Ares

História

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Ares era o deus da guerra, e filho de Zeus e Hera. Ele representou a violência crua e indomada atos que ocorreram em tempos de guerra, em contraste com Atena, que era um símbolo de estratégia tática e planejamento militar.

Ele foi detestado por seus pais. Sempre que Ares apareceu em um mito, ele foi descrito como uma personalidade violenta, que enfrentou humilhação através de suas derrotas mais de uma vez.

Na Ilíada, menciona-se que Zeus o odiava mais do que qualquer outra pessoa; Ares também estava no lado perdedor da guerra de Tróia, favorecendo os troianos. Ele era o amante de sua irmã, Afrodite, que foi casada com Hefesto. Quando este último descobriu sobre o assunto, ele concebeu um plano e conseguiu humilhar os dois. A união de Ares e Afrodite resultou no nascimento de oito crianças, incluindo Eros, deus do amor.

Havia poucos templos atribuídas a Ares na Grécia Antiga.

Sacrifícios normalmente seria feita a ele quando um exército marcharia para a guerra; Spartans faria sacrifícios a Enyalius, outro deus menor e filho de Ares e Enyo. No entanto, o nome também foi usado como um byname para Ares.

Quando Ares foi para a guerra, ele foi seguido por seus companheiros, Deimos (terror) e Phobos (medo), que eram o produto de sua união com Afrodite. Eris, deusa da discórdia e irmã de Deimos e Fobos, muitas vezes acompanhada-los na guerra.

Ares

Ares
Ares – Mitologia Grega

Origem

Uma das 12 grandes divindades do panteão helênico, Ares, deus da guerra, não era muito apreciado pelos gregos, que davam prioridade aos valores do espírito e à sabedoria. Ares era filho de Zeus, deus supremo grego, e de Hera. Sua figura representava o espírito violento e combativo, que só encontra prazer nas batalhas.

Embora dotado de força extraordinária, era continuamente enganado por outros deuses que, como Atena – personificação da sabedoria -, sabiam tirar proveito de sua pouca inteligência.

Ares era representado com couraça, capacete, lança e escudo. No combate, sua presença era anunciada com ferozes gritos de guerra que provocavam pânico.

Lutava a pé ou num carro puxado por cavalos, às vezes em companhia dos filhos que teve com Afrodite: Deimos (o Medo) e Fobos (o Terror), e outras vezes com sua irmã Éris (a Discórdia).

Segundo a mitologia, foi vencido em várias ocasiões. Os Aloídas o derrotaram e encerraram numa urna de bronze durante 13 meses.

Segundo se narra no canto V da Ilíada, o herói Diomedes, ajudado pela astuta Atena, conseguiu ferir Ares, que se refugiou no Olimpo.

Ares manteve constantes aventuras amorosas com mulheres mortais, de que resultaram seus filhos Alcipe, Ascálafo e Flégias, entre outros.

Seus amores com Afrodite foram descobertos pelo marido desta, Hefesto, que envolveu astutamente os amantes numa rede para levá-los ante o soberano juízo dos deuses e assim demonstrar a traição. Em Roma, com o nome de Marte, recebeu maior veneração que entre os gregos, sobretudo por parte das legiões romanas.

Ares – Deus da guerra

Ares – Deus da guerra e filho de Zeus, rei dos deuses, e sua esposa Hera.

Os romanos o identificaram com Marte, também um deus da guerra.

Ares, sanguinário e agressivo, personificava a natureza brutal da guerra.

Era impopular tanto com os deuses quanto com os humanos.

Entre as divindades associadas com Ares estavam sua mulher Afrodite, deusa do amor, e divindades menos importantes, como Deimos (o Temor) e Fobos (o Tumulto), que o acompanhavam em batalha.

Embora Ares fosse bélico e feroz, não era invencível, mesmo contra os mortais.

A adoração de Ares, que se acredita ter origem na Trácia, não se estendia à toda a antiga Grécia, e onde existiu, não tinha importância social ou moral.

Ares era uma divindade ancestral de Tebas e tinha um templo em Atenas, aos pés do Areopago, ou Colina de Ares.

