Mangaba

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A produção da fruta requer regiões quentes e com alta luminosidade, mas vai bem mesmo em solos pobres e com carência de água.

Mangaba
Mangaba

A mangaba é desconhecida da maioria dos brasileiros. É uma fruta de sabor único, muito consumida no norte e no nordeste do país, in natura, e como polpa para sucos e sorvetes.

Tradicionalmente, a produção é feita sob regime extrativista no litoral nordestino e no cerrado. Atualmente, porém, já é encontrada em pequenas lavouras nos estados de Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia e Goiás.

No passado, o látex extraído do tronco da mangabeira tinha valor comercial. No entanto, o produto obtido da seringueira – com propriedades superiores – dominou o mercado e engoliu concorrentes; agora, apenas umas poucas tribos indígenas do Amazonas continuam extraindo o látex da mangabeira, utilizado em produtos medicinais.

A produção de mangaba é considerada adequada a pequenos agricultores. A planta tem resistência a solos pobres e boa adaptação a restingas e tabuleiros costeiros. Áreas onde a temperatura é elevada e bem iluminada são suas preferidas, pois contribuem para um melhor desenvolvimento vegetativo e produção.

A mangabeira pode ainda ser consorciada com outras culturas: nas entrelinhas da área de plantio e a 1,5 metro da copa da árvore, podem ser cultivados feijão, melancia, abóbora, mandioca, leguminosas e outras fruteiras, como o coqueiro.

Para o consumidor, a fruta também tem características interessantes. É rica em ferro e conta com boa quantidade de vitamina C. Além de polpa para suco e sorvete, ainda se pode preparar com a fruta compotas, cremes, pudins, licor e até vinagre.

RAIO X

SOLO: arenoso e profundo
CLIMA: quente e úmido, entre 24 e 26 graus
ÁREA MÍNIMA: um hectare (cerca de 200 árvores)
COLHEITA: três anos após o plantio
CUSTO: cada muda custa de dois a três reais

MÃOS À OBRA

Mangaba
Mangaba

INÍCIO

A planta é resistente, tolerante à falta de água por períodos curtos, e apresenta bom desenvolvimento em regiões com temperatura alta, na faixa entre 24 a 26 graus.

PLANTIO

A mangabeira se adapta bem a solos pobres, arenosos e profundos, e pode ser plantada em diferentes épocas do ano. No início do verão ou fim das chuvas, período de menor incidência de doenças. Recomenda-se cerca de quatro litros de água a cada cinco dias.

PROPAGAÇÃO

Deve ser feita seis meses antes do plantio definitivo, por semente ou por enxertia. As sementes são extraídas dos frutos maduros e sadios; devem ser mantidas em repouso, por 24 horas à sombra, sobre papel absorvente ou jornal. Selecione as mais saudáveis e plante-as no máximo em até três dias para que não se desidratem. Use sacos plásticos de 12 x 18 centímetros ou 14 x 16 centímetros, perfurados. Preencha-os com substrato arenoso e faça dois ou três buracos de um centímetro de profundidade para acomodar uma semente em cada. Mantenha o material coberto até o surgimento das mudas. Faça o desbaste quando elas tiverem cerca de sete centímetros.

TRANSPLANTIO

Quando as mudas atingirem de 15 a 30 centímetros, ou contarem com pelo menos dez folhas, é hora de transplantá-las para o local definitivo. Certifique-se de que o solo esteja úmido para facilitar o pegamento. Casca de coco, galhos finos, palhas e folhas podem ser utilizados como cobertura morta. Retire o saco plástico com cuidado, para não danificar o torrão e as raízes.

COVAS

Abra covas de 30 x 30 x 30 ou 40 x 40 x 40 centímetros, com espaçamentos de 7 x 6 ou 7 x 7 metros entre covas e linhas. Retire metade de terra, separe, depois retire o restante; no preenchimento, após colocar a muda, inverta a posição das duas porções de terra. Isso porque a camada superficial é mais rica em nutrientes; se colocada na parte de baixo da cova, favorece o crescimento das raízes. É indicado fazer a adubação de fundação, com a adição de um fertilizante com fósforo. Durante o período das chuvas, faça novas aplicações na área de projeção da copa, no solo, em três parcelas. Não use esterco de curral, que pode matar a planta.

TUTORAMENTO

Faça um piquete com 50 a 80 centímetros de altura junto à planta. Amarre-a com um cordão.

PODA

Mantenha a mangabeira limpa com a retirada manual de plantas invasoras ao redor da árvore. Quando atingir de oito e 12 meses, ou 1,5 metro de altura, deve ser feita a poda de formação. Corte o ramo principal para reduzir o crescimento vertical e estimular o desenvolvimento dos ramos laterais. Elimine também os galhos rasteiros. Depois do período de produção, é a vez de limpar os galhos secos e doentes.

PRODUÇÃO

A mangaba é colhida ainda verde, ou “de vez”, com o auxílio de um gancho ou mesmo manualmente. O amadurecimento ocorre de dois a quatro dias depois, tempo para transportar a fruta com segurança para o local de venda. Se o fruto cair do pé, está pronto para o consumo entre 12 e 24 horas.

João Mathias

Fonte: revistagloborural.globo.com

Mangaba

Partes usadas: Casca e frutos

Família: Apocinaceae

Características

Árvore nativa do Brasil, de folhas grossas que pode atingir até 7 metros de altura, com folhas em formato elíptico e flores grandes.

Seu fruto é uma baga globosa, com polpa carnosa e comestível, contendo muitas sementes.

Com ela também são feitos doces, xaropes, compotas, vinhos e vinagres.

A mangaba

A mangaba é um fruto originário do Nordeste que foi adaptado facilmente nos campos naturais do município devido às condições naturais propícias. Sua produção chegou a ser grande no passado, motivo pelo qual Humaitá passou a ser chamada Terra da Mangaba.

Da mangaba se faz saborosos licores, geléias e compotas.

Atualmente as poucas mangabeiras que existem produzem muito pouco.

Conta a lenda que um índio muito corajoso chamado Diaí , lutou inúmeras vezes para defender a natureza e protegeu principalmente a seringueira que os homens brancos estavam destruindo.

Numa dessas lutas foi ferido e morreu, sendo abençoado pela Lua.

Do seu coração brotou a mangabeira que se tornou uma árvore sagrada para os índios, dando frutos doces e polpudos, cujo leite se parece com o látex.

Um dia uma jovem índia chamada Ytaciara estava desesperada para salvar Koara , seu grande amor, que estava para morrer.

Uma velha índia ensinou Ytaciara a preparar um chá da folha da mangabeira para o seu amado.

