Jacarandá

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Jacarandá – O que é

O momento em que surgem as primeiras flores de Jacarandá nunca passa despercebido. Os mais atentos às mudanças de estações experimentam neste acontecimento, natural, e que aparentemente nada tem de extraordinário, o cumprimento de um ciclo que, conscientemente ou não, nos modela a forma de sentir esta época do ano.

De uma forma geral esta floração anuncia o fim da Primavera, o início dos dias longos e quentes de Verão. O extraordinário reside nisso mesmo. Uma cor quase irreal anuncia uma época do ano, esperada com alguma ansiedade.

Durante o resto do ano passamos por estas magníficas árvores sem lhes prestarmos a devida atenção, embora elas permaneçam nas nossas ruas, praças e jardins todo o tempo.

Talvez seja altura de conhecer melhor a importância desta árvore noutras vertentes, não menos importantes que o espetáculo oferecido nesta época.

Na época que atravessamos de incerteza face às alterações climáticas, apenas sabemos que as mesmas são reais, embora desconheçamos a magnitude das mesmas no futuro. Sabemos no entanto, que as árvores das nossas cidades têm um importante papel de regularização climática e benefícios ecológicos comprovados.

Talvez esta seja uma razão para olharmos para as nossas árvores com maior respeito e admiração durante todo o ano, deixando-nos obviamente maravilhar quando o espetáculo não é para menos.

Um estudo recente quantifica benefícios estéticos, ecológicos e sociais associados a esta espécie, nomeadamente, o valor da energia poupada (aquecimento e arrefecimento), valor anual de melhoria da qualidade do ar, valor anual da redução de CO2, valor anual da redução do escoamento de água superficial e ainda o valor associado ao aumento do valor imobiliário, devido à presença de árvores na proximidade de habitações.

Jacarandá representa, segundo o mesmo estudo, um valor anual de 146,00 euros/indivíduo (árvore). Esta forma de olhar a árvore talvez nos dê argumentos para melhor a usarmos e conservarmos as que existem.

O Jacarandá (J. mimosifolia, syn. J ovalifolium) é uma espécie arbórea de grande porte, encontrando-se vulgarizada em diversas cidades do mundo.

Tem a sua origem na América do Sul (Brasil, Argentina, Peru e Caraíbas). Na sua zona de origem esta espécie é semi-caduca ou perene, no entanto a larga amplitude térmica na nossa latitude faz com que o Jacarandá perca a folha.

Não é raro algumas folhas permanecerem na árvore quando esta se encontra em situações mais abrigadas e protegidas do frio.

Jacarandá prefere solos ricos, arenosos e bem drenados, mas apresenta grande tolerância à maioria dos tipos de solo, não resistindo ao sal. Resiste bem à secura, fato que lhe permite uma dispersão geográfica tão vasta.

Os seus troncos de cor castanho muito escuro e tortuosos são muito interessantes, mas infelizmente as podas exageradas a que são sujeitos têm acabado por deformá-los, pelo que já é raro encontrarmos exemplares bem conformados nos arruamentos. Ainda assim alguns jardins têm sabido conservar-lhes a sua silhueta e porte natural, de grande beleza.

A poda desta árvore apenas deve ser feita para permitir a formação de um tronco central direito que garanta a estabilidade da árvore, sobretudo em zonas urbanas.

Quando excessivamente podada a árvore lança ramos ladrões verticais deformando irreversivelmente a estrutura da copa.

A sua floração depende da luminosidade, como aliás acontece com quase todas as espécies, pelo que só a exposição plena ao sol nos permite desfrutar da profusão de flores em cacho que cobre por completo a árvore nesta altura do ano. O forte odor desta floração apenas ocorre nas regiões subtropicais, infelizmente em Portugal tal não acontece.

Árvore de Jacarandá

Mais conhecida por suas flores roxas brilhantes, a árvore de Jacarandá é nativa das regiões tropicais e subtropicais da América Latina. Pode transformar grandes corredores de terra em roxo quando suas flores caem.