Filho de Zeus e Hera, deus da guerra. Sempre acompanhado por seus escudeiros Deimos, o Espanto e Fobos, o Terror.

É o filho mais odiado entre os humanos e os imortais por estar sempre associado à conflitos e derramamento de sangue.

Apenas Afrodite aceitava Ares e passou a ser amante dele, mesmo já sendo casada com Hefesto.

Eles foram descobertos por uma armação de Hefesto.

Ele preparou uma rede muito fina mas muito resistente, esperou os amantes adormecerem após fazerem amor, jogou a rede neles, e chamou todos os deuses para verem que estava sendo traído, o que fez com que Ares fosse mais odiado ainda.

Desse relacionamento com Afrodite, nasceu uma filha chamada Harmonia.

Ares é representado por um jovem que veste armadura, capacete de bronze, túnica vermelha e uma lança.

Animais: abutre e cão.

O deus Ares

O deus Ares personificava o espírito do combate e a carnificina nele envolvida. Na Grécia Antiga, era considerado filho legítimo de Zeus e de Hera, mas na verdade parece ter origem trácia. A Ilíada refere, efetivamente, que ele habitava a Trácia, região rude e cheia de povos guerreiros.

Há referências ao deus nas tabuinhas em linear B, onde ele já aparece com o tradicional epíteto Eniálio. Enió parece ter sido uma antiquíssima deusa da guerra — a personificação da batalha, possivelmente —, já conhecida de Homero (v.g. Il. 5.592-3). Desde a época micênica, porém, ela se confundia com o próprio Ares.

Mitos

Ares teve muitas mulheres mas, aparentemente, nunca se casou. Participa de vários mitos, em geral relatos de lutas e batalhas; exceção é o mito de Cadmo, referente à fundação de Tebas. A lenda mais conhecida, no entanto, é a de seus amores clandestinos com a deusa Afrodite, esposa de seu irmão Hefesto. O famoso episódio da rede de Hefesto relata o que aconteceu quando o marido descobriu….

Nas lendas, Ares tem caráter violento e agressivo, e participa de incontáveis batalhas. Seus escudeiros habituais eram Fobos e Deimos, respectivamente o “medo” e o “pavor”. Nos combates, estranhamente, não era sempre o vencedor. A deusa Atena e o herói Héracles venceram-no em mais de uma oportunidade. Certa vez, os aloídas, Oto e Efialtes, conseguiram prendê-lo durante treze meses e o deus teve que ser discretamente libertado por Hermes.

Com Afrodite, Ares teve os seguintes filhos: Eros, Fobos, Deimos e Harmonia.

Seus filhos com mortais também eram, via de regra, violentos e agressivos, como por exemplo Cicno, Diomedes e as Amazonas, que participam da lenda de Héracles; e Enômao, personagem da lenda de Pélops e Hipodâmia.

Iconografia e culto

Em geral, Ares era representado como um guerreiro gigantesco, armado de lança, escudo e espada, e que se locomovia através de uma carruagem de fogosos cavalos, lançando terríveis gritos de guerra. Os animais a ele consagrados eram o cão e o abutre.

Os exércitos em guerra, às vezes, faziam sacrifícios a Ares.

Em pouco lugares, no entanto, ele tinha um culto ligado a um templo, como em Trezena, Tegéia e Esparta, entre outros. Em Tebas, era cultuado como antepassado dos espartos que, juntamente com Cadmo, teriam fundado a cidade.

O mito de Ares

Ares – o deus da guerra na mitologia grega – é filho de Zeus, senhor do Olimpo e pai dos deuses e Hera, a esposa de Zeus, como comprova a obra de Homero pelas palavras de Zeus ao deus da guerra quando este reclama de Atena, sua meia irmã, também deusa da guerra, a Zeus após ser ferido por Diomedes guiado por ela:

“És meu filho e pariu-te esposa minha”. (ilíada, V. 758)

Ares é o deus da guerra que nutria amor pela batalha, pelo derramamento de sangue, como afirma Zeus no poema de Homero, a Ilíada:

“A rixa amas e a guerra” (Ilíada,V. 754)

Ou nas palavras de Atena:

“Um perverso inconstante” (Ilíada,V. 700)

E Hera, sua mãe:

“Que! Não refreias, soberano padre, Marte Cruel que a tais e tantos gregos, ímpio e sem pejo abate?” (ilíada, V. 637)

Em outros versos mostram qual é o comportamento e a natureza do deus:

“Ó Marte, exício de homens, de muros destruidor, sangrento Marte.” (Ilíada,V. 375) / “Ó Marte, exclama, flagelo dos homens e eversor de muros.” (Ilíada,V. 24) / “Marte Homicida” (Ilíada, V. 432)

Ares
Ares – Deus Grego

Ares exaltava a coragem e a covardia, atributos presentes no homem da antiguidade, talvez os mais presentes. A guerra fazia parte de como as sociedades se organizavam e se desenvolviam.

A própria imagem de Ares se confunde com o homem antigo preparado para a guerra.

Ares é representado como guerreiro, simplesmente.

A Grécia antiga tinha com a guerra uma relação de forma a assentar a identidade política, construindo com a guerra este mecanismo de construção.

Ares personificava a brutalidade física da guerra e lembrava as consequências desta. O deus representava junto a seus filhos – Deimos, o medo e Fobos, o pânico – que teve com Afrodite, as emoções que se descontroladas gerariam a violência, infligindo terror e pavor.

Homero mostra isso na Ilíada:

“…o brônzeo nume urra, ao sacar-se a ponta, qual nove ou dez mil homens o alarido em prélio aceso; Aterra Argeus e Troas do formidando Marte o grito horrendo.” (Ilíada,V.723)

Brônzeo significa feito de metal, mais especificamente o bronze, do que era feita a arma dos guerreiros e a quem as empunha torna-se audacioso e confiante.

Ares
Ares – Mitologia Grega

Ares, nos mitos referentes a ele, sofre sempre constantes derrotas, como quando Afrodite pede a dois gigantes, filhos de Poseidon, que castigassem Ares pelo assassinato de Adônis e este é preso pelos gigantes Aloidas, liberto apenas por Hermes.

Os gigantes mais tarde são enganados e acabam por se matar, graças a astúcia da deusa da caça Ártemis, este fato é lembrado por Homero:

“Meses treze Efialtos e Oto Aloídas, ligaram Marte a rígidas cadeias: no éreo cárcere e sôfrego de lides morrera nas prisões extenuado, se, advertido Mercúrio da madrasta linda eribeira, a furto o não livrasse.” (Ilíada,V.314)

Afrodite esta que foi amante do deus da guerra, gerando filhos que são as emoções presentes no amor e na guerra. Prova do amor de Ares por Afrodite, é quando esta pede para Ares auxiliá-la em Tróia, ganhando assim o rancor de sua mãe Hera e de Atena, que mostra-se incontestavelmente superior a ele.

Primeiro guiando Diomedes a feri-lo e depois quando Ares a ataca, a deusa reage, com uma pedra o fere no pescoço e o derruba, Afrodite vem em seu socorro e é por Atena também ferida, com o consentimento de sua mãe, Hera.

Nesta cena, percebe-se a união de Ares e Afrodite, a negação dos deuses para com Ares além de outras atribuições dadas sobre Ares, a dualidade entre dois aspectos da guerra, e a luta da derrota contra a vitória, atribuindo a Ares os aspectos negativos da guerra e a Atena os positivos:

“E na terrível édige, que ao raio de Jove resistira, o desmedido pique lhe crava; a recuar, Minerva levanta negra pedra áspera e grossa, com que seu campo antigos demarcavam; Fere ao pescoço o turbulento Marte, e lhe enfraquece os membros: sete jeiras ocupa ao longo, e o pó lhe mancha a coma, com desusado ronco o arnês ribomba. Rindo Minerva gloriosa grita: ‘Néscio! Atreves-te a mim que sou mais forte? As maldições da mãe em ti caíram, furiosa de que os Dânaos despertasses e os fedífragos Teucros auxilies.’ Disse, e os lumes arreda. Conduz Vênus a Marte, que os sentidos mal cobrando, vai gemendo açoado.

