórico, a Bica dos Quatro Cantos foi construída em 1602. Chamada também de Fonte da Tabatinga, chegou a ser destruída e, posteriormente, recuperada.

Fonte: olinda.pe.gov.br

Olinda

MEMÓRIA E CIDADE: SURGE UMA NOVA OLINDA

“Olinda: Bem na lapela do Atlântico Olinda está incrustada Como estrela-da-manhã Na beira-mar encravada Nascendo para ser vivida Vivendo para ser amada.” Fernando Gondim

Vamos, inicialmente, acompanhar os depoentes em seus relatos sobre como guardaram na memória as mudanças que Olinda vivenciou, entre as décadas de 1950 e 1970, notadamente em seu crescimento populacional, e o que isso implicou para a cidade.

Assim, as lembranças de Carlos Ivan de Melo permitem-lhe rememorar esse período em Olinda:

Olinda se expandiu. Quem é da nossa geração, que via Olinda antiga só o Sítio Histórico, hoje em dia a gente vai à Tabajara, Ouro Preto, é tudo novo! Eu acho que Olinda ainda precisa muito para deixar de ser uma cidade dormitório, porque tem um comércio no Bairro Novo, se você quer comprar uma coisa você vai ter que andar um pedaço enorme! No Varadouro, o comércio piorou, diminuiu.

Podemos observar, pelas rememorações de D. Maria José [Zeinha], as mudanças que percebeu e traz através de sua memória:

A partir de 1950 o bairro do Bonsucesso ficou muito diferente. Apareceram mais supermercados que não tinha antes, granjas de venda de aves. Os ônibus antes não passavam em Bonsucesso, agora passam. As casas se remodelaram. Surgiram ruas novas; a minha casa e a de junto antes não existiam. O bairro cresceu. Já nos Quatro Cantos, [Sítio Histórico] não mudou nada.

Marília Didier Oliveira Reis traz sua visão da cidade, de seu crescimento e dos problemas econômicos enfrentados com essas transformações:

A população de Olinda aumentou e a de Boa Viagem também. Mas foi diferente de Olinda, que cresceu de uma forma muito mais desordenada. Por ex: o comércio em Olinda é quase inexistente. Olinda tem dois supermercados só. Se você for comparar, Olinda cresceu, mas o comércio não cresceu e a indústria zerou. Não tem um grande hotel. No Sítio Histórico tem as pousadas. A população cresceu, mas a infra-estrutura não acompanhou. Eu acho que essa população que está crescendo é uma população de baixa renda e encontra casa mais barata, então vai para Olinda. Trabalha em Recife e vai pra Olinda e fica na periferia

Já Dione Nascimento Silva, recorda-se do crescimento de Olinda e de suas mudanças:

Olinda não tinha supermercado, era feira em Bonsucesso e a dos Milagres. O meu pai mesmo fazia a feira e mamãe ficava em casa. Hoje já tem o hipermercado e temos o Shopping Tacaruna, que é um sucesso! Os bairros tiveram um bom crescimento. Nos colégios hoje tem computador; meus bisnetos já com sete anos, sabem mexer em tudo. Isso tem evoluído muito nas escolas. Em compensação o comércio de Olinda não mudou muito. Eu sou do tempo do bonde, era bom; agora o transporte na cidade melhorou.

Olinda
Praia de Casa Caiada em Olinda

Importante destacar as memórias dos olindenses, cuja marca que mais aparece como simbólica desse crescimento é a presença de grandes supermercados, que dão aos moradores a idéia de estarem vivendo numa cidade mais moderna.

Destacamos que foi lembrada também a presença de um shopping center, o Tacaruna, existente na estrada que liga Olinda a Recife, e que também é um marco dessa evolução que a cidade experimentou. Ambos são símbolos das cidades grandes e metrópoles, no tocante a ofertas de serviços a seus moradores e representam uma sofisticação que as cidades menores não costumam dispor.

Percebemos que, ao lado disso, a cidade foi também perdendo as características típicas das cidades pequenas, nas quais o abastecimento dos mantimentos costumava acontecer nas feiras locais ou mercearias, onde a população se conhecia.

Era o local de encontro entre conhecidos e vizinhos que se reuniam para colocar as notícias em dia. Podemos perceber, nos relatos dos mais idosos, os aspectos de ganhos para a cidade, mas também de perdas relativas a este tipo de sociabilidade, muito comum em cidades pequenas, onde há mais proximidade e trocas entre as pessoas, mais participação da comunidade em atividades comuns — a ida às feiras, às missas, por exemplo — enfim, todas as formas de sociabilidade são facilitadas.

Passaremos agora a enfatizar a história recente da cidade de Olinda, notadamente em seus aspectos de crescimento da população, do surgimento dos novos bairros motivado pela expansão urbana apontada nos depoimentos citados, e as mudanças que isso implicou.

Nas décadas de 50 a 70 do século passado,Olinda experimentou uma nova onda de desenvolvimento e um grande crescimento populacional, uma “subida”, como descreveu Alexandre Alves Dias em seu depoimento inicial.

Foi criada uma nova Faculdade de Direito em seu Sítio Histórico, uma das primeiras de uma série de instituições de nível superior que vieram a ser instaladas em Olinda. Hoje ela já dispõe de oito unidades de ensino superior, o que foi muito festejado por sua população. Afinal, os cursos jurídicos retornaram à cidade, pois, desde 1854 foram transferidos para Recife.

Em 1917, os cursos de graduação em Agronomia e Medicina Veterinária, que funcionavam no Mosteiro de São Bento em Olinda, também foram transferidos. Toda a população tinha que estudar fora de Olinda, porque não havia curso universitário na cidade.

O retorno das instituições de nível superior possibilitou que um novo desenvolvimento educacional e cultural fosse experimentado por sua população. Olinda hoje conta com várias instituições universitárias, mas todas particulares.

Ao lado do plano educacional, o município registrou um grande crescimento habitacional, com a implantação dos projetos imobiliários pelo governo federal, durante o regime militar, após 1964, com financiamentos do Banco Nacional de Habitação (BNH), fruto do chamado “milagre brasileiro”.

Novas políticas econômicas do governo federal e os subsídios e créditos do BNH permitiram o acesso da classe média ao financiamento da casa própria e isso possibilitou ao país experimentar um crescimento significativo. “A COHAB em Pernambuco teve em Olinda sua principal área da atuação.” Ela implantou uma experiência pioneira de construção de residências para a população de baixa renda que morava em mocambos: o Projeto “Casa Embrião”, em Jatobá, Rio Doce e Peixinhos, bairros de população extremamente pobre, visava a erradicação dos mocambos e sua substituição por moradias construídas em alvenaria e financiadas pelo governo.

Fernando Novaes registra alguns problemas a respeito:

Nos primeiros anos de funcionamento do BNH houve um açodamento de empresários, em construir grandes conjuntos, sem que as obras de infra-estrutura estivessem prontas ou então em lugares onde fosse inexistente essa infra-estrutura. Em virtude desses abusos o BNH houve por bem determinar, em 1972, que as COHABS, INOCOOPS e também empresas particulares, atacassem primeiro as obras de infra-estrutura dos conjuntos habitacionais, antes de erguer casas, passando a fazer o financiamento dessas obras diretamente, o que antes era feito por diversos órgãos.

