Gênero Literário

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As duas principais categorias que separam os diferentes gêneros da literatura são ficção e não-ficção.

Existem vários gêneros de literatura que se enquadram na categoria de não-ficção. Não-ficção senta-se em oposição direta à ficção.

Exemplos de ambos os géneros de ficção e não ficção de literatura são explicados em pormenor a seguir:

Tipos de Não-ficção:

Não-ficção narrativa é baseada em informações fato de que é apresentado em um formato que conta uma história.

Ensaios são uma composição literária curta que reflete a perspectiva do autor ou ponto. A composição literária curta sobre um tema ou assunto específico, geralmente em prosa e em geral analítico, especulativa, ou interpretativa.

A biografia é um relato escrito da vida de outra pessoa.

A autobiografia dá a história de vida de uma pessoa, por escrito ou dito por essa pessoa. Muitas vezes, escrito em forma narrativa da vida de sua pessoa.

Discurso é a faculdade ou poder de falar; comunicação oral; capacidade de expressar seus pensamentos e emoções pelo discurso, sons e gestos. Geralmente entregue na forma de um endereço ou discurso.

Finalmente, há o gênero geral de não-ficção. Este é um texto informativo lidando com um real, sem prejuízo da vida real. Este gênero de literatura oferece opiniões ou conjecturas sobre fatos e realidade. Isso inclui biografias, história, ensaios, fala e não ficção narrativa.

Não-ficção opõe ficção e distingue-se daqueles gêneros de ficção da literatura como a poesia e drama que é a seção seguinte, vamos discutir.

Gêneros de ficção:

O drama é o gênero de literatura que é assunto para composições é arte dramática na forma como ele é representado. Este gênero é histórias compostas em verso ou prosa, geralmente por representação teatral, onde os conflitos e emoções são expressas através do diálogo e ação.

A poesia é escrita rítmica e verso com imagens que evoca uma resposta emocional do leitor. A arte da poesia é rítmica na composição, escrita ou falada. Este gênero de literatura é para o prazer emocionante por belas, imaginativas, ou elevados pensamentos.

Fantasia é a formação de imagens mentais com configurações ou caracteres estranhos mundanos ou outro; ficção que convida suspensão da realidade.

Humor é a faculdade de perceber o que é divertido ou cômico. Ficção cheio de diversão, fantasia e emoção que significava para entreter. Este gênero de literatura pode realmente ser visto e contido dentro de todos os gêneros.

A fábula é uma história sobre pessoas sobrenaturais ou extraordinários geralmente sob a forma de narração que demonstra uma verdade útil. Em Fábulas, animais muitas vezes falam como seres humanos que são contos lendários e sobrenaturais.

Contos de fadas ou contos da maravilha é uma espécie de conto ou fábula. Às vezes, as histórias são sobre fadas e outras criaturas mágicas, geralmente para as crianças.

A ficção científica é uma história baseada no impacto do potencial da ciência, seja real ou imaginado. A ficção científica é um dos gêneros de literatura que é definida no futuro ou em outros planetas.

A história curta é uma ficção de tal brevidade que não é capaz de suportar todas as subtramas.

Ficção realista é uma história que pode realmente acontecer e é verdadeiro para a vida real.

Folclore são canções, histórias, mitos e provérbios de uma pessoa de “popular”, que foi transmitida de boca em boca. Folclore é um gênero de literatura que é amplamente difundida, mas falsa e baseada em crenças infundadas.

Ficção histórica é uma história com personagens fictícios e eventos em um cenário histórico.

Horror é um sentimento avassalador e dolorosa causada pela literatura que é terrivelmente chocante, aterrorizante, ou revoltante. Ficção em que os eventos evocar um sentimento de temor em ambos os personagens eo leitor.

Mentira é uma história humorística com exageros flagrantes, heróis arrogante que fazem o impossível com um aqui de indiferença.

A lendaé uma história que, por vezes, de um herói nacional ou popular. Legend é baseado em fatos, mas também inclui material imaginativo.

O mistério é um gênero da ficção que trata da solução de um crime ou o desenrolar dos segredos. Qualquer coisa que é mantida em segredo ou permanece inexplicado ou desconhecida.

Mitologia é um tipo de lenda ou narrativa tradicional. Isso é muitas vezes baseada em parte em acontecimentos históricos, que revela o comportamento humano e os fenômenos naturais por seu simbolismo; muitas vezes pertencentes às ações dos deuses. Um corpo de mitos, como o de um determinado povo ou a relativa a uma pessoa em particular.

Ficção em Verso é romances completos com enredo, subtramas, temas, com personagens maiores e menores. Ficção do verso é um dos gêneros de literatura em que a narrativa é geralmente apresentado em forma de verso em branco.

O gênero da ficção pode ser definida como obras literárias narrativas cujo conteúdo é produzido pela imaginação e não é necessariamente baseada em fatos. Na ficção algo é fingida, inventado, ou imaginada; uma história inventada.

Gênero Literário – Categorias

Gênero é uma categoria de composição literária, como a épica, tragédia, comédia, romance e conto.

A literatura é a arte que se manifesta pela palavra, seja ela falada ou escrita.

Quanto à forma, o texto pode apresentar-se em prosa ou verso.

Quanto ao conteúdo, estrutura, e segundo os clássicos, conforme a “maneira de imitação”, podemos enquadrar as obras literárias em três gêneros:

Lírico: quando um “eu” nos passa uma emoção, um estado; centra-se no mundo interior do Poeta apresentando forte carga subjetiva. A subjetividade surge, assim, como característica marcante do lírico. O Poeta posiciona-se em face dos “mistérios da vida”. A lírica já foi definida como a expressão da “primeira pessoa do singular do tempo presente”.
Dramático:
quando os “atores, num espaço especial, apresentam, por meio de palavras e gestos, um acontecimento”. Retrata, fundamentalmente, os conflitos humanos.
Épico:
quando temos uma narrativa de fundo histórico; são os feitos heróicos e os grandes ideais de um povo o tema das epopéias. O narrador mantém um distanciamento em relação aos acontecimentos (esse distanciamento é reforçado, naturalmente, pelo aspecto temporal: (os fatos narrados situam-se no passado).

Temos um Poeta-observador voltado, portanto, para o mundo exterior, tornando a narrativa objetiva. A objetividade é característica marcante do gênero épico.

A épica já foi definida como a poesia da “terceira pessoa do tempo passado”.

Esta divisão tradicional em três gêneros literários originou-se na Grécia clássica, com Aristóteles, quando a poesia era a forma predominante de literatura. Por nos parecer mais didática, adotamos uma divisão em quatro gêneros literários, desmembrando do épico o gênero narrativo (ou, como querem alguns, a ficção), para enquadrar as narrativas em prosa.

Poderíamos reconhecer ainda o gênero didático, despido de ficção e não identificado com a arte literária; segundo Wolfang Kayser, “o didático costuma ser delimitado como gênero especial, que fica fora da verdadeira literatura”.

Gênero Lírico

Seu nome vem de lira, instrumento musical que acompanhava os cantos dos gregos. Por muito tempo, até o final da Idade Média, as poesias eram cantadas; separando-se o texto do acompanhamento musical, a poesia passou a apresentar uma estrutura mais rica. A partir daí, a métrica (a medida de um verso, definida pelo número de sílabas poéticas), o ritmo das palavras, a divisão em estrofes, a rima, a combinação das palavras foram elementos cultivados com mais intensidade pelos poetas.

Mas, cuidado! O que foi dito acima não significa que poesia, para ser poesia, precise, necessariamente, apresentar rima, métrica, estrofe.

A poesia do Modernismo, por exemplo, desprezou esses conceitos; é uma poesia que se caracteriza pelo verso livre (abandono da métrica), por estrofes irregulares e pelo verso branco, ou seja, o verso sem rima. O que, também, não impede que “subitamente na esquina do poema, duas rimas se encontrem, como duas irmãs desconhecidas…”

Gênero Dramático

Drama, em grego, significa “ação”. Ao gênero dramático pertencem os textos, em poesia ou prosa, feitos para serem representados. Isso significa que entre autor e público desempenha papel fundamental o elenco (incluindo diretor, cenógrafo e atores) que representará o texto.

O gênero dramático compreende as seguintes modalidades:

Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror”.
Comédia:
é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil, em geral criticando os costumes. Sua origem grega está ligada às festas populares, celebrando a fecundidade da natureza.
Tragicomédia:
modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.
Farsa:
pequena peça teatral, de caráter ridículo e caricatural, que crítica a sociedade e seus costumes; baseia-se no lema latino Ridendo castigat mores (Rindo, castigam-se os costumes).

Gênero Épico

A palavra “epopéia” vem do grego épos, ‘verso’+ poieô, ‘faço’ e se refere à narrativa em forma de versos, de um fato grandioso e maravilhoso que interessa a um povo. É uma poesia objetiva, impessoal, cuja característica maior é a presença de um narrador falando do passado (os verbos aparecem no pretérito). O tema é, normalmente, um episódio grandioso e heróico da história de um povo.

Dentre as principais epopéias (ou poemas épicos), destacamos:

Ilíada e Odisséia (Homero, Grécia; narrativas sobre a guerra entre Grécia e Tróia).
Eneida (Virgílio, Roma; narrativa dos feitos romanos)
Paraíso Perdido (Milton, Inglaterra)
Orlando Furioso (Ludovico Ariosto, Itália)
Os Lusíadas (Camões, Portugal)

Na literatura brasileira, as principais epopéias foram escritas no século XVIII:

Caramuru (Santa Rita Durão)
O Uraguai (Basílio da Gama)

Gênero Narrativo

O Gênero narrativo é visto como uma variante do gênero épico, enquadrando, neste caso, as narrativas em prosa. Dependendo da estrutura, da forma e da extensão, as principais manifestações narrativas são o romance, a novela e o conto.

Em qualquer das três modalidades acima, temos representações da vida comum, de um mundo mais individualizado e particularizado, ao contrário da universalidade das grandiosas narrativas épicas, marcadas pela representação de um mundo maravilhoso, povoado de heróis e deuses.

As narrativas em prosa, que conheceram um notável desenvolvimento desde o final do século XVIII, são também comumente chamadas de narrativas de ficção.

