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Além de constituir, ao lado da Ilíada, obra iniciadora da literatura grega escrita, a Odisséia, de Homero, expressa com força e beleza a grandiosidade da remota civilização grega.
A Odisséia data provavelmente do século VIII a.C., quando os gregos, depois de um longo período sem dispor de um sistema de escrita, adotaram o alfabeto fenício.
Na Odisséia ressoa ainda o eco da guerra de Tróia, narrada parcialmente na Ilíada. O título do poema provém do nome do protagonista, o grego Ulisses (Odisseu). Filho e sucessor de Laerte, rei de Ítaca e marido de Penélope, Ulisses é um dos heróis favoritos de Homero e já aparece na Ilíada como um homem perspicaz, bom conselheiro e bravo guerreiro.
A Odisséia narra as viagens e aventuras de Ulisses em duas etapas: a primeira compreende os acontecimentos que, em nove episódios sucessivos, afastam o herói de casa, forçado pelas dificuldades criadas pelo deus Posêidon.
A segunda consta de mais nove episódios, que descrevem sua volta ao lar sob a proteção da deusa Atena. É também desenvolvido um tema secundário, o da vida na casa de Ulisses durante sua ausência, e o esforço da família para trazê-lo de volta a Ítaca.
A Odisséia compõe-se de 24 cantos em verso hexâmetro (seis sílabas), e a ação se inicia dez anos depois da guerra de Tróia, em que Ulisses lutara ao lado dos gregos.
A ordem da narrativa é inversa: tem início pelo desfecho, a assembléia dos deuses, em que Zeus decide a volta de Ulisses ao lar. O relato é feito, de forma indireta e em retrospectiva, pelo próprio herói aos feaces – povo mítico grego que habitava a ilha de Esquéria. Hábeis marinheiros, são eles que conduzem Ulisses a Ítaca.
O poema estrutura-se em quatro partes: na primeira (cantos I a IV), intitulada “Assembléia dos deuses”, Atena vai a Ítaca animar Telêmaco, filho de Ulisses, na luta contra os pretendentes à mão de Penélope, sua mãe, que decide enviá-lo a Pilos e a Esparta em busca do pai. O herói porém encontra-se na ilha de Ogígia, prisioneiro da deusa Calipso. Na segunda parte, “Nova assembléia dos deuses”, Calipso liberta Ulisses, por ordem de Zeus, que atendeu aos pedidos de Atena e enviou Hermes com a missão de comunicar a ordem. Livre do jugo de Calipso, que durou sete anos, Ulisses constrói uma jangada e parte, mas uma tempestade desencadeada por Posêidon lança-o na ilha dos feaces (canto V), onde é descoberto por Nausícaa, filha do rei Alcínoo.
Bem recebido pelo rei (cantos VI a VIII), Ulisses mostra sua força e destreza em competições esportivas que se seguem a um banquete.
Na terceira parte, “Narração de Ulisses” (cantos IX a XII), o herói passa a contar a Alcínoo as aventuras que viveu desde a saída de Tróia: sua estada no país dos Cícones, dos Lotófagos e dos Ciclopes; a luta com o ciclope Polifemo; o episódio na ilha de Éolo, rei dos ventos, onde seus companheiros provocam uma violenta tempestade, que os arroja ao país dos canibais, ao abrirem os odres em que estão presos todos os ventos; o encontro com a feiticeira Circe, que transforma os companheiros em porcos; sua passagem pelo país dos mortos, onde reencontra a mãe e personagens da guerra de Tróia. Na quarta parte, “Viagem de retorno”, o herói volta à Ítaca, reconduzido pelos feaces (canto XIII). Apesar do disfarce de mendigo, dado por Atena, Ulisses é reconhecido pelo filho, Telêmaco, e por sua fiel ama Euricléia, que, ao lavar-lhe os pés, o identifica por uma cicatriz.
Assediada por inúmeros pretendentes, Penélope promete desposar aquele que conseguir retesar o arco de Ulisses, de maneira que a flecha atravesse 12 machados. Só Ulisses o consegue.
O herói despoja-se em seguida dos andrajos e faz-se reconhecer por Penélope e Laerte.
Segue-se a vingança de Ulisses (cantos XIV a XXIV): as almas dos pretendentes são arrastadas aos infernos por Hermes e a história termina quando Atena impõe uma plena reconciliação durante o combate entre Ulisses e os familiares dos mortos.
A concepção do poema é predominantemente dramática e o caráter de Ulisses, marcado por obstinação, lealdade e perseverança em seus propósitos, funciona como elemento de unificação que permeia toda a obra. Aí aparecem fundidas ou combinadas uma série de lendas pertencentes a uma antiqüíssima tradição oral com fundo histórico.
Há forte crença de que a Odisséia reúna temas oriundos da época em que os gregos exploravam e colonizavam o Mediterrâneo ocidental, daí a presença de mitos com seres monstruosos no Ocidente, para eles ainda misterioso. Pela extrema perfeição de seu todo, esse poema tem encantado o homem de todas as épocas e lugares.
É consenso na era moderna que a Odisséia completa a Ilíada como retrato da civilização grega, e as duas juntas testemunham o gênio de Homero e estão entre os pontos mais altos atingidos pela poesia universal.
líada e Odisséia
Ilíada e Odisséia, poemas em 24 cantos, são os primeiros grandes textos épicos ocidentais. Servem de modelo para outros poemas épicos posteriores, imortalizando Homero.
No século VI a.C., as obras passaram da forma oral para a escrita.
Supõe-se que a Odisséia foi precedida pela Ilíada em 50 anos.Essas obras contêm os mais antigos escritos gregos de que se tem conhecimento.
Enquanto na Ilíada o poeta fala das paixões e dos combates de Tróia, na Odisséia trata das fantásticas passagens de percurso de Ulisses de retorno para casa.
O primeiro registro escrito que temos da Grécia é a Ilíada, daí sua importância cultural e histórica.
A Odisséia é muito mais real e próxima do mundo que a Ilíada. Seu herói é muito mais humano. Mas isso não significa que a ele não se aplique o fantástico.
Homero nas obras
A mitologia grega começa com Homero. Nos poemas, ele tem toda liberdade de interromper a narração e tomar novo rumo.
O autor se mostra presente em suas obras, mas, claramente como um mero narrador. Porém, interrompe a narrativa para intercalar uma observação ou um pedido dos céus.