Ao tomar o chá, Koara sobreviveu e todos conheceram o poder de cura da planta.

A mangaba ou mangabeira

A mangaba ou mangabeira é uma espécie muito conhecida no Nordeste brasileiro.

Sua árvore enche nossos olhos com suas pequeninas, alvas e perfumadas flores.

O fruto – a mangaba – é bastante apreciado pela população. É regularmente comercializado nas feiras livres nordestinas e industrializado na forma de sorvetes, doces e refrescos e agrada também a muitos animais silvestres.

Não é à toa que seu nome, em tupi-guarani, significa “coisa boa de comer”.

Floresce de setembro a novembro, ainda com os frutos da florada anterior da planta, visto que eles amadurecem de novembro a janeiro.
É indicada na arborização de ruas estreitas, devido ao seu pequeno porte (de 5 a 7 metros de altura) e formato arredondado da copa.

É encontrada na Região Nordeste, no centro-oeste e em São Paulo, em áreas de cerrado e caatinga. Pode ser vista inda em muitos estados do Norte do país.

Sua madeira é pouco resistente e esponjosa, sendo empregada para fazer caixotes, lenha e carvão.

O caule, quando cortado, exsuda látex bastante utilizado para impermeabilizar tecidos e para a confecção de bolas e materiais esportivos.

Devido a esse látex, o fruto, quando ainda verde, é indigesto e purgativo, razão do costume regional de comer apenas aqueles caídos no chão.

Dicas de Cultivo

É encontrada na região Nordeste do país na caatinga e, nos estados centrais até São Paulo e Mato Grosso do Sul no cerrado. E também encontrada na região litorânea e em algumas regiões do Pará e no vale do Rio Tapajós na região amazônica. Tolera bem a seca e se desenvolve melhor nos períodos mais quentes.

Propaga-se por sementes.

Princípio ativo:  Vitaminas, proteínas, cálcio e ferro, dentre outros.

Propriedades: Nutritiva, digestiva, hepática, purgativa.

Indicações: O látex é usado diversos males, principalmente pancadas e fraturas. O extrato amargo da casca é util nas dermatoses e combate as afecções do fígado.

Fonte: www.humaita-am.com/www.ibb.unesp.br

Mangaba

Mangaba
Mangaba

A mangabeira (Harcornia speciosa), da família das Apocináceas, é um arbusto de caule rugoso, cujos ramos se desenvolvem em círculos.

A mangabeira é uma árvore de galhos pequenos que produz flores claras e perfumadas, parecidas com o jasmim. é típica do litoral do Norte e Nordeste. A fruta é uma baga de cor vermelho-amarelada, muito usada no preparo de sucos, refrescos e sorvetes.

O fruto é piriforme, de polpa acidulada, amarelo, corado de vermelho.

Quando verde, é cheio de leite. De suave sabor, deve ser comido bem maduro sem se deitar nada fora, como figos.

É de boa digestão e faz bem ao estômago.

A mangaba, quando verde, é venenosa. Recomenda-se o seu suco contra úlceras, tuberculose e herpes.

É conhecida, no Estado de Sergipe, como «fruto-de-doente».

Fonte: apostilas.netsaber.com.br

Mangaba

Mangaba
Mangaba

Genuinamente brasileira, a planta é típica das restingas do litoral nordestino e dos cerrados do Centro-Oeste; a fruta, muito procurada in natura e para doces, compotas, sucos e sorvetes, ainda é pouco produzida comercialmente.

No Nordeste brasileiro, quando alguma coisa é fácil demais, fala-se que é “mangaba”. A fruta de mesmo nome faz jus à gíria. Quando madura, quase desmancha na boca de tão mole. É doce e perfumada. O nome, em tupi-guarani, significa “fruta boa de comer”. Não há quem não goste ou ache estranha, mesmo considerando-se que no Sul ainda tenha fama de exótica.

Aliás, é difícil explicar por que a saborosíssima mangaba ainda não se tornou uma fruta nacional. Ela é genuinamente brasileira e nasce que nem mato nos cerrados do Centro-Oeste e nas restingas do litoral nordestino.

Rústica, vegeta bem em terras pobres e arenosas. Nos chamados tabuleiros costeiros, planaltos pouco elevados do Nordeste, ocorre em grande densidade. Na época da safra, há comunidades que vivem exclusivamente da coleta dos frutos. Em algumas fazendas, é costume os funcionários dormirem em meio às mangabeiras para colherem logo ao amanhecer. Se cochilarem, não as encontram mais. Fala-se que mangabeira não tem dono pois foi Deus quem plantou.

Colhidas, as frutas são vendidas na beira das estradas e nos mercados.

O que não é vendido in natura, as indústrias de polpa e de sorvetes levam. A mangaba é o carro-chefe de grandes fabricantes de sorvetes e picolés do Nordeste. Eles costumam estocar a polpa na entressafra, pois ela puxa a venda das outras e não pode faltar.

Mangaba
Mangaba

Hoje o volume de frutas que chegam no mercado não dá conta da procura. De olho nesse potencial econômico, as instituições de pesquisa agropecuária do Nordeste têm se dedicado a realizar estudos com objetivo de domesticar a espécie, verificar seu comportamento e fomentar o plantio comercial.

Em Sergipe, Estado onde a fruta é símbolo oficial, estima-se que este ano cerca de 150 hectares de mangaba serão plantados.

As poucas informações sobre técnicas de cultivo ainda limitam a expansão dos pomares comerciais.Uma grande preocupação dos pesquisadores é com a conservação da espécie. Ano a ano, a população de mangabeiras nativas vem diminuindo devido à devastação dos ecossistemas onde ocorrem, principalmente pelo avanço dos canaviais, coqueirais e loteamentos. Contudo, existem áreas em que as mangabeiras são preservadas mesmo após o desmatamento da vegetação nativa.

Fonte: www.severomoreira.net

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Mangaba
Mangaba

Nome Científico: Hancornia speciosa Gomes

Nomes Populares: Mangabeira e mangaba

Família Botânica: Apocynaceae

Origem: Brasil

Características Gerais

A mangaba tem uma peculiaridade na sua venda: ela é oferecida aos consumidores em pequenos paneiros revestidos de folhas de bananeira, sendo encontrada nas feiras e mercados nos meses do inverno amazônico (dezembro a março).

É uma árvore originária do Brasil e pode ser encontrada desde o Amazonas até São Paulo. No Pará, é abundante na Ilha do Marajó e na Região do Salgado, mas existe, também, nas áreas do alto e médio Tapajós, Tocantins e Jari. O fruto tem uma polpa mole, viscosa, com um sabor doce, acidulado, muito gostoso. É ideal para o preparo de sucos e sorvetes.