Romance: narração de um fato imaginário, mas verossímil, que representa quaisquer aspectos da vida familiar e social do homem. Comparado à novela, o romance apresenta um corte mais amplo da vida, com personagens e situações mais densas e complexas, com passagem mais lenta do tempo. Dependendo da importância dada ao personagem ou à ação ou, ainda, ao espaço, podemos ter romance de costumes, romance psicológico, romance policial, romance regionalista, romance de cavalaria, romance histórico, etc.
Novela:
na literatura em língua portuguesa, a principal distinção entre novela e romance é quantitativa: vale a extensão ou o número de páginas. Entretanto, podemos perceber características qualitativas: na novela, temos a valorização de um evento, um corte mais limitado da vida, a passagem do tempo é mais rápida, e o que é mais importante, na novela o narrador assume uma maior importância como contador de um fato passado.
Conto:
é a mais breve e simples narrativa centrada em um episódio da vida. O crítico Alfredo Bosi, em seu livro O conto brasileiro contemporâneo, afirma que o caráter múltiplo do conto “já desnorteou mais de um teórico da literatura ansioso por encaixar a forma conto no interior de um quadro fixo de gêneros. Na verdade, se comparada à novela e ao romance, a narrativa curta condensa e potencia no seu espaço todas as possibilidades da ficção”.
Fábula:
narrativa inverossímil, com fundo didático, que tem como objetivo transmitir uma lição moral. Normalmente a fábula trabalha com animais como personagens. Quando os personagens são seres inanimados, objetos, a fábula recebe a denominação de apólogo.

A fábula é das mais antigas narrativas, coincidindo seu aparecimento, segundo alguns estudiosos, com o da própria linguagem. No mundo ocidental, o primeiro grande nome da fábula foi Esopo, um escravo grego que teria vivido no século VI a.C. Modernamente, muitas das fábulas de Esopo foram retomadas por La Fontaine, poeta francês que viveu de 1621 a 1695. O grande mérito de La Fontaine reside no apurado trabalho realizado com a linguagem, ao recriar os temas tradicionais da fábula. No Brasil, Monteiro Lobato realizou tarefa semelhante, acrescentando, às fábulas tradicionais, curiosos e certeiros comentários dos personagens que viviam no Sítio do Picapau Amarelo.

Gêneros Literários do Poema

Os estudos dos Gêneros Literários aparecem pela primeira vez na obra “A República”, de Platão como um tipo de classificação da obra literária tendo em vista principalmente o seu conteúdo, sua temática.

O discípulo mais famoso de Platão, Aristóteles, retoma o estudo dos gêneros e suas modalidades em sua obra-prima “A Poética”, sob o ponto de vista dos tópicos mais importantes da obra: a MÍMESE e a VEROSSIMILHANÇA.

Devemos lembrar que, para os Antigos, Poesia é texto em versos, com rima, métrica e ritmo definidos, ou seja, é o Poema belo e perfeito; em suma: é o poema que obedece às normas da Versificação.

Para Aristóteles, a POESIA é Mímese, ou seja, é uma das várias formas de IMITAÇÃO (= DE REPRESENTAÇÃO) da realidade criadas pelo homem.

Já no início da sua obra, Aristóteles discrimina como imitações poéticas:

1) as imitações dramáticas: tragédia e comédia;
2)
a epopéia: imitação narrativa;
3)
o ditirambo (poemas em homenagem a Baco), a citarística (poemas acompanhados por instrumentos de corda) e a aulética (poemas acompanhados pela flauta), exemplos de imitações poéticas que hoje correspondem ao gênero lírico.

Assim, a obra de Aristóteles já apresenta os três tipos de Gênero a que um poema (texto em versos) pode pertencer: o Lírico, e Épico e o Dramático.

1. Gênero Lírico

Pertence ao Gênero Lírico o poema que consiste numa forma de expressão dos sentimentos, das emoções, dos desejos, dos conhecimentos, enfim, da visão de mundo de alguém: do EU que fala no poema. Emissor e personagem única desse tipo de mensagem, o “EU-LÍRICO” é o tema nela tratado (mensagem centrada no emissor): normalmente, portanto, o poema lírico é elaborado com uma linguagem emotiva – SUBJETIVA – em que predominam as palavras e pontuações de 1a. pessoa.

Os tipos de poemas líricos mais comuns são:

Ode ou Hino: é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à Pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O Hino é uma Ode com acompanhamento musical;
Elegia:
é o poema lírico em que o emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É todo poema melancólico;
Idílio ou Écloga:
é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à Natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (=pastora), que enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara);
Epitalâmio:
é o poema lírico feito em homenagem às núpcias de alguém;
Sátira:
é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico (“elogio às avessas”).

Alguns autores consideram modalidades líricas:

ACALANTO: ou canção de ninar;
ACRÓSTICO:
(akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase;
BALADA:
uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se destinam à dança;
BARCAROLA:
é o canto dos gondoleiros italianos; consiste num lamento com o mar, acusando sempre referência a caminhos por água (= cantigas de amigo = elegia);
CANÇÃO:
poema oral com acompanhamento musical (= CANTIGA);
CANTATA:
pequena ópera, gira sempre em torno de uma ação solene ou galante (sensual);
CANTO REAL:
tipo de balada de forma fixa, composta por 5 estrofes com 11 versos e uma estrofe com cinco versos. Comum no Parnasianismo;
DITIRAMBO:
canto em louvor a Baco que deu origem à tragédia;
GAZAL ou GAZEL
: poesia amorosa dos persas e árabes; odes do Oriente Médio;
GLOZA:
ver VILANCETE;
HAICAI:
expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). É o poema japonês formado de três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas:

1. verso = 5 sílabas;
2. verso =
7 sílabas;
3. verso =
5 sílabas;

LIRA= idílio;
MADRIGAL:
idílio amoroso que consiste num galanteio que o eu-lírico faz a uma pastora(sua amante);
NOTURNO:
elegia, poema melancólico em que o símbolo da tristeza é a noite;
PARLENDA:
composição ritmada destinada a certos jogos infantis (cadê o gato? Foi atrás do rato/ Cadê o rato ? Foi atrás da aranha…)
RONDÓ:
é o poema lírico que tem o mesmo estribilho se repetindo por todo o texto;
TROVA:
é o mesmo que cantiga ou canção;
VILANCETE:
são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas, portanto.

Como se pode observar, essas outras modalidades líricas nada mais são do que variações dos cinco tipos principais.

2. Gênero Épico ou Narrativo

Pertence ao gênero épico, o poema que conta uma história, um episódio: por isso, ele é também chamado de NARRATIVO.

Há três tipos de poemas narrativos:

2.1 Epopéia: é o poema épico que narra um grande feito histórico de um povo, de um país, destacando os seus heróis. Além dos textos históricos, encaixam-se nessa classificação os textos bíblicos.

A epopéia clássica, das quais são exemplos a “Ilíada” e a “Odisséia”, ambas de Homero; “Os Lusíadas”, de Camões; “A Divina Comédia”, de Dante, etc, tem as seguintes partes:

1a. Proposição: apresentação do tema e do herói;
2a. Invocação”:
evocação das musas inspiradoras para que o episódio proposto seja contado com engenho e arte;
3a. Dedicatória:
a epopéia é dedicada a alguém importante;
4a. Narração:
o tema proposto é contado;
5a. Epílogo:
é a conclusão da narrativa e as considerações finais.

A epopéia moderna não tem uma divisão pré-estipulada.

São exemplos de epopéias brasileiras: “ Caramuru” , de Santa Rita Durão; “ Uraguai” , de Basílio da Gama; “ Vila Rica” , de Cláudio Manuel da Costa , dentre outras.

2.2 Romance ou Xácara: é o poema narrativo que conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida por ele e uma mulher “proibida”. Apesar dos obstáculos que o separa, o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso é punido no final. É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média.

Exemplo: “Tristão e Isolda”.

2.3 Fábula: é o poema narrativo em que as personagens são seres não humanos personificados. Com o objetivo de criticar os homens, esse poema sempre encerra uma lição de moral.

Há, ainda:

Lai: poema narrativo curto formado por 12 estrofes com versos octossílabos, referentes às lendas medievais, mais precisamente àquelas do ciclo arturiano;
Canção de Gesta:
narrativa acompanhada de música, conta a vida de um herói ou de um santo; elas deram origem às novelas de cavalaria medievais;
Poema Herói-Cômico:
poema narrativo em estilo solene que encerra um assunto banal e ridículo. Ex: “A Estante do Coro”, onde os 6 cantos do poema giram em torno da dúvida de dois homens a respeito de onde deveria ser colocada uma estante de um coro;
Poema Burlesco:
é um poema narrativo que, ao contrário do poema herói-cômico, trata de um assunto sério usando um estilo jocoso. Ex: “Orlando Furioso”

3. Gênero Dramático

Pertence ao gênero dramático toda e qualquer peça teatral em versos. O texto dramático é o único elaborado com o fito de ser representado num palco e, por isso, é o único que contém INSTRUÇÕES PARA O MOMENTO DA REPRESENTAÇÃO. Quem melhor caracteriza esse gênero é Aristóteles, que em sua “Poética” estuda a tragédia em dezessete capítulos (cap. VI ao XXII) como sendo o protótipo do drama e a arte mimética por excelência.

Na Antigüidade, dois eram os tipos de poemas dramáticos existentes: a tragédia e a comédia, artes miméticas, pois a primeira é a imitação ( a representação) de homens melhores e a segunda, de homens piores do que os que existem na realidade (objetos da imitação). No modo dramático de imitação, as próprias pessoas imitadas (personagens) são autoras da representação e desconhecem seu destino; é por isso que o conjunto das ações feitas por essas personagens no decorrer da peça teatral recebe o nome de DRAMA. Para Aristóteles, o fato da tragédia imitar homens superiores (melhores do que os que existem na realidade) e provocar no espectador reações de dor e violência (para que o espectador também fique “mais nobre”, “melhor”) que o levam a ter medo e piedade ( a docilidade, a passividade, a conformidade) necessários à vida disciplinada em sociedade, é que faz da tragédia a mais perfeita espécie poética de imitação.

A comédia, ao contrário, é tida como a pior das espécies já que provoca no espectador o riso, e, com ele, o destemor, a aventura, a rebeldia: afinal, nelas são representados seres humanos piores do que aqueles que existem na realidade. A comédia surgiu na Sicília (Itália) com as obras de Epicarmo e Fórmis.

Embora tenha surgido na Grécia através da obra de Ésquilo, Aristóteles atribui o mérito de ser precursor da tragédia ao poeta Homero, autor das epopéias “Ilíada” e “Odisséia”, já que em sua obra narrativa a personagem protagonista é sempre um herói, ou seja, é sempre um homem superior, quando o normal na epopéia seria imitar homens comuns, homens iguais aos que existem na realidade. Homero também é elogiado por Aristóteles como um POETA MAIOR, pela forma perfeita e pela linguagem esmerada (ornada, musical) que imprimiu às suas epopéias (8.816 versos decassílabos), fontes de inspiração às epopéias de Virgílio, Camões, etc.

