Mamona

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A mamona é cientificamente denominada Ricinus communis L., é planta da família euphorbiáceas.

No Brasil, conhece-se a mamona sob as denominações de mamoneira, rícino, carrapateira, bafureira, baga e palma-criste; na Inglaterra e Estados Unidos, pelo nome de “castor bean” e “castor seed”.

O óleo é o mais importante constituinte da semente de mamona.

A Planta

Tem raízes laterais e uma raiz principal que pode atingir 1,50 m de profundidade.

As variedades cultivadas no Brasil podem ser de porte anão ou baixo (até 1,60 m), médio (1,60 a 2,00 m) ou alto (acima de 2,00 m).

Há também variedades com frutos deiscentes (quando maduro se abrem, deixando cair as sementes) e indeiscentes. O fruto é uma cápsula com espinhos, com três divisões e uma semente em cada uma.

A mamoneira desenvolveu-se nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste do Brasil. Nas regiões Sudeste e Sul, para se garantir a competitividade com outros produtos concorrentes tornou-se necessário o desenvolvimento de técnicas que facilitassem a mecanização e o desenvolvimento de variedades mais rentáveis. Deste modo tornou-se possível cultivar variedades anãs eindeiscentes, cuja maturação ocorre aproximadamente ao mesmo tempo em todas as bagas. Isto permite colheita mecânica única anual.

No Nordeste a miscigenação de variedades provocou um hibridismo espontâneo, os frutos são deiscentes, requerendo múltiplas colheitas por ano, em operação manual.

Mesmo sendo uma cultura tropical equatorial, seu cultivo tem sido intensificado fora até mesmo dos trópicos e subtrópicos. Nas regiões tropicais, equatoriais, geralmente cultivam-se variedades arbóreas e nas regiões subtropicais e temperadas, variedades anãs e precoces.

História e Biodiesel

Em 1859 foi descoberto petróleo na Pennsylvania tendo sido utilizado principalmente para produção de querosene de iluminação.

Durante a Exposição Mundial de Paris, em 1900, um motor diesel foi apresentado ao público funcionando com óleo de amendoim. Os primeiros motores tipo diesel eram de injeção indireta. Tais motores eram alimentados por petróleo filtrado, óleos vegetais e até mesmo por óleos de peixe.

O combustível especificado como “óleo diesel” somente surgiu com o advento dos motores diesel de injeção direta, sem pré-câmara. A disseminação desses motores se deu na década de 50, com a forte motivação de rendimento muito maior, resultando em baixos consumos de combustível. Além dos baixos níveis de consumos específicos, os motores diesel modernos, produzem emissões, de certa forma aceitáveis, dentro de padrões estabelecidos.

Historicamente, o uso direto de óleos vegetais como combustível foi rapidamente superado pelo uso de óleo diesel derivado de petróleo por fatores tanto econômicos quanto técnicos. Àquela época, os aspectos ambientais, que hoje privilegiam os combustíveis renováveis como o óleo vegetal, não foram considerados importantes.

O petróleo assim, foi adquirindo com o aumento do uso de motores a diesel, grande importância. A dimensão da importância que o petróleo adquiriu pôde ser vista com a crise do petróleo, que elevou os preços em mais de 300% entre 1973 e 1974, porque os países do Oriente Médio descobriram que o petróleo é um bem não-renovável e que, por isso, iria acabar algum dia.

Os produtores de petróleo então diminuíram a produção, elevando o preço do barril de US$ 2,90 para US$ 11,65 em apenas três meses. As vendas para os EUA e a Europa também foram embargadas nessa época devido ao apoio dado Israel na Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão). Com isso, as cotações chegaram a um valor equivalente a US$ 40 nos dias de hoje (essa crise aumentou dívida externa brasileira em mais de 40%).

Essa crise representou um verdadeiro marco na história energética do Planeta, pois o homem passou a valorizar as energias, posicionando-as em destaque, com relação aos bens de sua convivência.

Mamona

No mundo todo, muitos esforços foram dedicados à superação da crise, os quais incidiram, basicamente, em dois grupos de ações:

(a) conservação ou economia de energia
(b) usos de fontes alternativas de energia

A crise do petróleo, juntamente com a crise do açúcar impulsionou o pró-álcool comandados pelo professor José Walter Bautista Vidal, que era o então secretário de Tecnologia Industrial, com o auxílio de uma equipe de profundos conhecedores do setor, passaram a adaptar motores para o uso de combustíveis de origem vegetal, alternativos aos derivados do petróleo.

Daí surgiu o Pro-álcool, com tecnologia 100% nacional. O programa do Pro-álcool consistia em transformar energia armazenada por meio de organismos vegetais (processo de fotossíntese) em energia mecânica – forma renovável de se obter energia e, principalmente, um método que não agride o meio ambiente.

Em 79, a paralisação da produção iraniana, conseqüência da revolução Islâmica liderada pelo aiatolá Khomeini, provocou o segundo grande choque do petróleo, elevando o preço médio do barril ao equivalente a US$ 80 atuais. Os preços permaneceram altos até 1986, quando voltaram a cair.

Depois das crises do petróleo de 1974 e de 1979, o mundo “resolveu” a questão do petróleo de duas formas: aumentando a produtividade da energia e aumentando as taxas de juros a níveis inéditos. Como resultado, os donos das reservas aumentaram a taxa de extração de petróleo.

