Açoita-Cavalo

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Açoita-Cavalo – O que é

Açoita-Cavalo
Açoita-Cavalo

Nome Científico: Luehea divaricata (Tiliaceae).

Família: Malvaceae

Espécie: Luehea divaricata

Nome popular: Acoita-cavalo, mutamba-preta (PA), ubatinga, açoita-cavalo-graúdo

Sinônimos: Luhea grandiflora, Ivitinga, mutamba-preta, caa-abeti, papeá-guaçu.

Parte Usada : Casca

Flor: Janeiro a Maio

Fruto: Março a Junho

Características Gerais

Altura de 8-12 m, com tronco de 30-50 cm, tendo com ocorrência os Estados de MG, SP, MS na floresta semidecídua da bacia do Paraná.

Tronco com casca pardo-acinzentada, com numerosos e pequenos sulcos longitudinais.

Apresenta folhas simples, onde a face superior possui uma cor verde escuro brilhante e a inferior esbranquiçada, com três nervuras muito típicas.

A folhagem pelas suas características confere um valor ornamental.

Folhas alternas, oblongas, membranáceas, irregularmente serreadas, com pilosidade brancacenta na face ingerior, de 5 a 15 cm de comprimento, pecíolo de 6 a 10 cm de comprimento, com estípulas.

Flores brancas ou róseas, providas de calículo.

Fruto cápsula, coberto de pilosidade de cor castanha; sementes pretas, achatadas e com curta asa em um dos lados.

A floração inicia por volta da segunda quinzena de novembro, mas ocorre com maior intensidade no final de dezembro e até a primeira quinzena de fevereiro.

As pétalas das flores são dobradas, conforme vai envelhecendo passam de cor violeta para creme, do interior para a extremidade e apresentando pouca expressividade.

O fruto é uma cápsula possuindo muitas sementes que não ultrapassam a 1,5 cm de comprimento e apresentam uma pequena assa.

A copa é densa proporcionando uma excelente sombra, porém, perde suas folhas por completo, nos meses de agosto e setembro.

Propriedades medicinais

Folhas e flores sao usadas em forma de xarope e sao usadas no tratamento de laringites, bronquites, diarreia, fluxo vaginal, é anti inflamatorio e possuem efeitos hemostaticos e antireumaticos

A resina da casca é usada para dar brilho e embelezar os cabelos.

Fenologia: Floresce nos meses de Nov-Dez e a maturação dos frutos inicia-se no mês de julho até final de agosto.

Obtenção de sementes: Colher os frutos quando iniciarem a abertura espontânea e liberação das sementes, secar ao sol, sendo que 1 quilograma contém 172.000 unidades.

OBSERVAÇÕES ECOLÓGICAS E OCORRÊNCIA

Espécie secundária, decídua.

Ocorre desde Minas Gerais e Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul, nas formações florestais do complexo atlântico e nas florestas estacionais semideciduais e deciduais, podendo penetrar no domíniodo cerrado, ocorrendo nas formações florestais ciliares.

PROPRIEDADES DA MADEIRA E OUTROS USOS:

Madeira branca ou levemente acinzentada, de superfície sem brilho, lisa, flexível, moderadamente pesada, dura e pouco resistente ao apodrecimento. Usada para confecção de cadeiras, hélices de avião, caixotaria, móveis, peças torneadas, calçados, rodapés, molduras, construções internas e compensados. Dos galhos fazem-se cangalhas, cestos, jacás e açoide para cavalos. A embira presta-se para fabricação de cordas e barbantes. O tanino extraído de sua casca é usado para curtir couros. Também é indicada para recuperação de áreas degradadas, por ser agressiva.