Aristóteles salienta, ainda, que tragédia e epopéia se diferenciam pelo modo (na tragédia as personagens agem por si, não há ninguém narrando, o espectador entende a estória a partir do drama; na epopéia alguém conta a história, sabe tudo o que vai acontecer com as personagens: o narrador; em suma: modo dramático e modo narrativo), pela extensão (epopéia=poema longo/tragédia=poema curto) e pelo objeto (tragédia=homens melhores/epopéia=homens iguais aos que existem na realidade) da imitação. Atualmente, comédia e tragédia são modalidades dramáticas elaboradas em prosa.

Surgida na Idade Média e criada por Gil Vicente, outra modalidade dramática em versos heptassílabos (ou redondilhas maiores) é o AUTO, cujo conteúdo consiste numa crítica aos poderosos, principalmente aos clérigos(do padre ao Papa). A versão cômica do Auto é a FARSA. Essa modalidade ainda existe; em nossa Literatura atual, temos “Morte e Vida Severina” ou “Auto de Natal Pernambucano” , de João Cabral de Melo Neto, e as peças de Ariano Suassuna, dentre elas o “Auto da Compadecida”.

A comparação entre drama antigo e moderno

Resumo

O primeiro a tomar consciência dos gêneros literários foi Platão, mas cabe a Aristóteles o lançamento de suas bases fundamentais na Poética, que se inicia com a intenção de abordar a produção poética e os seus diversos gêneros, classificando as obras segundo elementos formais e conteduísticos.A palavra Drama oferece certa ambigüidade. Além de se referir ao ramo genérico, é empregada muitas vezes como sinônimo de peça teatral, outras vezes, como resultante do hibridismo composicional da tragédia e da comédia e também epopéia, cada uma dessas partes com características específicas, que são objeto de estudo até os dias atuais.

1. Introdução

A problemática dos gêneros, a mais antiga da teoria literária, também das mais complexas e controvertida, empenha ainda hoje o interesse de estudiosos, que perseveram na busca de uma conceituação.Entre oscilações, o assunto atravessa toda a história da literatura e da critica, ora assumindo acomodações de fidelidade a preceitos estáticos, ora desencadeando inovações, com investidas aguerridas e alvoroçadas. O fato é que a questão permanece aberta, a aguçar nossa curiosidade num desafio milenar.O primeiro a tomar consciência dos gêneros literários foi Platão, mas cabe a Aristóteles o lançamento de suas bases fundamentais na Poética, que se inicia com a intenção de abordar a produção poética e os seus diversos gêneros, classificando as obras segundo elementos formais e conteduísticos. Assim, o gênero literário pressupõe uma classificação de obras consignadas por características afim.

Embora a Poética de Aristóteles continue sendo o texto básico para enfoque dos gêneros, durante séculos vem suscitando interpretações que variam ao sabor do aparecimento de novos modelos literários e segundo a evolução do conceito de literatura.Na Idade Média não houve sistematização rigorosa sobre os problemas literários, a não ser tratados de poética trovadoresca, todavia sem vinculações com a doutrina dos antigos. No renascimento, graças à sedução exercida pela arte greco-latina, a poética de Aristóteles e a Epístola aos Pisões de Horácio promoveram inúmeras discussões do maior interesse para o novo espírito crítico que despontava. A questão dos gêneros narrativos, então, tornou-se o ponto central da interpretação do fenômeno literário.

Aristóteles considera dois modos básicos de produção poética: o narrativo e o dramático, não considerando a poesia lírica como um gênero literário. Os críticos literários renascentistas e clássicos, entretanto, com base nos postulados horacianos, incluíram o lírico entre os gêneros e deram início à carreira da divisão tripartida da produção literária (lírica, épica e dramática) que apesar das dissensões, prevalece para grande parte dos teorizadores, até nossos dias.

A essência dramática se apresenta por meio de fenômenos estilísticos determinados que situam a obra no ramo do drama se esses traços preponderam sobre os demais.

A palavra Drama oferece certa ambigüidade. Além de se referir ao ramo genérico, é empregada muitas vezes como sinônimo de peça teatral, outras vezes, como resultante do hibridismo composicional da tragédia e da comédia. A fim de estabelecer a distinção, o ramo genérico pode também se denominar dramática.

No gênero épico o narrador apresenta a ação progressivamente, através de descrições e análises, com maior ou menor detalhe, estendendo-se longamente. Tal procedimento não é adequado à obra dramática, pressionada a uma economia de meios, devido ao fator tempo, já que a peça se limita a algumas poucas horas.

A ação épica ou romanesca se expande no espaço e no tempo, deslocando-se à vontade de um lugar para o outro, do passado para o futuro. A dramática acontece no palco, no momento da apresentação, coagida a uma seleção de lances num ritmo cênico acelerado. Para Aristóteles, o objeto da mímesis recai sempre sobre as ações das personagens, mas quanto à maneira de sua realização, destacam-se duasfundamentais, a narrativa e a dramática. A ação se desenrola através de acontecimentos que revelam as personagens, situadas num determinado lugar e numa certa época. Lembrando que drama em grego significa ação, compreendemos que este é o elemento nuclear da uma peça teatral.

1.1 Espécies de Gêneros Dramáticos

1.1.1 A tragédia

Para Aristóteles, a tragédia é a mímesis de uma ação importante e completa, num estilo agradável, executada por personagens que representam os homens melhores do que são a fim de suscitar piedade e terror e obter a catarse dessas emoções. A personagem trágica, quando não se suicida, termina louca prostrada sob os escombros de seu mundo. O sentimento trágico se estriba num fracasso que derruba o ideal de um ser, quando se destrói a razão de uma existência humana, quando uma causa final e única deixa de existir, nasce o trágico.

1.1.2 Comédia

Assim como o trágico não se encontra só na tragédia, mas em qualquer outra obra que mostre o naufrágio de um homem, o cômico também está presente em toda a literatura, desde a epopéia de Homero aos romances de Cervantes, Balzac ou Machado de Assis. O trágico e o cômico correspondem a necessidades vitais do ser humano, os dois pólos onde o homem oscila, quando se eleva acima de si mesmo ou quando rasteja nas próprias limitações. Apesar do cômico invadir muitas áreas literárias, se apresenta em sua maior pureza na comédia, concebida especificamente para realçar seus traços. Aristóteles conclui que a tragédia mostra os homens melhores do que são e a comédia os representa piores, inferiores, fixando o ridículo que se encontra num defeito. Compreende-se que ainda no século XVII, época em que a aristocracia goza de prestígios, as personagens principais da tragédia pertenciam às classes mais altas e as comédias venham da burguesia e do povo. As virtudes heróicas, que na tragédia provoca admiração, se transformam na comédia em imperfeições, cacoetes, alvos de zombaria.

2. A percepção de Vitor Hugo e Roman Jacobson sobre gêneros literários

Segundo Vitor Hugo, a sociedade humana começa a cantar o que sonha (lírico), depois canta o que faz (épico) e por fim pinta o que pensa ( dramático). Devemos em tudo na vida passar por essas três fases, sem exclusividade de nenhuma delas.

Numa outra perspectiva, mas dentro da concepção unificadora, Jacobson determina correspondência entre estruturas lingüísticas e os gêneros literários:

Lírica – – – – – – – – – – Primeira pessoa (função emotiva): o eu fala.
Épica – – – – – – – – – – Terceira pessoa (função referencial):
fala-se de algo.
Dramática- – – – – – – Segunda pessoa (função conativa):
fala-se a alguém.

3. O Drama para Hegel

Para Hegel, a ação concentra-se num conflito de interesses dos personagens. O drama apresenta uma ação que tem como base uma pessoa moral. Os acontecimentos parecem nascer da vontade interior de cada personagem. Portanto, a vontade humana que interessa, no caso, é a que tem consciência dos seus objetivos. A ação dramática é a ação de quem, no drama, vai em busca dos seus objetivos consciente do quer. A teoria hegeliana tenta nos chamar atenção para a síntese entre lírica e épica e da profusão nasce o gênero dramático.

Hegel diz que: “O modo de concepção poética deste novo gênero comporta, como acabou de dizer, uma união mediatizada do princípio épico e o princípio lírico”. Em outra citação. Assim dizendo, parece-me, queria Hegel significar que o Drama deve reunir em si a ação, o externar-se, o objetivar-se, o mostrar os fatos, da epopéia; mas por outro lado, carregar um peso de subjetividade, de razões morai, de sentimentos, de psicológico, de paixões, de hesitações, de alma, em suma.

4.Organograma comparativo do gênero dramático

Tragédia antiga

Tragédia moderna

Comédia antiga

Comédia moderna

Ex: Orestia de Ésquilo. Ex: Senhora dos afogados. Nelson Rodrigues. Ex: A Aululária de Plauto Ex: O Avarento de Moliére
Origem: Grega. Origem: Nasce com o romantismo. Origem: latina Origem: francesa
Linguagem ornamentada. Linguagem simples. Linguagem: ornamentada Linguagem: ornamentada
Herói. Há laços semelhantes entre eles, é perfeito. Surge o anti-herói

Imperfeito.

Personagens manipulados segundo a vontade dos deuses em que reside o ridículo. Personagens controladores de seus destinos, mas com a interferência dos deuses
Deus, semi-deuses mitos. Um único Deus. deuses Um único deus.
Destino: não há livre arbítrio. Livre arbítrio. Destino: segundo a vontade dos deuses Livre arbítrio
Tempo: um dia Tempo: dois ou três

dias

Tempo: curto Tempo: curto
Espaço: um único lugar. Espaço: vários lugares ao mesmo tempo. Espaço: um único cenário Um único espaço
Ação: é representada pelos

personagens.

Ação é representada pelos personagens. Ação: é representada pelos personagens Representada pelos Personagens.

5. Epopéia versus tragédia

É fácil confundirmos tragédia e epopéia, mas convém lembrar que, (embora não seja nosso objeto de estudo até aqui) a palavra epopéia deriva de Epos que, em grego significa recitação. A situação épica primitiva era de alguém que narrava um fato a um grupo de ouvintes, distanciando-se, portanto, o narrador em relação ao acontecimento passado, numa posição de confronto. Já a ação dramática da tragédia rigorosa é como um mecanismo que se move sozinho; deve caminhar para frente, não pode voltar no tempo ( o flashback é épico). A epopéia e a tragédia concordam somente em serem ambas imitações de homens superiores, em verso; mas diferem epopéia e tragédia, pelo seu metro único e a forma de narrativa. E também na extensão, pois a tragédia procura limitar a ação em um limite de tempo, já a epopéia não tem limite de tempo.