Características Morfológicas

Planta lactescente, com 5-7m de altura, dotada de copa arredondada. Tronco tortuoso, bastante ramificado, revestido por casca suberosa mais ou menos áspera, de 20-30cm de diâmetro. Folhas simples, glabras nas duas faces, brilhantes, coriáceas, de 7-10cm de comprimento por 3-4cm de largura, de coloração avermelhada quando novas e ao caírem. Inflorescências fasciculadas, com flores perfumadas de cor branca. Fruto baga globosa, glabra, com polpa carnosa e comestível, contendo muitas sementes.

Ocorrência: Região nordeste do país na caatinga e, nos estados centrais até São Paulo e Mato Grosso do Sul no cerrado. E também encontrada na região litorânea e em algumas regiões do Pará e no vale do Rio Tapajós na região amazônica.

Madeira: Madeira muito pesada (densidade 1,19 g/cm3), de grande resistência mecânica e praticamente imputrescível; alburno diferenciado do cerne e facilmente decomposto.

Floresce durante os meses de setembro-novembro, ainda com os frutos da florada anterior na planta. Os frutos amadurecem em novembro-janeiro.

Utilidade

A madeira é empregada apenas para caixotaria e para lenha e carvão. Seus frutos são comestíveis e muito apreciados, pricipalmente na região Nordeste do país, onde são regularmente comercializados nas feiras e, industrializados na forma de sorvete e doces. É cultivada na caatinga para a industrialização de seus frutos.

Os frutos são também consumidos por algumas espécies de animais silvestres. A árvore, pelo porte e forma da copa pode ser utilizada na arborização de ruas estreitas.

Fonte: byfiles.storage.live.com/www.clubedasemente.org.br

Mangaba

Mangaba
Mangaba

A mangabeira é uma planta de clima tropical, nativa do Brasil. “A mangabeira é uma árvore muito rústica. Ela produz muito bem em solo arenoso, que é um solo muito pobre. Ela não é exigente em nutriente. Também são poucos os traços culturais, basta uma limpeza do terreno para se ter uma boa produção” – explicou o agrônomo da Embrapa, Josué Silva Júnior.

A arvore pode chegar a dez metros de altura e começa a frutificar a partir dos três anos de idade. Em Sergipe, a colheita é feita pelas moças que alcançam as frutas com um gancho de metal e puxam. Depois, basta catar do chão e encher os baldes.

“A mangaba é uma fruta que deve ser direcionada para a indústria. Ela é muito utilizada como suco e como sorvete. Ela é mais utilizada em suco e sorvete porque trata-se de uma fruta muito perecível. Então, a exploração comercial deve envolver sempre a questão do congelamento” – detalhou Josué Silva Júnior.

Como se faz a muda da mangaba?

Josué Silva Júnior – A muda de mangaba é feita através das sementes. Pode-se que é uma fruta bem mole e dentro há sementes envolvidas pela polpa. São frutas pequenas. Elas deverão ser muito bem lavadas porque ela não germina se for semeada ainda com a polpa. Para retirar a polpa, deve-se passá-la na peneira com água e esfregar bem.

Tem de deixar secar depois disso?

Josué Silva Júnior – Esse é um dos segredos para a produção da muda de mangaba. As sementes não devem secar. Pode colocá-las em uma sombra, sobre uma folha de papel, de um a quatro dias. Mas não sem deixar que elas sequem. Elas devem ficar um pouco úmidas e devem ser semeadas ainda úmidas. Se secar, a semente de mangaba não germina.

O pessoal preparava os saquinhos para as mudas. O plantio das sementes é feito em terra de barranco, sem adubo nem esterco.

“A pessoa deve colocar quatro sementes por saquinho. Então faz pequenos furos com a profundidade de até um centímetro, no máximo, e colocá-se uma semente por cada buraco. Cobre com uma leve camada de terra e pronto. Cinqüenta dias após o semeio, está na hora de fazer o desbaste. O desbaste é feito escolhendo a planta mais bonita e arrancando as demais” – ensinou Josué Silva Júnior.

Com quatro meses, a muda estará pronta para ir ao campo. A lagarta é a principal praga da mangabeira. Ela devora as folhas da mudinha, deixando apenas o caule.

“A lagarta pode ser controlada até mesmo com a catação manual. O principal problema das mudas é a antracnose. Ela provoca uma queima generalizada nas mudas e chega a matar as mudas. Uma forma de contornar o problema é produzir as mudas durante o período seco porque essa doença ocorre, principalmente, devido à alta umidade” – orientou Josué Silva Júnior.

Mangaba é palavra tupi guarani e significa coisa boa de comer. Para ver se é boa mesmo, a equipe de reportagem pediu à dona Ana, uma das funcionárias do viveiro, para fazer o suco da fruta e constatou que é uma delicia mesmo.

Fonte: www.todafruta.com.br

Mangaba

Vegetando esponteamente em regiões diversas do Brasil, a mangabeira – Hancornia speciosa Muell – é abundante em todos os tabuleiros e nas baixadas litorâneas da região Nordeste, onde se obtém – de forma extrativista – a quase totalidade dos frutos colhidos no país; os estados da Paraiba, Bahia e Sergipe ressaltam-se como os maiores produtores. Conhecendo o fruto e fazendo dele uso, os indigenas chamavam-no de mangaba – “coisa boa de comer”.A planta alcança 5 a 6m. de altura, sua copa 4 a 5m. de diâmetro, folhas verdes lanceoladas, flores alvas com cheiro suave. O fruto tem forma de pêra, muito viscoso quando verde, contém suco leitoso que quase embriaga e pode matar; a polpa é branca, fibrosa e recobre sementes circulares. Maduro, o fruto tem casca amarelada com manchas vermelhas, é aromático, delicado, tem ótimo sabor mesmo sendo ainda um pouco viscoso.

Utilidade da Planta

Tronco e folhas: Deles retira-se látex de qualidade inferior, a madeira do tronco – de pouco valor econômico – é usada na fabricação de móveis e também para lenha.
Fruto:
A polpa é consumida diretamente ao natural ou é matéria-prima para o preparo de geléias, doces em calda, compotas, sorvetes, sucos, refrescos, picolés, licores, vinho e xaropes.O suco leitoso é medicamento caseiro para tratamento de tuberculose e úlceras.

Composição de 100 gramas de polpa: 43 calorias, 0,7g. de protéinas, 41mg. de cálcio, 18mg. de fósforo, 28mg. de ferro, 30mmg. de Vit.A, 0,04mg. de Vit.B1 e 33mg. de Vit.C.