A vista-o Juno e diz: ‘prole do Egífero indomada, olha a mosca impudente, que inda leva pela destra o flagelo dos humanos entre o aceso alvoroto: a ela, filha.’

Folga Minerva, e diligente parte; Senta a pesada mão no peito a Vênus que ajoelha e esmorece, e os dois prostrando, orgulha-se a Tritônia: ‘Assim caíssem, quantos protegem contra os gregos Tróia! Firmes e ousados como Vênus fossem, grande minha rival, de Marte apoio, que há muito finda a guerra, ao nosso esforço a altanada cidade se curvara’ a deusa bracinívea aqui sorriu-se” (Ilíada, XXI, 333)

Ares representa a sede de sangue, a violência desvairada e ilógica.

Leandro Silva Martins

Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br/www.geocities.yahoo.com.br/cpantiguidade.com

Ares

O antigo deus grego da guerra Ares (nome romano: Marte) foi talvez o mais impopular de todos os deuses do Olimpo por causa de seu temperamento rápido, agressividade e insaciável sede de conflito.

Conhecido pelos romanos como Marte, ele foi um dos atletas olímpicos – os deuses da mais alta ordem da Olympus.

Ares é às vezes mostrado na arte como jovens e velhos, mas ele sempre carregava uma lança e usava um capacete – perpetuamente prontos para a batalha.

Ares – Deus da guerra

Deus da guerra, filho de Zeus e Hera, Ares foi, posteriormente, equiparado ao deus romano Marte.

Sanguinário e agressivo, personificava a natureza brutal da guerra.

Era impopular tanto com os demais deuses quanto com os gregos.

As mulheres que ousavam recusar o seu amor acabavam brutalmente violentadas.

Ele perseguia as ninfas com a mesma fúria avassaladora que empregava na batalha.

Partia para a conquista amorosa como se marchasse para uma campanha militar: confiante em sua força.

Com Afrodite foi diferente. Para obter o seu amor, Ares abandonou as atitudes brutais. Aproximou-se, oferendo seu corpo perfeito como um desafio à capacidade amorosa da bela deusa. Disse-lhe palavras de afeto e cumulou-a de ricos presentes. A amizade entre os dois foi aumentando a cada dia que passava, até descobrirem que estavam apaixonados. Fizeram planos e arquitetaram idéias para se unirem no amor.

Enquanto Hefestos, o aleijado marido de Afrodite, trabalhava durante a noite inteira em sua forja, Ares visitava clandestinamente a sensual amante.

Estavam felizes e apenas uma coisa poderia atrapalhar a ventura: Hélios, o Sol, que não gostava de segredos.

Ares tomou todas as precauções para não ser descoberto por Hélios.

Sempre que ia ao encontro da amada levava junto o jovem Alectrião, seu confidente. Assim, enquanto se deliciava nos braços de Afrodite, o amigo vigiava a porta do palácio, com a missão de avisá-lo caso chegasse o Sol.

Uma noite, o fiel guardião, exausto de uma tarefa, adormeceu. Ares e Afrodite amavam-se intensamente e distantes de preocupações. O dia amanheceu claro e bonito e o Sol, ao despontar, surpreendeu os amantes que dormiam abraçados. Indignado com a traição para com Hefestos, Hélios saiu à procura do armeiro defeituoso e contou-lhe tudo o que vira. Hefestos deixou cair o ferro que forjava. Envergonhado e humilhado, decidiu que tal coisa não podia ficar sem vingança.

Depois de muito refletir, o ferreiro divino teve uma idéia e pos-se a trabalhar.

Com finíssimos fios de ouro confeccionou uma rede invisível, mas tão forte e resistente que nenhum homem, nenhum deus conseguiria rompê-la.

Ocultando o ódio e a tristeza, Hefestos armou a rede no leito conspurcado e disse a Afrodite que teria que se ausentar por alguns dias.