Açoita-Cavalo – Taxonomia e Nomenclatura

De acordo com o sistema de classificação baseado no The Angiosperm Phylogeny Group (APG) II, a posição taxonômica de Luehea divaricata obedece à seguinte hierarquia:

Divisão: Angiospermae
Clado:
 Eurosídeas II
Ordem: 
Malvales
Família: 
Malvaceae
Gênero:
 Luehea
Espécie:
 Luehea divaricata Martius & Zucarini
Publicação:
 Nov.
Gen. Sp. Pl. 1
: 101, tab. 63, 1824.
Sinonímia botânica: 
Thespesia brasiliensis Sprengel. (1826); Brotera mediterranea Vell. (1827); Alegria divaricata (Martius) Stuntz. (1914)

Nomes vulgares por Unidades da Federação: na Bahia, estriveira e ivitinga; em Goiás, açoita-cavalo; em Minas Gerais, açoita-cavalo e ivatingui; no Paraná, açoita-cavalo, açoite-cavalo, salta-cavalo e soita-cavalo; no Rio Grande do Sul, açoita-cavalo, açoitacavalo- vermelho; no Estado do Rio de Janeiro, açoite-cavalo e saco-de-gambá; em Santa Catarina, açoita-cavalo, açoita-cavalos e pau-de-canga e no Estado de São Paulo: açoita-cavalo, açoita-cavalo-do-miúdo, açoita-cavalos, açoita-cavalos-branco, açoite-cavalo, estriveira, ibitinga, ivantingui, salta-cavalo e vatinga.

Nota: nos seguintes nomes vulgares, não foi encontrada a devida correspondência com as Unidades da Federação: guaxima-do-campo; ibatingui; ivitingui; luitingui; mutamba; soita e ubatinga.

Nomes vulgares no exterior: na Argentina, azota caballo e árbol de San Francisco; no Uruguai, Francisco Alvarez, e no Paraguai, ka?a oveti.

Etimologia: o nome genérico Luehea é em homenagem a Karl Von der Lühe, famoso botânico austríaco, criador da obra Hymnus an Flora und Ceres.

A grafia original Lühea passou a ser Luehea, segundo o Artigo 73.6 do Código Internacional de Nomenclatura Botânica; o epíteto específico divaricata é em alusãoao aspecto divaricado dos pedúnculos e pedicelos da inflorescência.

Em tupi-guarani, é conhecido como ivatingi, que significa “fruto-que-aborrece”. O nome vulgar açoita-cavalo advém da flexibilidade dos galhos e do seu uso como chicote para animais.

Açoita-Cavalo

Açoita-cavalo, detalhes (folha, flor, sementes)

Descrição Botânica

Forma biológica e estacionalidade: é arbórea (arvoreta a árvore), de caráter decíduo. As árvores maiores atingem dimensões próximas a 30 m de altura e 100 cm de DAP (diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade adulta.

Tronco: é tortuoso, nodoso, com reentrâncias, base alargada com sapopemas.

O fuste é geralmente curto. Contudo, no interior da floresta, forma fustes quase retos, medindo até 10 m de comprimento.

Ramificação: é irregular e simpódica. A copa é larga e densa, com folhagem característica.

Casca: mede até 25 mm de espessura. A superfície da casca externa ou ritidoma é pardo-acinzentada-escura, áspera, levemente fissurada com escamas retangulares e pequenas.

A casca interna é avermelhada, fibrosa, e com estrias esbranquiçadas.

Folhas: são simples, alternas, dísticas, com estípulas, irregularmente serreadas, com três nervuras longitudinais típicas, discolores, ásperas na face ventral e tomentosas na face dorsal, com lâmina foliar medindo de 4,5 a 15 cm de comprimento e 2 a 6,5 cm de largura; pecíolo ferruginoso, com até 1 cm de comprimento.

Inflorescências: apresentam-se em cimeiras dicotômicas, terminais e axilares, divergentes e multifloras.

Flores: são hermafroditas, com vistosas pétalas róseas, roxas ou raramente brancas, chegando a medir 2,5 cm de comprimento.

Fruto: é uma cápsula lobada de valvas lenhosas, oblonga, pentalocular, de coloração castanha, com densa pilosidade ferrugínea cobrindo inteiramente o tegumento e o pedicelo do fruto, com 2 a 3 cm de comprimento, abrindo-se em cinco fendas.