Necessidades da Planta

Planta de clima tropical, a mangabeira requer, para desenvolvimento ideal áreas com temperatura média anual em torno de 25ºC e chuvas entre 750mm. a 1.500mm. anuais bem distribuídas. A planta tolera períodos secos. Apesar de ser encontrada vegetando em solos arenosos, ácidos, pobres em nutrientes e em matéria orgânica, a mangabeira apresenta melhor desenvolvimento em solos areno-argilosos profundos, drenados e com bom teor de matéria orgânica.

Formação de Mudas

A mangabeira mutiplica-se por sementes; estas são obtidas de frutos somente maduros – colhidos ainda “de vez”. Estes frutos devem ser sadios, com quantidade de polpa de bom aspecto e colhidos de plantas precoces, vigorosas, isentas de pragas e doenças, e produtivas.Imediatamente após retiradas dos frutos as sementes devem ser lavadas para eliminação total da polpa e secadas à sombra sobre jornal por 24 horas. Devem ser semeadas até o quarto dia após a lavagem.

O semeio pode ser feito em canteiros de terra ou em sacos de polietileno preto.

Canteiro

Com dimensões de 1m. de largura, 30cm. de altura e 10cm. de comprimento, deve ter o seu solo composto por três partes de terra comum e duas partes de terra escura, vegetal. Cada m2 de superficie pode receber 400 sementes enterradas a 1cm. de profundidade. A germinação inicia-se aos 25 dias após, estendendo-se por 30 dias; com 10cm. de altura – 60 dias após o semeio as plantinhas são repicadas, para ao atingir 20cm. de altura. (100 dias após a germinação), estarem aptas a ir para o campo.

Sacos plásticos

Com dimensões14cm. x 16cm. ou 15cm. x 25cm. são enchidos com terra preta e areia lavada – propoção 1:1 – e dispostos em canteiros de 1,2m. de largura cobertos com palhas a 2m. de altura. Cada saco recebe duas sementes enterradas a 1cm. de profundidade; 60 dias após o semeio, plantinhas com 7cm. de altura são desbastadas cortando-se rente ao solo a menos vigorosa. Após p desbaste, a cobertura é gradativamente retirada para permitir exposição total das plantinhas ao sol duas a uma semana antes do plantio; 120 dias após o semeio, a plantinha com 20cm. de altura é muda pronta e apta para plantio em local definitivo.

Plantio

Preparo do solo: para plantios solteiros ou consorciados, uma aração e duas gradagens cruzadas; em área de vegetação nativa, limpa-se o local do plantio com coroamento de 3m. de diâmetro.

Espaçamento/Consórcios

Espaçamento de 5m. x 4m. ou 6m. x 4m. ou 6m. x 5m. parecem adequar-seao porte da planta; como cultura principal, a mangabeira pode ser consorciada ao milho ou ao feijão nos seus primeiros seis anos de vida e como cultura secundária consorcia-se ao coqueiro e a outras.

Coveamento/Adubação/Plantio

As covas podem ter dimensões de 30cm. x 30cm.; na sua abertura, separar a terra retirada dos primeiros 10cm. de altura.

Trinta dias antes do plantio misturam-se 20-25 litros de esterco de curral bem curtido à terra separada e coloca-se no fundo da cova; no dia anterior ao plantio adiciona-se 200g. de superfosfato simples e 50g. de cloreto de potássio à cova cobrindo-se ligeiramente com terra.

O plantio é feito no início da estação chuvosa, com terreno úmido e em dias nublados; retirar o saco da muda e evitar quberar o torrão; irrigar a cova com 10-15 litros de água.

Tratos Culturais/Adubações

Tutoramento: Deve-se realizar o escoramento da planta no lado oposto à incidência dos ventos
Podas:
Quando a planta alcançar 80cm. de altura, as ramificações existentes até 35cm. de altura do solo são eliminadas. Galhos secos e doentes são podados ao longo da vida da planta.
Controle de Ervas:
Nas entrelinhas, usar enxada ou grade; se dificil manter toda a área limpa, efetuar capina em coroamento – com diâmetro pouco maior qua a projeção da copa da planta sobre o solo – em torno da planta manter o resto da área roçada.
Adubações em Cobertura:
30 dias após o plantio, aplicar 30 gramas de uréia fertilizante ou 65 gramas de sulfato de amônia – misturados à terra – a 15cm. de distância do pé. As adubações anuais devem seguir a tabela abaixo

ADUBAÇÕES EM COBERTURA
Épocas Gramas de adubo por planta
  Uréia Superfosfato triplo
Início do período de chuvas 150 45
Fim do período de chuvas 150
Trovoadas 150

Pragas

Pulgão verde: Ataca principalmente a parte terminal da planta notadamente nos viveiros causando o enrolamento das folhas; o controle químico pode ser feito por pulverizações quinzenais de produtos comerciais à base de pirimicarb, acefato, malation, paratiom.

Lagartas: Ocasionalmente atacam desfolhando totalmente a planta jovem; o controle pode ser efetuado pela pulverização de produtos comerciais à base de bacillus thuringiensis, triclofon, carbaryl.

Doenças

Em viveiro podem ocorrer doenças por fungos causando manchas foliares, apodrecimento de raízes e morte das plantinhas: o controle delas é feito pelo uso conveniente da irrigação (sem encharcar o solo) e pulverização com produtos comerciais à base de hidróxido de cobre e mancozeb.

Colheita/Rendimento

Inicia-se cinco a seis anos após o plantio, embora haja plantas em produção já aos 12 meses de vida; alcançando seu desenvolvimento máximo, o fruto cai ao solo e amadurece em 12 a 24 horas. Este é chamado “fruto de caída”, o mais valorizado; colhido “de vez”, amadurece em dois a quatro dias. Diz-se que a mangabeira apresenta duas safras de fruto/ano – no início e meado do ano -.

A produção de frutos da mangabeira é estimada em quatro toneladas/hectare/ano.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Emdagro – Empresa de desenvolvimento Agrícola de Sergipe Aracaju/Sergipe – Cultura da Mangabeira – Circular Técnica Número 2 – Jun/94
Editora Abril – São Paulo-SP – Guia Rural Plantar.

Fonte: www.seagri.ba.gov.br

Mangaba

Mangaba
Mangaba

A mangabeira, (Hancornia speciosa Gomes), frutífera da família das apocináceas, é planta arbórea de porte médio, que atinge de 5 a 10 metros de altura. Nativa do Brasil, é encontrada vegetando espontaneamente em várias regiões do país, desde os Tabuleiros Costeiros e Baixadas Litorâneas do Nordeste, onde é mais abundante, até as áreas sob Cerrado da Região Centro-Oeste; verifica-se ainda sua ocorrência nas Regiões Norte e Sudeste.