O autor avalia que isto foi um ponto fundamental de dificuldade para o êxito dessas políticas sociais, porque a prefeitura de Olinda, por exemplo, não poderia, sozinha, dar conta da implantação dos serviços que um grande conjunto habitacional demanda, principalmente em regiões onde não existia a mínima estrutura para receber o imenso contingente populacional que ocuparia esses grandes conjuntos.

O governo federal, por meio do BNH, criou linhas de financiamento aos municípios para os serviços básicos de infra-estrutura a esses núcleos habitacionais, tais como: distribuição de água, redes pluviais e de saneamento, rede elétrica, arruamento, calçamento e as estradas de acesso.

Como Olinda está muito próxima do Recife e faz parte de sua região metropolitana, também se beneficiou com estes financiamentos, que originaram bairros como: Vila Popular, Jardim Atlântico, Ouro Preto, Jatobá, Jardim Brasil, Tabajara, entre outros.

Esses bairros, periféricos ao Sítio Histórico da cidade, foram se estabelecendo, principalmente nas áreas desocupadas ou ocupadas por antigas chácaras, na zona rural de Olinda ou ao longo de sua orla marítima. Importante ainda destacar que nesses bairros, os acessos pelas novas avenidas possibilitaram aos moradores chegar a Recife em poucos minutos, sem sequer precisar passar pelo secular centro da cidade — o Sítio Histórico de Olinda. Tudo isso implicou em mudanças e novidades para a velha Olinda.

As plantas a seguir vão revelar o crescimento urbano e a ocupação territorial de Olinda, a partir das primeiras décadas do século XX, e ilustram o vertiginoso crescimento ocupacional da cidade, notadamente a partir dos anos 1950-1970, quando surgiram seus primeiros conjuntos habitacionais.

É possível observar a direção que tomou o crescimento da cidade e como foram sendo ocupados seus espaços, tanto na zona rural como no sentido norte, em direção a sua orla marítima:

Olinda
Olinda de 1915

Olinda
Cidade de Olinda, em 1940

O crescimento de Olinda se dá num momento em que o país vê surgir esta onda de mudanças e modernização, com a criação de importantes instituições que vão marcar seu desenvolvimento. Foi criada a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), no final da década de 1950, importante autarquia federal, que tinha como finalidade diminuir as distâncias econômico-regionais do país, no que diz respeito à diferença de crescimento e de renda entre as regiões Sul e Nordeste e a presença dos bolsões de miséria da população nordestina.

Pedro Vasconcelos assim se refere a esse período:

Os anos 50 foram importantes para a economia nordestina, com o início da exploração do petróleo no Recôncavo baiano, com as atividades da Petrobrás (1953) e com a abertura da refinaria de Mataripe, dando início à formação da Região Metropolitana de Salvador, enquanto que o desenvolvimento de Recife foi ainda mais acentuado após 1959, com a fundação da Sudene e a implantação de distritos industriais apoiados nos novos incentivos fiscais.

Foram criados os Centros Industriais nas regiões metropolitanas das capitais, resultantes dos incentivos fiscais concedidos às indústrias da região Sudeste que optassem por implantar filial na região Nordestina, no chamado “Polígono das Secas”.

Os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Piauí, norte de Minas Gerais e o Território de Fernando de Noronha, faziam parte desta região submetida aos ciclos periódicos de seca, cuja economia não acompanhava o crescimento do centro sul do país.

Era uma tentativa de estimular o crescimento industrial pela geração de emprego e renda e, conseqüentemente, promover o crescimento econômico da região nordestina, diminuindo o fosso existente entre as regiões do Brasil, no tocante ao desenvolvimento.

Com a criação das zonas industriais nas regiões metropolitanas, novas vias de acesso foram construídas, juntamente com novas estradas interligando as capitais dos Estados aos Municípios onde essas zonas foram instaladas.

Vários órgãos foram criados e são reveladores de uma nova época, a exemplo da Comissão do Vale de São Francisco (CVSF) e da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), criadas na década de 1940, a posterior criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) e os planos de desenvolvimento para o Nordeste e Norte.

Nas décadas de 1950 e 1960, surgiram no país os cursos de nível superior em Administração Pública e Economia, que propiciaram a formação de profissionais especializados, com uma nova visão da administração e da gestão pública, o que promoveu a melhoria nos quadros técnicos do governo, com conseqüência para o desenvolvimento do país.

Destacamos nesse período o crescimento demográfico de Olinda, com a implantação desses novos conjuntos habitacionais. Em 1950, a cidade contava com 62.435 habitantes e em 1970, passou para 196.152, segundo o censo do IBGE, como vimos no capítulo anterior.

Sua população triplicou em apenas três décadas, experimentando um crescimento intenso, algo completamente novo em sua secular história. Olinda passou a contar com novos bairros e, conseqüentemente, nova população.

Já o crescimento do Recife, nesse mesmo período, se fez de forma muito mais rápida, pois em 1950 tinha 788.336 habitantes e em 1970 passou para 1.203.229.

Olinda, entretanto, mesmo crescendo com a implantação dos conjuntos habitacionais e seus novos bairros, não mais alcançou o desenvolvimento populacional, nem econômico experimentado pelo Recife, que se transformou em uma grande metrópole regional.

A partir do início do século XX, Recife, além de sede do governo do Estado, transformou-se na mais importante metrópole comercial e industrial da região Nordestina. Seu porto teve um importante papel em seu crescimento econômico, como centro exportador e importador de produtos da toda a região.

OLINDA: CRESCIMENTO E MODERNIZAÇÃO

Como era Olinda antes desses novos bairros? Vamos destacar como estava a cidade, nos anos de 1950, antes, portanto, da construção dos grandes conjuntos habitacionais, que deram origem ao crescimento descrito pelos depoentes.

A seguir, informamos os dados sobre Olinda fornecidos pelo IBGE,12 relativos à década citada, para que possamos ter um perfil da cidade na época, quando das mudanças mais estruturais:

Área urbana: 58 km²

Polulação: 62.435 habitantes (censo de 1950)

Atividades econômicas: Principais indústrias:

Fosforita Olinda S/Aagência
Fábrica Amorim Costa Ltda
Dois estabelecimentos atacadistas e nove varejistas; uma bancária

Aspectos Urbanos:

258 logradouros, 149 pavimentados
459 automóveis
Dois cinemas (801 e 820 lugares)

Assistência Médico-Sanitária:

Hospital Regional Hermano Lundgren (31 leitos)
Hospital Tricentenário (36leitos)
Centro de Saúde

Educação e Ensino:

35 unidades de ensino primário 
20 unidades de ensino supletivo
Três unidades de ensino secundário 
Um estabelecimento de ensino superior

Aspectos Culturais:

Semanário, jornal A Voz de Olinda 
Revista (anual) Anuário de Olinda 
Rádio Emissora: Rádio de Olinda

Como ficou para os olindenses que viveram esta realidade do crescimento de sua cidade? Como eles perceberam estas mudanças? Afinal, era a mesma e velha Olinda ou tratava-se de uma outra cidade? Como seria a vivência em Olinda desta nova população que chegava? Como era nascer, crescer, viver nos bairros novos e periféricos? Haveria também neles as vivências de “orgulho”, “amor” e “apaixonamento” pela cidade, como nos falaram os olindenses no Capítulo 2? Como seria a identidade desta nova população que chegou a Olinda a partir da década de 1950, cujos filhos nasceram e cresceram nessa nova realidade?