A distância mantida por Homero em suas obras pode diminuir, porém jamais deixa de existir.
Por escrever sobre um tempo passado, o autor designa para as personagens características que as marcam por toda a vida – epítetos.
Ilíada
É chamada de Bíblia da antiga Grécia. O assunto tratado na obra é a luta entre gregos e troianos – a chamada Guerra de Tróia. Entretanto, a história começa quando já se passaram 9 anos de batalha.
Tal batalha, teve como motivo o rapto, pelos troianos, da esposa de um importante rei grego – Menelau. Páris, raptou a bela Helena e a levou para seu castelo em Tróia. Mas a verdadeira causa do conflito foi a ira de Aquiles, ofendido por Agamenon.
A ira de Aquiles (semideus e herói belicoso) divide-se em dois momentos:
A entrega de Briseida a Agamenon – que o afasta da batalha
A morte do amigo Pátroclo – que o traz de volta à guerra
O final da batalha é a morte do nobre guerreiro troiano Heitor pelas mãos de Aquiles, e a tomada da cidade de Ílion e Helena.
Os deuses na Ilíada são ativos participantes e peças cruciais da obra.
A Ilíada, por retratar uma guerra violenta, tem várias passagens sangrentas, e até dizem que por isso não é uma leitura feminina. Nesta obra, entretanto, a guerra é associada a reflexões sobre a vida do homem em relação com a dos deuses.
Odisséia
Vem de Odysseus – herói grego, rei de Ítaca, que os latinos chamam de Ulixes, donde Ulisses.
Há três divisões na Odisséia (implícitas):
Telemaquia – trata de Telêmaco, filho de Ulisses e Penélope. Abrange os cantos I a IV, onde Ulisses não aparece, são feitas alusões à sua ausência, pois deixara Ítaca para ir à Guerra de Tróia que já acabara há 10 anos. Telêmaco quer ir buscá-lo, mas antes deve lutar contra os pretendentes à mão de sua mãe.
Narrativa na casa de Alcino – compreende os cantos V a XIII. Aqui conhecemos Ulisses e suas aventuras que ele enumera contando que perdeu o rumo quando voltava para casa, ficando a vagar pelo mar. Além disso foi ele retardado por fantásticos acontecimentos.
Vingança de Ulisses – volta o herói, após 20 anos, disfarçado de mendigo e mistura-se ao povo. Aos poucos, deixa-se identificar e extermina os pretendentes de Penélope, reassumindo, então, seu reino.
A segunda parte é a mais importante, pois resume o principal da ação contida na obra.
O herói Ulisses defronta-se com peripécias sobre-humanas e a tudo supera; isso se inscreve na esfera do impossível. Entretanto, os meios que usa são humanos.
Odisséia – Literatura
Considerado uma das maiores obras da literatura, além de constituir, ao lado da Ilíada, obra iniciadora da literatura grega escrita, a Odisséia, de Homero, expressa com força e beleza a grandiosidade da remota civilização grega.
Além de símbolo da unidade e do espírito helênico, a Ilíada e a Odisséia são fontes de prazer estético e ensinamento moral.
A Odisséia data provavelmente do século VIII a.C., quando os gregos, depois de um longo período sem dispor de um sistema de escrita, adotaram o alfabeto fenício.
Na Odisséia ressoa ainda o eco da guerra de Tróia, narrada parcialmente na Ilíada. Enquanto a Ilíada é a representação da vida guerreira e da época heróica, a Odisséia pode ser tomada como representação da vida doméstica, entremeada de narrações de viagens e de aventuras maravilhosas.
Odisséia, do grego Odysseía, significa o regresso. O título do poema provém do nome do protagonista, o grego Ulisses (Odisseu). Filho e sucessor de Laerte, rei de Ítaca e marido de Penélope, Ulisses é um dos heróis favoritos de Homero e já aparece na Ilíada como um homem perspicaz, bom conselheiro e bravo guerreiro. O mar também é um dos personagens centrais na obra.
Estrutura e Enredo
Na Odisséia, Homero registra um dos primeiros relatos de viagem. Leva para o plano ficcional os limites, as fronteiras do mundo conhecido, fixando certas idéias dos gregos a respeito de além do “vinoso mar”.
A obra narra as viagens e aventuras de Ulisses em duas etapas:
A primeira compreende os acontecimentos que, em nove episódios sucessivos, afastam o herói de casa, forçado pelas dificuldades criadas pelo deus Posêidon.
A segunda consta de mais nove episódios, que descrevem sua volta ao lar sob a proteção da deusa Atena.
É também desenvolvido um tema secundário, o da vida na casa de Ulisses durante sua ausência, e o esforço da família para trazê-lo de volta a Ítaca.
A Odisséia compõe-se de 24 cantos e contém 12.000 versos hexâmetros (seis sílabas), e a ação se inicia dez anos depois da guerra de Tróia, em que Ulisses lutara ao lado dos gregos.
A ordem da narrativa é inversa: tem início pelo desfecho, a assembléia dos deuses, em que Zeus decide a volta de Ulisses ao lar.
O relato é feito, de forma indireta e em retrospectiva, pelo próprio herói aos feaces – povo mítico grego que habitava a ilha de Esquéria. Hábeis marinheiros, são eles que conduzem Ulisses a Ítaca.
O poema estrutura-se em quatro partes:
Na primeira (cantos I a IV), intitulada Assembléia dos deuses, Atena vai a Ítaca animar Telêmaco, filho de Ulisses, na luta contra os pretendentes à mão de Penélope, sua mãe, que decide enviá-lo a Pilos e a Esparta em busca do pai. O herói porém encontra-se na ilha de Ogígia, prisioneiro da deusa Calipso.
Na segunda parte, Nova assembléia dos deuses, Calipso liberta Ulisses, por ordem de Zeus, que atendeu aos pedidos de Atena e enviou Hermes com a missão de comunicar a ordem. Livre do jugo de Calipso, que durou sete anos, Ulisses constrói uma jangada e parte, mas uma tempestade desencadeada por Posêidon lança-o na ilha dos feaces (canto V), onde é descoberto por Nausícaa, filha do rei Alcínoo. Bem recebido pelo rei (cantos VI a VIII), Ulisses mostra sua força e destreza em competições esportivas que se seguem a um banquete.