6. Conclusão

Tanto o trágico como o cômico modifica-ram-se ao longo da história humana. O cômico manteve-se equilibrado sobre o ridículo, fazendo dele a condição básica de sua existência, utilizando-se muitas vezes uso de situações de extrema violência e depreciação irônica do caráter humano para produzir o riso. A tragédia, de certo modo manteve também seu intento primitivo de produzir a catarse, através do sofrimento e morte violenta de seus personagens. Os deuses desapareceram e também o destino controlador da vida do herói trágico. 

Contemporaneamente, o que promove as desgraças de sua existência são os condicionantes hereditariedade e meio. O herói trágico moderno está sujeito à violência cotidiana e aos distúrbios psicológicos favorecidos pela sociedade.

Gênero Literário – Tipos

Gênero literário (mais amplamente conhecido como gêneros literários) é geralmente dividido, desde a Antigüidade, em três grupos: narrativo ou épico, lírico e dramático. Essa divisão partiu dos filósofos da Grécia antiga, Platão e Aristóteles, quando iniciaram estudos para o questionamento daquilo que representaria o literário e como essa representação seria produzida.

Essas três classificações básicas fixadas pela tradição englobam inúmeras categorias menores, comumente denominadas subgêneros. O gênero lírico se faz, na maioria das vezes, em versos e explora a musicalidade das palavras. Entretanto, os outros dois gêneros o narrativo e o dramático ² também podem ser escritos nessa forma, embora modernamente prefira-se a prosa.

Todas as modalidades literárias são influenciadas pelas personagens, pelo espaço e pelo tempo. Todos os gêneros podem ser nãoficcionais ou ficcionais. Os não-ficcionais baseiam-se na realidade, e os ficcionais inventam um mundo, onde os acontecimentos ocorrem coerentemente com o que se passa no enredo da história.

Gênero Épico

O seu papel é relatar um enredo, sendo ele imaginário ou não, situado em tempo e lugar determinados, envolvendo uma ou mais personagens, e assim o faz de diversas formas.

As narrativas utilizam-se de diferentes linguagens: a verbal (oral ou escrita), a visual (por meio da imagem), a gestual (por meio de gestos), além de outras.

Quanto à estrutura, ao conteúdo e à extensão, pode-se classificar as obras narrativas em romances, contos, novelas, poemas épicos, crônicas, fábulas e ensaios.

Todo texto que traz foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço, conflito, clímax e desfecho é classificado como narrativo.

Textos narrativo

Seguem, abaixo, modalidades textuais pertencentes ao gênero narrativo.

Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos de carácter verossímil.
Fábula: é um texto de carácter fantástico que busca ser inverossímil (não tem nenhuma semelhança com a realidade). As personagens principais são animais ou objetos, e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.
Epopéia ou Épico: é uma narrativa feita em versos, num longo poema que ressalta os feitos de um herói ou as aventuras de um povo. Três belos exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, Ilíada e Odisséia, de Homero.
Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. O personagem se caracteriza existencialmente em poucas situações. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.
Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores (conto popular). Caracteriza-se por personagens previamente retratados. Inicialmente, fazia parte da literatura oral e Boccaccio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.
Crônica: é uma narrativa informal, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial, breve, com um toque de humor e crítica.
Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, literário, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico.

Gênero lírico

Na maioria das vezes expresso pela poesia. Entretanto é de grande importância realçar que nem toda poesia pertence ao gênero lírico. Esse gênero preocupa-se principalmente com o mundo interior de quem escreve o poema, o eu-lírico, que pode ser também chamado de sujeito lírico, voz lírica ou voz poética. Os acontecimentos exteriores funcionam como estímulo para o poeta escrever. O que é fundamental em um poema é o trabalho com as palavras, que dá margem à compreensão da emoção, dos pensamentos, sentimentos do eu-lírico e, muitas vezes, levam à reflexão, portanto, sendo geralmente escrito na primeira pessoa do singular.

Na poesia moderna encontram-se muitas manifestações poéticas que criticam a realidade social em que ela está inserida e onde está circulando. Um dos papéis mais importantes do poema é manter viva a experiência histórica da humanidade e registrar os preceitos das épocas que vão se transformando.

No entanto, mesmo quando na poesia o escritor fala da sua experiência e/ou do seu tempo, ele o faz de uma forma diferenciada daquela que geralmente se encontra nos registros dos outros gêneros textuais; nesse caso, o poeta faz uso da memória da linguagem de um passado presente, que se alimenta, entre outras coisas, do inconsciente. A importância da palavra no poema é tão relevante que é possível aproveitar toda a riqueza fonética, morfológica e sintática da língua e, através dela, constroem-se várias maneiras de provocar sensações no íntimo do leitor. Devido a essa intensidade de expressão, as obras líricas tendem a ser breves e a acentuar o ritmo e a musicalidade da linguagem.

Textos líricos Seguem, abaixo, modalidades textuais pertencentes ao gênero lírico:

Ode: é um texto de cunho entusiástico e melódico, em geral, uma música.
Hino
: é um texto de cunho glorificador ou até santificador. Os hinos de países e as músicas religiosas são exemplos de hinos.
Soneto
: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima geralmente em A-BA-B A-B-B-A C-D-C D-C-D.
Haicai
ou haiku: é uma forma de poesia japonesa, sem rima, constituídos normalmente por três versos na ordem de 5-75 sílabas.

Gênero Dramático

É composto de textos que foram escritos para serem encenados em forma de peça de teatro. Para o texto dramático se tornar uma peça, ele deve primeiro ser transformado em um roteiro, para depois poder ser transformado então do gênero espeta. É muito difícil ter definição de texto dramático que o diferencie dos demais gêneros textuais, já que existe uma tendência atual muito grande em teatralizar qualquer tipo de texto. No entanto, a principal característica do texto dramático é a presença do chamado texto principal, composto pela parte do texto que deve ser dito pelos atores na peça e que, muitas vezes, é induzido pelas indicações cênicas, rubricas ou didascálias, texto também chamado de secundário, que informa os atores e o leitor sobre a dinâmica do texto principal.

Por exemplo, antes da fala de um personagem é colocada a expressão: «com voz baixa», indicando como o texto deve ser falado. Já que não existe narrador nesse tipo de texto, o drama é dividido entre as duas personagens locutoras, que entram em cena pela citação de seus nomes. “Classifica-se de drama toda peça teatral caracterizada por seriedade, ou solenidade, em oposição à comédia propriamente dita”.

Apresenta qualquer tema, estrutura-se em dois tipos de textos: rubrica e o discurso direto. Há ausência de narrador e é formado por atos, quadros e cenas.

O Gênero Narrativo e a Linguagem Cotidiana

Na atualidade passou-se a chamar gênero narrativo ao conjunto de obras em que há narrador, personagens e uma seqüência de fatos. É uma variante do gênero épico.

Abrange várias modalidades de texto em que aparecem os seguintes elementos:

Foco narrativo: presença de um elemento que relata a história como participante (1º pessoa)ou como observador (3º pessoa ). E, também há o narrador onisciente.
Enredo:
é a seqüência de fatos, podendo seguir a ordem cronológica em que eles ocorrem (sucessão temporal dos fatos), ou a ordem psicológica (sucessão dos fatos, seguindo as lembranças ou evocações das personagens, apresentando, muitas vezes flashbacks ou voltas ao passado.
Personagem:
seres criados pelo autor com características físicas e psicológicas determinadas.
Campo e espaço:
o momento e o local em que os fatores são narrados e onde se desenrolam.
Conflito:
situação de tensão entre os elementos da narrativa.
Clímax:
a situação criada pelo narrador vai progressivamente aumentando sua dramaticidade até que chega ao clímax, ao ponto máximo.
Desfecho:
momento que recebe o clímax, no qual se finaliza a história e cada personagem se encaminha para seu “destino”.

Desde a antigüidade, os gêneros literários são conhecidos e geralmente são divididos, segundo Aristóteles, em narrativo, lírico e dramático.

Todos as modalidades literárias são influenciadas pelas personagens, pelo espaço e pelo tempo. Todos os gêneros podem ser não-ficcionais ou ficcionais. Os não-ficcionais representam fielmente a realidade, e os ficcionais inventam um mundo onde os acontecimentos ocorrem coerentemente com o que se passa no enredo da história.

Gênero narrativo

O gênero narrativo (também conhecido como género épico ) nada mais faz, a não ser narrar uma história, e assim o faz de diversas formas.

As narrativas utilizam-se de diferentes linguagens: a verbal (oral ou escrita), a visual (por meio da imagem), a gestual (por meio de gestos) etc.

É classificado, assim, todo texto em que traz foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço, conflito, clímax e desfecho.

Romance + é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos de carácter verossímil.

Fábula + é um texto de carácter fantástico que busca ser inverossímil (não tem nenhuma semelhançacom a realidade). Os personagens principais são animais, e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.

Epopéia ou Épico + é uma narrativa feito em versos, num longo poema que ressalta os feitos de um herói ou as aventuras de um povo. Um bom exemplo é Os Lusíadas, de Luís de Camões, Ilíada e Odisséia, de Homero. Novela + é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevialidade do conto. O personagem se caracteriza existencialmente em poucas situações. Exemplos denovela são O alienista, de Machado de Assis, e A metamorfose, de Kafka. Conto + é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores (conto popular).

Caracteriza-se por personagens breviamente retratados. Inicialmente fazia parte da literatura oral, Boccaccio foi o primeiro a transformá-lo em escrita publicando Decamerão. Crônica + é uma narrativa informal, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial, breve e com toque de humor e crítica. Ensaio + é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo idéias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, literário, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico.

Isso tudo é uma característica dos tipos de gêneros narrativos.

Gênero lírico

É na maioria das vezes expressa pela poesia. Entretanto é de grande importância realçar que nem toda poesia pertence ao género lírico.

Esse gênero se preocupa principalmente com o mundo interior dequem escreve o poema, o eu-lírico. Os acontecimentos exteriores funcionam como estímulo para o poeta escrever. O que é fundamental em um poema é o trabalho com as palavras, que dá margem à compreensão da emoção, dos pensamentos, sentimentos do eu-lírico e, muitas vezes, levam à reflexão, portanto, sendo geralmente escrito na primeira pessoa do singular.

Na poesia moderna encontram-se muitas manifestações poéticas que criticam a realidade social em que ela está inserida e onde está circulando. Um dos papéis mais importantes do poema é manter viva a experiência histórica da humanidade e registrar os preceitos das épocas que vão se transformando.