Passamos a expor as representações sociais construídas pela memória e narradas pelos depoentes sobre esta nova realidade da cidade, motivada pelo crescimento imobiliário. A narrativa de Ilmar Belo dos Santos, em suas rememorações, assim descreve o que observou do crescimento da cidade.

A depoente relata como se expandiu Olinda e como percebeu as muitas melhorias que a cidade experimentou:

O comércio foi muito ampliado a partir das gestões de Germano Coelho (1976 e 1992). Ele conseguiu incrementar o comércio em Olinda, que já existia nas cidades mais próximas. O comércio atualmente é muito bom, com várias lojas muito boas e com supermercados. E a linha de ônibus melhorou, era muito restrito, só de Olinda para Recife. Este prefeito conseguiu botar linha entre os bairros da cidade, porque tem bairros longe um dos outros. Ficou muito bom. Os bairros cresceram, por exemplo, Peixinhos, era um bairro que só tinha um Matadouro, hoje em dia tem um comércio próprio e com linhas de ônibus. Em Bairro Novo, Jardim Atlântico e Casa Caiada, esses novos bairros foram surgindo, porque a população ia aumentando, e iam construindo novas casas e apartamentos. Rio Doce era um bairro que não tinha nada, só caju, manga e veraneio. Era uma casa bem distante da outra. Também foram criadas as faculdades e isso melhorou muito Olinda.

Segundo a narrativa de Adilson de Almeida Vasconcelos, os primeiros conjuntos habitacionais foram os localizados entre Varadouro e Peixinhos:

Construiu-se primeiro a Vila Popular, entre o Varadouro e Peixinhos, que foi o primeiro conjunto habitacional que surgiu em Olinda, destinado a abrigar pessoas de baixa renda. Não sei se foi por influência do Serviço Social Contra o Mocambo (parece-me que criado por Agamenon Magalhães), mas a Vila Popular foi uma verdadeira precursora dos “conjuntos habitacionais” pós 64, embora à época não tivesse essa denominação.

Isto foi veiculado em matériapublicada na imprensa que divulgava a implantação desses primeiros conjuntos habitacionais em Olinda. Trata-se do Projeto MINTER / BIRD / Região Metropolitana do Recife, para a construção de 1.000 unidades residenciais no bairro popular de Peixinhos, em Olinda.

O depoimento anterior já aponta para o crescimento vertiginoso que Olinda experimentou a partir dos anos 1950-1970, o que é ilustrado por Adicélia Cristina Nascimento, também depoente da pesquisa, que nos fala do novo bairro, conhecido como COHAB – 7ºRO [Ouro Preto]. Neste bairro viveram seus pais, uma das primeiras famílias moradoras da localidade e onde ela reside até hoje.

Trata-se de um dos conjuntos implantado em Olinda e que ocupou áreas antes despovoadas do município e próximas ao quartel da 7º Região de Obuses, onde antes só havia a estrada PE-15,que fazia a ligação de Olinda com o município de Paulista:

Sempre morei no bairro COHAB – 7º RO [Ouro Preto], desde solteira, com a minha mãe. Ela reside aqui mesmo, na Rua F 1, e meu pai, praticamente inaugurou a COHAB; foi um dos seus primeiros moradores. Hoje já é falecido. Quando casei, vim morar aqui. Antigamente a rua era só barro, massapê, ruim para andar. Colégio só tinha o Mascarenhas de Moraes. Hoje já têm outros, isso tem melhorado muito. Tem posto de saúde com atendimento à família, que precisa ainda melhorar mais. Não existia praticamente comércio aqui, melhorou muito. Antes não tinha padaria, hoje já tem até sorveteria. A COHAB começou aqui há 33 anos. Olinda é uma cidade que oferece muitas coisas boas; onde eu moro existem coisas próximas. Em 20 minutos pego um ônibus e chego ao centro da cidade de Recife. Quando preciso de alguma coisa que não tem aqui, a gente tem que sair do bairro. Por exemplo, compro roupas no shopping. Abastecimento, a gente tem aqui no mercadinho, que é um preço bem melhor; no bairro mesmo faço as minhas compras. Falta um posto de polícia, mas Olinda é maravilhosa, sua cultura, as praias, suas igrejas. Eu estou feliz por morar em Olinda.

Importante o depoimento de Adicélia, que mostra a facilidade do acesso ao centro do Recife, aonde ela vai em busca de suas compras, quando não encontra em seu bairro. Isso implica que ela tem uma ligação direta por estradas que chegam ao Recife e a seu comércio, sem passar por Olinda antiga.

Isso não é motivo para que sua relação com a cidade de Olinda seja diferente, pois ela revela seu amor a esta cidade, usando as expressões “maravilhosa” e “feliz”, que vimos ser usadas pelos depoentes no segundo capítulo, e que revelam os traços identitários dos olindenses e sua ligação e amor à cidade.

Como acompanharam os irmãos e depoentes, Aldo e José Cisneiro Bezerra Cavalcanti, a evolução e a administração da cidade? Por serem idosos e terem sempre vivido em Olinda, revelam essas modificações que a cidade experimentou, principalmente o crescimento, e também descrevem o fenômeno das “invasões”.

A seguir, o relato de Aldo Bezerra Cavalcanti, sobre esse período de Olinda, descrevendo-a como uma “cidade dormitório”, pois sua população trabalhava em Recife e não havia miséria nem violência:

Quanto ao aspecto político da cidade, as administrações que foram mais importantes para Olinda, tomando o Varadouro como referência, foi a de Barreto Guimarães [deputado e depois prefeito de Olinda em 1960], que fez a estrada para chegar a Recife, conhecida como o Complexo de Salgadinho. O Comércio daqui do Varadouro desapareceu. Surgiu novo comércio nos bairros, principalmente no Bairro Novo, na Avenida Getúlio Vargas, que era só residencial e se transformou em comercial. O comércio cresceu a partir do surgimento desses novos bairros: Bairro Novo, Casa Caiada, Ouro Preto. Antes em Peixinhos, era tudo mangue. Não tinha estrada, a gente ia para Beberibe a pé. Não tinha transporte, era um areal branco. No Varadouro, tinha muito comerciante pequeno, a maioria era empregada por aqui. Eu trabalhei em táxi por 12 anos e nunca fui assaltado. Naquele tempo, parte da população de Olinda trabalhava em Recife, aqui era um dormitório. O bairro do Varadouro está melhorando, mas antes não havia a miséria de hoje, era só pobreza, porque as pessoas tinham televisor, geladeira, eram trabalhadores. Houve a invasão, as pessoas chegavam colocavam umas cordas e diziam: isso aqui é meu, fizeram até casas boas aí, tudo invasão [Refere-se às favelas V-8, V-9, V-10, no Varadouro]. Depois foi melhorando, chegou luz, água, cada vereador foi melhorando, ajudando, eram famílias de fora e de Olinda que invadiam, na época do prefeito José Arnaldo (1983).

