Hormonioterapia

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A hormonioterapia é mais comumente utilizada para tratar o câncer metástico, isto é, que tenha se disseminado para fora da próstata (Estágios N+ e M+).

Dois tipos de hormonioterapia podem ser utilizados:

Remoção cirúrgica dos testículos, os órgãos que produzem hormônios masculinos, ou

Medicamentos que previnem a produção ou bloqueiam a ação da testosterona e outros hormônios masculinos (androgênios). A hormonoterapia não pode curar o câncer de próstata. Ao invés disso, ela retarda o crescimento do câncer e reduz o tamanho do(s) tumor (es).

A hormonoterapia pode ser combinada com radioterapia ou cirurgia nos estágios avançados do câncer quando a doença tiver se disseminado localmente além da próstata (Estágios T3-T4). Esta terapia pode ajudar a prolongar a vida e pode aliviar os sintomas. Quando o câncer tiver se disseminado além da próstata, a remoção cirúrgica completa da próstata não é comum. Em pacientes com câncer em estágio inicial (Estágio T2), a hormonoterapia pode ser utilizada em combinação com radioterapia. Um curso pequeno de hormonoterapia também pode ser utilizado antes da cirurgia para reduzir o tamanho da próstata, o que pode tornar sua remoção mais fácil.

A estratégia primária da hormonoterapia é a redução da produção de testosterona pelos testículos ou o bloqueio das ações da testosterona e outros hormônios masculinos.

Os métodos específicos utilizados na hormonoterapia estão descritos abaixo:

Remoção cirúrgica dos testículos (castração cirúrgica)

Uma cirurgia denominada orquiectomia ou testectomia remove os testículos, que produzem 95% da testosterona do corpo. Uma vez que os testículos são a principal fonte de androgênio no corpo, esse procedimento é classificado como hormonoterapia ao invés de tratamento cirúrgico. O objetivo de uma orquiectomia é encolher o câncer de próstata e/ou prevenir o crescimento futuro do tumor através da remoção da fonte de que o alimenta (testosterona).

Vantagens: A orquiectomia é um procedimento efetivo que é relativamente simples. O paciente normalmente recebe uma anestesia local e é pode voltar para casa no mesmo dia da cirurgia.

Desvantagens: Muitos homens acham difícil aceitar este tipo de cirurgia. Dependendo do tipo de anestesia utilizada, pode haver riscos especiais em certos tipos de pacientes. A orquiectomia não é reversível e, em alguns casos, pode requerer hospitalização. Os pacientes freqüentemente experimentarão efeitos colaterais que resultam da falta de hormônio masculino no corpo. Muitos homens notarão um desejo sexual diminuído após o procedimento, e alguns observarão sensibilidade e/ou crescimento das mamas com o passar do tempo. Outros homens podem ter ondas de calor temporariamente, semelhante àquelas experimentadas pelas mulheres durante a menopausa. Finalmente, sempre há o risco de impotência com os procedimentos de orquiectomia. Este é um efeito colateral que muitos homens experimentarão, e pode ser muito frustrante para o paciente e sua parceira.

Terapia com análogo do LHRH (castração clinica)

A terapia com análogo do LHRH consiste da administração de uma droga denominada agonista do receptor do hormônio liberador do hormônio luteinizante (ou LHRH-A); isso leva a uma queda no nível de testosterona. A administração de um análogo do LHRH produz um resultado tão bom quanto a remoção dos testículos mas não envolve cirurgia. Alguns destes agentes podem ser administrados em combinação com um antiandrogênio, que é uma droga que bloqueia a ação dos hormônios masculinos. Além disso, os análogos do LHRH geralmente são utilizados para ajudar a aliviar os sintomas associados ao câncer de próstata avançado. Quando utilizada desta maneira, esta classe de drogas pode oferecer uma alternativa para o paciente que não pode, ou opta por não realizar uma orquiectomia ou receber a terapia estrogênica.