Além disso, a maioria dos países consumidores criou impostos sobre o petróleo, transformando-se em sócios na valorização do produto, o que antes pertencia apenas aos países da Opep.

Entretanto, embora o Pro-álcool tenha sido implementado em 1975, somente a partir de 1979 após o segundo choque do petróleo, que o Brasil, de forma mais ousada, lançou a Segunda Fase do Pro-álcool, possuindo uma meta de produção de 7,7 bilhões de litros em cinco anos.

Os financiamentos chegavam a cobrir até 80% do investimento fixo para destilarias à base de cana-de-açúcar e até 90% para destilarias envolvendo outras matérias-primas, como a mandioca, sorgo sacarino, babaçu, e outros. Quanto à parte agrícola, os financiamentos chegavam até 100% do valor do orçamento, respeitando os limites de 80% e 60% do valor da produção esperada, respectivamente nas áreas da SUDAM / SUDENE.

A intenção do Estado, ao implementar o Pro-álcool era, além das metas de aumentar a produção de alimentos e exportáveis do setor rural, buscando a estabilidade interna e também equilíbrio nas contas externas, também de transferir para a agricultura a responsabilidade de tentar superar a crise do petróleo, que afetara profundamente o Brasil, já que este era grande importador do produto.

A chamada “crise do petróleo” de 1972 foi a mola propulsora das pesquisas realizadas na época. O lobby canavieiro garantiu o Pro-álcool, mas o desenvolvimento de outros combustíveis alternativos não teve a mesma sorte, apesar dos fatores agroclimáticos, econômicos e logísticos positivos. O Brasil passou a produzir álcool em grande escala e, em 1979, quase que 80% da frota de veículos produzida no país eram com motores a álcool.

Porem o governo brasileiro arquivava estudos sobre combustíveis alternativos, enquanto a Comunidade Econômica Européia investia, com sucesso, na pesquisa de combustíveis alternativos vegetais, entre eles o BIODIESEL de óleo de canola (colza), a matéria prima mais utilizada na Europa. Na Malásia e nos Estados Unidos foram realizados experimentos bem sucedidos com palma e soja, respectivamente.

A partir de 1986, o preço do petróleo caiu muito. Os preços deixaram de criar pressão para economizar energia e aumentar a produtividade.

No Brasil, por várias razões, incluindo -se a diminuição dos preços do petróleo e o desinteresse da PETROBRAS, as atividades de produção experimental de óleo diesel vegetal, foram paralisadas.

Quanto ao pró-álcool, ele foi ficando de lado nas políticas governamentais e por pressões internacionais, o programa foi paralisado. (já que não é interesse internacional a independência energética do Brasil).

Se o programa não tivesse sido interrompido, hoje, com toda certeza, seríamos independentes dos combustíveis fósseis e talvez não tão submissos aos organismos econômicos internacionais.

Óleos Vegetais e o Biodiesel no Brasil

Mamona

No Brasil, desde a década de 20, o Instituto Nacional de Tecnologia – INT já estudava e testava combustíveis alternativos e renováveis.

Nos anos 60, as Indústrias Matarazzo buscavam produzir óleo através dos grãos de café. Para lavar o café de forma a retirar suas impurezas, impróprias para o consumo humano, foi usado o álcool da cana de açúcar. A reação entre o álcool e o óleo de café resultou na liberação de glicerina, redundando em éster etílico, produto que hoje é chamado de biodiesel.

Desde a década de 70, por meio do INT, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT e da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – CEPLAC, vêm sendo desenvolvidos projetos de óleos vegetais como combustíveis, com destaque para o DENDIESEL.

Na década de 70, a Universidade Federal do Ceará – UFCE desenvolveu pesquisas com o intuito de encontrar fontes alternativas de energia. As experiências acabaram por revelar um novo combustível originário de óleos vegetais e com propriedades semelhantes ao óleo diesel convencional, o biodiesel.

O uso energético de óleos vegetais no Brasil foi proposto em 1975, originando o Pró-óleo – Plano de Produção de Óleos Vegetais para Fins Energéticos. Seu objetivo era gerar um excedente de óleo vegetal capaz de tornar seus custos de produção competitivos com os do petróleo. Previa-se uma mistura de 30% de óleo vegetal no óleo diesel, com perspectivas para sua substituição integral em longo prazo.

Com o envolvimento de outras instituições de pesquisas, da Petrobrás e do Ministério da Aeronáutica, foi criado o PRODIESEL em 1980. O combustível foi testado por fabricantes de veículos a diesel. A UFCE também desenvolveu o querosene vegetal de aviação para o Ministério da Aeronáutica. Após os testes em aviões a jato, o combustível foi homologado pelo Centro Técnico Aeroespacial.

Em 1983, o Governo Federal, motivado pela alta nos preços de petróleo, lançou o Programa de Óleos Vegetais – OVEG, no qual foi testada a utilização de biodiesel e misturas combustíveis em veículos que percorreram mais de 1 milhão de quilômetros. É importante ressaltar que esta iniciativa, coordenada pela Secretaria de Tecnologia Industrial, contou com a participação de institutos de pesquisa, de indústrias automobolísticas e de óleos vegetais, de fabricantes de peças e de produtores de lubrificantes e combustíveis.

Embora tenham sido realizados vários testes com biocombustíveis, dentre os quais com o biodiesel puro e com uma mistura de 70% de óleo diesel e de 30% de biodiesel (B30), cujos resultados constataram a viabilidade técnica da utilização do biodiesel como combustível, os elevados custos de produção, em relação ao óleo diesel, impediram seu uso em escala comercial.