Na terceira parte, Narração de Ulisses (cantos IX a XII), o herói passa a contar a Alcínoo as aventuras que viveu desde a saída de Tróia: sua estada no país dos Cícones, dos Lotófagos e dos Ciclopes; a luta com o ciclope Polifemo; o episódio na ilha de Éolo, rei dos ventos, onde seus companheiros provocam uma violenta tempestade, que os arroja ao país dos canibais, ao abrirem os odres em que estão presos todos os ventos; o encontro com a feiticeira Circe, que transforma os companheiros em porcos; sua passagem pelo país dos mortos, onde reencontra a mãe e personagens da guerra de Tróia.
Na quarta parte, Viagem de retorno, o herói volta à Ítaca, reconduzido pelos feaces (canto XIII). Apesar do disfarce de mendigo, dado por Atena, Ulisses é reconhecido pelo filho, Telêmaco, e por sua fiel ama Euricléia, que, ao lavar-lhe os pés, o identifica por uma cicatriz. Assediada por inúmeros pretendentes, Penélope promete desposar aquele que conseguir retesar o arco de Ulisses, de maneira que a flecha atravesse 12 machados. Só Ulisses o consegue. O herói despoja-se em seguida dos andrajos e faz-se reconhecer por Penélope e Laerte.
Segue-se a vingança de Ulisses (cantos XIV a XXIV): as almas dos pretendentes são arrastadas aos infernos por Hermes e a história termina quando Atena impõe uma plena reconciliação durante o combate entre Ulisses e os familiares dos mortos.
A concepção do poema é predominantemente dramática e o caráter de Ulisses, marcado por obstinação, lealdade e perseverança em seus propósitos, funciona como elemento de unificação que permeia toda a obra. Aí aparecem fundidas ou combinadas uma série de lendas pertencentes a uma antiqüíssima tradição oral com fundo histórico.
Há forte crença de que a Odisséia reúna temas oriundos da época em que os gregos exploravam e colonizavam o Mediterrâneo ocidental, daí a presença de mitos com seres monstruosos no Ocidente, para eles ainda misterioso.
Pela extrema perfeição de seu todo, esse poema tem encantado o homem de todas as épocas e lugares. É consenso que a Odisséia completa a Ilíada como retrato da civilização grega, e as duas juntas testemunham o gênio de Homero e estão entre os pontos mais altos atingidos pela poesia universal.
Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br/www.passeiweb.com
Odisséia
Obra também atribuída a Homero.
Enquanto a ”Ilíada” é a representação da vida guerreira e da época heróica, a “Odisséia” representa a vida doméstica, narrações de viagens e aventuras maravilhosas. Divide-se em 24 cantos e contém 12 mil versos hexâmetros.
Seu argumento pode ser assim resumido:
Inicia-se em Ítaca no palácio de Ulisses, que se está fora, tentando retornar. Penélope, sua mulher, é assediada por diversos pretendentes, que lhe fazem a corte pois que imaginam estar Ulisses morto. Atena, disfarçada em estrangeiro, exorta Telemaco, filho de Ulisses, para sair em busca do pai (livro 1). Telemaco reúne seu povo e pede-lhes um barco. O povo hesita, mas se deixa levar pela insistência dos candidatos à mão de Penélope. Atena surge novamente, agora na forma de Mentor. amigo de Ulisses, e assim consegue uma embarcação e parte Telêmaco. Chegam a Pilos na casa de Nestor (Livro III), posteriormente em Esparta, na casa de Menelau (Livro IV). Apesar desta busca, nenhum dos visitados lhes dá qualquer informação sobre onde pode estar Ulisses.
Nesse meio tempo, Ulisses passa por grandes aventuras. Na ilha de Ogigia, vive o incrível episódio com a deusa Calipso, que por ele se apaixonara e que não o deixa partir. Pela intervenção dos deuses, o herói abandona a ilha, partindo numa tosca jangada (Livro V).
Poséidon (Netuno) faz com que Ulisses naufrague numa habitada pelos teácios (Livros VI-VIII). É recolhido semimorto na praia por Nausicaa, filha do rei Aleino, sendo recebido com muitas festas. Em determinada ocasião, escuta episódios sobre a guerra de Tróia, o que o faz lembrar o passado.
Começa, então, a contar suas aventuras, como seu encontro com o cíclope Polifemo, quando ele e seus companheiros foram aprisionados pelo ciclope numa caverna fechada por colossal pedra, que somente o monstro conseguia remover. Antropófago, ia devorando dois companheiros que Ulisses por dia. Ulisses diz ao cíclope que se chamava “Ninguém”, já arquitetando um plano.
Em seguida, embebeda-o com vinho, fazendo o gigante prometer que ele será sua última vítima. Na última noite, aproveitando o sono de Polifemo, Ulisses fura seu olho. O gigante acorda aos berros. Acodem os outros habitantes da ilha, mas ninguém pode entrar na furna por causa da pedra. Perguntam o motivo daqueles urros. e o gigante respondeu que “Ninguém me mata, Ninguém, na hora do meu sono me oprime com um poder feito de astúcia”. os outros replicam que se fora “Ninguém”, fora a mão divina, e que restaria a Polifemo apenas se conformar.
Pela manhã, quando o gigante, agora cego, desloca a pedra a fim de dar passagem aos seus grandes carneiros, cada grego se ata contra a barriga de cada animal e podem dessa maneira deixar o pavoroso antro, sem que Polifemo previna a fuga (Livro IX).
Em seguida, Ulisses visita outra ilha na qual habita uma feiticeira chamada Circe, que com poderosa bruxaria, tinha o dom de transformar homens em animais, mudando os companheiros de Ulisses em porcos, porém foi vencida pela esperteza do grego, acaba por desencantá-los (Livro X). Ulisses vai ainda ao Oreo, país dos mortos e visita o Érebo (inferno).
Conversa com várias sombras de falecidos conhecidos seus: sua mãe, gregos famosos como Agamenon (que lhe relata a tragédia consumada na perfídia de Clitenestra; Aquiles. Pátroclo, Ajax Tântalo, Sísifo e até Hércules (Livro Xl), Atravessa o mar entre Caribde, o o redemoinho, e o rochedo Cila.
Amarra-se ao mastro do navio. mandando que seus companheiros colocassem cera nos ouvidos, e escuta os cantos irresistíveis das sereias (Livro XII).