Os análogos do LHRH atualmente disponíveis são o ZOLADEX® (Acetato de gosserrelina para implante) , Lupron Depot® (acetato de leuprolida para suspensão de depósito) , e Viadur™ (acetato de leuprolida para implante) . O ZOLADEX® e o Lupron Depot® estão disponíveis como injeções de ação prolongada, e são administrados aproximadamente a cada 1 a 4 meses, dependendo da preparação. O Viadur™ é um implante inserido para 12 meses. ZOLADEX®, Lupron Depot® e Viadur™ freqüentemente são prescritos para uso no tratamento paliativo do câncer prostático avançado.1,2,3 ZOLADEX® também pode ser administrado com Eulexin® (flutamida) cápsulas , um antiandrogênio, para o controle do câncer de próstata de Estágio T2b-T4 (B2-C) localmente confinado em combinação com radioterapia.2

As injeções de análogo do LHRH geralmente são administradas no consultório ou clínica do médico. O médico informará com que freqüência é necessário receber suas injeções com base no regime de administração do análogo do LHRH prescrito pelo médico. É importante manter estes compromissos com o médico. Não se deve deixar de receber uma injeção agendada por mais de alguns dias.

Vantagens: A administração da terapia com análogo do LHRH é simples; envolve uma injeção que normalmente é administrada em intervalos específicos de aproximadamente 1 mês ou mais, dependendo da dose de hormônio utilizada. O tratamento com análogos do LHRH é tão efetivo quanto a orquiectomia, mas não requer a remoção cirúrgica dos testículos. Também evita alguns dos efeitos colaterais da terapia estrogênica.

Desvantagens: Pelo fato dos análogos do LHRH normalmente serem administrados como injeções de ação prolongada, seu uso requer que os pacientes sigam as instruções para o regime de administração e lembrem de visitar seu médico regularmente. Alguns homens podem experimentar ondas de calor, dor corporal geral, e crescimento das mamas. Os efeitos colaterais adicionais podem incluir uma diminuição no desejo sexual e/ou na capacidade de obter ereções, infecções do trato urinário inferior, e letargia. Em uma pequena percentagem de pacientes, a terapia com análogo do LHRH pode causar uma breve piora dos sintomas do câncer, tais como dor óssea, durante algumas semanas antes que o nível de testosterona comece a cair. Essa dor pode ser aliviada com o uso de um analgésico (tal como aspirina ou acetaminofeno). Finalmente, é importante lembrar que se um análogo do LHRH for utilizado em combinação com radioterapia ou com um antiandrogênio, pode ser difícil de saber ao certo qual componente da terapia, caso haja algum, é responsável pelos efeitos colaterais, tais como diarréia e náusea.

Algumas vezes, uma piora da doença atual pode ser confundida com um efeito colateral de um determinado regime medicamentoso. Sempre se deve discutir qualquer sintoma incômodo com o médico ou outro profissional de saúde. Eles podem ter algumas recomendações práticas para ajudar a aliviar os sintomas que na realidade são devidos ao regime de tratamento.

Bloqueio androgênico combinado

Outro tipo de hormonoterapia utilizado no câncer de próstata é a administração de drogas denominadas antiandrogênicos. Um antiandrogênico é uma droga que bloqueia a ação dos hormônios masculinos. Os antiandrogênicos são utilizados no câncer de próstata como parte da terapia de bloqueio androgênico combinado (BAC). Este tipo de terapia, também denominado bloqueio androgênico máximo (BAM), envolve uma combinação de um antiandrogênico e um análogo do LHRH ou orquiectomia. O análogo do LHRH ou a orquiectomia reduzem a testosterona, enquanto que o antiandrogênico bloqueia qualquer hormônio masculino restante no corpo.