No entanto, mesmo quando na poesia o escritor fala da sua experiência e/ou do seu tempo, ele o faz de uma forma diferenciada daquela que geralmente se encontra nos registros dos outros gêneros textuais; nesse caso, o poeta faz uso da memória da linguagem de um passado presente, que se alimenta, entre outras coisas, do inconsciente. A importância da palavra no poema é tão relevante que é possível aproveitar toda a riqueza fonética, morfológica e sintática da língua e, através dela, constroem-se várias maneiras de provocar sensações no íntimo do leitor.

Ode + é um texto de cunho entusiástico e melódico, em geral uma música. Hino + é um texto de cunho glorificador ou até santificador. Os hinos de países e as músicas religiosas são exemplos de hino.

Soneto + é um texto em poesia com 14 versos, caracterizado em dois quartetos e dois tercetos, com rima geralmente em A-B-A-B A-B-B-A C-D-C D-C-D.

Haicai ou Haiku + é uma forma de poesia japonesa, sem rima constituidos normalmente por três versos na ordem de 5-7-5 sílabas.

Gênero dramático

É composto de textos que foram escritos para serem encenados em forma de peça de teatro. Para o texto dramático se tornar uma peça, ele deve primeiro ser transformado em um roteiro, para depois poder ser transformado em um texto do gênero espetacular.

É muito difícil ter definição de texto dramático que o diferencie dos demais gêneros textuais, já que existe uma tendência atual muito grande em teatralizar qualquer tipo de texto. No entanto, a principal característica do texto dramático é a presença do chamado texto principal, composto pela parte do texto que deve ser dito pelos autores na peça e que, muitas vezes, é induzido pelas indicações cênicas, ou didascálias, texto também chamado de secundário, que informa os atores e o leitor sobre a dinâmica do texto principal.

Por exemplo, antes da fala de um personagem é colocada a expressão: «com voz baixa», indicando como o texto deve ser falado.

Já que não existe narrador nesse tipo de texto, o drama é dividido entre as duas personagens locutoras, que entram em cena pela citação de seus nomes.

Drama atualmente “classifica-se de drama toda peça teatral caracterizada por seriedade, ou solenidade, em oposição à comédia propriamente dita”.

Subclassificações dos gêneros

Elegia + é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do texto.Um bom exemplo é a grande peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare.

Epitalâmia + é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.

Sátira + é um texto de caráter ridicularizador, podendo ser também uma crítica indireta a algum fato ou a alguém. Uma piada é um bom exemplo de sátira.

Farsa + é um texto onde os personagens principais podem ser duas ou mais pessoas diferentes e não serem reconhecidos pelos feitos dessa pessoa.

Gênero Épico

Feito em versos, num longo poema que ressalta as qualidades de um herói, o qual é antagonista de fatos irreais ou trágicos. Através deles, são contados os feitos heróicos de um povo.

Exemplo: “Os Lusíadas”, herói: Vasco da Gama, povo ressaltado: Portugueses, feito heróico: Grandes Navegações -> contornar a África.

Gênero Lírico

É a conhecida poesia.

Esse gênero se preocupa principalmente com o mundo interior de quem escreve o poema: o eu-lírico. Os acontecimentos exteriores funcionam como estímulo para o poeta escrever. O que é fundamental em um poema é o trabalho com as palavras, que dá margem à compreensão da emoção, dos pensamentos, sentimentos do eu-lírico e, muitas vezes, levam à reflexão.

O gênero dramático compreende as seguintes modalidades:

Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror”.
Comédia:
é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil, em geral criticando os costumes. Sua origem grega está ligada às festas populares, celebrando a fecundidade da natureza.
Tragicomédia:
modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário.
Farsa:
pequena peça teatral, de caráter ridículo e caricatural, que crítica a sociedade e seus costumes; baseia-se no lema latino Ridendo castigat mores (Rindo, castigam-se os costumes).

Gêneros Literários: Poesia X Prosa

A prosa tem um tema que reflete a realidade exterior, que mostra o mundo de fora, o que o autor observa. Ela é mais objetiva, mais concreta que a poesia, e por essa razão se utilizam linhas continuas.

Poesia – apresenta linguagem conotativa, escrita em versos. Ela é extremamente subjetiva, apresentando os sentimentos, a realidade interior. A poesia é abstrata e utiliza diversas figuras de linguagem.

A poesia pode ser dividida em lírica e épica:

A poesia lírica lida com um eu – lírico, ela reflete a realidade interior de UM homem. Por exemplo um autor.
A poesia épica l
ida com um eu lírico (nós lírico) que representa VARIOS homens. Como no caso de os Lusíadas, em que o eu lírico representa o povo português.

Antigamente nas poesias épicas era obrigatório haver fato históricos, mas hoje a definição foi alterada para a representação do eu lírico.

A Prosa pode ser dividida em:

Contos – apenas uma célula dramática, um conflito, e tudo gira em torno desse conflito.
Novelas –
vários conflitos, que apesar de estarem ligados, são independentes, ou seja, não são necessariamente ligados uns aos outros.
Romances –
possuem varias células dramáticas ou conflitos, sendo um deles o principal, e todos os outros giram em torno dele. Nos romances os conflitos estão diretamente relacionados, e personagens estão interligados.

História da Literatura – Escolas Literárias

Trovadorismo – 1189 ou 1198
Humanismo – 1434
Classicismo – 1527 Quinhentismo no Brasil – 1500
Barroco – 1580 Brasil – 1601
Arcadismo – 1756 Brasil – 1768
Romantismo – 1825 Brasil – 1836
Realismo – 1865 Brasil – 1881

Escola Literária – um conjunto de características ou semelhanças predominantes durante certo período de tempo

Estilo de época – são as características semelhantes entre um conjunto de artistas de certa época

Arcadismo ou Neoclassicismo – a volta da racionalidade e antropocentrismo clássica, dos descobrimentos e busca pelo poder e o equilíbrio. É objetiva, como a racionalidade da época.

Século XVIII

Surgiu em meio a:

Iluminismo burguês – necessidade de mudar da crise e da escuridão, para uma época de luz e clareza. Eles querem um caminho de objetividade, de ciência. Eles não querem mais o caminho espiritual. Isso se deve ao fato de a burguesia ter enriquecido durante o tempo. Ela tinha o poder econômico e queria o poder político.

Escola literária

Arcádia lusitana (Portugal)
Arcádia ultramarina (Brasil)

O termo Arcádia vem do grego da época clássica, e quer dizer: um lugar em que as pessoas vivem uma vida simples, em contato com a natureza, tocando musicas, e vendo pastores e ninfas.

A Inconfidência mineira no Brasil. Os brasileiros que estudavam na Europa trouxeram os ideais de liberdade para o Brasil.

Na época foram utilizadas frases do latim:

Inutilia truncat – acabar com as inutilidades da vida, que nesse caso eram os exageros barrocos, como por exemplo, a arte. O homem do arcadismo queria a simplicidade.
Carpe diem –
vamos aproveitar enquanto há tempo, pois a vida é curta
Fugere urbem- a fuga da cidade para o campo.
Áurea mediocritas –
a verdadeira felicidade não esta nas riquezas e sim no que é simples.

Essas frases como o ambiente BUCÓLICO (arvores, rios, lagos, animais, montanhas) representam muito bem os ideais do Arcadismo.

Nessa época a literatura era muito longe da realidade, pois os escritores que falavam de uma vida simples eram na verdade burgueses ricos, que viviam muito bem na cidade. Eles falavam que tinham que acabar com a busca pelas riquezas, porque na época as riquezas estavam relacionadas a nobreza. Os burgueses queriam que as riquezas passassem a pertencer a eles.

Sempre que havia a volta dos ideais clássicos, havia o retorno da estrutura fixa, com os sonetos e octetos, os versos decassílabos…

Arcadismo – a poesia épica Brasileira

Caramuru da Santa Rita Durão

Caramuru fala de Diogo Alves Corrêa, um europeu que naufraga e chega no Brasil. Ele é capturado por uma tribo canibal. Quando ele estava prestes as ser comido, ele usa uma arma de fogo, que assusta os índios. Esse então acreditam que Diogo era Caramuru, o deus do trovão. Eles o tornam seu chefe, e ele se casa com suas mulheres, Paraguaçu e Moema. Certo dia um navio europeu chega e Diogo vê sua chance de ir embora. Mas, ele sabia que não poderia levar uma mulher de volta para casa, então ele escolhe Paraguaçu e Moema fica inconformada.

Quando os dois vão embora, Moema pula no mar e sai nadando atrás do barco. Ao fim ela morre.

Esse lado emocional do poema pode-se perceber que foge dos ideais árcades. Caramuru só se localiza do Arcadismo cronologicamente.

O Uruguai de Basílio da Gama

O Uruguai fala sobre a destruição das 7 missões brasileiras que na época viviam os jesuítas e os índios guaranis.

No entanto no poema, o autor, faz com que os jesuítas pareçam mal, porque eles passaram muito tempo com os índios.

Esse poema fala de uma índia muito bonita chamada Lindóia, que amava um índio chamado Cacamo. Só que havia um jesuíta chamado Baldo, que tinha um filho chamado Baldeta. Baldo queria que seu filho casasse com Lindóia. Ela, que não amava Baldeta, acaba fugindo para floresta, e deita-se ao lado de uma serpente.

Já que ela não poderia viver com Cacamo, ela preferia a morte, e assim ela se deixa morrer.

O Uruguai apesar de seguir características do Arcadismo como o poema épico, os fatos históricos, e o ambiente de natureza; ele já começava a apresentar uma estrutura diferente, que não possuía estrofes, nem as rimas e nem os versos decassílabos. O Uruguai já apresenta uma ruptura do esquema camoniano, e começa a ser prosa.

Ambos esses apresentam o indianismo/nativismo, em que os índios são vistos como heróis, sua beleza e cultura são apreciadas. Esses episódios possuem mais a emoção do que a razão, e fazem parte da transição do arcadismo para o romantismo.

Romantismo – século XVIII

Naquela época veio o iluminismo burguês, e na Europa ocorreram a Revolução Francesa e a Industrial. No Brasil ocorreu a independência, após a corte ter vindo, e ser necessário a construção de bibliotecas e faculdades.

Com a Revolução Industrial vieram os avanços tecnológicos, a ciência, a modernidade e a tipografia, e assim a literatura se tornou acessível para um publico maio. Ela se tornou o maior meio de entretenimento da época para os burgueses que tinham tempo e dinheiro.

Com a Revolução Francesa vieram os ideais, as novas expectativas: Igualdade, Fraternidade e Liberdade.

Em meio a essa euforia surgiu o Romantismo.

Mas também naquela época surgiram os problemas, com a classe operária escrava que trabalhava durante horas, recebendo pouco e muitas vezes se machucando. A classe dos proletariados.