Década de 90

A Primeira guerra do golfo começou em agosto de 1990 com a tentativa do Iraque de anexar seu vizinho Kuwait. Os Estados Unidos, que até então eram aliados do Iraque contra o Irã, decidiram intervir na região.

Com a guerra, o golfo pérsico foi fechado e os EUA perderam dois fornecedores de petróleo: Iraque e o Kuwait.

As especulações sobre o desenrolar da guerra levaram os preços do petróleo a subir ao patamar próximo aos US$ 40 atuais.

Com a rendição de Saddam Hussein, os preços do petróleo voltaram a cair.

No final da década de 90 foram realizados testes em frotas de ônibus no Brasil com BIODIESEL (de soja) dos EUA, doado pela American Soybean Association (ASA).

Qual seria o interesse da ASA em promover combustíveis de óleo de soja no Brasil?

A razão é muito simples e encontra explicação na ação geopolítica dos EUA, que consiste em estimular seu maior concorrente a utilizar a produção local de óleo de soja como combustível, deixando de exportar, isto é, de competir com o produto americano no mercado mundial de óleos alimentícios. Porém nós temos um potencial gigantesco para produzir biodiesel a partir de outras fontes que não a soja.

Mamona

Futuro

Efeito estufa, guerra, desenvolvimento do setor primário e fixação do homem no campo, fazem com que o investimento na pesquisa, produção e divulgação do biodiesel se espalhem por todo o país através de feiras, encontros, seminários, etc.

A atual crise do petróleo não é resultado das tensões geradas por alguns países árabes em conflito com potências ocidentais, mas um problema de aumento da demanda e falta de estoques.

O crescimento acelerado nos EUA, aliado ao reaquecimento da economia mundial e às baixas cotações que o produto vinha apresentando nos últimos dez anos, gerou um forte aumento do consumo de derivados de petróleo.

A instituição americana World Watch Institute, já prognosticou que o Brasil liderará as nações do mundo ao lado dos Estados Unidos e da China como integrante dos GE-8 (“e” significa environment em inglês e trata da ecologia), bem superior ao G-7 composto pelas nações ricas dominantes deste final de século no hemisfério norte.

Políticas mundiais com relação ao biodiesel:

A prática de um menor preço para o biodiesel na Alemanha é explicável pela completa isenção dos tributos em toda a cadeia produtiva desse bio-combustível
Os EUA criaram o Programa de Biodiesel com a meta de produção de cinco bilhões de galões anuais (20 bilhões de litros por ano). Considerando que um litro de biodiesel equivale em capacidade energética veicular a 2,5 litros de álcool etílico, o programa americano de biodiesel equivale a sete vezes o máximo atingido do programa brasileiro do álcool.
Alguns estados americanos obrigam que seja adicionado, pelo menos 2% de biodiesel no óleo diesel mineral.
Para incentivar e divulgar o biodiesel, A NASA e as Forças Armadas Americanas consideraram oficialmente o biodiesel, um combustível de excelência para qualquer motor do ciclo diesel. O Programa Americano de Biodiesel é todo baseado em pequenos produtores e consumidores.
Depois de amplamente testado e aprovado na Europa e nos EUA, a aceitação brasileira para o biodiesel se torna mais fácil.
Não se trata simplesmente de adicionar biodiesel, ou substituir o petrodiesel. É necessário entender a revolução que ocorreria no campo, na indústria, no ambiente, na formação de renda, no nível de emprego, na oferta de alimentos e outros derivados de oleaginosas após a extração do óleo, no impacto no preço internacional, entre outros aspectos.

Soluções

Para que possamos aproveitar todo o potencial energético brasileiro, devemos isentar dos impostos toda a cadeia produtiva do biodiesel, constitui uma providência a ser tomada, sem a qual não haverá possibilidade de competição desse novo combustível com óleo diesel mineral.

Deve-se eliminar qualquer restrição sem justificativas técnicas ou sócio-ambientais. Promover um maior apoio a programas regionais. Não se deve dar prioridade para aqueles que concentram os interesses nos negócios de combustíveis no Brasil. Uma alternativa viável seria a produção de biodiesel em sistemas integrados em regiões remotas, pois sabe -se que o custo de transportes do óleo diesel mineral para tais regiões pode atingir valores exorbitantes. Não tem sentido privilegiar meia dúzia de usineiros e corporações.

É necessário trabalhar com comunidades, incentivando o trabalhador rural a produzir produtos para biomassa. Já que a oferta de matérias prima parece ser uma das principais dificuldades restritivas para a implementação de um programa de produção extensiva de biodiesel.

Devemos pensar estrategicamente nossa política de combustíveis vegetais alternativos, avaliando as potencialidades da produção agrícola de cada região, o desempenho energético e ambiental de cada cultura, não abrindo mão dos mercados internacionais já conquistados para nossas commodities tradicionais.

A reativação de programas de bioenergia é fundamental para encontrarmos o caminho para o desenvolvimento e soberania nacional.

É preciso que os governantes tenham políticas de desenvolvimento diretamente ligadas aos nossos interesses, dizer não aos interesses internacionais, dizer não às políticas neoliberais e passar a acreditar mais no nosso potencial técnico e humano. Agora é hora de colocar as idéias em prática.