Há dois tipos diferentes de antiandrogênicos – antiandrogênicos esteroidais e antiandrogênicos não-esteroidais. Apenas os antiandrogênicos não-esteroidais estão aprovados para uso no tratamento do câncer de próstata nos EUA neste momento. Os antiandrogênicos atualmente disponíveis são o CASODEX® (bicalutamida) comprimidos,*† Eulexin® (flutamida) cápsulas, e Nilandron® (nilutamida) comprimidos.†† CASODEX® e Eulexin® estão aprovados para uso em combinação com um análogo do LHRH para o câncer de próstata avançado (Estágio D2);4,5 Nilandron® está aprovado para uso em combinação com os procedimentos de orquiectomia no tratamento do câncer de próstata metastático (Estágio D2).6

Vantagens: Estudos clínicos sugerem que alguns homens tratados com terapia de BAC podem sobreviver por mais tempo do que os homens tratados com a terapia com análogo do LHRH isoladamente. CASODEX® e Nilandron® são administrados em dose única diária e podem ser administrados com ou sem alimentos, tornando este regime de hormonoterapia conveniente para o paciente. Os pacientes sempre devem consultar seu médico e/ou profissional de saúde antes de suspender ou interromper intencionalmente o tratamento com qualquer um dos medicamentos antiandrogênicos.

Desvantagens: Após a administração de um antiandrogênico durante um certo período de tempo, os pacientes e seus médicos podem achar que o câncer de próstata está progredindo apesar de tratamento.

Quando isto acontece, é dito que o câncer se tornou “resistente” ao hormônio. O médico pode decidir que se interrompe o antiandrogênico durante algum tempo.

Acredita-se que isto pode fazer com que o câncer responda novamente à hormonoterapia.7

Outros efeitos colaterais deste tipo de hormonoterapia dependerão de qual antiandrogênico é utilizado. Uma vez que os antiandrogênicos são utilizados em combinação com análogos do LHRH ou logo após uma orquiectomia, pode ser difícil determinar qual componente do tratamento é responsável pelos efeitos colaterais. Após prescrever qualquer antiandrogênico, o médico deve realizar testes para monitorar a função hepática. Os níveis séricos de transaminases devem ser medidos antes do início do tratamento com CASODEX®, a intervalos regulares durante os primeiros 4 meses de tratamento, e periodicamente depois disso.4

Os efeitos adversos mais comuns notados com o Nilandron® utilizado em combinação com orquiectomia incluem adaptação ao escuro prejudicada, náusea leve a moderada, ondas de calor, e um possível aumento nas enzimas hepáticas (um teste laboratoria).6 Os pacientes recebendo Eulexin® mais um análogo do LHRH podem experimentar ondas de calor, ginecomastia (crescimento das mamas em homens), náusea, vômito, diarréia, e um aumento nas enzimas hepáticas.5 Os eventos adversos mais comumente reportado durante o tratamento com CASODEX® mais um análogo do LHRH foram ondas de calor, dor, constipação, dor lombar e astenia.8 Conforme afirmado anteriormente, não se deve interromper a hormonioterapia a menos que o médico aconselhe a fazer isto.

Referências

1. Lupron Depot® [Full Prescribing Information]. Deerfield, Ill: TAP Pharmaceuticals Inc. 2. ZOLADEX® (goserelin acetate implant) [Full Prescribing Information]. Wilmington, Del: AstraZeneca Pharmaceuticals LP. 3. Viadur™ (leuprolide acetate implant) [Full Prescribing Information]. Mountain View, CA: ALZA Corporation. 4. CASODEX® (bicalutamide) Tablets [Full Prescribing Information]. Wilmington, Del: AstraZeneca Pharmaceuticals LP. 5. Eulexin® [Full Prescribing Information]. Kenilworth, NJ: Schering Corporation. 6. Nilandron® [Full Prescribing Information]. Kansas City, Mo: Aventis. 7. Mcleod DG, Kolvenbag GJ. Defining the role of antiandrogens in the treatment of prostate cancer. Urology. 1996;47 (suppl 1A):85-89. 8. Schellhammer PF, Sharifi R, Block NI, et al. Clinical benefits of bicalutamide compared with flutamide capsules in combined androgen blockade for patients with advanced prostatic carcinoma: final report of a double-blind, randomized, multicenter trial. Urology. 1997;50:330-336

Fonte: www.oncoguia.com.br

Hormonioterapia

A Hormonioterapia é uma das principais armas na terapêutica integrada do câncer de mama e, também, pode ter finalidade neoadjuvante, adjuvante ou paliativa.