Ares, tão logo viu Hefestos afastar-se, correu para a casa da amante. Deitaram-se felizes e, quando deram por si, já estavam envolvidos pela artificiosa rede que o esposo traído construíra. Neste instante, Hefestos, que fingira viajar, retornou, surpreendendo os dois amantes presos na trama de ouro. Parou na soleira da porta e chamou a atenção dos imortais. Não fosse a interferência de Apolo talvez os dois amantes nunca teriam sido libertados.

Hefestos acabou aceitando as palavras conciliadoras daquele deus e soltou-os. Afrodite, envergonhada, retirou-se para Chipre, sua ilha favorita.

Ares foi para a Trácia tentar esquecer nos ardores da guerra a malograda aventura. Antes de partir, puniu Alectrião por sua negligência, transformando-o num galo, condenando-o a advertir eternamente os homens, do despertar do sol.

Desta aventura nasceram: Eros, a personificação do desejo amoroso; Harmonia, a infeliz esposa de Cadmo; Deimos, o terror e Fobos, o medo, que acompanhavam o pai nos combates.

Fonte: www.mauxhomepage.com

Ares

Etimologia

Em grego (Áres), certamente está relacionado com (aré), “desgraça, violência, destruição”. Veja-se i sânscrito irasyati, “ele entra em furor”.

Desde a época homérica, Ares surge, como o deus da guerra por excelência. Dotado de coragem cega e brutal, é o espírito da batalha, que se rejubila com a carnificina e o sangue. O próprio Zeus, seu pai, o chama de o mais odioso de todos os imortais que habitam o Olimpo. O “flagelo dos homens, o bebedor de sangue”, como lhe chama Sófocles, nem mesmo entre seus pares encontra simpatia. Hera se irrita com ele e Atena o odeia e o qualifica de (mainómenos) “louco”, e “encarnação do mal”. Na Ilíada, a deusa da inteligência dirigiu contra ele a lança de Diomedes e mais tarde ela própria o feriu com uma enorme pedra. Somente Afrodite, “ett pour cause” o chama de “bom irmão”.

Ares
Ares – Deus Grego

Na Guerra de Tróia, pôs-se ao lado dos troianos, o que não importa muito, uma vez que Ares não está preocupado com a justiça da causa que defntet. Seu prazer, seja de que lado combata, é participar da violência e do sangue.

De altura gigantesca, coberto com pesada armadura, com um capacet coruscante, armado de lança e escudo, combatia normalmente à pé, lançando gritos medonhos.

Seus acólitos nos sangrentos campos de batalha eram: Éris, a Discórdia, insaciável na sua fúria; Quere, com a vestimenta cheia de sangue; os dois filhos, que tivera com afrodite, cruéis e sanguinários, Deîmos, o Terror, e Phóbos, o Medoe e a poderosa Enio, “a devastadora”. Esta última era certamente uma divindade guerreira anterior a Ares e que por ele foi suplantada; a ela deve o deus das lágrimas, como lhe chama Ésquilo, o epíteto de (enyálios), “o belicoso”, nome que parece estar atestado na Linear B, sob a forma E-nu-wa-ri-jo. Mais tarde, todavia, Enio se tornou sua filha. Seus demais filhos foram quase todos violentos ou ímpios devotados a uma sorte funesta, com o Flégias, que tivera com Dótis. Este Flégias era pai de Ixíon e Corônis, a mãe de Asclépio. Amante de Apolo, Corônis o traiu, embora grávida do deus da medicina. Como Apolo, a tivesse matado, Flégias tentou incendiar-lhe o templo de Delfos. O deus liquidou a flechadas e lançou-lhe a psiqué no Tártaro.

Com Pirene foi pai de três filhos: Cicno, Diomedes Trácio e Licáon. O primeiro, violento e sanguinário, era salteador. Geralmente se postava na estrada que conduzia a Delfos e assaltava os peregrinos que se dirigiam ao Oráculo. Apolo, encolerizado, instigou contra ele Héracles.