Fonte: www.biodieselbr.com

Mamona

Nome científico: Ricinus communis L.
Família botânica: Euphorbiaceae
Outros nomes populares: carrapateira, rícino, palma-de-cristo
Partes usadas:
Óleo das sementes e as flores.

Arbusto com 2,5m de altura, caule ramificado, coloração verde ou avermelhada.

Folhas simples, longo-pecioladas, palmatilobadas com 7 a 11 lobos de bordos serrados e ápice acuminado.

Flores em racemos terminais, com flores femininas ocupando a porção superior da inflorescência. Frutos cápsulas tricocas, espinhosas, triloculares, com uma semente em cada lóculo.

Sementes lisas, brilhantes, negras com manchas brancas.

A mamona é originária da Ásia meridional e foi introduzida em quase todo o mundo, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais. É largamente difundida por todo o Brasil, não havendo praticamente terreno baldio, mata ou lavoura abandonada onde ela não cresça.

Em vários países a mamona é cultivada para a extração do óleo das sementes, o óleo de rícino, cujo principal emprego é na lubrificação de motores de alta rotação, como é o caso dos motores de aviões. O óleo de rícino é usado, também, como purgativo, na fabricação de tinta, verniz e plástico, enquanto a torta, subproduto da extração do óleo, é usada como adubo (Scavone & Panizza, 1980).

Apesar da alta toxicidade das sementes de mamona, o óleo de rícino não é tóxico, visto que a ricina, proteína tóxica das sementes, não é solúvel em lipídios, ficando todo o componente tóxico restrito á torta (Gaillard & Pepin, 1999).

A toxicidade da planta é conhecida desde tempos remotos. Segundo Lord et al.(1994), há mais de um século atrás foi isolada das sementes da mamona uma proteína denominada ricina. Nesta época, acreditava-se que a toxicidade desta proteína resultava de sua habilidade de aglutinar, in vitro, células vermelhas do sangue.

Estudos mais recentes mostraram que as preparações de ricina daquela época eram, na verdade, uma mistura de uma potente citotoxina, a ricina, e uma hematoaglutinina, a Ricinus communis aglutinina (RCA). Porém, sabe-se que esta hematoaglutinina é oralmente inativa, e só apresenta ação aglutinante de hemácias in vitro, ou quando administrada intravenosamente (Lampe, 1991). Assim, descarta-se a hipótese da intoxicação ser causada por aglutinação de eritrócitos.

Vários trabalhos tentaram elucidar a ação da ricina em células animais. Foi assim que em 1988, Endo & Tsurugi divulgaram um trabalho decisivo, no qual descreveram o mecanismo da ação catalítica da ricina na unidade 60S dos ribossomos das células eucarióticas.

Após a divulgação deste trabalho, várias proteínas estrutural e funcionalmente relacionadas à ricina foram descritas para uma grande variedade de plantas superiores. Estas proteínas, juntamente com a ricina, formam um grupo e são coletivamente conhecidas como “proteínas inativadoras de ribossomos” (RIPs).

Estas enzimas inativam especificamente e irreversivelmente ribossomos eucarióticos, impedindo a síntese protéica.

Elas podem ocorrer como monômeros de aproximadamente 30kDa (chamadas RIPS tipo I), ou, em certos tecidos vegetais, como um heterodímero, no qual uma RIP tipo I está covalentemente unida através de uma ponte dissulfeto a um segundo polipetídeo, cuja massa também está em torno de 30 kDa. Este segundo polipetídeo é descrito como uma lectina ligadora de galactose, e o heterodímero formado é chamado de RIP tipo II (Lord et al., 1994).

Como monômeros, as RIPs não são citotóxicas, pois não atravessam a membrana celular eucariótica. Na verdade, certos tecidos vegetais ricos em RIPs tipo I, como o germe de trigo e o grão de cevada, são largamente consumidos por seres humanos e animais sem nenhum dano celular. Porém, RIPs tipo II ligam-se às células eucarióticas através de interações com galactosídeos da superfície celular e, após subseqüente entrada no citosol, promovem a morte celular por inibição da síntese de proteínas (Lord et al., 1994).

A ricina é uma RIP tipo II heterodimérica composta de uma enzima inibidora de ribossomo (32kDa, designada cadeia A, ou RTA) ligada, através de uma ponte dissulfeto, a uma lectina galactose/N-acetilgalactosamina-ligadora (34kDa, a cadeia B ou RTB). A cadeia B da ricina liga-se a componentes contendo resíduos terminais de galactose da superfície celular e, subseqüentemente, a molécula de ricina entra na célula eucariótica por endocitose.

Acredita-se que após a endocitose, a cadeia B da ricina realize um papel secundário, facilitando a localização do substrato ribossomal pela cadeia A.

Esta, após localizar seu substrato, liga-se a ele, catalisando enzimaticamente a quebra N-glicosídica de um resíduo de adenina específico localizado no RNA ribossomal 28S, contido na unidade 60S do ribossomo. Sendo assim, a atividade enzimática da cadeia A impossibilita a síntese de proteínas da célula por depurinação do RNAr 28S, culminando em morte celular (Lord et al., 1994). Lampe (1991), cita que apenas a cadeia A da ricina entra no citosol, enquanto a cadeia B permanece ligada à superfície celular.

As células da parede gastrintestinal são as mais atingidas, sendo que uma única molécula da toxina é suficiente para causar a morte destas células. As sementes possuem, também, um alcalóide brandamente tóxico, a ricinina.