Tem maior atuação na paciente pós-menopausada, que apresenta, em geral, tumores com elevadas concentrações de proteínas receptoras de estrogênio e progesterona. Porém, também pode ser usada com sucesso na pré-menopausa, desde que os tumores exibam receptores hormonais positivos.

A hormonioterapia pode ser conduzida através de estratégias ablativas (ooforectomia bilateral), competitivas (tamoxifeno) ou supressivas (inibidores de aromatase e análogos de GnRH).

Na pré-menopausa, nos casos em que os receptores hormonais são positivos, o tratamento hormonal adjuvante é realizado com a administração de tamoxifeno na dose de 20mg/dia por 5 anos. Nos casos em que a paciente apresente muitos linfonodos axilares comprometidos, é possível uma opção de bloqueio hormonal mais completo com ablação ovariana (cirúrgica ou química com análogos de GnRH) associada ao uso do tamoxifeno, para bloqueio hormonal total.

Na pós-menopausa, em casos de receptores hormonais positivos, indica-se tamoxifeno e/ou inibidores de aromatase (anastrozole, exemestano ou letrozol) por pelo menos 5 anos. O substrato teórico para a ação dos inibidores de aromatase reside no fato que 90% da produção estrogênica na pós-menopausa decorre da aromatização de androstenediona em estrona nos tecidos periféricos. O tamoxifeno, por sua vez, tem fórmula química com avidez pelos receptores de estrogênio, e as ocupa, em lugar do estradiol.

A escolha entre tamoxifeno e/ou inibidor de aromatase é individual, considerando-se o acesso aos medicamentos e as co-morbidades. De modo geral os inibidores de aromatase apresentam perfil de tolerabilidade melhor e parecem ser um pouco mais eficientes quando só os receptores de estrogênio são positivos (receptores de progesterona negativos) ou o oncogene HER-2 estiver superexpresso. Não existem até hoje estudos comparando os diversos inibidores de aromatase e, teoricamente, os 3 devem ser equivalentes.

Falam contra o uso de tamoxifeno história de tromboembolismo, varizes intensas e cataratas oculares; contra inibidores de aromatase merecem citação osteoporose acentuada e dores osteoarticulares.

Se for indicada a quimioterapia adjuvante e qualquer forma de hormonioterapia, elas não devem ser concomitantes, e, sim, ser seqüenciais, primeiro quimioterapia e ulteriormente hormonioterapia.

Fonte: www.hospitalsiriolibanes.org.br

Hormonioterapia

O que é hormonioterapia?

É um tratamento que visa a impedir ou retardar o crescimento das células neoplásicas. É utilizado como complemento da cirurgia em pacientes cujas células tumorais se mostram sensíveis à ação dos hormônios (receptores hormonais positivos).

Esse tratamento pode ser empregado em pacientes com câncer localmente avançado, quando a doença é recidiva ou até para diminuir a chance de aparecimento de outros tumores na mesma mama (tratamento conservador) ou na outra mama.

A utilização dessa medicação se faz por períodos prolongados (cinco anos), com poucos efeitos colaterais.

Hormonioterapia é o tratamento com medicamentos que inibem a atividade de hormônios que possam interferir no crescimento de um tumor.

O câncer de mama e o câncer de próstata são tumores que estão correlacionados com os nossos hormônios; portanto, se utilizarmos inibidores de hormônio, ou mesmo hormônios que competem entre si, podemos alcançar o controle da doença.

A hormonioterapia geralmente é por via oral, fácil de ser administrada e com poucos efeitos colaterais. Pode ser empregada apenas como tratamento complementar ou também com finalidade paliativa.

Fonte: www.ibcc.org.br

Hormonioterapia

A manipulação do sistema endócrino é um procedimento bem estabelecido para o tratamento de algumas neoplasias malignas hormoniossensíveis.