Os feácios, comovidos com a narração, proporcionam-lhe uma embarcação para regressar ao lar (Livro XIII). Ali chega disfarçado em mendigo.
Após vários acontecimentos. é reconhecido pela ama, por causa de uma cicatriz, mas impõe-lhe silêncio. Os pretendentes não conseguem entesar o arco de Ulisses (Penélope disse que casaria com aquele que conseguisse vergar o arco do marido que com esta arma os dizima um por um).
É então reconhecido pela fiel Penélope e por seu pai Laerte, após uma ausência de 20 anos.
Odisséia de Homero
Odisséia, de Homero, define o poema épico antigo, por uma vinculação às raízes primitivas e populares. Entende-se por épica (do grego epos, canto ou narrativa) a narrativa poética de substrato histórico, considerando-se ambas as obras, a Odisséia e a Ilíada, como a codificação de todos os mitos gregos.
Os poemas homéricos possuem tom eloqüente em seus versos (hexâmetros) e duração das vogais, como se tivessem sido feitos para serem falados em voz alta.
A poesia Lírica nasceu da fusão do poema épico com o instrumento que a acompanhava, a lira.
As formas foram então se diversificando; variedades e novas técnicas surgiram, como: a ode, a elegia, os epitáfios, as canções, as baladas e outras mais que se desenvolveriam posteriormente como o soneto, e o madrigal.
Safo (século VI a.C.) é a primeira poetisa conhecida.
Sua obra, dedicada às musas, é uma variedade de poesia lírica: odes, elegias, hinos e epitalâmios. Píndaro foi o primeiro grande criador de odes, que conservava uma narrativa heróica, embora já admitisse um canto pessoal, subjetivo, retratando a vida e experiências do próprio autor.
Simônides de Ceos foi um grande criador de epitáfios, poesia em memória dos heróis mortos.
Outra forma lírica derivada é a poesia bucólica, que teve em Teócrito (século III a.C.) um grande cultor. A primeira característica da poesia lírica é a maior liberdade quanto ao número de sílabas dos versos.
Ela também foi de grande influência sobre a poesia dramática, que se apresentava com duplo caráter: épico e lírico (objetivo/subjetivo). A poesia dramática mantinha a narrativa épica, mas transfigurava os narradores nos próprios personagens das ações, pintando seus estados emotivos, o que lhe conferia um sabor lírico.
Os três grandes poetas dramáticos da Antigüidade Clássica são: Eurípedes, Ésquilo e Sófocles. Das inúmeras peças que escreveram, somente algumas foram preservadas, sendo ainda representadas em todas as partes do mundo.
Anchieta, em sua campanha catequista, no Brasil do século XVI, usou um subgênero dramático, o auto sacramental, como forma de difusão do ideais cristãos entre os indígenas.
A cultura latina apresenta acentuado mimetismo literário em relação à cultura grega. Virgílio escreveu um grande poema épico, a Eneida, calcado sobre a unidade latina. As Metamorfoses, de Ovídio, também apresentam caráter épico-lírico.
Fonte: members.fortunecity.com/www.cfh.ufsc.br
Odisséia
A Odisseia retrata o regresso de Ulisses, rei de Ítaca, da Guerra de Tróia, pelo mar, até à sua terra natal. Durante a obra são focadas outras personagens, em Ítaca, onde Penélope aguarda pelo marido e onde uma multidão de pretendentes aguarda pela mão de Penélope, e também foca Telémaco, o filho de Ulisses, na sua busca pelo pai.
A Odisseia começa já passados dez anos da queda de Tróia, portanto, passados vinte anos do início da guerra, com Ulisses ainda longe de casa. Durante a sua ausência, um grande número de nobres juntaram-se na sua casa, banqueteando-se dos seus bens, e esperando a mão de Penélope, para usurparem o trono.
Esta situação causa grande dor em Telémaco, que vê a sua casa a ser consumida e sente-se impotente, pois é visto como muitos como uma criança.
Entretanto, os outros nobres da guerra já voltaram a casa, muitos morreram, vítimas da sua viagem de regresso ou de outras causas, como Agamémnon, que foi morto por Clitmnestra, a sua mulher, por ter sacrificado a filha Ifigénia. Apenas Ulisses continua desaparecido.
Resumidamente, na Odisseia contam-se as várias peripécias de Ulisses, até regressar a casa, bem como a procura deste por parte do seu filho. Ao regressar a casa, Ulisses mata os pretendentes e reencontra-se com Penélope. A obra apresenta ainda um último canto em que os pretendentes entram no reino dos mortos e os deuses restabelecem a ordem civil.
Resumo Geral
Ao sair de Tróia, Ulisses vive muitas aventuras, relatadas, não cronologicamente, na Odisseia. Ao mesmo tempo, a sua casa é inundada de pretendentes, que vão desgastando a sua posse sob o pretexto de quererem a mão de Penélope.
Penélope, por sua vez, inventa variadas artimanhas, como a famosa artimanha do tear: ela diz que casará com um deles assim que teça uma mortalha para o velho Laertes, pai de Ulisses, mas se tece durante o dia, durante a noite desfaz.
Telémaco, o filho de Ulisses, ao atingir a sua maioridade, também não fica quieto. Incitado por Atena, ele parte em busca de notícias do pai, para o fazer regressar a Ítaca, ou para poder ele assumir o poder. Ao longo das suas viagens, a chamada Telemaquia, Telémaco vai crescer e amadurecer, terminando a obra como um homem adulto e maduro.
Retomando a história de Ulisses, ao sair de Tróia, passados dez anos de guerra, ele acompanha Nestor e Diomedes, mas depois separa-se desta frota e junta-se à de Agamémnon.
No entanto, uma tempestade desvia-o do curso, e, em vez de ir parar a Ítaca, Ulisses vê-se no Norte de África, no país dos comedores de Lódão. Ao ver onde estava, Ulisses arrasta os seus companheiros para o barco, e fazem-se novamente ao mar. Mas antes, alguns comeram a estranha planta e esqueceram completamente a sua terra natal.
Ulisses navega para o norte, mas, novamente, não vai dar a Ítaca. Desta vez, ele atraca no país dos ciclopes, os gigantes de um só olho. Lá é aprisionado por Polifemo, mas consegue escapar com a famosa charada do ninguém.