Apresentadeiscência loculicida na sua extremidade, apresentando cinco a quinze sementes por fruto.

Sementes: são pequenas, providas de alas agudas, de coloração dourado-brilhante, com núcleo seminal pequeno na extremidade da asa, e coloração marromclaro.

Biologia Reprodutiva e Eventos Fenológicos

Sistema sexual: essa espécie é hermafrodita.

Vetor de polinização: principalmente as abelhas, destacando-se Apis mellifera (abelha-européia ou abelha-africanizada), e esporadicamente os beija-flores.

Floração: de dezembro a abril, no Paraná; de novembro a julho, em Minas Gerais; de janeiro a março, no Rio Grande do Sul, e de março a julho, no Estado de São Paulo.

Frutificação: os frutos amadurecem de fevereiro a julho, em Minas Gerais; de abril a outubro, no Estado de São Paulo e, de maio a julho, no Paraná e no Rio Grande do Sul.

O processo reprodutivo inicia precocemente, por volta dos 2 anos de idade, em plantios.

Dispersão de frutos e sementes: anemocórica, pelo vento.

Ocorrência Natural Latitudes: de 9º 15′ S, em Alagoas a 31º 30′ S, no Rio Grande do Sul.

Variação altitudinal: de 30 m, no Rio Grande do Sul até 1.400 m de altitude, em Minas Gerais.

Distribuição geográfica: Luehea divaricata ocorre de forma natural no nordeste da Argentina, no leste do Paraguai, e no norte do Uruguai.

No Brasil, essa espécie ocorre nas seguintes Unidades da Federação:

Alagoas. Bahia. Distrito Federal. Espírito Santo. Goiás. Mato Grosso. Mato Grosso do Sul. Minas Gerais. · Paraná. Estado do Rio de Janeiro. Rio Grande do Sul. Santa Catarina. Estado de São Paulo.

Aspectos Ecológicos

Grupo ecológico ou sucessional: espécie secundária inicial a secundária tardia, ou clímax exigente de luz.

Importância sociológica: espécie comum na vegetação secundária, principalmente em capoeiras e invadindo as pastagens. As árvores são longevas.

Biomas/Tipos de vegetação e Outras Formações Vegetacionais

Bioma Mata Atlântica

Floresta Ombrófila Densa (Floresta Tropical Pluvial Atlântica), na formação das Terras Baixas, no Estado do Rio de Janeiro. Floresta Ombrófila Mista (Floresta com presença de Araucária), na formação Montana, no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, com freqüência de até 46 indivíduos por hectare. Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifólia), nas formações Submontana e Montana, em Minas Gerais, no Paraná e no Estado de São Paulo, com freqüência de até 14 indivíduos por hectare. Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical Caducifólia), nas formações das Terras Baixas, Submontana e Montana, em Goiás, e em Minas Gerais, com freqüência de até 25 indivíduos por hectare.

Bioma Cerrado

Savana Florestada ou Cerradão, no Estado de São Paulo, onde ocorre eventualmente. Savana ou cerrado stricto sensu, em Mato Grosso, em Minas Gerais, e no Estado de São Paulo, com freqüência de até 21 árvores por hectare. Bioma Caatinga Savana-Estépica ou Caatinga arbóreo-arbustiva do Sertão Árido, em Minas Gerais. Bioma Pampas Campos, no Rio Grande do Sul.

Outras formações vegetacionais

Ambiente fluvial ou ripário, no Distrito Federal, em Goiás, em Minas Gerais, no Paraná, em Santa Catarina e no Estado de São Paulo, com freqüência de até 31 indivíduos por hectare. Floresta de brejo, na Região de Campinas, SP. Mata de pau-ferro (Myracrodruon balansae), no Rio Grande do Sul, com freqüência de até 20 indivíduos por hectare.

Fora do Brasil, ocorre na Selva Misionera, em Misiones, Argentina, com freqüência de até 7 exemplares por hectare.