Inicialmente utilizada no câncer de mama, a hormonioterapia foi sendo subseqüentemente aplicada a outros tumores que mostravam hormoniossensibilidade incontestável, como os carcinomas de endométrio e de próstata e os tumores tiroidianos iodocaptantes.

Até há poucos anos, a hormonioterapia era baseada em critérios empíricos, resultando em esquemas terapêuticos de administração variável em dosagens e intervalos. Os critérios adotados, em caso de carcinoma mamário, eram o estado hormonal da paciente, indiretamente avaliado pela idade, e a distribuição predominante de metástases em ossos e partes moles.

Novos subsídios endocrinológicos para a hormonioterapia antiblástica foram trazidos pela determinação da dosagem de receptores celulares específicos para estrogênios e progesterona em amostras tumorais, pelo estabelecimento de clara relação entre positividade do receptor e resposta terapêutica e pelos avanços verificados no conhecimento das interações entre receptores hormonais e processos bioquímicos intracelulares. Este desenvolvimento da hormonioterapia aplicou-se principalmente aos casos de câncer de mama e de endométrio.

Tipos e indicações da hormonioterapia

Uma maneira de se classificar a hormonioterapia considera a sua finalidade, modo de aplicação, mecanismo de ação e método de execução, conforme relacionado abaixo:

Parâmetro Tipos
Finalidade Curativa – paliativa
Aplicação lsolada – combinada
Ação Aditiva – supressiva
Execução Medicamentosa – cirúrgica – actínica

A hormonioterapia raramente tem objetivo curativo quando usada isoladamente. É usual sua associação, concomitante ou não, com a quimioterapia (câncer de mama e do sistema hemolinfopoético), com a cirurgia (câncer de endométrio) e com a radioterapia (câncer de próstata). A hormonioterapia pode ser indicada para tratamento paliativo de metástases ósseas de tumores hormoniossensíveis, por exemplo.

A supressão hormonal pode ser obtida por meio de procedimentos cirúrgicos (ooforectomia, orquiectomia, adrenalectomia, hipofisectomia) e com o emprego de radiações (ooforectomia e hipofisectomia actínicas). Os medicamentos utilizados na hormonioterapia têm como ação ou a supressão ou o aumento dos níveis de hormônios circulantes.

Hormonioterapia ablativa: cirúrgica e actínica

A ooforectomia cirúrgica é preferível à actínica, pois a supressão causada pela última demora mais a ocorrer e, com o tempo, os ovários podem voltar a produzir hormônios. Apenas em casos de contra-indicação cirúrgica é que a ooforectomia actínica deve ser realizada. As indicações de ooforectomia são restritas às mulheres na pré-menopausa, com câncer avançado de mama (loco-regional ou com metástases ósseas), devendo ser baseadas, sempre que possível, nas dosagens positivas de receptores hormonais.

A orquiectomia deve ser considerada em homens com carcinoma de próstata e metástases ósseas, sem condições econômicas de manter a supressão hormonal pela aplicação mensal e diária de medicamentos.

A adrenalectomia é um procedimento de indicação limitada, devido à alta taxa de mortalidade pós-operatória. Pode ser indicada nos casos de metástases ósseas dolorosoas, rebeldes a outros tratamentos, em mulheres na pré-menopausa com carcinoma de mama e receptores hormonais positivos e com resposta analgésica à ooforectomia prévia. Este método está sendo substituído pelo de supressão medicamentosa. A hipofisectomia, seja cirúrgica ou actínica, só é indicada em mulheres com metástases ósseas dolorosas de câncer de mama rebeldes a outros métodos analgésicos, e com pouca expectativa de vida, sendo um método terapêutico de uso quase que totalmente abandonado.

Hormonioterapia medicamentosa

A hormonioterapia medicamentosa faz-se pela supressão ou adição de hormônios circulantes.