Primeiro Ulisses disse ao ciclope que se chamava Ninguém. Então, quando o cegou, Polifemo gritava “Ninguém cegou-me” e os outros ciclopes julgavam que ele tivesse ficado doido. Assim, Ulisses pode fugir, mais os companheiros, escondidos nas ovelhas.
Estranhamente imprudente, Ulisses gabou-se ao ciclope, dizendo que aquele que o tinha enganado se chamava Ulisses. Então, Polifemo amaldiçoou-o, pedindo a seu pai, Posídão, que o não deixasse regressar a casa, ou que o fizesse passar por muitos tormentos antes de o fazer. Daí o ódio de Posídão para com Ulisses.
Então atracaram em Eola, a terra do rei Eolo, senhor dos ventos. Este, compadecendo-se de Ulisses, deu-se um pote com todos os maus ventos, para que fizessem uma viagem segura para casa.
Já se avistavam as chaminés de Ítaca quando a curiosidade dos tripulantes de Ulisses deitou tudo a perder. Eles abriram o pote, julgando que continha tesouros que Ulisses queria para si, e logo os maus ventos escaparam e arrastaram o navio de volta para Eola.
Desta vez, julgando que a culpa tinha sido de Ulisses, Eolo não os ajudou e expulsou-os de casa. Assim, Ulisses chega à terra dos Lestrígones, que comiam homens. Alguns dos companheiros de Ulisses perderam assim a vida, e muitos outros também morreram quando os canibais, atirando pedras das falésias, destruíram 11 dos 12 navios de Ulisses.
Fugindo da terra dos Lestrígones, Ulisses chega à ilha de Circe, uma feiticeira que transforma todos em porcos, excepto Ulisses, que tinha comido uma planta que Hermes lhe indicara, para que não sofresse do feitiço. Ulisses torna-se então amante de Circe.
Passado um ano, os seus homens lembram-no de casa, e ele expôs o problema a Circe, que o ajuda. Primeiro, diz ela, Ulisses tem de ir ao Hades e, aí, falar com Tirésias, o adivinho. A própria feiticeira dá-lhe instruções para ele chegar à mansão dos mortos.
Ulisses fala com Tirésias no Hades, que lhe conta todos os perigos e sofrimentos que ele irá viver. Nesta viagem, morre um membro da tripulação, e por isso, ao sair do Hades, Ulisses regressa à ilha de Circe para o enterrar.
Então prossegue na sua viagem em direção a casa, não sem antes a feiticeira lhe ensinar como há-de fazer para sobreviver às sereias. Ao encontrar-se com estes seres, que, ao, cantar atraem os marinheiros que se atiram ao mar, Ulisses já vai prevenido e encheu os ouvidos dos seus homens com cera, para os impedir de ouvir, pedindo-lhes que o amarrassem fortemente.
Assim, Ulisses passa salvo pelas sereias e prossegue a sua viagem. No entanto, a sua rota atravessa o lar de Cila, um monstro de seis cabeças que vive nas falésias de um lado do estreito, e de Caríbdis, um redemoinho do outro lado do estreito.
Para atravessar o estreito, é impossível escapar aos dois monstros. A nau foi manobrada de forma a escapar a Caríbdis, no entanto, não conseguiu evitar que seis homens morressem pelas seis cabeças de Cila.
Abalados, os homens prosseguem viagem, chegando à terra onde Hélios, o deus do Sol, pasta o seu gado. Sabendo que Hélios vê tudo, Ulisses avisa os seus homens para não comerem do gado. Eles obedecem, mas, passado um mês sem vento, os homens não conseguem resistir à fome e comem vacas quando Ulisses dorme, granjeando o desfavor do deus do Sol.
No dia seguinte os ventos sopraram favoráveis e eles partiram para Ítaca. No entanto, encontraram uma grande tempestade que os matou a todos, escapando apenas Ulisses, o qual flutuou por muito tempo, até chegar à ilha de Calipso.
Calipso torna-se amante de Ulisses, desejando-o para seu marido imortal, mas ele só pensa na mulher, Penélope, no filho, Telémaco, e na sua terra, Ítaca, ansiando regressar a casa. Assim se passam nove anos.
Passado nove anos, os deuses todos, excepto Posídão, reúnem-se num concílio e decidem que é tempo de Calipso libertar Ulisses. A ninfa obedece e ajuda Ulisses a preparar uma embarcação, na qual ele parte para Ítaca.
Mas Posídão, zangado por terem tomado aquela decisão sem ele, destruiu a embarcação de Ulisses, e este nadou até à terra dos Feaces. Aí, o rei e a raínha compadecem-se dele e oferecem-lhe ricos presentes e uma embarcação, na qual ele, finalmente, regressa a Ítaca.
Aí vai sendo reconhecido por diversas pessoas, começando, curiosamente, pelo seu cão, que morre de emoção. Finalmente, ele mata os pretendentes insolentes, o que ameaça causar desordem. Mas os deuses intervêm e restabelecem a ordem em Ítaca.
Canto a Canto
Canto I
Abre-se a obra com um concílio dos deuses, quando Posídão está afastado para receber ofertas. Durante este concílio, discute-se o caso de Ulisses, odiado por Posídão, por ter cegado um ciclope seu filho. Finalmente, Atena convence o seu pai que é altura de ajudar Ulisses a voltar para casa.
Então ela vai, disfarçada de Mentes, à corte de Telémaco, vendo o festim dos pretendentes e exortando Telémaco a procurar o seu pai. O jovem convence-se e convoca uma assembleia, o que admira os pretendentes. Eles continuam no seu festim, mas Telémaco vai para a cama, sonhando com a sua viagem.
Canto II
No dia seguinte dá-se a Assembleia dos Itacenses, em que Telémaco denuncia que os pretendentes estão a esbanjar os pertences de seu pai. Os pretendentes defendem-se, através da voz de Antínoo, que diz que a culpa é de Penélope que não escolhe um deles.
A esta acusação, Telémaco ameaça os pretendentes, e duas águias enviadas por Zeus aparecem no céu, confirmando as suas ameaças. Mas os pretendentes recusam-se a partir até que Penélope escolha um deles.