O depoimento de seu irmão, José Cisneiro Cavalcanti, traz toda uma memória de sua vida no Bairro do Varadouro, no Sítio Histórico, seus costumes e tradições, descreve o dia-a-dia e revela a proximidade entre os antigos moradores, seus vizinhos, suas ocupações e trabalho, antes do crescimento de Olinda. O depoente viu esse bairro se modificar, crescer, mas também viu o surgimento das invasões que se transformaram hoje nas favelas do Sítio Histórico e de seu entorno.

Assim ele relembra esse tempo:

Eu trabalhei como motorista em táxi e caminhão, mais de 20 anos. Era diferente. Só podia ter táxi a cidade que tivesse 500.000 habitantes. Aliás, antes era carro de aluguel e depois passou a táxi. Recife passou de 500 mil, 800 mil, um milhão de habitantes. Em 1966 em diante, na década de 70, nesta época, no bairro do Varadouro, não tinha favela nem invasão, era “quadro”, que era onde moravam as lavadeiras, as domésticas, os carregadores de feira. Não tinha posto de gasolina. As lojas eram as mesmas de hoje, só com novos proprietários. A gente vivia pescando caranguejo, tudinho era mangue. Também tinha gente que sobrevivia disso. As famílias vizinhas trabalhavam em pequeno comércio, como oficina de bicicletas, farmácia, barbearia. Eu lembro do Sr. Nestor; ele tinha uma garagem de bicicleta, era o dono. O Sr. Augustinho era o gerente da banca do jogo do Bicho: “O Pivô da Sorte”. Tinha a Farmácia de Alfredo Cunha, embaixo do sobrado onde a gente morava. Tinha o Sr. Rosendo, que era um marceneiro. Tudo era vizinho da gente. Tinha uma barbearia, o Antonio, o Zé e Euclides eram barbeiros. Tinha Martim, que tinha um restaurantezinho ao lado do cinema, um restaurante muito bom. Lauro Alcoforado, que tinha um barzinho de petiscos, o filho dele botou uma sorveteria junto, também não tem mais, tinha ainda a “A Toca do Caranguejo”, de 50 para cá.

As crianças estudavam no Grupo Escolar Duarte Coelho, no Sigismundo Gonçalves ou em D. Glorinha, que tinha uma escolinha particular. As famílias faziam o abastecimento nas vendas de Cornélio Souza e em Silva Barbosa, aqui mesmo. Hoje tudo é em supermercado. As feiras livres eram lá nos Milagres. O meio de transporte da população daqui era o ônibus e depois, a ‘sopa’ [micro ônibus] e a lotação. O bonde terminou na década de 50 ou 60. No Varadouro tudo era mangue. Essas ruas não existiam. O mangue sumiu, foi tudo aterrado. Faziam um pedaço, foi o DNOS, é obra de saneamento. Foi o que fez o Canal da Malária, aterraram tudo.

O depoente nos mostra o que foi se modificando em seu bairro, mas chama atenção para a mudança em relação à moradia da população pobre e a ausência de miséria e violência na região, na época. O Varadouro apresentava um comércio pequeno, mas os empreendimentos eram a fonte de renda dos próprios moradores, como ele descreve. Fala de uma vida calma, em que a população se conhecia e havia muita proximidade entre os vizinhos, que se conheciam pelos nomes, o que é típico de cidades de pequeno porte, como já vimos.

Dayse Maria da Silva Correia, que nasceu em Recife, mas foi para Olinda com um ano e três meses, se considera olindense. É moradora do bairro de Ouro Preto há 27 anos. Bairro do entorno do Sítio Histórico, também foi se formando com os novos conjuntos habitacionais, que foram sendo implantados nessa época na cidade.

Viver em Olinda é muito bom. Eu gosto muito, principalmente pelo lado cultural que a cidade apresenta. Pra mim a cidade de Olinda é a minha casa, onde eu me identifiquei desde pequena, estudei e pra mim morar é lá, é muito gratificante. Estudei lá e tenho o 2º grau completo e fiz Pedagogia na FUNESO, em Olinda, mas não concluí. Acho que houve um grande avanço onde eu moro, em relação às pavimentações de ruas. Quando eu cheguei aqui era tudo de barro e hoje em dia é de asfalto. Hoje já tem um pequeno comércio, antigamente não tinha nada. Tem mais escolas do que quando eu era pequena. Lá a gente se diverte indo para o Sítio Histórico em Olinda, o Alto da Sé, Quatro Cantos, Largo do Amparo, isso se diversifica, ou então lá no Recife Antigo. Os eventos culturais também acontecem no Centro de Convenções. Quando tem shows, a gente vai. Gosto de assistir às apresentações de canto gregoriano no Mosteiro de São Bento em Olinda.

José Ataíde de Melo assim descreve a história da cidade que viu crescer e se modificar. Aprecia a moradia em seus novos bairros, pois é também morador do bairro de Ouro Preto e se sente totalmente integrado a Olinda.

Elogia e defende como o melhor bairro da cidade para se morar, por ter excelente clima e vias de acesso muito boas e próximas ao Sítio Histórico, onde desenvolve suas atividades:

Anos 50, Olinda era cidade dormitório. Em agosto de 1940, 400 casas em Olinda foram destruídas. Em 1948 Olinda ainda sofre as ressacas que destruíram ruas inteiras e intervieram nas praias e o veraneio acabou! Surge o Loteamento do Bairro Novo. Antes o bonde só chegava até a Praça 12 de Março. A elite antes morava na Cidade Alta e vai se transferindo para os novos bairros. Olinda era antes a cidade alta, abastecimento na Ribeira, comércio no Varadouro e Quatro Cantos. Na parte antiga foi ficando a população pobre, que não tinha rendas para manter as casas. Foi a decadência de Olinda com as ressacas e o empobrecimento da população da cidade alta. A expansão se deu com o BNH e o surgimento de grandes conjuntos habitacionais. Isso não significou em melhorias, porque a cidade tem que dar a infra-estrutura, os serviços, mas é pouca a receita. Para a moradia em Olinda, se diz que o melhor bairro é o de Casa Caiada. Não concordo, a melhor moradia é Ouro Preto, ótimo clima e muito próximo. Já o Rio Doce é violento.

Interessante destacar o que o depoente acima nos apresenta, a partir do bairro de Ouro Preto em que mora, revelando que é o melhor bairro de Olinda. Já Dayse Maria da Silva Correia acima fala de sua convivência com as duas cidades, Olinda e Recife, principalmente com relação à facilidade de usufruir, em termos culturais e de lazer, do que elas têm a oferecer. Mostra-se explicitamente integrada a seu bairro e à cidade de Olinda, uma vez que se apresenta como olindense, identificada a esta cidade “gratificante”. A chama de “minha casa”, como se Olinda fosse parte de si mesma.