Clima

Precipitação pluvial média anual: de 700 mm, na Bahia, a 2.200 mm, em Santa Catarina.
Regime de precipitações: 
chuvas uniformemente distribuídas, na Região Sul (excetuando-se o norte do Paraná), e chuvas periódicas, com chuvas concentradas no verão, nas demais regiões. Deficiência hídrica: nula na Região Sul, de moderada a forte, com um período seco de maio a setembro, na região central de Minas Gerais, no planalto de Conquista, na Bahia, e no Estado do Rio de Janeiro.
Temperatura média anual: 
13,2 ºC (São Joaquim, SC) a 23,5 ºC (Itaperuna, RJ/Senhor do Bonfim, BA).
Temperatura média do mês mais frio:
 9,4 ºC (São Joaquim, SC) a 20,7 ºC (Senhor do Bonfim, BA).
Temperatura média do mês mais quente:
 17,2 ºC (São Joaquim, SC) a 26,6 ºC (Brasília, DF).
Temperatura mínima absoluta:
 – 10,4 ºC (Caçador, SC). Na relva, a temperatura mínima absoluta pode chegar até – 15 ºC.
Geadas: 
são freqüentes no inverno, no planalto sulbrasileiro. Média de zero a 30; máxima absoluta de 57 geadas, na Região Sul.
Classificação Climática de Koeppen:
 subtropical úmido (Cfa e Cfb); subtropical de altitude (Cwa e Cwb) e tropical (Af, As e Aw).

Solos: Luehea divaricata vegeta indiferentemente em terrenos secos ou úmidos, rasos e pedregosos, com drenagem regular e textura que varia de franca a argilosa.

Tecnologia de Sementes Colheita e beneficiamento: os frutos devem ser coletados quando mudam a coloração de verde para marrom-claro, antes da deiscência ou quando a iniciam.

Após a coleta, devem ser postos sob lonas ou bandejas e secos à sombra. Em seguida, por exposição gradativa ao sol, é completada a deiscência. Todavia, para que ocorra à liberação total das sementes, recomenda-se a agitação dos frutos.

Número de sementes por quilo: 150 mil; 200 mil a 263.000. Em 1 kg de frutos há aproximadamente 20 g de sementes.

Tratamento pré-germinativo: não há necessidade. Contudo, a imersão em água fria, por 2 horas, antes da semeadura, pode acelerar a germinação.

Longevidade e armazenamento: a viabilidade das sementes é muito variável. Sementes semeadas após 60 dias da colheita germinaram 50 % menos do que sementes semeadas imediatamente após a coleta. Contudo, existe relato de 45,5 % de germinação com sementes armazenadas por 22 meses e apenas 17 % com sementes armazenadas por um mês.

Germinação em laboratório: os testes de germinação em sementes dessa espécie devem ser feitos em casa de vegetação climatizada (temperatura média de 25 ºC, umidade relativa 80 %) ou em casa de vegetação não climatizada (temperatura média em torno de 30 ºC e sem acompanhamento da UR).

Nessas condições a faculdade germinativa variou de 76,8 % a 85,1 %. Alguns autores recomendam, para germinação de sementes dessa espécie, que a semeadura seja efetuada sobre os substratos, em temperaturas de 25 ºC a 30 ºC.

Produção de Mudas

Semeadura: em sementeiras e depois repicar as plântulas para sacos de polietileno, com dimensões mínimas de 20 cm de altura e 7 cm de diâmetro, ou em tubetes de polipropileno grande.

Recomenda-se efetuar a repicagem 4 a 8 semanas após a germinação.

Germinação: é epígea ou fanerocotiledonar. A emergência tem início de 8 a 74 dias após a semeadura.

O poder germinativo é variável e irregular, entre 20 % e 85 %. As mudas atingem porte adequado para plantio em cerca de 6 meses após a semeadura. Contudo, mudas com mais de 50 cm de altura, em sacos de polietileno, apresentam pegamento baixo, no campo.

Associação simbiótica: Luehea é um gênero tipicamente ectomicorrízico.