Há isoformas da ricina incluindo ricina D, ricina E e a anteriormente citada Ricinus communis aglutinina (RCA). Juntas, somam mais de 5% do total de proteínas presentes nas sementes maduras de Ricinus.

RCA é estrutural e funcionalmente diferente da ricina. A primeira é tetramérica, composta de dois heterodímeros análogos de ricina, cada um dos quais contém uma cadeia A (32kDa) e uma cadeia B galactose-ligadora (36kDa). Em adição as suas diferenças estruturais, estas duas proteínas também diferem em suas propriedades biológicas. A ricina é uma citotoxina potente, mas uma ineficaz hematoaglutinina, enquanto a RCA é pouco tóxica para células intactas, mas apresenta uma alta atividade hematoaglutinadora in vitro (Lord et al., 1994).

A ricina e seus homólogos são sintetizados em células endospermáticas de sementes maduras de Ricinus, onde as RIPs são levadas para uma organela chamada corpo protéico (análogo a um compartimento vacuolar), para serem estocadas na célula madura. Quando as sementes germinam, as toxinas são rapidamente destruídas em poucos dias após a germinação.

As sementes desta planta são extremamente atrativas para crianças, levando-as a ingerir quantidades consideráveis destas sementes. Os sintomas da intoxicação aparecem depois de algumas horas, ou até mesmo dias após a ingestão. Neste intervalo de tempo, nota-se a perda do apetite, o aparecimento de náuseas, vômitos e diarréia. Subseqüentemente, estes sintomas se agravam. Os vômitos tornam-se persistentes e a diarréia passa a ser sanguinolenta (Ellenhorn & Barceloux, 1988).

Não existem antídotos para a intoxicação com ricina. O tratamento é sintomático, devendo sempre ser iniciado com lavagem gástrica e com a administração de carvão ativado ou de outros adsorventes.

Fonte: br.geocities.com

Mamona

A mamoneira pertence à família Euphorbiaceae, que engloba vasto número de tipos de plantas nativas da região tropical.

É uma planta de hábito arbustivo, com diversas colorações de caule, folhas, podendo ou não possuir cera no caule e pecíolo.

Os frutos, em geral, possuem espinhos e, em alguns casos, são inermes. As sementes apresentam-se com diferentes tamanhos, formatos e grande variabilidade de coloração.

Destas, extrai-se o óleo de mamona ou rícino, que contém 90% de ácido ricinoléico, o que representa uma fonte praticamente pura deste ácido graxo, fato raro na natureza.

Esse componente confere ao óleo de mamona ampla gama de aplicação industrial, inclusive como fonte alternativa de combustível, tornando a cultura da mamoneira importante potencial econômico e estratégico ao País.

Características

Caracteriza-se por folhas grandes palmadas e frutos rodeados de espinhos e contendo três sementes em seu interior.

De seus frutos, extrai-se o óleo de mamona ou de rícino, que encerra em sua composição 90% de ácido graxo ricinoléico, o que representa uma fonte praticamente pura desse ácido, fato raro na natureza. É também conhecida como mamoneira, palma-Christi, carrapateiro e rícino.

Princípio ativo: Alcalóides (ricinina), glucoproteína (ricina), dentre outros.

Propriedades: Vermífugo, purgante (uso interno), emoliente e cicatrizante (uso externo).

Indicações: Combate a parasitos intestinais e externamente é usado para combater eczemas, herpes, erupções, feridas, queimaduras e calvície.

Toxicologia: A ingestão de suas sementes pode ser mortal, tanto para crianças (3 sementes) como para adultos (15 sementes).

Cultivares:

IAC 80 – cultivar de frutos deiscentes, porte alto, altura média de 2,50 a 3,50 m, ciclo vegetativo de 240 dias, potencial produtivo de 1.500 a 4.000kg/ha, quatro a cinco repasses de colheita, 47% de óleo nas sementes, peso de 100 sementes: 43 g;
GUARANI –
cultivar de frutos indeiscentes, porte médio, altura média de 1,80 a 2,00m, ciclo vegetativo de 180 dias, potencial produtivo de 1.500 a 4.000kg/ha, colheita única, 47% de óleo nas sementes, peso de 100 sementes: 43 g;
IAC 226 –
cultivar de frutos indeiscentes – porte alto, altura média de 2,50 a 3,50m, ciclo vegetativo de 180 dias, potencial produtivo de 1.500 a 4.000kg/ha, colheita única, 47% de óleo nas sementes, peso de 100 sementes: 34g.

Época de plantio: outubro a novembro. A medida que o plantio se afasta desse período há queda na produtividade.

Espaçamento

Variável conforme a altura da planta. Para cultivo de porte alto, cultura solteira, o espaçamento de 2,5 a 3,0m entre as plantas. A necessidade de sementes para um hectare de 3 a 4kg. O cultivar de porte médio Guarani deve ser plantado no espaçamento de 1 x 1 m ou 1,50 x 0,50m.

O gasto de sementes por hectare de 8 a 10kg. No espaçamento indicado, deve-se deixar, após a germinação, uma planta por cova.

Calagem e adubação: aplicar calcário dolomítico 90 dias antes do plantio, de acordo com a análise de solo, para elevar o índice de saturação por bases a 60% e o teor de magnésio a um mínimo de 4mmolc/dm3.

No plantio, aplicar 15kg/ha de N, 40 a 80kg/ha de P2O5 e 20 a 40kg/ha de K2O. Em cobertura, aplicar 30 a 60kg/ha de N, 30 a 40 dias após a germinação.