No Nordeste, a mangabeira faz parte da vegetação de Cerrado ou de Tabuleiro; é encontrada desde a faixa litorânea até o Agreste, vegetando em solos profundos, pobres e arenosos.

No litoral, a especulação imobiliária e a implantação de monoculturas, a exemplo dos coqueirais e canaviais, e pastagens são as principais causas da redução da vegetação nativa e conseqüentemente do número de mangabeiras. Apesar disso, em algumas regiões esta frutífera é preservada após a erradicação da vegetação original, sendo encontrada em áreas de capoeira, pastagens e entre a vegetação cultivada.

Embora também seja produtora de látex, o fruto, denominado “mangaba” é o seu principal produto; este nome tem origem na língua tupi-guarani e significa “coisa boa de comer”. A mangaba apresenta ótimo aroma e sabor, sendo utilizada na produção de doces, xarope, compotas, vinho, vinagre e principalmente suco e sorvete. Sua utilização agroindustrial está sendo rapidamente difundida devido à grande aceitação, principalmente do suco e do sorvete. Acrescente-se ainda o fato de que este fruto apresenta um alto rendimento de polpa, em torno de 94%.

Apesar do potencial apresentado, o extrativismo ainda é a sua principal forma de exploração; durante parte do ano, inúmeras famílias têm na colheita e comercialização da mangaba uma importante ocupação e fonte de renda. De acordo com dados oficiais, com exceção de Minas Gerais e Mato Grosso, só há registro de colheita deste fruto na região Nordeste, sendo Sergipe, Minas Gerais e Bahia os maiores produtores.

Clima

A mangabeira é planta de clima tropical, vegetando bem em áreas que apresentam alta insolação, temperatura média em torno de 25ºC e pluviosidade de 750mm a até mais de 1.500mm anuais. É tolerante a períodos de déficit hídrico e, nas épocas de temperaturas mais elevadas e de menor umidade relativa do ar, apresenta melhor desenvolvimento vegetativo. É encontrada em altitudes que vão desde o nível do mar a até mais de 1.500 metros.

Solos

É encontrada vegetando predominantemente em solos pobres em matéria orgânica, ácidos e com baixos teores de nutrientes, geralmente naqueles classificados como Neossolos Quartzarênicos (Areias Quartzozas) e Latossolo Vermelho Amarelo. Explorada de forma extrativista, a produtividade alcançada é geralmente baixa, em torno de 2 a 4 toneladas por hectare, principalmente devido à baixa fertilidade do solo e manejo inadequado. Verifica-se, no entanto, que embora tolere bem condições de baixa fertilidade, esta cultura responde positivamente à aplicação de fertilizantes, sendo o potássio o nutriente que mais contribui para aumentar a produção de frutos. É recomendável, portanto, o cultivo dessa espécie em solos de boa fertilidade ou com adubação complementar.

Quanto às características de solo adequadas ao seu cultivo, verifica-se que os requisitos imprescindíveis para o seu bom desenvolvimento, estão relacionados aos atributos físicos, como: elevada profundidade, ausência de impedimento (horizontes coesos), boa drenagem, suficiente para impedir qualquer possibilidade de encharcamento, e altas taxas de aeração. Desta forma, no caso de utilização de áreas de Tabuleiro para plantio dessa espécie, deve-se optar pelos solos, sem horizontes coesos. Com esses cuidados, será possível a exploração econômica da mangabeira nos Tabuleiros Costeiros para a qual contribuirá ainda outros fatores favoráveis do ecossistema como topografia, características climáticas e proximidade de grandes mercados consumidores.

Conclui-se, portanto, que a baixa fertilidade dos solos cultivados com mangabeira, permite apenas a sobrevivência dessa espécie, e que sua exploração econômica, está condicionada à existência de solos bem drenados, arenosos ou não, porém ricos em nutrientes disponíveis.

Só dessa forma, será possível a esta espécie expressar todo o seu potencial produtivo.

Propagação

A mangabeira tem sido propagada por sementes, podendo ocorrer variações de porte e rendimento entre plantas. Apesar de a enxertia antecipar o início da frutificação e proporcionar a formação de plantios mais uniformes, existem poucas informações técnicas sobre este método de propagação.

As sementes devem ser obtidas de plantas matrizes produtivas e isentas de pragas e doenças e retiradas de frutos com bom aspecto e sabor que completem naturalmente a maturação ou de frutos colhidos de vez, ou seja, próximo da maturação. Um quilo de frutos apresenta, em média, 456 sementes e um quilo de sementes, em média, 7.692 unidades.

Para produzir 1.000 mudas, serão necessários 390g de sementes ou 6,6kg de frutos.

Após a extração, as sementes deverão ser lavadas imediatamente para a completa retirada da polpa e deverão ser espalhadas sobre folhas de jornal à sombra por 12 a 24 horas. As sementes de mangaba são recalcitrantes, isto é, perdem rapidamente o poder germinativo assim que são retiradas dos frutos. Desta forma para se obter aproximadamente 90% de germinação a semeadura deverá ser realizada até quatro dias após o processo de extração das sementes dos frutos.

A produção das mudas deverá ser iniciada pelo menos 4 a 6 meses antes do plantio definitivo no campo. Deverão ser utilizados sacos de plástico preto com as dimensões aproximadas de 12cm x 18cm, furados no terço inferior para facilitar o escoamento de água excedente da irrigação. O substrato deve ser areno-argiloso, retirado de camadas do solo a partir de 20cm de profundidade. Recomenda-se evitar o uso de esterco como componente do substrato, uma vez que este favorece a incidência de doenças fúngicas promovendo um mau desenvolvimento e grande mortalidade de plantas.

Deverão ser colocadas três a quatro sementes por saco, enterrando-as a 1cm de profundidade. Os sacos deverão ser colocados em canteiros com aproximadamente 1,2m de largura, com cobertura de palha ou sombrite, a 2m de altura. A emergência das plantas inicia-se 21 dias após a semeadura, estendendo-se por mais 30 dias.

Quando as plantas apresentarem cerca de 7cm de altura, aproximadamente aos 60 dias após a semeadura, realiza-se o desbaste, deixando-se uma muda vigorosa por saco. A cobertura do viveiro deverá ser retirada gradativamente, após o desbaste, até as mudas ficarem completamente expostas ao sol, para a adaptação das mesmas às condições de campo.

Durante a permanência das mudas no viveiro, deve-se verificar, diariamente, a umidade do substrato, de modo a evitar a falta ou o excesso de água e realizar periodicamente a retirada de plantas invasoras. As ruas do viveiro deverão ser mantidas limpas, evitando a reinfestação dos substratos pelas invasoras e o conseqüente aumento de custos na produção das mudas.