A Assembleia acaba e Telémaco vai para a praia, onde reza a Atena, que lhe aparece sob a forma de Mentor. Eles arranjam uma nau e, com a ajuda de Euricleia, a ama velha do jovem, retiram secretamente provisões para a viagem. Penélope é mantida na ignorância dos acontecimentos, para não se preocupar.
Atena disfarça-se de Telémaco e recruta vinte jovens e procura por uma nau. Depois torna a fazer-se como Mentor e, com Telémaco, parte pelo mar, em direção a Pilo.
Canto III
Chegados a Pilo, encontram-se com Nestor e o filho, sacrificando em honra de Posídão, e são convidados a participar no festim. Então, Telémaco identifica-se e Nestor conta-lhe os últimos dias da Guerra de Tróia.
Conta que houve uma discussão entre Agamémnon e Menelau e os dois irmãos dividiram o exército em duas facções, que partiram separadamente. Ulisses saiu com Nestor e Diomédes, mas em Ténedos separou-se deles e juntou-se a Agamémnon. Nestor acrescenta que esta é a última vez que viu Ulisses.
Para além desta história, Nestor conta o regresso de outros reis, como Agamémnon, assassinado por Egisto e Clitmnestra, a qual foi, por sua vez, morta por Orestes, seu filho.
Conta ainda as viagens de Menelau que passou pelo Egipto e viveu várias aventuras com Helena. Por isso mesmo, chegam à conclusão que o mais sensato é que Telémaco vá visitar Menelau para ter notícias do seu pai.
No dia seguinte, após um sacrifício a Atena, Telémaco parte para Esparta num carro oferecido por Nestor, na companhia do filho mais novo deste.
Canto IV
Chegam ao palácio de Menelau quando ocorre o festim do casamento de um dos filhos do rei e têm uma recepção exemplar. Durante o banquete Menelau fala de Ulisses, ainda sem saber quem é Telémaco, e este começa a chorar.
Então Helena junta-se a eles e reconhece o jovem, mas a conversa sobre os propósitos de Telémaco é adiada por Menelau para o dia seguinte, passando o resto do banquete, em conjunto com a sua mulher, a contar feitos de Ulisses na guerra.
No dia seguinte, Télemaco conta o que se passa em Ítaca e que está em busca de notícias do pai. Por sua vez, Menelau conta o que passou no Egipto, sendo de destacar a história de Proteu, o qual se metamorfoseava, tentando escapar, mas a quem Menelau conseguiu arrancar as informações que queria.
Proteu contou que Ulisses ainda estava vivo, mas estava preso numa ilha por Calipso, a ninfa, que o queria para marido. Contou ainda a história de cada um dos varões, do seu regresso e da sua morte.
Telémaco prepara-se para partir e recebe imensas ofertas de Menelau.
Ao mesmo tempo, em Ítaca, os pretendentes descobrem o que fez Telémaco e preparam um navio para lhe armar uma emboscada e matá-lo. Também Penélope toma conhecimento do fato, desfalecendo de preocupação, trancando-se no quarto a chorar e recusando-se a comer.
Atena conforta-a através de um sonho, em que a irmã de Penélope lhe conta que Telémaco está em segurança.
Aqui termina a chamada Telemaquia, ou seja, a parte da Odisseia centrada em Telémaco, na sua ação e no seu amadurecimento psicológico. Começa-se agora a acompanhar as façanhas de Ulisses.
Canto V
Numa nova assembleia dos deuses, Atena põe a questão do regresso de Ulisses à pátria, ao que Zeus envia Hermes para avisar a ninfa Calipso que deve libertar Ulisses, o qual não será seu marido como ela desejava.
Assim, passados nove anos, a ninfa finalmente liberta Ulisses, ajudando-o a construir uma jangada e a apetrechá-la. O varão parte para Ítaca, mas, ao mesmo tempo, Posídão regressa dos sacrifícios que estava a receber na Etiópia, ficando irado com o sucedido.
Provoca um vendaval que destrói a jangada de Ulisses, quase afogando o herói. Mas Atena e uma ninfa do mar, Leucótea, ajudam Ulisses a pôr-se a salvo e a alcançar a ilha de Esquéria, dos Feaces, onde Ulisses adormece exausto.
Cantos VI a VIII
Estes cantos são resumidos todos juntos porque contam o tempo que Ulisses esteve com os Feaces, antes de começar a contar a sua história.
Quando Ulisses acorda, cansado e esfomeado, é descoberto por Nausícaa, princesa dos Feaces, e as suas aias, que lhe dão de comer, o vestem e o levam à cidade, ensinando-o como deve proceder.
Ulisses vai então ao palácio de Alcínoo e de Areta, que o recebem muito bem, prometendo ajudá-lo a voltar para Ítaca. Assim se passa algum tempo, até que, num banquete, Ulisses revela a sua identidade e começa a contar a sua história.
Canto IX
Ulisses conta como partiu de Tróia e foi parar ao país dos Cícones, onde foi derrotado e teve de fugir, indo então atracar ao país dos comedores de Lódão. Conta ainda a história do país dos Ciclopes.
Canto X
Ulisses continua a sua viagem, contando a história de Eólo, dos Lestrígones e de Circe.
Canto XI
Neste canto, Ulisses conta a sua descida ao Hades, onde encontrou diversas almas.
Canto XII
Aqui, Ulisses relata as suas aventuras com as sereias, com Cila, com Caríbdis e a desgraça que ocorreu com o gado de Hélio, bem como a tempestade com que foi parar à ilha de Calipso.
Cantos XIII a XVI
Após relatar as suas histórias, Ulisses recebe dos Feaces inúmeros presentes, e estes transportam-no até Ítaca e, por isto, são castigados por Posídão. Por sua vez, Ulisses é recebido por Atena, na forma de mendigo, que o educa para o que se passa em Ítaca.
Ulisses vai até à quinta de Eumeu, criador de porcos, que lhe é leal, mas não revela quem é, até que chega Telémaco de Esparta. Então fazem planos de manter o regresso de Ulisses secreto.
Telémaco volta depois para o palácio, como se nada se tivesse passado, com Ulisses a segui-lo, disfarçado.
Canto XVII
Telémaco vai visitar a mãe, que fica muito aliviada por o ver vivo e ouve as suas histórias, incluindo a do rumor que Ulisses está vivo e são na ilha de Calipso. Há também uma profecia, feita por um fugitivo, Teoclímeno, a Penélope, de que Ulisses está disfarçado em Ítaca e se vai vingar dos pretendentes. Mas a mulher não acredita.