Alguns críticos dizem que o Romantismo é: Da burguesia, pela burguesia, para a burguesia.

Os burgueses buscavam na literatura, algo que falasse sobre como eles queriam que o mundo fosse idealizado e perfeito.

Idealização da realidade

amor vence tudo
mulheres maravilhosas, delicadas, que lutavam pelo seu amor
homens fortes, bonitos, fiéis
sociedade perfeita

Os românticos, vivendo em seu próprio mundo, perderam a noção do social, da coletividade. Eles criaram um mundo próprio, extremamente pessoal, que valorizava o eu interior.

No entanto a realidade em meio a revolução industrial não era bonita, era suja, poluída, com sofrimento. Os românticos preferiam fugir daquela realidade para uma idealizada.

Essa literatura era egocêntrica (egocentrismo) em que apenas se pensava em si próprio, eles eram egoístas.

No Romantismo também há o:

Nacionalismo – que veio com a independência e a revolução. Eles queria, exaltar a pátria, e para isso eles queria,m lembrar dos momentos gloriosos. Assim eles foram buscar no passado, nas suas origens, a Idade Média.

Assim surge o:

Medievalismo – e com esse o retorno do teocêntrismo.

Para encontrar fatos gloriosos precisa-se ter um herói nacional, que no caso dos europeus foram trazidos do passado os cavaleiros medievais.

No Brasil as características dos romantismo são muito semelhantes a dos europeus. Há a valorização da pátria nacional, só que em vez de buscar na Idade Média (que não existia) ele vão buscar nas suas origens, o descobrimento. Assim o herói nacional brasileiro é o índio.

Claro que esses heróis eram também idealizados, perfeitos, tanto os índios quanto os cavaleiros.

Lembrando que não era a realidade verdadeira porque os índios da época já estavam em sua grande maioria mortos.

Os românticos se separaram da realidade, mas cedo ou tarde a realidade idealizada entre em choque com o mundo real. Isso acabou acontecendo no auge do romantismo, e os românticos acabaram descobrindo que seus ideais perfeitos, que foram prometidos durante a revolução, não estavam acontecendo. Assim, eles se desesperaram, eles queriam mais do que nunca fugir de todo aquele horror. Em seu auge, o romantismo entra em uma época de decadência, marcada pela preferência em se esconder na noite, não enxergando a situação em que viviam.

A Obra que dá origem ao romantismo na Europa é “Os sofrimentos do jovem Werther” de Goethe. Essa fala sobre a vida de Werther, um jovem que se separou da vida social, mas acaba conhecendo uma mulher pela qual se apaixona. Ela já estava noiva e o jovem sofre tanto com isso que acaba se matando.

Essas características, a morte pelo amor não correspondido, a separação social, tudo isso é típico do romantismo.

Já a obra que deu origem ao Romantismo em Portugal foi Camões de Almeida Garret. Ela fala sobre a excitante vida de Camões, cheia de amores e aventuras, uma vida que os românticos sonhavam em ter. Essa vida cheia de emoções é outra característica da escola.

Outra obra famosa é Viagens na minha terra, em que a grande presença do nacionalismo.

Mas os mais importantes são:

Alexandre Herculano, Eurico, o presbítero, romance histórico que mostra o resgate às origens.

Camilo Castelo Branco – o autor mais popular e o mais lido no século dele. Escreveu novelas passionais (que envolvem fortes emoções) Amor de Perdição e Amor de Salvação.

Ele teve uma vida típica de um romance, ficou órfão cedo, teve educação pobre, casou-se cedo e se separou, teve um caso com uma mulher casada e os dois acabaram presos, casaram-se após a morte do marido dela, teve um filho com problemas mentais, quase ficou cego, se suicida.

Romantismo no Brasil

Foi muito influenciado pela independência (1822). Em 1836, houve o inicio do Romantismo no Brasil, com a publicação de “Suspiros poéticos e saudades” de Gonçalves de Magalhães. Claro que como toda obra que inicia um período, ela apresenta traços do anterior. Um pouco antes o rei de Portugal veio para cá, e isso fez com que bibliotecas, escolas, tipografias, e o desenvolvimento da prosa ocorressem.

Fases da Poesia Romântica

Primeira Geração – nacionalista ou indianista
Segunda Geração – mal – do – século ou byroniana (Lord Byron)
Terceira Geração – condoreira ou hugoana (Victor Hugo)

Romantismo – tipos de prosa

Romance indianista
Romance urbano
Romance regional

Poesia – Primeira geração

Nacionalista (sentimento natural de um país que conquistou sua independência) e Indianista (procuraram os heróis no século XV, nas raízes – o índio) Aversão a Portugal – não queriam saber de Portugal Seus maiores representantes foram Gonçalves de Magalhães

Gonçalves Dias – que foi realmente consolidou a poesia indianista no Brasil.

Gonçalves Dias era um típico brasileiro com sangue negro, branco e indígena. Ele fez várias viagens pelo país, o que ajudou-o a escrever sobre o Brasil que via.

Foi ele que implantou e solidificou a poesia romântica em nossa literatura. Sua obra pode ser considerada a realização de um verdadeiro projeto de construção brasileira. Ele, buscando captar a sensibilidade e os sentimentos do nosso povo, criou uma poesia para o índio e para a natureza brasileira, expressa numa linguagem simples e acessível. Seus versos exploram métricas e ritmos variados e cultivou também poemas religiosos. Em sua poesia épica, canta os feitos heróicos de índios valorosos, substitutos da figura do herói medieval europeu. Na lírica tem como temas mais comuns a pátria, a natureza, Deus, índio e o amor não correspondido.

Canção do Exílio

Ele foi para a Europa estudar, mas sentia tantas saudades de sua pátria, que parecia estar exilado. O texto é o mais nacionalista que o Brasil possui, tanto que faz parte do hino nacional. Os versos idealizados são típicos do romantismo. Nesse texto o lá é o Brasil, e o cá e a Europa. Existem inúmeras parodias dessa canção.

O Canto do Piaga

O texto é indianista, há a presença da natureza e das matas.

O Piaga é o líder espiritual da tribo, ele se dirige aos guerreiros a fala que eles precisam ouvir porque os deuses estavam falando por ele.

Um espectro com um crânio e uma cobra aparece, e assusta o piaga.

A visão fala que o maracá (cajado) estava vibrando mas que o piaga não ouvia, prevê algo ruim.

Ele fala que fenômenos naturais estranhos estavam acontecendo e que o piaga não percebia.

Fala que os anhangas (espíritos ruins) não estavam deixando o piaga sonhar, e que os mânitos (espíritos bons) já tinham fugido.

O espectro utiliza elementos da mata para poder identificar o que estava para vir pois ele não conhecia.

Fala que monstros iriam chegar, matariam os guerreiros, trariam a crueldade e desrespeitariam o que os índios tem de sagrado.

Os índios teriam que fugir, e poucos índios restaria.

Gonçalves pode fazer essas premonições porque ele já sabia o que tinha acontecido.

Características:

Lusofobia – aversão a tudo que vem de Portugal, os colonizadores aparecem como monstros

liberdade formal do texto
rimas e ritmo todo verso tem alternância de sílabas tônicas (fortes) e átonas (fracas). Isso um ritmo de tambor. O autor conseguia auxiliar o tema e a estrutura com a temática.

I – Juca – Pirama

Considerado o mais perfeito poema épico indianista de nossa literatura, Narra a história de um índio guerreiro que é capturado, e prefere passar a vergonha de ser um covarde e não morrer para poder salvar seu pai. Seu pai o amaldiçoa e o manda de volta para lutar e morrer como um guerreiro que luta pela sua pátria e seus descendentes.

Gênero Literário – Narrativa

Introdução

O Gênero Narrativo, resultante da evolução do gênero épico, é um dos mais importantes de todos os tempos. Hoje, ocorre sobre tudo no romance, no conto, na novela e na crônica.

Sua característica é apresentar uma história, uma sequência de fatos com os seguintes elementos:

personagem
ambiente
enredo
tempo

A personagem

A personagem não corresponde a realidade. É uma ficção, produto da imaginação do autor, embora, por isso mesmo, possa assemelhar-se a uma pessoa real.

É frequente, que a personagem tome outros aspectos, como:

Uma animal, um vegetal ou mesmo um ser inanimado
Um conjunto de pessoas, de animais, de seres inanimados, quando se chama personagem coletiva.

Dois traços básicos marcam as personagens:

Os físicos – que são mais evidentes, pois referem-se à altura, ao peso, à cor da pele etc.

Os psicológicos – cuja compreensão requer mais atenção por parte do leitor, pois dizem respeito a idéias, sentimentos, emoções, lembranças etc.

Personagens:

Individuais: Temístocles, o prefeito etc
Coletivos: os dois times, as duas cidades etc

Nem todos te a mesma importância. Por isso, alguns não chegam a ter nome, enquanto outros são melhor caracterizados.

Características físicas:

Temístocles: chutava com as duas pernas, era forte como um touro etc.
Colossal:
era crioulo.

Características psicológicas:

Temístocles: corajoso, profissionalmente instável, sedutor etc.
Betinho:
inexperiente.

O Ambiente

O ambiente consiste no espaço onde ocorrem as ações narradas.

Dois aspectos assumem relevo:

O físico – é integrado pelos lugares onde ocorrem as ações narradas: campo ou cidade; cidade do interior ou metrópole etc; lugares públicos ou privados: a rua, o campo de futebol, o bar, a praça etc.
O cultural –
estabelecido pelas instituições sociais em jogo, seja nas personagens, seja através do enredo, como as maneiras de atuar e reagir, individuais ou grupais, os costumes, os hábitos, os instrumentos de trabalho ou de lazer etc.

No texto lido, por exemplo, há:

Dois níveis do espaço físico: em primeiro lugar, uma cidade do interior brasileiro; em segundo, um local da prefeitura.
Quanto a traços do espaço cultural:
gosto pelo futebol, rivalidade entre as cidades, suborno de jogadores, idealização dos jogadores de futebol, com criação de lendas e p aixões despertadas por Temístocles etc.

O Enredo

Pode se entender o enredo como conjunto dos acontecimentos de que participam as personagens, no ambiente dado, durante determinado tempo.

São constituintes essenciais do enredo, na ordem em que se apresentam:

A disputa entre duas cidades, por causa do futebol;
O suborno do centroavante de umas dessas cidades;
A nessecidade e a procura de um substituto;
A saída de um emissário para contato com o substituto;
A expectativa da cidade e as lendas sobre o substituto;
O retorno do emissário.