Há 49 espécies diferentes de Jacarandá que variam em tamanho de um arbusto a uma árvore, atingindo entre 2 m e 30 m de altura. Quando cresce, é uma importante fonte de madeira devido ao seu tronco excepcionalmente longo.

A madeira é usada para fazer caixas, palitos de fósforo e vassouras, e sua polpa é utilizada na produção de papel.

A madeira da árvore de Jacarandá brasileira também é usada para fazer violões acústicos e sua flor roxa estonteante faz com que a árvore seja freqüentemente cultivada para finalidades ornamentais.

As árvores de Jacarandá desempenham um importante papel no ciclo de carbono das florestas da América Latina. Como resultado da mudança climática e da perda de habitat, a função que elas desempenham para regular o carbono e, em última análise, o clima, está sendo ameaçada.

Como parceiros do HSBC Climate Partnership, o Smithsonian e a Earthwatch estão ajudando a medir o impacto da mudança climática nas florestas do mundo, incluindo nessa espécie. Monitorar, pesquisar e conservar as florestas ajudará a entender como elas podem ser afetadas por uma alteração climática no futuro.

As árvores de Jacarandá podem ser encontradas na mata Atlântica onde fica o Centro Climático Regional latino-americano, no Brasil.

Jacarandá – Usos

De uso generalizado no mobiliário do barroco brasileiro, o jacarandá foi também exportado em larga escala para a Europa, onde fez concorrência ao ébano. Sua exploração comercial, antiga e intensa, contribuiu para a devastação das áreas onde crescia e, como espécie espontânea, tornou-se raridade.

Árvore da família das leguminosas, a mesma do jatobá, do pau-brasil e do pau-ferro, o jacarandá-verdadeiro ou jacarandá-da-baía (Dalbergia nigra) pode chegar a cinqüenta metros de altura, com noventa centímetros a 1,20m de diâmetro no tronco liso. A madeira, de um roxo quase negro e com listras escuras, é das mais rijas e duradouras do Brasil.

Sua área original de ocorrência estendia-se do sul da Bahia ao Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Numerosas outras árvores dos gêneros Dalbergia e Machaerium, da família das leguminosas, são também chamadas de jacarandás, pela semelhança que sua madeira apresentam com a do jacarandá-da-baía.

É o caso do jacarandá-do-pará (D. spruceana), de toda a Amazônia; do jacarandá-caviúna ou pau-violeta (D. cearensis), do Nordeste; do jacarandatã (M. scleroxylon), de Minas Gerais; e do jacarandá-paulista ou jacarandá-pardo (M. villosum), dos estados da região Sul.

Jacarandá – Utilidade

A madeira é própria para mobiliário e acabamentos internos em construção civil.

A árvore apresenta ótimas características ornamentais, principalmente pela folhagem verde azulada clara; apresenta bom potencial de uso para o paisagismo em geral, porém infelizmente a não despertou o interesse dos paisagistas.

Pode ser aproveitada para plantio em áreas degradadas juntamente com outras espécies, visando a recomposição arbórea de áreas de preservação permanente.

Fenologia: Floresce durante os meses de janeiro-fevereiro. A maturação de seus frutos ocorre durante os meses de maio-junho, entretanto permanecem viáveis na árvore por mais alguns meses.

Jacarandá – Obtenção de sementes

Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea. Os frutos assim obtidos podem ser diretamente utilizados para a semeadura como se fossem sementes; isto entretanto, pode muitas vezes gerar mudas tortas ou defeituosas, o que é contornado retirando-se a semente da vagem e utilizando-se semente pura. Cada fruto contém uma única semente.

Um quilograma de frutos contém aproximadamente 3.100 unidades. Sua viabilidade em armazenamento é superior a 4 meses.

Jacarandá – Produção de mudas

Colocar as sementes ou frutos (vagens) para germinar logo que colhidas diretamente em recipientes individuais contendo substrato organo-arenoso (suas mudas não toleram transplante); cobrir as sementes com uma camada de 0,5 cm de substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia, mantendo-as em ambiente semi-sombreado.