A mamona sensível à acidez do solo e exigente em nutrientes, apresentando boa resposta em produtividade à correção do solo com calcário e fertilizantes.

Controle da erosão: Plantio em nível

Tratos culturais: O crescimento da mamoneira lento, exigindo duas ou mais operações de cultivo mecânico ou manual para mantê-la livre de mato nos primeiros sessenta dias do desenvolvimento da cultura.

Sistema de produção

Os cultivares de porte alto são indicados para plantio em consorciação com culturas alimentícias e de ciclo curto, como milho, arroz, feijão, abóbora: plantar a mamoneira em fileira dupla, espaçando 1m entre as linhas e 1 m entre as plantas.

Deixar espaço de 4 a 5m entre as fileiras duplas de mamoneira, para outra cultura, de acordo com as recomendações técnicas. Esse sistema de produção possibilita aproveitamento racional da pequena propriedade, com aumento do rendimento por área.

Controle de pragas e doenças

Fusariose, bacteriose das folhas e mofo cinzento devem ser controlados com rotação de culturas, erradicação e queima das plantas. O mofo cinzento ocorre nas inflorescências e frutos e provoca o achatamento das sementes.

Pode ter a incidência diminuída quando se adotam espaçamentos mais largos em anos e/ou locais de pluviosidade alta, podendo também ser controlado com iprodione.

Quando se cultiva mamona em regiões em que predominam as culturas da soja e feijão, poder haver ocorrência do percevejo verde Nezara, porém não há inseticidas registrados até janeiro/95.

Colheita

No cultivar deiscente IAC 80, deve ser parcelada retirando-se os racemos do campo quando 70% dos frutos estiverem secos, completando-se a secagem no terreiro. Após a secagem, os frutos abrem deixando as sementes livres, e com abanação mecânica ou manual separam-se das cascas.

Os cultivares indeiscentes Guarani e IAC 226, possibilitam colheita única dos racemos já secos, dispensando a operação de secagem no terreiro. Entretanto, o descascamento obrigatoriamente mecânico, em descascadeira específica para este tipo de mamona.

Rotação de culturas

A mamoneira não deve ser plantada por mais de dois anos no mesmo local para se evitar aumento da incidência de doenças fúngicas, principalmente a fusariose, que quando ocorre durante a germinação, pode inutilizar a cultura.

As culturas indicadas são: milho, amendoim, adubos verdes.

Recomendação geral

A mamoneira deve ser plantada em solos bem preparados, férteis e profundos, livre de compactação para possibilitar o desenvolvimento do sistema radicular profundo e denso.

A semeadura na profundidade de 5cm, semeando-se 2 sementes e deslocando-se uma planta após a germinação. A prática da capação ou desbrota da gema apical não deve ser realizada com os cultivares deiscentes, sob pena de queda na produtividade.

Fonte: www.agrov.com

Mamona

Mamona

Mamona

A mamoneira é uma das 7.000 espécies da família das euforbiáceas, possivelmente originária da Etiópia, no continente africano. Chamada também de rícino, carrapateira, palma criste é um arbusto de cujo fruto se extrai um óleo de excelente qualidade e com inúmeras aplicações industriais.

Conhecido desde a Antigüidade por suas propriedades medicinais e como azeite para iluminação.

A extração do óleo da semente ou da baga (semente descascada) é realizada por meio de máquinas que promovem a prensagem, a frio ou a quente, ou ainda pela extração utilizando solventes. Do esmagamento da mamona, obtem-se, como produto principal, o óleo e, como co-produto, a torta de mamona que pode ser utilizada como adubo (fertilizante) e caso seja desintoxicada poderá ser utilizada na alimentação animal.

Hoje o óleo da mamona tem larga utilização na indústria química, farmacêutica e cosmética.

Utilizado para a fabricação de vernizes, tintas, sabões, plásticos, fibras sintéticas lubrificantes e como matéria-prima para a produção de combustível renovável: o biodiesel.

As folhas da mamoneira servem de alimento para o bicho-da-seda e, misturadas à forragem, aumentam a secreção láctea das vacas. Da haste pode-se produzir celulose, própria para a fabricação de papel, e tecidos grosseiros. Outro uso do óleo de mamona é na biomedicina, na elaboração de próteses e implantes, substituindo o silicone.

Índia, China e Brasil são os três principais países produtores, em área e produção de mamona.

No Brasil destaca-se a o Estado da Bahia como maior produtor desta oleaginosa, com aproximadamente 92% da produção Nacional. Segundo o zoneamento agroecológico elaborado pela Embrapa Algodão, foram identificados na Região Nordeste 452 municípios aptos para o cultivo desta oleaginosa. Desse total, 189 municípios estão localizados no Estado da Bahia, representando 41,8%.

A mamoneira é cultivada tradicionalmente em praticamente todo o Estado da Bahia, concentrando-se nos territórios Irecê e Chapada Diamantina.

O cultivo é feito, em grande parte, por agricultores familiares, que utilizam a mamoneira como cultura principal, em consórcio com cultivos alimentares.

Fonte: www.rbb.ba.gov.br

Mamona

Mamona

A mamoneira é xerófila e heliófila, provavelmente originária da Ásia, explorada comercialmente entre as latitudes 40ºN e 40ºS.

No Brasil, sua introdução se deu durante a colonização portuguesa, por ocasião da vinda dos escravos africanos.