Contudo, também é colonizado por fungos micorrízicos arbusculares, apresentando uma resposta altamente responsiva a adição conjunta de superfosfato e de fungos Glomus etunicatum e Gigaspora margarita.

Cuidados especiais: o plantio por mudas de raiz nua apresenta boa porcentagem de pegamento. Recomenda-se o uso de tela sombrite de 50 % de intensidade luminosa, durante os dias mais quentes.

Características Silviculturais

O açoita-cavalo é uma espécie heliófila, que tolera sombreamento na fase juvenil; é tolerante a baixas temperaturas, mas sofre com geadas tardias.

Hábito: apresenta acamamento do caule, ramificação pesada e formação de multitroncos. Tem a tendência de formar touceiras.

Os plantios em vegetação matricial arbórea ou em espaçamento apertado corrigem gradativamente a forma, evitando ramificações precoces. Essa espécie não apresenta desrama natural, devendo sofrer poda de condução ou desrama, para a formação de um único tronco.

Métodos de regeneração: o plantio puro, a pleno sol, deve ser evitado, pois causa esgalhamento precoce. Recomenda-se plantio misto, associado com espécies pioneiras ou em vegetação matricial, em faixas abertas na capoeira e plantada em linhas ou em grupos.

Regenera-se através de brotações vigorosas do toco.

Sistemas agroflorestais (SAFs): a espécie é recomendada para sistemas silvipastoris, como árvore de sombra para abrigo do gado. Em Minas Gerais, é recomendada para o sombreamento em pastagens, apresentando copa irregular, propiciando sombra média, dando um diâmetro de sombra de 4 m a 5 m.

Crescimento e Produção

açoita-cavalo apresenta crescimento lento, que varia em função do sítio e de tratos culturais. A produtividade volumétrica máxima registrada é 7,10 m3.ha-1.ano-1, aos 9 anos.

Contudo, deve-seressaltar as altas taxas de sobrevivência obtidas nos plantios, variando de 72 % a 100 %.

Características da Madeira

Massa específica aparente (densidade): a madeira do açoita-cavalo é moderadamente densa (0,56 a 0,70 g.cm-3), a 15% de umidade.

Massa específica básica: 0,53 g.cm-3.

Cor: o alburno e o cerne não são muito diferenciados, de coloração bege-clara ou acinzentada, uniforme, às vezes com tonalidade rósea e estriada.

Características gerais: superfície sem brilho, lisa ao tato; textura média a grossa; grã direita a ligeiramente oblíqua. Odor e gosto indistintos.

Durabilidade natural: em condições adversas, é considerada de baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos.

Preservação: recomenda-se que seja submetida a tratamentos preservantes. Em tratamento experimental sob pressão, demonstrou ser permeável às soluções preservantes.

Secagem: a madeira seca rapidamente ao ar, com pequena ocorrência de empenamento. A secagem artificial também é rápida, mas deve ser adequadamente conduzida para evitar empenamento.

Trabalhabilidade: fácil, propiciando bom acabamento.

Outras características: caracteres anatômicos, propriedades físicas e mecânicas da madeira dessa espécie são encontrados em Fichas de características das madeiras brasileiras, de 1989.

Produtos e Utilizações

Madeira serrada e roliça: a madeira de açoita-cavalo é indicada para confecção de estrutura de móveis, hélices de avião, caixas, embalagens, artefatos de madeira, saltos para calçados, peças torneadas e compensadas e confecção de contraplacados; em construção civil, é usada para tacos, ripas, molduras, cordões, guarnições, rodapés, caibros, esquadrias, forros, tabuados e vigamentos; fôrmas de calçados, cabos de vassoura e instrumentos musicais; selas, cangalhas e escovas.

A madeira dessa espécie é indicada também para postes, dormentes, laminação, tornearia, mourões e esculturas. É usada para peças curvadas e cadeiras de balanço.