Lembramos que a casa é uma projeção e representa simbolicamente o próprio corpo do sujeito, e é assim, com essa particularidade, que ela fala de sua cidade, tamanha a sua intimidade com a mesma, como sua propriedade e posse, sendo ela sua dona, como é de sua casa. Traços fortes de sua identificação a sua cidade. Olinda é como uma continuação de seu próprio corpo, portanto, imaginária e amorosamente, faz parte do próprio sujeito.

A relação de Rosa Maria Assis dos Santos com Olinda é significativa, pois é moradora de Tabajara, um dos novos bairros que cresceu com os grandes loteamentos.

A depoente nos traz sua visão da cidade e seus traços identificatórios com a urbe:

Moro em Tabajara há 18 anos. É um bairro no sentido norte. Olinda é maravilhosa, pois, realmente, tem tudo o que eu quero. É uma cidade que me faz ter várias idéias, ela é bem mágica. Ela ter sido colonizada pelos portugueses, e eu amar essa terra… ela tem praias, tem rios que, infelizmente, hoje não são bons para banho, tem montanhas, um verde maravilhoso. Ela tem a mata de passarinhos, que é realmente fantástica! Tudo isso favorece para cada vez mais eu gostar dela. A Mata de Passarinho hoje já não é tão grande, mas ainda é muito vasta, só podemos andar nela com um guia. Tem uma floresta bastante rica. Os estudantes olindenses visitam em excursões. Eu me sinto orgulhosa de morar em Olinda, pois passei toda a minha infância aqui. Então as recordações são muito boas. Ainda tem esse ar puro. Olinda representa muita coisa boa.

Seu depoimento revela os mesmos traços mostrados pelos olindenses no Capítulo 2, no qual aparecem os mesmos significantes — “orgulho”, “maravilhosa” — em relação à cidade e acrescenta o significante “mágica”, pois a cidade, em seu imaginário, chega a estimular suas idéias e criatividade. Portanto, o fato de ser moradora desses novos bairros não modificou sua identificação e o amor em relação à Olinda. Ela, no entanto, aponta os aspectos negativos e as perdas que a cidade vem vivenciando em relação aos aspectos ecológicos.

Olinda cresceu e junto a seu crescimento imobiliário, com a chegada de muitos moradores para seus novos bairros, transformou-se em uma nova cidade. Esta transformação, entretanto, exigiu planejamento, para que pudesse ser mais bem administrada.

Em março de 1973, Olinda ganhou seu Plano Diretor, chamado Plano Desenvolvimento Local Integrado de Olinda (PDLI), foi o primeiro a ser elaborado no município e este fato foi anunciado pela imprensa de Recife. O Plano analisava a situação da cidade e a tendência do desenvolvimento urbano de Olinda. Foi umtrabalho feito em conjunto com a assessoria da Sociedade Civil de Planejamento Ltda. (SOCIPLAN) e o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo (SERFHAU), órgão do governo federal ligado ao então Ministério do Interior, voltado à política de desenvolvimento urbano do país.

Começava a se traçar uma política de desenvolvimento e de planejamento urbano para a cidade de Olinda.

No Plano constava: análise da situação e tendências do desenvolvimento, diagnóstico e prognóstico, diretrizes para o desenvolvimento da cidade, programas setoriais, plano de ação do governo municipal, orçamentos plurianuais de investimentos, legislações básicas e urbanísticas. Numa segunda etapa, houve sua implantação pela administração da cidade, com reformas administrativa e financeira. Foi um amplo estudo de base e de planejamento, que serviu como matriz para todos os outros Planos Diretores que a cidade veio a ter, até o presente momento.

O Plano de Desenvolvimento foi elaborado de forma sistêmica, permitindo o controle de sua execução e sua adequação às eventuais modificações futuras. Nele constava o levantamento dos recursos financeiros, como também indicações do uso e da natureza do solo, o zoneamento do sítio histórico e dos bairros, os estudos dos mangues, morros e rios. Contemplava ainda a sistematização dos serviços públicos prestados à população pela prefeitura, bem como informações sobre as redes de comércio e indústrias do município. Foi o primeiro estudo amplo e abrangente sobre a cidade, visando não só a necessidade de sua preservação, mas também estudos de sua infra-estrutura como o tráfego, as construções e abairramentos da cidade.

Com a intenção de planejar obras públicas no âmbito municipal e coordenar as ações dos órgãos nelas envolvidos, foi criada em Olinda, pela Lei Municipal nº. 4.062, de 1978, a Empresa de Urbanização e Desenvolvimento Integrado de Olinda (URB), sendo sua atuação muito importante para a cidade na área de urbanização e preservação do Sítio Histórico.

Passamos às memórias dessa época, com o depoimento do ex-prefeito de Olinda, cidade onde iniciou sua vida política e esteve à frente da Prefeitura por duas gestões, que se iniciaram nos anos de 1959 e 1972, respectivamente.

Foi responsável pela implantação do primeiro Plano Diretor da Cidade — o Plano de Desenvolvimento Local Integrado de Olinda (PDLI) — trabalho iniciado por seu antecessor, prefeito Eudes Costa, interventor da cidade na época da ditadura militar, que iniciou sua gestão em 1969.

Segundo Ubiratan de Castro e Silva:

Olinda nunca tinha tido nada de planejamento, nunca tinha tido nada de estudos, isto foi um trabalho que eu já encontrei do Interventor Eudes Costa. Ele tinha começado este trabalho, através de uma equipe que tinha contratado, e estava com este plano em elaboração e começando a trabalhar nele. Quando eu cheguei, fui procurado pelos técnicos. Nesta época já havia a Superintendência do Desenvolvi mento do Nordeste – SUDENE, que não ajudou em nada, mas o Plano de Desenvolvimento Local Integrado foi criado através da CIPLAN, empresa que executou o trabalho. Eu peguei este PDLI, juntei tudo e o executei, transformei toda a Prefeitura, sua organização, principalmente a parte administrativa.

Importante acompanhar a gestão do prefeito Ubiratan de Castro, por que foi justamente quando teve início em Olinda o crescimento imobiliário e foram implantados os Planos Diretores que deram às administrações da cidade um caráter mais técnico, planejado e moderno nas gestões administrativas que lhe seguiram até hoje.

Assim o ex-prefeito descreve sua gestão frente à cidade:

Fiz uma reforma administrativa geral. A Secretaria de Administração, a de Finanças, todas com uma nova estrutura. Criou-se uma nova prefeitura moderna. Foi o primeiro trabalho feito no Norte e Nordeste, não sei se da Bahia pra cima foi feito. Aqui foi o primeiro trabalho existente. Implantei, cada uma com suas diretrizes de trabalho. Eu fui mudando, saí e deixei a prefeitura pronta. O prefeito que me seguiu, o Arêdo Sodré da Mota, engavetou o Plano e ele ficou guardado. Depois o prefeito Germano Coelho encomendou um plano, e foi o mesmo plano de Ubiratan de Castro, não mudaram nada, só mudaram a nomenclatura. Germano começa a trabalhar com o plano, eu era um assessor dele na Câmara, e era vereador na época. Eu ia, orientava. Minha vida se resume assim como administrador. A cidade neste período melhorou, a cidade vai melhorando cada vez mais. Os bairros, os Bultrins eles já existiam, eles foram crescendo e se desenvolvendo. Já existia o BNH, que emprestava dinheiro, financiava projetos das prefeituras.