A origem desta planta é muito discutida, já que existem relatos, em épocas bastante longínquas, de se cultivo na Ásia e na África. A diversificação de um grande número de variedades desta planta, encontradas tanto no continente africano, como no asiático, impossibilita qualquer tentativa de estabelecer uma procedência efetiva da mamona.

Alguns pesquisadores acreditam que a mamona tenha sido originária da África, mais precisamente da Etiópia; essa região situa-se entre os paralelos 5º e 15ºS.

A facilidade de propagação e de adaptação em diferentes condições climáticas propiciou a mamona ser encontrada ou cultivada nas mais variadas regiões do mundo, como no norte dos Estados Unidos da América e Escócia. No Brasil a mamona foi trazida pelos portugueses com a finalidade de utilizar seu óleo para iluminação e lubrificação dos eixos das carroças. O clima tropical e, predominante no Brasil, facilitou o seu alastramento. Assim, hoje podemos encontrar a mamoneira em quase toda extensão territorial, como se fosse uma planta nativa e em cultivos destinados à produção de óleo.

De qualquer forma, menção dela é feita desde a mais remota antigüidade, pois segundo autores clássicos já era conhecida à época dos antigos egípcios que a apreciavam como planta milagrosa, sendo igualmente utilizada na lndia desde os tempos imemoriais para os mais diversos fins. No Brasil a mamona é conhecida desde a era colonial quando dela se extraía o óleo para lubrificar as engrenagens e os mancais dos inúmeros engenhos de cana.

Planta

Planta medicinal de cujas sementes se extrai o óleo de rícino. É originária do norte da África, mas cultivada na maioria dos países tropicais e temperados mais quentes.

Trata-se de uma planta perene, isto é, cresce em todas as épocas do ano. Seu fruto são cápsula ovóide de tamanho variável, e superfície lisa, brilhante e acinzentada. Em geral, possuem espinhos. Cada fruto contém três sementes.

As bagas de mamona podem ser colhidas manualmente ou com máquinas. Depois de secas, são cortadas, ventiladas e classificadas.

O óleo de rícino ou de mamona é extraído por pressão, a frio (para fins medicinais) ou a quente (para fins industriais).

Ele constitui um excelente lubrificante para motores de alta rotação e é usado na fabricação de sabonetes finos, pomadas, tintas, vernizes, pergaminhos, perfumes, plásticos e máscaras contra gases.

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de sementes de mamona e de óleo de rícino.

Fonte: iaracaju.infonet.com.br/www.klickeducacao.com.br

Mamona

Mamona

A mamona é planta da família euphorbiáceas. No Brasil, é conhecida sob as denominações de mamoneira, rícino, carrapateira, bafureira, baga e palma-criste.

A mamona é planta da família euphorbiáceas. No Brasil, é conhecida sob as denominações de mamoneira, rícino, carrapateira, bafureira, baga e palma-criste. Na Inglaterra e Estados Unidos, pelo nome de “castor bean” e “castor seed”. O óleo é o mais importante constituinte da semente de mamona.

Plantio

A mamoneira é uma planta heliófila, ou seja, deve ser plantada exposta diretamente ao sol e não tolera sombreamento. Tem grande tolerância ao estresse hídrico, mas é exigente em fertilidade do solo. Embora tolere a seca, com boa disponibilidade de água sua produtividade é muito maior. Também pode ser plantada sob irrigação.

Para cada condição climática e nível tecnológico, deve-se procurar escolher uma cultivar apropriada, pois há grande variação nas características das variedades plantadas no Brasil. Os principais detalhes sobre o cultivo de mamona são detalhados a seguir.

A condição ideal para cultivo de mamona inclui altitudes entre 300 e 1.500m, temperatura média entre 20 e 30ºC e chuvas anuais entre 500 e 1.500 mm.

Quando cultivada em baixas altitudes, devido à temperatura mais alta, a planta tende a perder energia pela respiração noturna e sofrer redução na produtividade.

Temperaturas muito altas também podem provocar perda da viabilidade do pólen, reversão sexual e outras mudanças fisiológicas que prejudicam a produção, enquanto temperaturas menores que 20ºC podem favorecer a ocorrência de doenças e até paralisar o crescimento da planta.

Quanto à pluviosidade, a planta pode produzir com quantidade de chuva inferior a 500mm, devido a sua grande tolerância à seca, mas a produção pode ser muito baixa para obter viabilidade econômica. Chuva superior a 1.500mm são consideradas excessivas para essa planta, podendo provocar diversos problemas como crescimento excessivo, doenças e encharcamento do solo.

Colheita

Uma das principais características da mamoneira relacionada à colheita é o nível de deiscência dos frutos. A colheita de variedades deiscentes é uma das operações mais dispendiosa e que mais consome mão-de-obra, em função da necessidade de se repetir o processo de colheita 5 a 6 vezes durante o ano.

Nas cultivares de frutos indeiscentes, a operação de colheita é feita em uma única vez, quando todos os cachos da planta atingirem a maturidade fisiológica. Neste estágio de desenvolvimento, a semente apresenta o máximo vigor, teor de óleo e poder germinativo.

Fonte: www.sebrae.com.br

Mamona

Mamona

A mamoneira é uma planta de alto valor econômico. É o melhor óleo vegetal para fins industriais, pois, não muda as suas características, em altas e baixas temperaturas.

A mamona

A mamona é uma planta originária de regiões onde ocorrem chuvas tropicais de verão na África, sendo cultivada atualmente em regiões úmidas mas também em regiões semi-áridas.