Dos galhos, fazem-se chicotes. Na Região Metropolitana de Curitiba, PR é utilizável para cabos de ferramentas ou de utensílios domésticos. A madeira dessa espécie é considerada uma das melhores para a fabricação de coronhas de armas de fogo, conforme experiências realizadas pela Fábrica de Armas de Itajubá, MG.

Energia: lenha e carvão de qualidade inferior.

Celulose e papel: espécie adequada para esse uso.

No processo com sulfito, se desfibra facilmente. O comprimento das fibras é de 1,25 mm e o teor de lignina com cinzas é de 26,33 %.

Fibras e mucilagens: são extraídas da casca.

Óleo: das flores extrai-se óleo essencial.

Resina: extrai-se do tronco.

Constituintes fitoquímicos: presença de antra-derivados, esteróides e triterpenóides, na casca e no lenho.

Substâncias tanantes: a casca é muito valorizada por conter tanino, sendo empregada nos curtumes. Todavia, alguns autores relatam que não encontraram a presença de tanino na casca e no lenho.

Alimentação animal: a forragem dessa espécie apresenta 12 % de proteína bruta e 12,7 % de tanino, sendo imprópria como forrageira.

Apícola: as flores do açoita-cavalo são melíferas, produzindo pólen e néctar.

O mel é medicinal e apresenta propriedades expectorantes.

Medicinal: o açoita-cavalo é muito usado em medicina popular. A casca é indicada no tratamento do reumatismo, sendo usada também contra disenteria. Na forma de infusão, apresenta efeito adstringente na limpeza de úlceras internas e de feridas.

Os índios de várias etnias do Paraná e de Santa Catarina usam as folhas e a casca do caule do açoitacavalo para descolorir o cabelo, no tratamento de bronquite, no combate aos vermes e na cura do câncer, gastrite e má digestão.

Paisagístico: pela beleza das flores, recomenda-se o uso do açoita-cavalo em arborização de rodovias, praças e em parques.

Plantio com finalidade ambiental: é recomendado para plantios em áreas de preservação permanente, em encostas íngremes, margens de rios e em áreas com o solo permanentemente encharcado.

Suporta inundações periódicas de rápida duração e encharcamento moderado.

No Estado de São Paulo, o açoita-cavalo apresentou baixa tolerância à inundação, após período de 34 dias. É também recomendado para controle de voçorocas.

Principais Pragas Besouros da família Scolytidae e Serradores cerambicídeos: Oncideres saga saga, Oncideres dejeani e Oncideres ulcerosa.

Espécies Afins

O gênero Luehea Willd., essencialmente neotropical, ocorre do sul do México, incluindo as Antilhas, até o Uruguai e Argentina. Atualmente, existem cerca de 25 espécies e três variedades, das quais doze espécies e uma variedade ocorrem no Brasil, sendo sua maior concentração nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Várias espécies são muito parecidas entre si, recebendo os mesmos nomes vulgares e tendo idênticos usos. A espécie mais próxima de Luehea divaricata é Luehea paniculata Mart. & Zucc.

Apresenta folhas mais coriáceas e a cápsula chega a medir até 2 cm de comprimento.

Para que serve o açoita cavalo:

Os camponeses usam os galhos, que são muito flexíveis, para fazer chicotes e armações de cangalha, se prestam a ser transformados em cabos de chicotes, de onde vem o seu nome A madeira, de cor branco-amarelada, é usada na fabricação de coronhas de espingardas. Usa-se também para fabricar tamancos. As vergonetas são flexíveis e usadas para fazer vassouras. A casca é utilizada nos curtumes.

Há uma variedade de açoita-cavalos, servindo todas para os mesmos fins industriais e medicinais.

Indicações: Emprega-se em casos de disenteria e hemorragia (banhos ou clisteres); também em casos de artrite, diarreia, limpar o sangue, leucorréia, reumatismo, tumores (chás).

Propriedades Medicinais: Depurativo e adstringente.

Fotos

Açoita-Cavalo
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Fonte: esalq.usp.br/www.polmil.sp.gov.br/cnpf.embrapa.br/vidasaudavel.powerminas.com

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