A despeito da afirmação de Ubiratan de Castro em relação à execução do PDLI, o jornal Diário de Pernambuco informou que o Plano teve continuidade dada pelo prefeito Arêdo Sodré Motta, o que revela que foi também seqüenciado em outra gestão. Ubiratan de Castro relata ainda que, durante sua administração, o crescimento imobiliário em Olinda foi muito grande; praticamente surgiu outra Olinda dentro da velha cidade, em torno do Sítio Histórico.

Eis seu depoimento a respeito:

Eu fui prefeito e fiz 4.500 casas só em Ouro Preto, em Olinda. Dr. Eraldo Gueiros, ex-governador de Pernambuco, chegou, botou a mão em meu ombro e disse: “veja, prefeito: Olinda com uma cidade nova dentro de casa” eu disse: “Governador, está tudo bom agora mas quem vai manter os serviços? Infra-estrutura, limpeza, urbanismo, tudo. Olinda não tem condições de sustentar”. Estas expansões urbanas de Olinda, notadamente por conta dos conjuntos habitacionais novos, muitas casas, levar iluminação pública, saneamento, levar transporte, levar serviço de saúde, de repente chegam 4.500 casas e a infra-estrutura? A prefeitura tinha aperto financeiro para fazer com recursos próprios. Ela não tinha esse potencial, eu pedi ajuda ao governo federal, ao governo estadual e recebi e assim fui levando. Em Olinda neste período houve grandes mudanças que aconteceram na cidade, porque antes tinha 50.000 habitantes. Eu acompanhei, melhorou a qualidade de vida, a cidade vai melhorando cada vez mais. Eu não tenho dúvidas, a cidade melhorou. Os bairros que já existiam, foram crescendo, se desenvolvendo. Dirigir uma cidade na época com 50 mil habitantes, e demonstrar ao meu pai e à minha mãe, que a vida pública é também um sacerdócio para qualquer pessoa. Se eu dediquei a minha vida pública em defesa dos olindenses, é uma prova eloqüente de que eu tinha muita vontade de fazer algo em benefício do povo de Olinda”.

Outros projetos foram realizados e divulgados pela imprensa local. Matéria do Jornal do Comércio destacou a implantação do Projeto Federal de Complementação de Recuperação Acelerada (CURA),em convênio com o BNH. A área do projeto abrangia 754 hectares e englobava o istmo, Salgadinho, Sítio Histórico, Bairro Novo, Casa Caiada e o Jardim Atlântico. O Projeto visava o desenvolvimento econômico e social da região, a implementação da infra-estrutura e dos equipamentos urbanos e a revitalização dos monumentos da cidade, com verbas da prefeitura e do BNH. O projeto CURA foi aprovado por unanimidade no Senado. A imprensa noticiou ainda: “Câmara aprovaprojeto CURA que visa tornar Olinda economicamente viável” e tem aprovação unânime do Senado. A Fundação Centro de Preservação dos Sítios Históricos de Olinda, criada pelo Decreto 018/1980, também recuperou o antigo Sítio, com recursos do Projeto CURA.

Sem sombra de dúvidas, era uma época em que os governos federal, estadual e municipal iniciaram um processo de preservação do patrimônio com uma preocupação mais técnica com o planejamento e a gestão pública.

Na seqüência, damos a conhecer o que a memória de Alexandre Alves Dias registrou sobre o crescimento de Olinda nesta época, já que viveu na cidade no período de sua evolução urbana e modernização, com o aparecimento de novos bairros e a ampliação do sistema viário:

Uma parte dessa nova cidade eu vi surgir; foi assim que Casa Caiada começou a crescer. Eu me lembro do antigo terminal do ônibus e enorme terreno só de coqueiros. Entre 1974-78. Nessa área foram construídos muitos prédios no Jardim Atlântico. Papai comprou um terreno lá e tudo tinha sido desmatado. Também fizeram nos Bultrins, no Jardim Fragoso, tudo sumiu. Arrancavam as matas de caju, e iam demarcando os novos lotes. Isso nos anos 70. Não vai se saber mais o que é Jaboatão dos Guararapes, nem o que é Itamaracá. Os urbanistas chamam de conurbação. Com o fenômeno do surgimento dos espigões, [prédios altos] começa a cidade a se verticalizar, em ruas estreitas que não suportam esse tráfego. No Recife, no Espinheiro, onde antes havia um belíssimo casarão, hoje tem um prédio de 10-20-30 andares. Estes problemas do crescimento desenfreado é um impulso descontrolado e mal planejado e está acontecendo também em Olinda. Lá de cima, nas colinas da Sé, dá para se ver um prédio enorme que foi construído no Bairro Novo ou em Casa Caiada. Antigamente não havia esta idéia de preservação e construíram a caixa d ´água no alto da Sé, que é hoje um marco da arquitetura moderna, pela utilização do combogó, e já está integrada à paisagem. A idéia da cidade que você quer conservar, que ganhou o título de Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, está cada vez mais “capengando”, o que tenho visto cada vez mais são coisas negativas e mais destruição e mais perdas.

São mudanças muito grandes, em relativamente pouco tempo, as que o depoente aponta. É interessante observar as notícias que a imprensa publicava a respeito. A matéria trazia a maquete do novo conjunto residencial em Olinda e mostrava as transformações na cidade, revelando, assim, a idéia de modernidade. Tratava-se de um novo tempo, em que surgiram em Olinda, principalmente na orla marítima, prédios de apartamentos a beira-mar, como os da Fotografia 63, no início deste capítulo, de arquitetura contemporânea, completamente diferentes dos velhos casarios da parte alta e antiga da cidade. Era a verticalização em sua orla marítima, de que nos fala Alexandre Alves Dias, em seu depoimento.

A cidade se transformou, cresceu. Em sua nova estrutura possui bairros que se integram aos municípios vizinhos de Paulista e Recife e sua população pode se deslocar para essa cidade sem passar pelo Sítio Histórico de Olinda. Esse crescimento trouxe uma particularidade: é, ao mesmo tempo, a velha e histórica Olinda, com seu casario colonial, e uma Olinda nova, com construções modernas e contemporâneas, semelhantes aos outros bairros do Recife e com um considerável aumento populacional.