Ulisses e Eumeu vão ao palácio, encontrando Melanteu pelo caminho que insulta Ulisses e lhe dá pontapés. Ulisses, que tem que manter o disfarce, não faz nada, mas Eumeu defende-o.
Chegados ao palácio, encontram Argo, o velho cão de Ulisses. Ao vê-lo, o cão levanta a cabeça e lança o seu último gemido, morrendo. Ulisses chora, secretamente, pois não quer que Eumeu descubra ainda quem ele é.
Entram então no palácio onde, como sempre, os pretendentes estão a fazer um banquete. Telémaco oferece ao pai um lugar e deixa-o mendigar. Todos dão algo a Ulisses, com a excepção de Antínoo, o chefe dos pretendentes, que o insulta e lhe bate.
O herói amaldiçoa Antínoo pelo seu ato, que perturba até os pretendentes. Entretanto, Penélope pergunta a Eumeu pelo forasteiro e sugere que lho tragam para ouvir a sua história e saber se tem notícias de Ulisses. Este concorda que a verá nessa mesma noite.
Canto XVIII
Durante a tarde, chega Iro, um pedinte de quem os pretendentes gostam, que começa a insultar Ulisses, dizendo que Ítaca é o seu domínio privadoi para mendigar, o que faz Ulisses ripostar. Os pretendentes organizam então uma luta entre os dois, premiando o vencedor.
Iro gaba-se e diz que vai vencer, mas quando se despem para a luta, todos ficam admirados com os músculos de Ulisses e Iro tenta escapar à querela. Mas Antínoo não o permite. Ulisses vence e recebe os prémios.
Neste canto, Ulisses tenta avisar Anfínomo, o mais bondoso dos pretendentes, do que se está prestes a passar, mas este não percebe.
Penélope aparece então, parecendo deslumbrante, com a ajuda de Atena, e censura a luta, bem como o comportamento dos pretendentes. Estes, envergonhados, mandam os servos buscar presentes para ela.
Há noite, há um pequeno desentendimento entre Ulisses e Eurímaco, que é amante de uma serva infiel a Ulisses e acaba por atirar um escabelo ao herói, mas este acaba por acertar num servo.
Gera-se então um grande reboliço, ao qual Telémaco põe fim, para admiração dos pretendentes.
Canto XIX
Com a partida dos pretendentes, Ulisses e Telémaco preparam a sala para o dia seguinte, tirando todas as armas que aí estavam e escondendo-as, trancadas, noutra parte do palácio.
Telémaco vai para a cama e Ulisses vai ter com Penélope, disfarçado de mendigo. Eles conversam, e Penélope conta-lhe como sente saudades do marido e os truques que tem usado para manter afastados os pretendentes.
Ulisses, por sua vez, inventa uma história, afirmando ter conhecido Ulisses e afirmando que ele ainda está vivo. Isto comove a rainha, sobretudo porque o mendigo afirma que Ulisses está a caminho do país.
Antes de se separarem, Penélope pede a Euricleia, a velha ama de Ulisses, que trate os pés do mendigo. Enquanto o lava, a ama reconhece-o através de uma cicatriz, mas Ulisses impede-a de revelar a sua identidade a quem quer que seja.
Entretanto, Penélope regressa e anuncia uma nova artimanha para entreter os pretendentes: haverá um concurso em que terão que disparar do arco de Ulisses através de uma fila de doze machados. Ela diz que, quem vencer, será o seu marido.
Depois, a rainha regressa para o seu quarto e chora, até Atena a fazer adormecer.
Canto XX
Durante a noite, Atena diz a Ulisses que o irá ajudar na sua luta, o que lhe dará êxito. Por outro lado, Penélope reza a Artémis que a salve do casamento com outro homem, mesmo que para isso tenha que morrer.
Já de manhã, Ulisses reza a Zeus para que lhe dê um sinal de proteção, e o Senhor do Olimpo faz ribombar um trovão, que é escutado por muita gente. Gera-se então um clima de tensão.
O herói vai observando o comportamento dos servos, tentando descobrir quais lhe são fiéis. Nesse dia chegam ao palácio três servos fiéis, portando bens para o banquete: Melanteu, o guardador de cabras, Eumeu, o porqueiro, e Filétio, o boieiro.
Entretanto os pretendentes vão planeando o assassínio de Telémaco, regressando depois ao palácio.
Nesse dia, um insulto por parte dos pretendentes desponta um comportamento inesperado de Telémaco, que serve de prenúncio ao que se vai passar: ele faz um longo discurso, enumerando todos os defeitos dos pretendetes, os quais se riem.
Um último aviso é feito pelo adivinho Teoclímeno, que lhes diz que algo terrível está para acontecer. Eles porém também se riem dele, que sai do palácio furioso.
O banquete prossegue, com Telémaco aguardando o sinal do seu pai.
Canto XXI
Neste canto dá-se a competição de arco anunciada por Penélope. Os pretendentes aceitam o desafio e Antínoo goza com os servos que se mostram perturbados pela recordação do seu amo.
Telémaco é o primeiro a experimentar, mas após quatro tentativas Ulisses impede-o de continuar. Este chama a si Filétio e Eumeu e identifica-se. Eles, emocionados, prometem cumprir as ordens que ele lhe der.
Todos os pretendentes falham a sua tentativa e Antínoo sugere que tentem de novo no dia seguinte. Então, Ulisses pede uma tentativa. Os pretendentes recusam, mas Penélope convence-os a deixá-lo experimentar, após assegurar que não o tomará por marido se ele ganhar.
Este é o sinal esperado. Telémaco faz com que a mãe e as aias saiam, entregando o arco a Ulisses em seguida. Simultaneamente, sem que ninguém se aperceba, Eumeu e Filétio trancam as portas do salão.
Os pretendentes vão gozando com Ulisses, mas este arma o arco e dispara a flecha pelos machados, aparentemente sem esforço. Tão estupefatos ficam os pretendentes, que nem reparam que Telémaco pegou na espada e na lança e se aproximou do pai.
Canto XXII
Ulisses mata Antínoo e os pretendentes pensam que o pedinte enlouqueceu, ficando desorientados. Então o herói revela a sua identidade e Eurímaco tenta convencê-lo que a culpa pertence toda a Antínoo.