O Tempo

Em toda narrativa existe um limite de tempo para as ações das personagens, ou, dizendo de outra maneira: o enredo tem um limite inicial e um limite final de tempo. Há histórias que duram por alguns momentos; outras, um ou vários dias. Há romances que abrangem meses ou anos.

O tempo pode ser cronológico ou psicológico:

O tempo é cronológico quando os acontecimentos se ordenam naturalmente na sequencia temporal do mundo físico como o que se dá na história de Temístocles.
O tempo é psicológico
na história cujos fatos não se organizam pelo relógio ou pelo calendário, mas pela vida interior da personagem, para dizer o que ocorre em seu íntimo, como pensamentos, emoções, sentimentos.

As origens e formas das narrativas

Originalmente, as narratiivas eram elaboradas em verso. É o caso da epopéia e do poema narrativo.

À epopéia cabia exaltar os heróis nacionais e seus grandes feitos.

Elaborada em versos solenes, revelava, mediante a narração de atos heróicos, o nacionalismo, o heroismo e o maravilhoso.

São obras épicas importantes na cultura ocidental:

Na Grécia: a Ilíada e a Odisséia, de Homero;
Em Roma: a Eneida, de Virgílio;
Em Portugal: os Lusíadas, de Camões.

O poema narrativo era uma composição em verso que continha personagens e apresentava uma sequencia cronológica de fatos, com extensão bem menor que a epopéia e sem sua grandiosidade.

A alteração dos padrões culturais entre os séculos XVI e XVIII provocou a evolução dos gêneros. A epopéia cede lugar de importância ao romance.

O Lirismo

Introdução

A palavra lirismo deriva de lira, porque, nas origens, refria-se a canções que eram acompanhadas pela melodia desse instrumento musical. Depois do texto passou a ser lido, em vez de cantado e musicado.

O texto lírico, tal como o narrativo, é uma expressão do indivíduo: ambos resultam da relação entre o homem e a realidade que o circunda. No caso do indivíduo, em que a relação se dá entre o eu e a realidade, um dos dois sempre assumem maior importância e peso.

Nos textos literários, que expressam tal relação, o desequilíbrio entre os elementos leva a duas situações:

objetividade: quando a expressão dá maior peso a realidade e, em consequencia, menor valor ao eu. Neste caso, os seres são figurados idênticos a si mesmos, predominando a linguagem denotativa, os aspectos descritivos do mundo exterior;
subjetividade- quando a expressão atribui mais importância ao eu que à realidade.

Aqui, o que predomina é a vida interior do eu: suas emoções, seus sentimentos, seus desejos, suas lembranças do passado.

Comparando-se o lirismo com a narrativa, temos:

Lirismo: maior subjetividade;
Narrativa: maior objetividade.

O Gênero lírico é autêntica fala do coração, do eu, que se denomina eu-lirico.

Por isso, a composição lírica é geralmente curta e se utiliza do verso, apelando quase sempre a melodia envolvendo os recursos de linguagem poética.

Embora, em literatura, a palavra poesia praticamente seja sinônimo de lírico, por relacionar-se a sentimentos e emoções pessoais, ela é praticamente impossível de definir, podendo ocorrer sem verso e até fora da linguagem literária, como num filme, numa cena doméstica ou em outras situações.

As origens e as formas do lirismo

No passado remoto, em suas origens gregas, as formas líricas eram inúmeras, classificando-se conforme cantassem sentimentos guerreiros, políticos, morais, amorosos, ou conforme se destinassem ao tanto individual ou por um coro.

Modernamente, as classificações tenderam a desaparecer, designando-se de maneira geral, como poemas as composições líricas.

Entre algumas que permaneceram por mais tempo ou tiveram mais importância, estão:

O soneto – forma poética com 14 versos que se apresentam em dois quartetos e dois tercetos. É uma das formas de mais difícil elaboração, exatamente por Ter um método exato e por envolver grandes necessidades de síntese, com um esquema de rimas bastante rigoroso;
A ode – geralmente bem mais longa que o soneto, comportava vários tipos de sentimentos, inclusive a análise de conceitos, pensamentos e reflexões;
A balada – canção para ser dançada, que envolvia tanto aspectos narrativos como líricos;
A elegia – destinada, de maneira geral a assuntos mais ligados a tristeza e a melancolia;
A cantiga – era de caráter popular e desenvolve-se na idade média.

O Teatro

O gênero gramático, hoje simplesmente teatro, contém elementos literários e não literários.

O teatro dispensa o narrador, uma vez que cada personagem fala por si mesma, por ter vida própria , o que não sucede na narrativa, em que o narrador de certa forma comanda as personagens. Embora em ambos os gêneros haja acontecimentos, enquanto a narrativa os apresenta, de forma indireta – pela leitura-, à imaginação do leitor, o teatro os representa, isto é, torna os presentes, no palco ou em espaço equivalente, diante dos olhos do espectador.

O elemento literário é o texto.

Os não literários são:

O cenário – espaço físico decorado conforme os objetivos do texto;
As personagens – figuras concretas que se mivimentam, que atuam, tornando presentes, representando, as ações que o texto envolve;
a comunicação direta, auditiva e visual, com os espectadores.

O conjunto desses elementos é hoje designado como espetáculo , embora nem todo espetáculo seja teatro. Este exije texto-base literário, ou seja, de ficção pela palavra.

As origens e formas dramáticas

Os textos do gênero dramático, e suas origens greco-latinas, eram:

A tragédia – era, para os gregos, o nome de representações em honra do Deus Baco, ou Dionísio. Como explica um estudioso, “a tragédia é uma desgraça final e impressionante, motivada pelo um erro imprevisto ou involuntário, envolvendo pessoas que merecem respeito e simpatia. Geralmente implica uma irônica mudança da sorte e comunica uma forte impressão de vazio. As mais das vezes, esta se faz acompanhar de infelicidades e sofrimentos emocionais”.
A comédia –
ao contrário da tragédia, não pressupunha tema sério. Também originária dos cultos a Baco, envolvia assuntos leves, divertidos e até grosseiros.

O drama é modalidade recente e liga-se à evolução social que deu grande ênfase aos temas históricos e burgueses. Reúne elementos que antes eram próprios tanto das tragédias, quanto da comédia. Contém, por isso, assuntos sérios e cômicos, próprios da vida social, como os hábitos e costumes, as crenças, os preconceitos. Não raro, toma formas críticas, acentuando os vícios sociais e políticos.

O Trovadorismo

Trovadorismo é a escola literária que floresceu em Provença, sul da França, no fim do séc. XI, dominando a poesia européia até o século XIV.

Panorama Histórico-literário

Com o fim do Império Romano do Ocidente (476 a. D.) e as invasões bárbaras que assolaram a Europa, iniciou-se a idade média. As cidades se despovoaram e a população refugiou-se no campo, passando a viver no domínio de grandes propriedades rurais, chamadas feudos, e permitiram a instalação do povo humilde em suas terras, como servos, na condição de prestarem serviços, pagarem tributos e obedeceram aos senhores. Estes, em troca, ofereciam-lhes proteção.

Proteção. Num mundo violento, esse era um bom desejado por todos. Os próprios senhores feudais organizavam-se visando reforçar a capacidade de enfrentar ataques. A forma que encontraram para isso foi chamada relação de vassalagem, tipo de aliança em que um grande senhor feudal concedia parte de suas terras a outro nobre, para que este formasse um novo feudo. Em retribuição ao Dom, o beneficiado jurava lealdade ao benfeitor, prometendo também se juntar a ele nos combates. O senhor que concedia o feudo era chamado suserano, que recebia, vassalo.

A função social da aristocracia era de caráter militar. A educação dos jovens da nobreza voltava-se principalmente para a formação de cavaleiros, isto é, guerreiros a cavalos. Armar-se cavaleiro, ingressando na Ordem da Cavalaria, era um privilégio a que todo nobre aspirava, sobretudo os pobres, isto é, os que não tinham terras. Na educação do cavaleiro, incutia-se o ideal heróico, constituído de honra, coragem e lealdade. Simultaneamente, dava-se o adestramento nas armas. Mas, como tudo na Idade Média, não se concebia o ideal de nobreza independente da religião. O cavaleiro devia fazer da piedade e da virtude a própria essência de seu comportamento.

A Igrja Romana foi a força cultural mais influente da Idade Média. A ela coube a tarefa de explicar e justificar o mundo, e ela o fez através do teocentrismo.

Segundo essa ideologia, há uma ordem perfeita e imutável no universo e na sociedade, e essa ordem perfeita e imutável no universo e na sociedade, e essa ordem provém de Deus, que é o centro de tudo. Portanto, tudo deve voltar-se a Ele, o que justifica de se posicionar os bens espirituais acima dos materiais, cultivando-se os valores cristãos.

O ideal cavalheiresco

A literatura medieval expressa vivamente o espírito cavalheiresco, mescla de valores aristocráticos e religiosos, como se pode notar nas novelas de cavalaria e na poesia trovadolesca.

As novelas de cavalaria deram razão, principalmente, ao espírito épico cavalheiresco. Trata-se de composições narrativas em prosaque celebram feitos de armas de heróis exemplares, como os cavaleiros da Távola Redonda do Rei Arthur, enaltecendo virtudes guerreiras e morais, de acordo com o ideal ascético do cristianismo.

A poesia trovadoresca provençal, por sua vez, foi a expressão mais alta do lirismo europeu medievo, anterior a Dante e Petrarca.

O amor cortês

Nas cortes feudais de Provença, desnevolveu-se uma cultura sofisticada, de sensibilidade mundana, atenta à natureza e voltada para a valorização sensual do amor e da mulher.

Nunca o amor fora tratado como o centro da vida, tal como se deu na poesia dos trovadores e jograis. Nessa poesia, o jogo amoroso obedece a um intrincado conjunto de regras, que reflete o comportamento da corte feudal. Por isso, fala-se em amor cortês para caracterizá-lo. Entre essas regras, destaca-se a da mesura (ponderação, senso de medida), que não permitia mencionar o nome da amada uma vez que a mulher era casada. Esse amor adulterino destoa da moral teocêntrica. Com o tempo, o culto à mulher foi adquirindo contornos mais espiritualistas, a ponto de o sentimento inspirado por ela ser sublimado na forma de amor platônico. O trovsdor apaixonado presta vassalagem à senhora amada, inatingível. A vassalagem amorosa metaforiza a relação de vassalagem, que defina os vínculos hierárquicos da nobreza feudal.

O Barroco

O barroco da História da Arte, é o estilo que marca presença desde o fim do séc.XVI até meados do séc. XVIII; no entanto, seu período mais característico é o mesmo o séc. XVII.