No Nordeste do Brasil a mamona adquiriu relativa tolerância à seca. Nos anos 1970 teve grande importância para a agricultura e a economia do semi-árido brasileiro, num tempo em que era muito comum o seu plantio e numa época em que o mercado para a mamona era seguro.

Ou seja, o que se plantava se vendia. Depois o mercado entrou em decadência e as famílias foram abandonando o plantio da mamona na maior parte do Nordeste.

Atualmente o plantio e o beneficiamento da mamona podem ser fatores importantes para melhorar a vida de centenas de milhares de agricultores familiares do Nordeste brasileiro. A semente da mamona produz um dos óleos mais dinâmicos que conhecemos.

A partir do óleo de mamona pode-se fazer vários produtos como: próteses para ossos humanos, cosméticos, lubrificantes, inclusive para turbinas de avião e biodiesel, um combustível para usar em automóveis, na indústria e na geração de energia.

O biodiesel pode ser uma alternativa brasileira para a redução da importação e do uso de petróleo, bem como para a redução da emissão de poluentes na atmosfera.

A região Nordeste possui mais de 85% da área plantada do país. A produção do Nordeste corresponde a 78% da produção nacional de bagas, sendo que a maior parte é proveniente do Estado da Bahia.

Com a política de incentivo do Governo Federal em adicionar biodiesel ao leo Diesel convencional, abrem-se grandes possibilidades concretas de geração de renda para as famílias agricultoras do semi-árido brasileiro, a partir do cultivo da mamona para a venda de bagas, mas também para a participação dessas famílias na cadeia da fabricação do biodiesel.

Assim, é importante considerar que a mamona pode voltar a ter grande importância econômica para a agricultura familiar do Nordeste, já que um dos grandes fatores para sua diminuição ou quase abandono, enquanto cultivo que gera renda, foi a falta de compradores.

ORIGEM

A mamona (Ricinus communis L.), pertence à família Euphorbiaceae.

A mamoneira, mais conhecida como “carrapateira”, “rícino”, “castor seed” ou “ planta christi” é uma planta muito exótica de origem afro-asiática.

Nativa e muito resistente ela é encontrada em grande quantidade na Etiópia, na região do Sennaar e Índia.

CARACTERÍSTICAS

É uma planta de hábito arbustivo, com diversas colorações de caule, folhas e racemos (cachos), podendo ou não possuir cera no caule e pecíolo.

Os frutos, em geral, possuem espinhos e, em alguns casos, são inermes. As sementes apresentam-se com diferentes tamanhos, formatos e grande variabilidade de coloração.

O óleo de mamona ou de rícino, extraído pela prensagem das sementes, contém 90% de ácido graxo ricinoléico, o qual confere ao óleo suas características singulares, possibilitando ampla gama de utilização industrial, tornando a cultura da mamoneira importante potencial econômico e estratégico ao País. 

A torta de mamona é utilizada como adubo orgânico possuindo, também, efeito nematicida.

PLANTIO

O período ótimo de plantio está compreendido entre outubro e novembro, com queda na produtividade com o afastamento dessa época.

Para cultivares de porte alto o espaçamento é de 2,50 a 3,00 m entre linhas e 1,00 m entre plantas. Gasto de sementes de 4 kg/há.

Para cultivares de porte baixo o espaçamento é de 1,00×1,00 m ou 1,50×0,50 m. Gasto de sementes de 8 a 10 kg/ha. A semeadura é na profundidade de 5 cm, semeando-se duas sementes e desbaste de uma planta após a germinação.

Recomenda-se o plantio dos cultivares de porte alto de mamona, em fileira dupla, em consorciação com culturas de ciclo curto. O espaçamento para a mamona é de 1,00×1,00 m deixando-se de 3 a 4 m entre as fileiras duplas para as culturas intercalares. A técnica possibilita o aproveitamento racional do solo otimizando o retorno econômico por unidade de área.

PRODUÇÃO

No Brasil, a produtividade média da mamona está em torno de 646 kg ha-1, ainda muito baixa ao se considerar, por exemplo, que no Estado de São Paulo, na safra 2002/2003, a média de produtividade ficou em torno de 1.600 kg ha-1 (Conab, 2006).

Segundo dados do IBGE (2004), o Estado da Bahia é o principal produtor nacional de mamona com cerca de 149,5 mil hectares plantados na safra 2003/04 (90% da área total do país) e uma produção estimada de 134,9 mil toneladas (89% da produção nacional).

Segundo Beltrão, da Embrapa, a amêndoa representa 75% em peso da baga e contém entre 43% e 49% de óleo.

Mamona

UTILIZAÇÃO

O óleo de mamona possui uma gama muito extensa de aplicações: é utilizado como matéria prima para fabricação de batom, é utilizado como lubrificante de motores, incluindo turbinas de avião a jato, motores de foguetes e etc.

Tem larga aplicação de tintas, vernizes, sabões, detergentes, inseticidas, fungicidas, bactericidas, papel carbono, velas, crayon, produtos sintéticos, plásticos, produtos farmacêuticos, nylons, desinfetantes, revestimentos protetores, adesivos, borrachas isolantes, colas especiais, tubos especiais para irrigação, graxas especiais para navios e aviões, chapas e engrenagens, aditivos para combustíveis, cosméticos, lentes de contacto, fluídos especiais para transmitir pressões hidráulicas. 

Fonte: www.ruralbioenergia.com.br

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