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Narceja – O que é
A Narceja-comum é uma pequena ave limícola, com uma plumagem que lhe garante passar despercebida a olhos menos atentos. Mas os sons que produz nos voos nupciais crepusculares são inconfundíveis, parecendo autênticos balidos caprinos.
Identificação
De tamanho idêntico ao do melro-preto, porém, o seu bico, pescoço e patas compridos definem-na de imediato como limícola.
Na parte superior, o tom geral da plumagem é escuro e ricamente estriado, numa variada gama de castanhos, sendo a garganta, o abdômen e a parte inferior das asas brancos.
O seu voo, irregular e ziguezagueante é, geralmente, denunciado por um «tchuak» seco e tenso a fazer lembrar uma bota da borracha a sair da lama.
Enorme bico pontiagudo, plumagem em tons castanhos com listras amareladas e tons brancos no ventre, conferem à Narcejaum mimetismo notável, razão pela qual não é facilmente observável.
Narceja – Ave
Ave migratória fora do período reprodutivo e que mede 26,5 a 30,0 cm e pesa aproximadamente 136 g.
O macho apresenta comportamento reprodutivo que consiste de um voo picado, de cerca de 15 m, com uma queda veloz e com som característico, emitido pela passagem de som entre as rêmiges (tipos de penas).
Ativa durante a noite. alimenta-se de artrópodes, grupo de invertebrados caracterizados pela presença de um esqueleto externo.
A palavra artrópode significa patas articuladas. Ex.: insetos, aranhas e escorpiões, lacraias e piolhos-de-cobra. de hábitos subterrâneos.
O ninho é construído no brejo, em meio à moitas de capim.
A fêmea põe 2 ou 3 ovos de cor oliva, com manchas escuras e uma coroa de linhas negras espiraladas, medindo 40 x 27 mm.
A maior parte da incubação, ato de chocar os ovos. (que dura 22 dias) e a alimentação dos filhotes fica a cargo da fêmea.
Habitam brejos, banhados e áreas úmidas próximas a rios e lagos.
Características
Pequena ave limícola, com uma plumagem que lhe garante passar despercebida a olhos menos atentos.
A Narceja-comum tem cerca de 25 cm de comprimento, dos quais 6 ou 7 dizem respeito ao bico.
Aliás, este enorme bico é uma das características mais notáveis da Narceja.
Como quase todas as limícolas, possui patas relativamente compridas, embora este aspecto nem sempre seja evidente, porque mantém-se muito tempo agachadas.
A plumagem é de tons castanhos, com listas amareladas, e branca no ventre.
Os belos desenhos que as penas coloridas formam conferem a esta ave um mimetismo notável, que faz com que raramente possamos ver as Narceja s nos seus habitats preferidos, antes que elas levantem voo à nossa aproximação.
Habitat
Zonas úmidas, campos de cultivo e pastagens alagadas, arrozais, nas margens de lagoas costeiras, nas beiras de valas ou em pequenos açudes com margens não muito fechadas. Também surge em salinas, orlas de sapais e margens de ribeiras e rios.
No continente, os habitats utilizados para nidificação são caracterizados por solos com bastante matéria orgânica, rico em invertebrados e com cobertura herbácea. Por essa razão prefere zonas úmidas de altitude, nomeadamente matos higrófilos, turfeiras e lameiros abandonados (lameirões).
Ocorrência: Em todo o Brasil, Américas e Europa.
Hábitos
Tanto surgem isoladas como em pequenos grupos, só esporadicamente sendo possível observar-se algumas dezenas de aves juntas em locais de maior concentração.
Quando levantam, muitas vezes à curta distância do observador, emitem um grito de alarme característico, repetido duas ou três vezes.
Têm um voo rápido e uma silhueta característica, com o longo bico e as asas bem pontiagudas.
Mas os sons que produz nos vôos nupciais crepusculares são inconfundíveis.
Fazem vôos nupciais a grande altura, com subidas e descidas abruptas, enquanto deixam as penas exteriores da cauda, espetadas para fora, vibrar com o vento.
Estas produzem um som característico, difícil de descrever, e que se ouve sobretudo ao crepúsculo.
Alimentação
Alimenta-se essencialmente de invertebrados e, ocasionalmente, de plantas aquáticas.
Utilizam o seu longo bico para sondar a lama ou a turfa mole, sentindo, com ele, os movimentos dos pequenos animais de que se alimentam, sobretudo larvas de insetos, minhocas e outros vermes.
Presas menos frequentes são outros pequenos invertebrados, como crustáceos, gastrópodes, aranhas ou insetos adultos.
Reprodução
Podem realizar uma ou duas posturas.
O ninho é escondido num prado úmido, muito bem disfarçado na vegetação, sendo quase impossível de encontrar, mesmo quando o observador se encontra quase sobre ele.
A postura compõe-se de 3 ou 4 ovos em forma de pera e finamente marcados por inúmeros pontos e linhas.
O período de incubação dura 18 a 20 dias.
As crias abandonam o ninho poucas horas após a eclosão, estando desde logo aptas a caminhar e a apanhar os alimentos sem qualquer ajuda dos adultos.
No entanto, seguem o progenitor, que as guia para as melhores zonas de alimentação e as protege de eventuais predadores.
Ao fim de cerca de 20 dias começam a voar.
Nidificação
O acasalamento é precedido de um vistoso ritual, em que o macho ziguezagueia erraticamente acima do terreno, descendo depois a pique 10 ou 20 metros.
Durante este voo picado, as penas exteriores da cauda encontram-se abertas, emitindo um som assobiado.
A postura consiste geralmente de 3 a 4 ovos, num ninho térreo, bem escondido, no meio de densa vegetação.
Voz
Emite um grito de alarme característico repetido duas ou três vezes.
Comportamentos
Como a sua plumagem lhe permite uma camuflagem perfeita, quando se sente ameaçada agacha-se tornando-se praticamente invisível.
Quando dentro de água pode imergir quase totalmente, tornando-se extremamente difícil de a distinguir de uma pedra.
Ameaças
É uma espécie comum e não ameaçada na generalidade da sua área de distribuição. Porém vem sofrendo com a caça, a destruição do habitat e poluição. É uma espécie cinegética, muito caçada durante o outono e inverno no hemisfério norte.
A população nidificante é ameaçada principalmente por factores intrínsecos, nomeadamente a sua densidade baixa e distribuição restrita. A sua dependência de habitats de nidificação específicos torna esta população muito vulnerável à perda ou degradação de habitat (por ação do Homem), nomeadamente a alteração do regime de gestão dos locais de nidificação conhecidos.
A drenagem, visando a transformação das zonas úmidas em áreas de pastagem ou de cultivo, a extração de água, o abandono dos sistemas pastoris tradicionais, o sobre pastoreio e o fogo tem levado à degradação do habitat de nidificação.
Classificação científica
Nome Científico: Gallinago paraguaiae (Vieillot, 1816)
Nome popular: Narceja
Nome em Inglês: South American Snipe
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Charadriiformes
Subordem: Scolopaci
Família: Scolopacidae Rafinesque, 1815
Gênero: Gallinago
Espécie: Narceja (Linnaeus 1758).
Estatuto de Conservação: Global (UICN 2004): LC (Pouco preocupante).
Narceja – Fotos
Fonte: www.vivaterra.org.br/sistemas.vitoria.es.gov.br/www.azibo.org/www.icn.pt/www.hbw.com/birdseye.photo
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