As mudas crescem de forma irregular, atingindo 20 a 30cm entre 120 e 180 dias após o plantio, quando então poderão ser levadas ao campo.

Plantio

A mangabeira poderá ser plantada no sistema solteiro, em consórcio com culturas perenes e de ciclo curto ou mesmo utilizada no enriquecimento da vegetação nativa, da qual faz parte.

Solteiro

Nesse sistama de plantio, recomenda-se que se utilize os espaçamentos 7 x 6m ou 7 x 7m, o que corresponde a populações de 238 e 204 plantas por hectare, respectivamente. Esses espaçamentos parecem adequados ao porte da mangabeira que, sendo de pé franco (não enxertada), chega a atingir 5 a 10 metros de altura e um diâmetro de copa em torno de sete metros.

Consorciado

Embora não existam dados de pesquisa, verifica-se na prática que até o terceiro ano após o plantio é possível o cultivo de plantas de ciclo curto e porte baixo entre as linhas de plantas. É importante que as culturas intercalares situem-se no mínimo a um metro e meio de distância da projeção da copa da mangabeira.

Dessa maneira, à medida que a mangabeira for crescendo, a faixa de cultivo das culturas intercalares diminuirá. Poderão ser utilizadas culturas como a melancia, abóbora, feijão, leguminosas para adubação verde e outras, desde que sejam tomadas as precauções para evitar a competição por luz, água e nutrientes.

Outra forma de consórcio é com o coqueiro, no qual se plantam as mangabeiras na mesma linha de cultivo dos coqueiros, observando o espaçamento de 10m x 10m em quadrado, para o coqueiro gigante, e 9m x 9m em quadrado, para o coqueiro anão.

É importante que tanto as mangabeiras quanto as culturas consorciadas recebam os tratos de acordo com as suas necessidades, para que não ocorram prejuízos mútuos.

Em meio à vegetação nativa

A mangabeira poderá ser utilizada na recuperação de áreas degradadas ou até mesmo para o enriquecimento da vegetação nativa da qual a mesma faz parte, permitindo o manejo sustentável desta vegetação. Nesta modalidade de plantio, poderá ser feita a limpa em faixas com largura em torno de 1,5m, distanciadas 10m entre si; as mangabeiras deverão ser plantadas nessas faixas. Outra forma seria o plantio de mangabeiras de forma aleatória, em locais onde existam falhas de vegetação; em ambos os casos, estas deverão ser posicionadas de maneira tal que recebam insolação durante a maior parte do dia. As faixas de plantio deverão preferencialmente ser abertas no sentido leste-oeste. As áreas em torno das plantas deverão ser mantidas livres de plantas daninhas, por meio de limpas em faixas ou coroamento.

Implantação do mangabeiral

Em primeiro lugar, realiza-se o preparo do solo através da aração e gradagem. Em seguida executa-se a marcação e a abertura das covas de plantio, que deverão ter as dimensões de 30 x 30 x 30cm. Se o terreno for muito arenoso (neossolo quartzarênico), recomenda-se que pelo menos 1/5 da terra de enchimento da cova seja constituída de terra preta ou outro material com bom teor de argila; isso ajuda a planta a atingir melhor desenvolvimento inicial, principalmente por proporcionar ao substrato uma maior retenção de água. Nesse caso, a terra preta ou argila deverá ser bem misturada ao restante do solo que encherá a cova. Após o preparo do substrato, a cova, deverá ser fechada, tendo o seu local demarcado por meio de piquete.

Deve-se evitar utilizar esterco bovino na cova de plantio; em testes realizados, verificou-se que em sua presença as plantas apresentaram menor altura, menor diâmetro de caule, menor produção de matéria seca e maior mortandade de plantas, tendo esta variado de 45% a 66%.

O plantio no local definitivo deverá ser realizado quando as mudas tiverem entre 20cm e 30cm de altura, ou seja, com no mínimo 10 pares de folhas. Deverá ser feito em dia nublado, ou no fim da tarde, estando o solo ou pelo menos a terra da cova com um bom teor de umidade, para facilitar o pegamento das mudas. No momento do plantio, as covas deverão ser reabertas o suficiente para a colocação das mudas. Retira-se o saco plástico para permitir o desenvolvimento normal das raízes, tendo-se o cuidado de não danificar o torrão. A profundidade de plantio deverá ser ajustada, de forma que a superfície superior do torrão fique 5cm acima do nível normal do solo em solos areno-argilosos e ao nível do solo, em solos arenosos. Em seguida a muda é firmada, chegando terra ao torrão, compactando-a suavemente.

O plantio pode ser realizado em diferentes épocas do ano, a depender de alguns aspectos que deverão ser previamente analisados. Plantando no início das chuvas, o produtor deverá estar inicialmente preparado para a ocorrência de veranico período sem chuvas -, que pode durar de 15 dias a 30 dias; nesse período, possivelmente será necessário molhar as plantas de 2 a 4 vezes, para permitir a sobrevivência e o pegamento. Após esse período, as chuvas retomam o seu ritmo normal, devendo então o produtor ficar atento para o possível surgimento de doenças fúngicas, que deverão ser combatidas, sob o risco de perda do sistema foliar e morte das plantas. As plantas que chegarem no final do inverno em boas condições, tendo atingido em torno de 50 cm a 60cm de altura, estarão aptas a suportar o período seco.

Tem-se verificado sucesso em plantios realizados no período seco, durante as chuvas de verão ou mesmo nos últimos meses do período chuvoso. Nesses casos, eventualmente será necessária a utilização de irrigação, ou pelo menos de molhação com quantidade mínima de água, geralmente 3 litros a 4 litros, de 5 dias em 5 dias, se não houver chuvas no período.

Plantando-se nos períodos de menor pluviosidade, evita-se o desfolhamento e morte de plantas ocasionados principalmente por doenças foliares, além de o desenvolvimento das plantas ser maior em condições de menor umidade relativa do ar e maior temperatura.

Tratos culturais

Tutoramento

O primeiro procedimento a ser adotado após o plantio da muda é introduzir, junto ao torrão, um piquete com 50 a 80cm de altura, no sentido vertical. Quando a planta atingir de 35 a 40cm deverá ser amarrada ao piquete, para que o seu desenvolvimento se torne ereto, permitindo melhor formação da copa. O piquete poderá ser o mesmo utilizado na marcação da área para a abertura das covas.