Cicno foi morte e Ares avançou para vingar o filho. Atena desviou a lança e Héracles atingiu-o na coxa, forçando-o a fugir para o Olimpo. Diomedes Trácio, que alimentava suas éguas com carne humana, foi também liquidado pelo filho de Alcmena. Licáon, rei dos crestônios, povo da Macedônia, quis barrar o caminho a Héracles, quando este se dirigia ao país das Hespérides, aonde ia buscar os pomos de ouro. Interpelado e depois atacado por Licáon, o herói o matou.

Ares
Ares – Mitologia Grega

Tereui foi um outro de seus rebentos e seu mito prendeu-se às ilhas de Pandíon, Procne e Filomela. Tendo havido guerra, por questões de fronteira, entre Atenas e Tebas, comandada por Lábdaco, Pandíon solicitou o auxílio do trácio Tereu, graças a cujos préstimos obteve retumbante vitória. O rei ateniense deu a seu aliado a filha Procne em casamento e logo o casal teve um filhos, Ítis. Mas o trácio se apaixonou pela cunhada Filomela e a estuprou. Para que ela não pudesse dizer o que lhe acontecera, cortou-lhe a língua. A jovem, todavia, bordando numa tapeçaria o próprio infortúnio, conseguiu transmitir à irmã a violência de que fora vítima.

Procne resolveu castigar o marido: matou o próprio filho Ítis e serviu-lhe as carnes ao pai. Em seguida, fugiu com a irmã. Inteirado do crime, Tereu, armado com um machado, saiu em perseguição às duas irmãs, tendo-as alcançado em Dáulis, na Fócida. As jovens imploraram o auxílio dos deuses e estes, apiedados, transformaram Procne em rouxinol e Filomela em Andorinha. Tereu foi metamorfoseado em mocho.

Com a filha de Cécrops, Aglauro, o deus da guerra teve Alcipe.

Tendo Ares assassinado o filho de Posídon, Halirrótio, que lhe tentara violentar a filha, foi arrastado por Posídon a um tribunal formado por doze grandes deuses, que se reuniram numa colina, junto à qual o homicídio fora cometido, situada em frent à Acrópole de Atenas. Foi absolvido, mas a colina, a partir de então, passou a chamar-se (Áreios págos), isto é Areópago, “colina de Ares ou colina do homicídio”, uma vez que esse histórico tribunal ateniense tinha a seu encargo julgar crimes de sangue.

Movido por fortes ciúmes, Ares assassinou Adônis, seu rival na preferência de Afrodite. Os Alóadas, quer dizer, os dois gigantescos e temíveis filhos de Posídon, Oto e Efialtes, para vingar Adônis encerraram o deus da guerra num pote de bronze, dpois de o terem amarrado. ali o deixaram durante treze meses, atté que o astucioso Hermes conseguiu libertá-lo num estado de extrema fraqueza.

Atribuiem-se a ares muitas aventuras amorosas, dentre as quais a mais séria e célebre foi a que tve com Afrodite. Seu habitat preferido era a Trácia, país selvagem, de clima rude, rico em cavalos e percorrido frequentemente por populações violentas e guerreiras. A Trácia era também uma das habitações das terríveis Amazonas, que passavam igualmente por filhas do amante de Afrodite.

Seu culto, relativamente pobre em relação aos demais deuses, era sobretudo parcimonioso em Atenas. Além da Beócia, foi no Peloponeso, por força do militarismo espartano, que Ares teve mais simpatizantes. Na Lacônia, os Efebos sacrificavam a Eniálio, havendo em Esparta um templo que lhe era consagrado.

Em Atenas, era venrado num pequeno e modesmo santuário, ao qual estava associada Afrodite. Possuía templos ainda em Trezena e na ilha de Salamina, consoante Plutarco.