Por ter vivido este crescimento, Olinda hoje dispõe de casas de estilos os mais variados possíveis, desde os velhos casarões coloniais até construções modernas e contemporâneas. Sobre esta questão André Pina comenta:

O Sítio Histórico de Olinda possui casas de todos os estilos e épocas, também encontramos as casas contemporâneas, construídas a partir dos anos 1940, principalmente no trecho do Carmo ao Varadouro […] As casas tradicionais de Olinda são as casas térreas e os sobrados de dois pavimentos. Normalmente são conjugados e quando tem quintal, no lado possui um terraço coberto em toda extensão da fachada lateral […] Quanto aos estilos tradicionais existentes na cidade, além do colonial encontramos as casas neoclássicas, as ecléticas e os chalés.

Para dar conta dos efeitos desse crescimento, Olinda recebeu um novo Plano Diretor, em 1997, já na gestão da prefeita Jacilda Urquisa, organizado com o apoio de diversos órgãos, incluindo a Universidade Federal de Pernambuco, por seu Mestrado de Desenvolvimento Urbano, o Centro de Pesquisa Josué de Castro e demais órgãos do Estado: Companhia Energética de Pernambuco (CELPE); Telecomunicações de Pernambuco (TELPE); Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (CONDEPE/FIDEM), Companhia Habitacional de Pernambuco (COHAB/PE), Correios e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE/Olinda).

A este plano sucederam-se os estudos coordenados pelo Grupo de Trabalho do Plano Diretor da Prefeitura Municipal de Olinda, sob a coordenação da atual prefeita Luciana Santos, cuja administração foi iniciada em 2001. Em sua apresentação, destacou-se sua linha básica: “Construindo um querer coletivo: O processo de Elaboração do Plano Diretor”. Como o anterior, este novo Plano Diretor trouxe o histórico da evolução urbana, descreveu as características físicas da cidade e fez o diagnóstico do município, apresentando posteriormente as propostas preliminares de um esquema de diretrizes e um plano de governabilidade. Em seqüência, Olinda viu uma série de Projetos e estudos que geraram o atual Plano Diretor, criado pela Lei Complementar nº. 26/2004, de 10 de janeiro de 2004, em vigor.

Consta em seu texto:

O desenvolvimento urbano de Olinda vai ganhar um instrumento de planejamento capaz de direcionar o crescimento da cidade e ordenar as novas construções a partir de um enfoque mais social. Esse instrumento é o novo Plano Diretor, que estabelece algumas normas para a construção de edifícios e cria mecanismos de estímulo à ocupação de áreas hoje ainda pouco exploradas.

Nesta passagem, podemos perceber a intenção de ordenar as edificações na cidade. A despeito de defender a existência de áreas ainda desocupadas, o texto mostra como a ocupação de grandes áreas de Olinda foram acontecendo em pouco espaço de tempo e como a cidade sofreu com as questões relacionadas à falta de oferta da infra-estrutura. Neste sentido, ratifica o que foi revelado pelos depoentes e pela imprensa.

OLINDA E A NOVA ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL

Olinda se expandiu muito nas áreas fora do perímetro do Sítio Histórico. Vejamos como foram enfrentadas as questões do sistema viário da cidade. Em 1956 foi publicada matéria de Barreto Guimarães, sobre a ampliação do sistema viárioda cidade.27 Tratava-se da avenida cujo trecho partia da Fábrica da Tacaruna e daria acesso aos centros industriais de Paulista e Goiana. A matéria anunciava ainda que foram desapropriados terrenos entre a estrada de Paulista e o Quartel da 7º R.O. para este fim.

Em 1974 foi criado o chamado “Complexo Viário de Salgadinho”, com interligação entre a Av. Agamenon Magalhães, a Av. Cruz Cabugá em Recife e a Av. Kennedy em Olinda. Esta obra resultou de planejamento conjunto do governo de Pernambuco, por seu Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e da Prefeitura de Olinda. A nova expansão da cidade se deu acompanhando o desenho de sua orla litorânea ao norte, ainda desocupada, em direção às praias do Bairro Novo, Casa Caiada, Rio Doce, e para o interior, quando se expandiu no sentido das margens do Rio Beberibe, em direção às estradas de Goiana e de São Benedito, seguindo do Varadouro até Peixinhos.

Segundo registro de Duarte:

Complexo de Salgadinho: instalação e funcionamento. Ele foi construído em duas etapas, a primeira que liga a Av. Cruz Cabugá em Recife ao Varadouro, interligada à Avenida Agamenon Magalhães, importante via de acesso entre as duas. A segunda etapa, a Construção da Avenida Kennedy – 7º R.O, que articula a Avenida Joaquim Nabuco em frente à Vila COHAB, ao bairro de São Benedito. Para a concretização muito contribuiu a ação do então Vice-Governador do Estado de Pernambuco, Barreto Guimarães, morador e admirador de Olinda, da qual foi prefeito de 1959-1963, se constituindo na mais positiva realização do Governo Eraldo Gueiros Leite.

Foi construída também uma via paralela à orla, para fazer a ligação do Bairro do Carmo ao Bairro Novo, pois a estreita Rua do Sol não era suficiente para dar conta do escoamento do intenso tráfego da região.Olinda apresentou grande crescimento populacional, e a cidade se expandiu para além de seu centro histórico, mas tem suas especificidades como cidade: “Guarda características peculiares como a dualidade íntima do antigo e do moderno, representadas pela Cidade Alta dos sobrados e igrejas e as praias com modernos blocos de apartamentos, e as casas individuais desde as populares até as mais sofisticadas edificações.”

Com a construção do Eixo de Integração viário estadual, a estrada que sai de Beberibe, cortando a Estrada Estadual PE-15, entre Olinda e Paulista, facilitou o acesso ao litoral de Olinda e aproximou mais as duas cidades. A construção da Avenida Presidente Kennedy também deu um grande impulso ao crescimento de Olinda. Esta e a Avenida Carlos de Lima Cavalcanti, paralela à orla marítima, em muito melhoraram o tráfego da região.

Outra obra viária importante, que atendeu a uma velha reivindicação dos moradores, foi a criação do acesso às praias do litoral norte, com a Avenida Beira Mar, que inicia na Praça do Carmo e chega até o Bairro Novo. Foi concretizada na administração do Prefeito Germano Coelho (1976-1992).

Destacamos agora outros registros de como foram vividos pelos olindenses estas grandes transformações porque passou a cidade de Olinda, o surgimento de novos bairros, das novas avenidas, e o que ficou disso na memória de seus moradores, quais as lembranças e representações sociais que construíram a respeito.

Sandra Maria Maia Silva viu a cidade crescer e aponta suas especificidades e suas carências:

Eu vou falar de algumas coisas que são todas recentes. A cidade se expandiu e eu acho que a chegada das novas faculdades valorizou mais Olinda. A cidade precisa se expandir mais ainda, mesmo porque só temos faculdade aqui particular e a nossa população é carente, tanto é que existe na periferia aquela população toda. Olinda ainda é muito carente. Mas isso contribuiu, como aconteceu agora, com o comércio que está crescendo.