Controle de plantas invasoras

É importante manter as mangabeiras livres da competição com plantas invasoras, para permitir um melhor desenvolvimento. O método de controle a ser adotado dependerá do sistema de cultivo. Em plantios solteiros é recomendável realizar a limpa ao redor das plantas ou em faixas e manter o controle do mato na área entre as linhas de plantio por meio de gradagens, roçagens ou capina manual. Na área entre as linhas também poderá ser utilizado herbicida, tomando-se cuidado para que a solução não atinja as partes verdes da mangabeira. Para plantios consorciados as capinas deverão ser manuais e ou à tração animal.

Podas

A mangabeira tem o hábito de emitir grande número de brotações, a partir das partes mais baixas do caule, sendo necessário realizar uma poda de formação a partir dos 8 a 12 meses de idade (altura de 0,8 a 1,0m), dependendo do grau de desenvolvimento da planta, eliminando-se os ramos laterais mais rasteiros até uma altura de 0,4m a 0,5m. Em seguida, quando a planta atingir em torno de 1,5m de altura, o broto apical do ramo principal deverá ser cortado, visando reduzir o crescimento vertical da planta e estimular a emissão de brotações laterais. Após a poda, selecionam-se três ramos bem distribuídos, que serão responsáveis pela formação da copa e que originarão os ramos secundários.

Depois da frutificação e antes do período chuvoso, é importante fazer uma poda de limpeza, eliminando e queimando ramos rasteiros, secos, quebrados, praguejados e doentes.

Cobertura morta

A utilização da cobertura morta, principalmente durante o primeiro período seco após o plantio, é prática de grande efeito no pegamento e sobrevivência de plantas jovens. É feita com a utilização de material vegetal seco como casca de coco, galhos, palhas e folhas, desde que não contenham sementes de invasoras.

Essa prática reduz a temperatura do solo em torno da planta, que chega a ser extremamente alta, principalmente nas areias quartzozas e preserva a umidade do solo em volta das plantas por maior período de tempo. A cobertura deverá ser retirada no início das chuvas para evitar o efeito inverso, ou seja, proporcionar o excessivo acúmulo de umidade próximo às plantas, o que pode causar doenças foliares e radiculares.

Nutrição e adubação

Sendo planta típica de solos extremamente pobres, a mangabeira é, aparentemente, pouco exigente em nutrientes, porém, sob condições de campo, verifica-se que o melhor desenvolvimento e produtividade estão na dependência da maior oferta de nutrientes, uma vez que mangabeiras plantadas em solos com maior grau de fertilidade apresentam crescimento mais rápido e precocidade na produção.

Os macronutrientes encontrados em maior proporção na mangabeira são o nitrogênio e o potássio, sendo estes os mais exportados pelos frutos, por ocasião da colheita; entre os micronutrientes, o ferro, é o mais abundante.

Adubações químicas com formulações à base de macro e micronutrientes têm resultado em melhoria do desenvolvimento de plantas jovens. Esses adubos poderão ser aplicados diluídos em água, via foliar, ou por rega ao redor das plantas; podem ainda ser aplicados via solo, em cobertura, devendo-se observar a recomendação quanto às dosagens para frutíferas.

Com relação à adubação orgânica, observações em condições de campo, têm demonstrado que a utilização de esterco bovino dentro da cova de plantio tem resultado em alta mortandade e prejuízos ao desenvolvimento de plantas jovens, porém tem havido resposta positiva para adubações em cobertura, na proporção de 2 litros e 30 litros por planta ao ano, para plantas recém plantadas e em fase de produção, respectivamente.

Com relação à calagem, verificou-se que, em solo do tipo Latossolo Vermelho-Amarelo, com pH 5,5, a utilização de calcário na quantidade de 1,2 a 4 toneladas/ha reduziu a absorção de boro e inibiu o crescimento de mangabeiras. Sendo assim, conclui-se que, nas condições citadas, deve-se evitar a utilização da calagem na cultura da mangabeira.

Pragas

Em virtude da mangabeira ainda encontrar-se em processo de domesticação e da quase inexistência de grandes cultivos comerciais, poucas pragas têm sido registradas causando prejuízo à cultura. Os pulgões são considerados as mais significativas e, além desses, algumas pragas secundárias também têm ocorrido com certa freqüência sem, no entanto, promover grandes perdas.

Pulgão-verde

Dentre as espécies de pulgões, o pulgão-verde (Aphis gossypii) tem sido a praga mais freqüentemente associada à mangabeira. Ocorre em diversos Estados brasileiros e ataca várias culturas. O inseto, com aproximadamente 1mm e coloração verde-escura, suga a seiva das folhas mais jovens, brotos, hastes e flores, causando o encarquilhamento das folhas e encurvamento da parte apical do caule, podendo levar ao atrofiamento e morte das plantas jovens. Este inseto vive em colônias e ataca em todas as fases de desenvolvimento da planta, mas é no viveiro onde os prejuízos são maiores, sendo muitas vezes necessário o controle químico.

O controle na fase de muda pode ser feito de forma eficiente com a aplicação de Monocrotophós (Nuvacron 400â a 0,1%), e outros inseticidas sistêmicos, embora não haja registro de produtos para a cultura no Ministério da Agricultura, da Pecuária e do Abastecimento. Na fase adulta, não é necessário efetuar o controle, uma vez que as populações são naturalmente reduzidas com a chegada das chuvas.

Cochonilhas

Duas espécies de cochonilha têm sido observadas afetando a mangabeira, embora de forma menos freqüente que os pulgões. A cochonilha-verde (Coccus viridis) é um inseto de forma oval e achatada, medindo cerca de 5mm de comprimento e de coloração verde-clara. Forma colônias e ataca ramos novos, bem como a face inferior das folhas ao longo da nervura principal. Outra espécie, a Pseudaonidia trilobitiformis, que também ocorre em outras fruteiras como cajueiro e mangueira, tem sido registrada esporadicamente atacando a mangabeira.

O controle poderá ser feito utilizando-se os mesmos produtos destinados ao controle dos pulgões.

Formiga-cortadeira

As formigas cortadeiras do gênero Atta, conhecidas popularmente como saúvas, causam severos danos no viveiro e em plantas jovens quando levadas ao local definitivo de plantio. Em plantas adultas não se observam danos significativos.

O controle é feito com a eliminação dos formigueiros das proximidades, por meio da utilização de formicidas granulados tipo isca ou em pó.