Segue-se uma relação de medicamentos, com suas respectivas indicações:

Estrogênios e similares sintéticos – Indicados no tratamento do câncer ma-mário em mulheres na pós-menopausa e para tratamento do câncer avançado de próstata. Em homens, recomenda-se a irradiação prévia das mamas para evitar a ginecomastia dolorosa provocada pela estrogenioterapia. Eles têm sido substituídos cada vez mais por outros medicamentos com efeitos colaterais menos intensos. Antiestrogênios – Indicados no tratamento do carcinoma mamário de mulheres e homens. Seu uso é preferível ao dos estrogênios porque os seus efeitos colaterais são menos intensos. Drogas antiestrogênicas como o clomifene, o nafoxidine e o danazol são pouco ativas em neoplasias malignas. Progestágenos e similares sintéticos – A sua indicação mais formal é na terapêutica do adenocarcinoma de endométrio. São utilizados na hormonioterapia do câncer mamário, como alternativa para o uso dos antiestrogênios, seja em tratamento de primeira linha ou em caso de refratariedade aos estrogênios ou a seus antagonistas. Ocasionalmente, são indicados em metástases de carcinoma renal, com resultados controvertidos. É importante salientar que altas doses de progestágenos têm efeito antiestrogênico, antiandrogênico e anabolizante. Corticosteróides – Podem ser utilizados como terapia de média duração (associados à quimioterapia de tumores de origem hemolinfopoética) ou de curta duração (metástases cerebrais e hepáticas, compressão da medula espinhal e hipercalcemia). Inibidores supra-renais – Têm sua indicação no carcinoma irressecável ou residual da supra-renal. Representam uma terapêutica alternativa à adrenalectomia em carcinoma metástatico de mama e de próstata. Androgênios – Têm sido cada vez menos utilizados no tratamento do câncer. Sua utilização é questionável, mesmo quando indicados para melhorar condições associadas ao câncer, tais como a mielodepressão e o catabolismo acentuado. Antiandrogênios – Há medicamentos com propriedades antiandrogênicas, cuja ação se faz por antagonismo ao nível dos receptores hormonais, sendo, assim de atuação periférica. Eles estão sendo incluídos como alternativa terapêutica em caso de câncer de próstata, visto as complicações psicológicas, oriundas da orquiectomia, e as cardiovasculares, provocadas pela estrogenioterapia. Inibidores da ação hipotalâmica e hipofisária – São medicamentos que atuam ou inibindo a liberação, pelo hipotálamo, do Hormônio Liberador do Hormônio Luteinizante (LHRH) ou inibindo a produção, pela hipófise, do Hormônio Luteinizante, através do uso de substâncias análogas ao LHRH. Todos resultam em efeito antiandrogênico, levando-os a ser uma alternativa terapêutica para a orquiectomia ou a estrogenioterapia, em câncer prostático. Aqui vale salientar que a hormonioterapia combinada (orquiectomia + antiandrogênio ou análogo LHRH + anti-androgênio) tem sido cada vez mais indicada nos casos de câncer prostático avançado, já que apresenta resultados melhores do que quando os métodos terapêuticos são utilizados isoladamente. A esta combinação tem se denominado “bloqueio androgênico completo”. Hormônios tiroidianos – Têm indicação terapêutica nos tumores tiroidianos iodocaptantes, com o objetivo de suprimir o crescimento desses tumores. Têm também indicação de terapia aditiva, em caso de tiroidectomia total, com o objetivo de reestabelecer a atividade hormonal da glândula operada e manter o TSH em níveis normais

A apresentação farmacológica, a posologia e as vias de administração dos medicamentos variam de acordo com as indicações, a idade do paciente e os esquemas terapêuticos.

Os hormônios utilizados na terapêutica do câncer, assim como os quimio-terápicos antineoplásicos, atuam sistemicamente e exercem seus efeitos citotó-xicos tanto sobre as células tumorais como sobre as células normais.

Não se deve esquecer que a ação terapêutica se acompanha de efeitos colaterais indesejáveis – relação que deve ser bem avaliada quando do planejamento e da escolha do tratamento.

Fonte: www.inca.gov.br

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