A hipótese mais difundida para justificar a denominação dada período da arte é a de que o termo “barroco” deriva de Broatki, província da Índia descoberta por colonizadores portugueses em 1510. Esses comrciantes passaram a chamar a região de Baróquia, porque lá se colhia, em abundancia, um tipo muito especial de pérolas; de superfície áspera, bastante irregular e com uma coloração que mesclava tons brancos e escuros. O aspecto estranho e bizarro dessas pérolas fez com que elas se tornassem muito solicitadas na Europa.

O termo foi incorporado à arte porque o Barroco privilegia a riqueza de detalhes e de ornatos. Na pintura, caracteriza-se como a arte do chiaroscuro (claro-escuro). A predominância de linhas curvas, com forte sugestão de movimento, explorando novos efeitos de perspectiva e de aparência irreais, com muitas filigramas na ornamentação (folhagens, volutas, arabescos) são elementos que se aglutinam para reforçar a propriedade de tal identificação.

Panorama Histórico-literário

Complexo e multiforme, o Barroco diferencia-se do Classicismo anterior pela exuberância de imaginação e pela efervescência de imagens sinuosas e assimétricas.

Transgredindo o princípio da harmonia universal buscando pelos clássicos, o Barroco se caracteriza pela contorção das formas e pela instabilidade.

O dinamismo e o desequilíbrio , marcas características do Barroco, de certa maneira espelham as reações da Igreja e das monarquias absolutitas ao processo revolucionário instaurado pelo Renascimento e pela Reforma. O epicentro desse reacionarismo ultraconservador foi a Espanha de Felipe II, manifestando-se intensamente nos sessenta anos em que esse país dominou Portugal (1580-1640).

A contra ofensiva da Igreja teve início com a realização do Concílio de Trento (1545-63), que restabeleceu normas doutrinas e morais rígidas, reativando a Inquisição, com suas práticas de perseguição, tortua e outras hostilidades aos considerados “herges”.

Empenhada em restaurar seu prestígio e seu poder, a Igreja instituiu também o Index Libri Improbi (1571), em que listava as obras de leitura proibida aos católicos.

Além das que divulgavam o pensamento reformista de Martinho Lutero e João Calvino, incluíam-se nessa relação as obras de Niccolò Maquiavel, Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Isaac Newton, Giordano Bruno e muitos outros. Assim, uma época de fascinante abertura, sucedia-se um período de obscurantismo e repressão, armado pela Igrja e apoiado pelas monarquias absolutas.

A comphania de Jesus, fundada em 1540 para servir de ponta-de-lança à Contra Reforma, assumiu o controle das principais escolas e universidades, impondo-lhes a filosofia da escolática medieval em sua corrente tomista, de linha mais tradicional e intransigentemente dogmática.

Esse autoritarismo mandonista da Igreja refletiu-se em praticamente todas as formas de arte barroca. Como a religião transformara-se de novo em elemento primordial da vida individual e coletiva, o Barroco tornou-se, nos países católicos, a arte da Contra-Reforma.

O Dualismo Existencial

O homem barroco, pelas cincurstâncias já referidas, teve uma vida tensa, tornando-se um ser dividido e angustiado.

Essa sensação sufocante provém das pressões antagônicas a que foi submetido: de um lado, encurralado pela Contra-Reforma; do outro, querendo preservara perspectiva libertária que lhe fora revelada pelo Renascimento.

Acuado, o que fez para sair desse impasse? Assumiu diante da vida atitudes duplas e contraditórias: procurou conciliar o antropocentrismo renascentista com o teocentrismo medieval/contra-reformista. A essa busca de síntese existencial corresponde o fusionismo ou hibridismo, traço fundamental da arte barroca. Tornou-se assim um ser “anfíbio”: procurou desfrutar os prazeres materiais da efêmera vida terrena (temática do carpe diem horaciano, “aproveita intensamente o dia”), ao mesmo tempo em que se reaproximou da Igreja para assegurar a felicidade eterna.

Para alcançá-la, sentiu necessidade de dialogar com Deus, pois “o santo só pode surgir através do homem”, como considerava Pe. Antônio Vieira, o escritor mais representativo do Barroco na lígua portuguesa.

Esse dilema, essa permanente sensação de dúvida, insegurança e hesitação vem demonstrada, por exemplo, do soneto seguinte:

“Delírios da Natureza”

Em um ponto muito me alegro, e me entristeço,
Choro,e rio, ouso, e temo, vivo, e morro,
Caio, e grito, contemplo, e não discorro,
Parto, e fico, não vou e me dispeço.

Lembrando-me de mim, de mim me esqueço
Ora fujo, ora torno, paro e corro,
Já atado, já solto, preso, e forro,
Lince, e cego,me ignoro, e me conheço.

Eu mesmo me acredito, e me desminto
Eu mesmo agravo o mal, e peço a cura
Eu mesmo me consolo e me ressinto.

Saiba, pois, toda a humana criatura,
Que, para escapar deste labirinto,
Há de fugir às mãos da formosura.

O Romantismo

O Romantismo é a arte do sonho e da fantasia. Valoriza as forças criativas do indivíduo e da imaginação popular.

Opõe-se à arte equilibrada dos clássicos e baseia-se na inspiração fugaz dos momentos fortes da vida subjetiva: na fé, no sonho, na paixão, na intuição, na saudade, no sentimento da natureza e na força das lendas nacionais.

Panorama Histórico-literário

A arte romântica domina a primeira metade do séc. XIX, tendo se originado no final do séc. XVIII, na Alemanha e Inglaterra. Seu ponto de propagação mundial foi a França, no começo do séc XIX.

O movimento romântico surgiu como oposição ao espírito racional dos clássicos (equilíbrio, perfeição, clareza, harmonia, disciplina) e como meio de expressão da burguesia, que define o seu poder com o sucesso político da Revolução Francesa(1789) e com o prestígio econômico da Revolução Industrial (1760).

Expressando o anseio de liberdade dessa nova classe, então eufórica com a recente vitória sobre a nobreza decadente, a literatura romântica baseia-se na imaginação e no sentimentalismo, que desrespeitam as normas e os modelos da literatura clássica, vinculada ao Antigo Regime. Resulta daí uma literatura impetuosa, apoiando-se num tipo de frase envolvente e calorosa, bem próxima das expectativas populares.

Sintetizado a rebeldia romântica, Victor Hugo dirá, em 1827, no prefácio de sua célebre peça Cromwel: “Metamos o martelo nas teorias, nas poéticas e nos sistemas(…)

Nada de regras nem de modelos”. A partir de então, a literatura deixou de ser produzida para os salões aristocráticos da nobreza em livros de grande tiragem, jornais e revistas.

O público leitor de então passa a ser o banqueiro, o negociante, o industrial, o médico, o professor, o advogado, o estudante etc.

A sensibilidade Romântica

O romantismo é rebelde e revolucionário. Sua revolução representa na literatura o que a queda do Antigo Regime representou na evolução política da humanidade. O gosto literário do Antigo Regime corresponde ao Classicismo, em sentido amplo (Renascimento, Barroco, Arcadismo), assim como o Romantismo dá início à sensibilidade contemporânea, que envolve o Realismo, Naturalismo, Impressionismo, Parnasianismo, Simbolismo e as várias fases do Modernismo.

Além da rebeldia e do esp’ririto revolucionário, as principai características da literatura romântica são: individualismo, nacionalismo e liberdade.

Individualismo

Individualismo é sinônimode subjetivismo, egotismo e personalismo. Todos esses vocabulos apontam para o culto do eu.

Isso quer dizer que o romântico expressa de maneira livre e quase direta as experiências pessoais e íntimas: amores, dúvidas, ânsias, delírios, desejos, medos e paixões. Assim, a arte romântica poderá ser tanto eufórica, com explosões de entusiasmoe otimismo, quanto melancólica, com crise de depressão e pessimismo.

Nacionalismo

O artista Romântico valoriza as tradições populares, o folclore e a história de sua pátria. Ama o pitorseco, o exótico e a cor local da terra natal ou região em que se criou.

Decorre daí, no Brasil, o culto da natureza (naturismo): índios heróicos, mata virgem, rios, mitos e guerras tribais. Na Europa, a atenção dos artistas voltou-se mais para as lendas medievais (medievalismo), que envolviam a vida nos castelos e as guerras entre cristãos e árabes. Além de representarem aspectos e o medievalismo podem tembém ser entendidos como consequencia da ânsia de evasão ou escapismo, isto é, desejo de fuga da realidade imediata.

Liberdade

A liberdade romântica possui conseqüências técnicas e temáticas.

Do ponto de vista técnico, a liberdade manifesta-se na ruptura com as normas rígidas da composição clássica: criam-se novos ritmos, novas combinações métricas, novos gêneros e novas formas poéticas. No teatro, cria-se o drama, que é uma deformação da tragédia clássica. No lugar do soneto clássico, prefere-se uma forma aberta e livre de poesia chamada poema, que tanto pode ser lírico quanto épico. Na narrativa, consolida-se o romance, que é uma longa estória de aventura ou amor que envolve situações ou valores burgueses. Entram em moda também a novela (narrativa menor que romance) e o Conto (narrativa menor que a novela). D o ponto de vista temático, a liberdade romântica intensifica o uso da imaginação, dos sonho, do ideal e da fantasia. Surgem, assim, os cenários macabros, com cemitérios, espectros e aves noturnas.

O Estilo Romântico

Os artistas românticos incorporam ao estilo literário o sentimento da natureza, isto é, passam a ver na paisagem significados e sentimentos que na verdade pertemcem a eles próprios. Essa projeção do sujeito sobre a natureza infuencia o estilo da literatura romântica, que imita as cores, os sons, os ritmos, os cheiros, e as linhas da paisagem. No Brasil, em especial, os escritores se deixam influenciar também pela língua natural da terra, o tupi-guarani .

Além das sugestões da fauna, da flora e dos primitivos habitantes de nossa matas, a linguagem dos centros urbanos e das diversas regiões do país infuenciou substancialmente o estilo literário do romantismo brasileiro. A essa pressão da linguagem falada sobre a escrita da-se o nome de brasileirismo linguistico. Ele acabou criando um sistema proprio de colocação pronominal, diferente do de Portugal, e imprimiu um rítmo també, próprio à sintaxe brasileira, muito mais próxima de nossa sensibilidade.

De modo geral, numa frase românica há mais sentimento do que organização estética, isto é, observa-se nela o predominio da função emotiva da linguagem. Quer dizer, a primeira pessoa gramatical sobrepuja as demais, havendo recorrência intensiva de interjeições, exclamações e reticências.

Fonte: genresofliterature.com/www.geocities.com/campus.fortunecity.com

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