Outras pragas

Alguns insetos de importância secundária também têm sido registrados afetando esta cultura. A abelha arapuá, da espécie Trigona spinipes é um inseto de coloração preta de ocorrência generalizada, que corta os ramos novos, flores e folhas em busca do látex para a construção de seus ninhos, prejudicando sensivelmente o desenvolvimento das brotações e o crescimento das plantas jovens. O percevejo (Theogonis stigma) é um inseto que mede cerca de 20mm de comprimento, de coloração escura e apresenta uma expansão nas pernas posteriores que lembram pequenas folhas. O adulto perfura o fruto verde em vários locais, provocando o seu apodrecimento e queda precoce. Ocasionalmente, as plantas podem sofrer o ataque de lagartas, como Erinnyis ello e Cocytius antaeus, que causam o desfolhamento.

O controle químico desses insetos somente deverá ser efetuado se houver infestações provocando danos econômicos, ressaltando-se que não há inseticidas registrados para essas pragas na cultura da mangabeira.

Os ratos também podem causar sérios prejuízos na fase de viveiro, uma vez que desenterram e comem as sementes recém-plantadas ou em fase de germinação.

O controle pode ser feito por meio do uso de iscas específicas para esses roedores.

Doenças

Apesar da mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) ser uma cultura relativamente nova, esta já apresenta alguns problemas patológicos que merecem a devida atenção do produtor. Estes ocorrem desde o estabelecimento de viveiros para produção de mudas até a implantação da cultura definitiva no campo.

Podridões-das-raízes e Tombamento de mudas

A produção de mudas de H. speciosa pode fracassar devido ao alto índice (até 100%) de mortalidade causada pelo fungo Cylindrocladium clavatum, que provoca o apodrecimento das raízes mesmo sob rega controlada. Em situações graves a aplicação de fungicidas benzimidazóis demonstrou promover um bom nível de controle desta doença. Contudo, nenhum destes produtos está registrado para a cultura.

O fungo Sclerotium rolfssii também tem sido relatado causando morte de plântulas no viveiro, principalmente devido ao excesso de água de irrigação. Ainda não se obtiveram medidas de controle efetivas para essa doença, porém recomenda-se evitar o excesso de umidade no substrato e realizar o tratamento das sementes com fungicidas.

Queima das folhas

Desde a formação das primeiras folhas, estas podem apresentar lesões avermelhadas que se tornam pardo escuras ao longo do tempo. Com a evolução dos sintomas, estas podem vir a apresentar queima generalizada, resultando inclusive na morte de plântulas, podendo haver perdas em torno de 70% em viveiros.

A etiologia da doença ainda não está totalmente esclarecida, apesar de já existirem registros de isolamento do fungo Colletotrichum sp. a partir de tecidos com estes sintomas. Testes de patogenicidade encontram-se em andamento, bem como estudos para definição de medidas mais apropriadas de controle. Contudo, sugere-se que, no viveiro, de forma paliativa seja realizada a pronta eliminação das mudas infectadas para reduzir ou impedir sua disseminação para as mudas que ainda se encontram sadias. As plantas adultas, quando atacadas, geralmente recuperam a folhagem no período seco, sem necessidade de tratamento.

Fumagina

Esta doença é provocada pelo fungo Meliola hancorniana, que causa nas folhas uma fumagina de revestimento. O fungo não causa sintomas necróticos ou de queima nas folhas. Seu controle pode ser obtido com a aplicação de óleo mineral.

Mancha Necrótica dos Frutos

É comum a ocorrência de manchas necróticas em frutos, cujo agente causal foi identificado como Colletotrichum gloesporioides (Penz.) Sacc.

Os frutos apresentam, inicialmente, pequenas pontuações de coloração marrom as quais evoluem para manchas circulares. Esse mesmo fungo, provavelmente é o causador da queima das folhas. Embora possíveis alternativas para o controle de C. gloesporioides na mangabeira ainda não tenham sido desenvolvidas, recomenda-se, que sejam recolhidos e enterrados os frutos afetados e que seja realizada a eliminação e queima dos galhos secos, com o objetivo de se reduzir a fonte de inóculo potencial e conseqüente agravamento dos sintomas.

Seca-dos-ramos

Mangabeiras de diferentes idades podem apresentar os sintomas desse mal, cujo agente causal ainda está indeterminado. Os sintomas se iniciam nas partes mais jovens dos ramos, com o murchamento e seca das folhas, que permanecem presas aos ramos; em seguida, ocorre o secamento, começando pelas extremidades, em direção às áreas de maior diâmetro. Se não forem tomadas medidas de controle, a doença poderá atingir toda a planta, causando a morte. O controle deverá ser feito após a constatação dos primeiros sintomas, através do corte dos galhos afetados, 30cm a 40cm abaixo da margem inferior da lesão, tomando-se o cuidado de proteger o corte com pasta cúprica; em seguida, as partes cortadas deverão ser queimadas.

Colheita e pós-colheita

A mangabeira inicia a sua produção entre o terceiro e o quinto ano após o plantio. A partir do quinto ano, a cultura pode proporcionar produtividades de 10 a 12 t/ha, dependendo das condições de clima e solo e do manejo adotado. No litoral do Nordeste, de um modo geral, o principal período de safra dá-se de novembro até abril.

A colheita é feita manualmente, coletando-se os frutos caídos no solo, ou colhendo-se diretamente na árvore os frutos de vez. Neste estádio, os frutos adquirem uma coloração mais amarelada e a pele torna-se menos áspera. Além disso, mostram-se ligeiramente macios quando pressionados, podendo ser armazenados até atingirem o completo amadurecimento, que ocorre entre 2 e 3 dias após a colheita. Os frutos coletados do chão, conhecidos como de caída ou de queda, são aqueles que desprendem-se da árvore, completando o amadurecimento poucas horas após a queda. Esses frutos são os mais valorizados no mercado, embora não possam ser armazenados à temperatura ambiente, devendo serem logo beneficiados. São muito moles e perecíveis, o que dificulta a perfeita higienização por meio da lavagem. Os frutos colhidos imaturos (verdes) não apresentam boa qualidade ou apodrecem; isso faz com os consumidores prefiram comprar a mangaba madura.

De uma forma geral, os frutos colhidos devem ser lavados e secados à sombra em local arejado, sendo em seguida acondicionados em caixas de plástico, quando então deverão seguir para a agroindústria ou para as centrais de abastecimento. Quando a produção é destinada à indústria, os frutos maduros poderão ser acondicionados em sacos plásticos apropriados e congelados para posterior processamento. Ou ainda, podem ser imediatamente despolpados e acondicionados em embalagens que variam de 200g a 10kg, dependendo do destino. A fruta ou a polpa concentrada, mantidas em temperatura adequada, conservam suas propriedades por mais de um ano.

A mangaba é utilizada, principalmente, para o fabrico de sucos e sorvetes, sendo uma das mais importantes matérias-primas para a agroindústria desses produtos no Nordeste.

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Fonte: sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br

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