Na capital da Beócia, Tebas, o “belicoso” possuía realmente um culto particular, uma vez que era tido como ancestral dos descendents de Cadmo. É que este, filho de Agenor e Telefassa, após o rapto da irmã Europa, se estabelceu na Trácia com a mãe. Morta esta, Cadmo consultou o oráculo, que lhe ordenou abandonasse a procura de Europa e fundasse uma cidade. Para escolher o local, deveria seguir uma vaca até onde la caísse de cansaço. Cadmo pôs-se a caminho e, tendo atravessado a Fócida, viu uma vaca, que possuía nos flancos um disco branco, sinal da lua. Seguiu-a por toda a Beócia e, quando o animal se deitou, compreendeu que o oráculo se comprira. Mandou os companheiros a uma fonte fizinha, consagrada a Ares, em busca de água, mas um Dragão, filho do deus, que guardava a fonte, os matou. Cadmo conseguiu liquidar o monstro e, a conselho de Atena, semeou-lhes os dentes. Logo surgiram da terra homens armados e ameaçadores, a que se deu o nome (Spartoí), “os semeados” . Cadmo atirou pedras no meio dels e “os semeados”, ignorando quem os provocara, acusaram-se mutualmente e se mataram.

Sobreviveram apenas cinco: Equíon (que se casou com Agave, filha de Cadmo), Udeu, Ctônio, Hiperenor e Peloro. A morte do Dragão teve que ser espiada e, durante oito anos, Cadmo serviu ao deus como escravo. Terminado o “rito iniciático”, Zeus lhe deu como esposa Harmonia, filha de Ares e Afrodite. Cadmo reinou longos anos em Tebas. De seu casamento com Harmonia nasceram Ino (Leucotéia), Agava, Sêmele e Polidoro.

Três coisas nos chamam a atenção no mito de Ares: o pouquísimo apreço em que era tido por parte de seus irmãos olímpicos; a pobreza de seu culto na Hélade e, apesar de ser um deus da guerra, suas constantes derrotas para imortai, heróis e até para simples mortais.

Pública e solenemente desprezado pelos próprios pais, era ridicularizado por seus pares e até pelos poetas, que se regozijavam em chamá-lo, enttre outros epítetos deprimentes, de louco, impetuoso, bebedor de sangue, flagelo de homens, deus das lágrimas…

Epítetos, alías, que não condizem muito com as atitudes bélicas de Ares, deus da guerra: derrotado constantemente por Atena; vencido várias vezes por Héracles; ferido por diomedes; aprisionado pelos Alóadas… Era, por fim, um deus cujos templos na Grécia eram muito poucos, seu culto muito escasso.

Ares
Ares – Mitologia Grega

Um deus olímpico, com tais características, convida auma reflexão.

Há os que solucionam o problema de maneira muito simples: os gregos, desde a época homérica, se compraziam em mostrar a força cega e bruta de Ares debelada e burlada pelo vigor mais inteligente de Héracles e sobretudo pela coragem lúcida, viril e refletida de Atena. A vitória da inteligência sobre a força brutat refletiria a essência do pensamento grego, e tudo estaria resolvido.

É verdade que tudo isto está correto, mas não satisfaz inteiramente.

Talvez se pudesse defender a hipótese de que Ares seja não um deus, mas um demônio popular, que se encaixou na epopéia, mesmo assim, ou por isso mesmo, desprezado pelos outros deuses. Talvez se trate, como querem outros, de um herdeiro pouco afortunado de alguma divindade pré-helênica, como já se pensou de sua comapanheira inseparável, Enio. Sua afinidade com a Trácia e suas ausências constantes do Olimpo, para atender a seus “trácios fiéis”, nos inclinariam a ver no deus da guerra um estranho mal adaptado à religião grega, em cujo seio seu caráter sangrento e funesto lhe valeu um sério descrédito.

Assim como a Erínia, a “devastadora”, foi qualificada por Ésquilo de deusa tão pouco semelhante aos deuses, igualmente Ares, por força de total ausência, em sua personalidade, de uma característica essencial a um deus, a virtude da beneficência, foi cognominado pelo escoliasta de Édipo Rei, de (theòs átheos), de um deus que não é um verdadeiro deus.

Seja como for, Ares jamais se adaptou ao espírito grego, tornando-se um antípoda do equilíbrio apolíneo. Realmente um estranho no ninho.

Odsson Ferreira

Referência Bibliográfica

BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia Greva Vol II. Petrópolis, Vozes, 2004

Fonte: www.templodeapolo.net

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