André Renato Pina Moreira chama atenção para a evolução da cidade e o surgimento do Bairro Novo, o primeiro de uma série de novas moradias para a classe média olindense:

Eu nasci no Recife, porque naquela época não existiam maternidades aqui, mas vim da maternidade para Olinda. Moro numa localidade chamada Umuarama e estudei aqui na cidade [Olinda]. Vivenciei Olinda, nestes momentos, desde a decadência e o ostracismo que ela tinha nas décadas de 50 e 60 até esta nova vida que ela passou a er com esse novo interesse, dentro do Sítio Histórico da cidade. E vi também crescer a nova cidade. Eu vi o Bairro Novo ser construído e a evolução da cidade. Ela só tinha praticamente o centro histórico e algumas coisas espalhadas, e de repente a cidade começou a crescer. A ocupação da área norte da cidade, as chácaras, e nos anos quarenta e cinqüenta, com os novos loteamentos, a cidade cresceu para o interior. Surge o que é hoje a Av. Kennedy.

O início da expansão urbana de Olinda foi se dando inicialmente na parte alta, com os principais logradouros em torno desta região. O Mapa 4 permite a visualização da ocupação da faixa litorânea, em que a região das praias já começava a ser ocupada, inicialmente com a implantação do Bairro Novo. A região rural, entretanto, permanecia ainda desabitada. Os traçados das ruas onde foi se dando a ocupação territorial, com a chegada dos conjuntos habitacionais, deram outra fisionomia à cidade. O Bairro Novo foi um marco dessa ampliação, representou uma novidade e para lá se mudaram os moradores da antiga Olinda, porque representava uma melhoria de status para a classe média. Era uma zona residencial “nobre”, com casas de padrão arquitetônico moderno, diferentes das antigas casas coloniais conjugadas do Sítio Histórico, que foram sendo ocupadas pela população de poder aquisitivo mais baixo e com mais dificuldades de manter as antigas casas.

O Bairro Novo foi o primeiro de uma série de bairros na orla marítima de Olinda, que tornou a região norte da cidade mais valorizada, seguida pelos bairros de Jardim Atlântico e Casa Caiada. É importante observar a área ocupada pelo antigo Sítio Histórico, que permaneceu como era antes, desde o período colonial, e as novas áreas ocupadas pelos novos bairros, em todo o seu entorno. Nos mapas acima, podemos ver a ocupação de Olinda e as novas vias de acesso que foram sendo construídas e que unem as duas cidades e seus bairros novos. Não obstante mais reduzida, a cidade ainda permanece com sua zona rural. Nela estão estabelecidas atividades agrícolas de subsistência, como granjas, chácaras, sítios e pequenas propriedades com criação de animais em pequena escala.

Fonte: repositorio.ufba.br

Olinda

Olinda das ladeiras e casarios

Olinda

Olinda das ladeiras, dos casarios e suas fachadas ao melhor estilo da arquitetura colonial portuguesa. Olinda das igrejas e mosteiros seculares, onde o barroco se faz presente em cada detalhe. Na antiga Marim dos Caetés, primeira capitania de Duarte Coelho em Pernambuco, tudo é um sopro de história, cultura e arte. Porém, caminhar pelas ladeiras do sítio histórico, declarado, em 1982, como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO, pode ser bem mais que um resgate à história de Pernambuco, é pura diversão!

Com uma identidade preservada até os dias atuais, a Olinda de Alceu Valença, que nos dias de Momo canta o seu amor à cidade na sacada da sua casa situada na Rua de São Bento, respira arte por todos os lados. A 6 km do Recife, no berço da história pernambucana, é possível se deparar nas ruas ou em um dos 100 ateliês espalhados pela cidade alta com diversas manifestações artístico-culturais, o que torna o destino um irresistível convite para um mergulho na cultura e arte de Pernambuco.

Na cidade que ficou famosa por suas belezas naturais, contexto histórico e por seus tradicionais bonecos gigantes, criados através de isopor, papel, madeira, fibra de vidro e tecido pelo artista-plástico Sílvio Botelho, que durante o carnaval desfilam com seus sorrisos largos e enormes braços balançando ao som do frevo, a vocação para a arte não é para menos. A veia artística se mostra presente nas mãos de artesões que utilizam dos ateliês às calçadas do sítio histórico para esculpir peças em madeira trabalhadas em alto-relevo que retratam paisagens locais, sobrados antigos e personagens do folclore local. Para se ter uma ideia, a arte está tão enraizada no sangue do olindense, que, hoje, Olinda conta com mais de 300 artistas trabalhando ativamente na cidade.

Além de arte e cultura, a cidade abriga diversas igrejas, que encantam os que passam por lá. Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, de 1540, o Mosteiro de São Bento, construído em 1582, e o Museu de Arte Sacra, no antigo Palácio Episcopal, que data de 1676, são algumas das opções que devem ser visitadas. Ao conhecer a Igreja da Sé, construída em 1537, localizada no Alto da Sé, aproveite para comer uma tapioca e apreciar a vista panorâmica de Olinda e do Recife.

A cena gastronômica também é muito concorrida no sítio-histórico. Nomes consagrados como o do chef César Santos, que comanda o conceituado Oficina do Sabor, divide espaço com excelentes chefs como Jeff Colas, do Maison do Bomfim, e Alcindo Queiroz, que está à frente do maravilhoso Patuá Delícias do Mar.

Também não deixe de conhecer a Creperia de Olinda, a Licoteria e a Bodega do Velho, pontos tradicionais de artistas e descolados.

A cidade também é berço de um dos maiores e mais animados carnavais de Pernambuco.

Subindo e descendo suas ladeiras estreitas, pulando e cantando, foliões se misturam embalados ao som do frevo, com um único objetivo: se divertir.

O carnaval de Olinda não é somente democrático, como dá outra dimensão à palavra: lá não se paga para pular, não há cordões de isolamento, não há superbandas nem megaempreendimentos: a animação é resultado da alegria dos moradores, e da sua vontade de festejar o carnaval.

Elefante, Pitombeiras, Bloco da Saudade, Eu Acho É Pouco, Segura a Coisa, Bacalhau do Batata, não importa atrás de qual bloco você sairá pulando: aliás, procure sair atrás de todos. E os bonecos?

Há opções para todas as horas: O Homem da Meia Noite, A Mulher da Tarde, O Menino do Dia, além daqueles que se criam todos os anos, dinâmico que é o carnaval de Olinda. Para aumentar a animação, sempre se pode apelar para um Retetel ou um Pau do Índio, poderosos “drinks” locais. Mas como não só de álcool vive o homem, experimente também um caldo de cana e uma água de côco para hidratar, pois tenha certeza, o carnaval vai ferver!

Fonte: www.destinopernambuco.com.br

Olinda

FOTOS

Olinda
Igreja da Misericórdia Olinda-PE

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Igreja São Pedro Olinda-PE

Olinda
Igreja Nossa Senhora do Carmo Olinda-PE

Olinda
Igreja da Sé Olinda-PE

Olinda
Igreja Nossa Senhora das Graças-Seminário Olinda-PE

Olinda
Mosteiro Basílica de São Bento Olinda-PE

Olinda
Interior Mosteiro Basílica de São Bento Olinda-PE

Olinda
Vista Geral Olinda-PE

Olinda
Olinda-PE

Olinda
Recife ao fundo Olinda-PE

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