A emergência ocorre em 30-40 dias e, o índice de germinação geralmente é baixo. O desenvolvimento das mudas é lento, ficando prontas para plantio no local definitivo em 7-8 meses.

O desenvolvimento das plantas no campo também é considerado lento.

Jacarandá Mimoso

Jacarandá Mimoso é uma árvore exótica de grande porte, atingindo de 5 a 10 metros de altura, com tronco de 30 a 40 cm de diâmetro, com origem na Argentina, possui floração lilás no período de estiagem.

Árvore de até 15 m de altura, com casca fina e acinzentada. Folhas opostas, compostas bipinada, de 10 a 25 cm de comprimento, com folíolos pequenos, glabros e de bordo serrado.

Flores azulado-lilás, arranjadas em panículas piramidais densas. Fruto cápsula lenhosa, muito dura, oval, achatada, com numerosas sementes aladas.

Espécie pioneira, ocorre nos estados de São Paulo e Minas Gerais, nas formações florestais do complexo atlântico.

Madeira clara, muito dura, pesada, compacta, de longa durabilidade, porém frágil. Usada na confecção de brinquedos, caixas, instrumentos musicais, carpintaria e móveis em geral.

Espécie de grande valor ornamental pelo porte e delicadeza de suas folhas, cor e abundância de suas flores, comumente utilizada no paisagismo de avenidas e parques.

Floresce entre Agosto e Novembro e ao frutos surgem entre Maio e Setembro, com a planta despida de sua folhada.

Jacarandá da Bahia

Nome que se atribui a um grande número de árvores de diferentes famílias originárias da América do Sul e cuja madeira é bastante procurada para marcenaria e marchetaria, por sua beleza e durabilidade.

As espécies menos nobres são também muito resistentes e servem para a confecção de dormentes, cavilhas, compensados e cabos de ferramentas.

A mais valorizada é o jacarandá-da-baía, jacarandá-preto ou jacarandá-rajado, encontrado no sul da Bahia e em São Paulo. Utilizado desde o séc. XVI, era chamado em Portugal de pau-santo, por sua utilização em mobiliário sacro. Antigamente abundante nas florestas brasileiras desde o Nordeste até São Paulo, sua exploração indiscriminada lhe trouxe o risco de extinção.

Jacarandá, árvore da família das leguminosas, muito valorizada devido à madeira que fornece.

Outras espécies importantes são o jacarandá-do-pará, ainda comum na Amazônia; o jacarandá-pardo, jacarandá-amarelo, jacarandá-do-cerrado, jacarandá-paulista ou jacarandá-roxo, que é encontrado em Minas Gerais, São Paulo e Goiás; o jacarandá-cabiúna ou simplesmente cabiúna; e o jacarandá rosa, pau-rosa, cega-machado, pau-de-fuso ou sebastião-de-arruda, que cresce nas regiões secas do Nordeste.

Os jacarandás pertencem à mesma família da acácia e do pau-brasil.

Jacarandá – Fotos

Jacarandá
Jacarandá – Flor

Jacarandá
Jacarandá

 

Jacarandá
Jacarandá – Madeira

Jacarandá
Jacarandá – Sementes

Jacarandá
Jacarandá

Jacarandá
Jacarandá da bahia

Fonte: Maria João Cabral/www.portaldovoluntariohsbc.com.br/biomania.com/www.fazendasantagertrudes.com.br/www.klickeducacao.com.br

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Um comentário

  1. Edson Roberto da Silva Rocha

    Paarabéns,temos que incentivar cada vez mais as pessoas,para que elas possam plantar,como sempre falo,já pensou se cada um de nós brasileiros plantasse uma árvore,com certeza viveríamos num planeta melhor.Hoje se fala tanto em meio ambiente,de como preservar à natureza,mas o que vejo na verdade é muita propaganda e pouca ação.

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