Começa uma luta em que os pretendentes são todos chacinados, por Ulisses, Telémaco, Eumeu e Filétio, sendo poupados apenas Fémio, aedo, e Medonte, arauto.
Ulisses chama Euricleia, que, cumprindo ordens do herói, traz à sala as doze servas infiéis. Estas são obrigadas a limpar o salão e depois são conduzidas para o pátio, onde são enforcadas.
O local é purificado através de enxofre e os servos fiéis saudam-no.
Canto XXIII
Euricleia vai, apressada, avisar Penélope do sucedido. Esta, incrédula, desce para ver com os seus olhos, mas não reconhece Ulisses por este estar coberto de sangue e sujidade.
Então o herói manda que o deixem sozinho com a mulher e conta-lhe alguns segredos que só eles sabiam e que, por isso, o identificam como Ulisses. Penélope fica comovida e os dois saúdam-se.
Ulisses é limpo e vestido e vai para o quarto com Penélope. Entretanto, os servos fingem que as celebrações continuam, para que, fora do palácio, ninguém suspeite de nada.
O casal passa a noite acordado, fazendo amor e contando as suas aventuras e, numa bonita cena, Atena atrasa o Sol, para que os amantes possam ficar mais tempo juntos.
No dia seguinte, Ulisses parte, armado, mais o filho, Eumeu e Filétio, para o domíno de Laertes, seu pai.
Canto XXIV
As almas dos pretendentes chegam ao Hades, conduzidos por Hermes, onde conversam com Aquiles, Pátroclo, Antíloco, Ajax e Agamémnon.
Entretanto, em Ítaca, Ulisses e o pai reencontram-se, numa ocasião comovente. Na cidade, as pessoas tomam conhecimento da carnificina e decidem vingar-se, dirigindo-se para o domínio de Laertes.
Ao mesmo tempo, no Olimpo, Atena conversa com Zeus acerca do sucedido. Este concorda que os atos de Ulisses foram justificados e permite que a filha aja para restabelecer a paz.
Na Terra, começou o combate e vários são mortos por Ulisses e Telémaco. Mas a deusa inflige-lhes pânico com a Égide, e depois ordena que o conflito termine, ordem essa reforçada por um trovão de Zeus.
Atena disfarça-se novamente de Mentor a ajuda a estabelecer a paz entre as duas facções. Ulisses reina novamente.
Fonte: calle.no.sapo.pt
Odisséia
A odisseia pode-se dividir em 4 grandes partes, embora tenha sido escrita originalmente em 6 livros…
É com a história de Telémaco que vive em ítaca com a mãe e que suporta mal a presença dos pretendentes da mãe, que querem tomar o lugar do Ulisses que havia partido para a guerra de Tróia há largos anos, que tudo começa.
Atena, disfarçada, aconselha Telémaco a ir à procura do pai e então ele convoca a Assembleia e decide ir em busca do pai.
Vai numa nau até Pilos, a casa do rei Nestor, que lhe conta certas peripéciasda Guerra de Tróia e da morte de Agamémnon.
Depois, vai até Esparta com o filho de Nestor e, no palácio de Menelau e de Helena, ouve mais histórias da Guerra.
Enquanto Telémaco procurava pelo pai, Hermes é enviado por Zeus a Ogígia para ordenar a Calipso que deixe Ulisses partir e, então, ele faz uma jangada e parte.
Em alto mar, sofre uma tempestade e vai ter à Terra dos Feaces, onde se encontra com a princesa Nausícaa. Ela aconselha-o a ir ao palácio e diz-lhe o que deve fazer para obter ajuda e ser bem recebido.
Ulisses, depois de ouvir as histórias do poeta, emociona-se, chora, e o rei Alcínoo pede para ele contar a sua história.
Ulisses começa então por contar o dia em que deixaram Tróia para trás e que passaram por várias Terras…
No caminho, passaram pela ilha dos ciclopes, onde ele feriu o filho de Poseidon para fugir da sua gruta.
Atracaram também na ilha da feiticeira Circe, que transformava os homens em animais (porcos) e segue caminho até ao Hades, mundo dos mortos, para enterrogar Tirésias sobre o seu futuro.
Lá no Hades fala com companheiros da Guerra e com a sua mãe, que morrera de saudades…
Decide voltar à ilha de Circe e ela avisa-o das sereias, que enfeitiçam os homens, de Cila e de Caríbdis.
Segue viagem, mais outra vez, e vai ter à ilha do Sol, onde os seus companheiros matam os animais e morrem todos no mar, excepto Ulisses que vai ter à ilha de Ogígia, onde permanece 7 anos até Calipso o deixar partir.
Depois, como já contámos vai ter à ilha dos Feaces, que o ajudam a voltar a ítaca nas suas naus que são melhores que todas e deixam-no a dormir na terra que há muito tinha deixado!
Dá-se, então, o regresso de Ulisses a ítaca…
Primeiro, esconde os tesouros e vai a casa do porqueiro, onde ouve o porqueiro contar como chegou a ítaca e, disfarçado de mendigo, conta a sua história inventada.
Telémaco, quando regressa, encontra-se com o pai na casa do porqueiro e Ulisses dá-se a conhecer ao filho e, juntos, combinam como enfrentar os pretendentes.
Dá-se uma prova de armar o arco e atirar por entre uns machados e Ulisses, ainda como mendigo, ganha a prova e, de repente, mostra-se como o rei de itaca. Juntamente com Telémaco, com o porqueiro e com o boeiro mata todos os pretendentes!
Mais tarde, revela-se a Penélope que o testa e comprova que é mesmo o seu marido… já com tudo “estabilizado” vai visitar o pai, Laertes, que vivia só e triste!
Resumidamente, esta é a História de Ulisses, a Odisseia de Homero, escrita há já tanto tempo mas que se mantem fiel, através das traduções, seja em que língua for…
Além de tudo, Ulisses tem o seu simbolismo. O fato dele se transformar por ação da Deusa pode significar que o ser humano está em contínua mudança, que há forças misteriosas que nos podem ajudar a vencer perigos que achavamos invencíveis e que a nossa aparência, a maneira como nos vêem ou nos vemos a nós próprios é subjetiva, transforma-nos conforme o olhar que sobre nós incide.
Frederico Lourenço
Fonte: resumos.netsaber.com.br
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