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Os assírios resultam da mestiçagem entre as tribos de semitas da Samaria (região da Palestina) e os povos do norte do rio Tigre.
O Império Assírio novo (883 a.C.-612 a.C.), que se estende da Pérsia (atual Irã) à cidade egípcia de Tebas, atinge o apogeu sob o reinado de Sargão II.
As principais cidades-estados são Assur e Nínive.
Formam o primeiro Exército organizado e o mais poderoso até então.
Desenvolvem armas de ferro e carros de combate puxados a cavalo. Impõem práticas cruéis aos vencidos, como a mutilação.
Os guerreiros e sacerdotes desfrutam muitos privilégios: não pagam tributos e são grandes proprietários de terra.
A população, formada por camponeses e artesãos, é sujeita ao serviço forçado na construção de imensos palácios e estradas e ainda paga altos tributos.
Os assírios implantam a horticultura e aperfeiçoam o arado. São politeístas e possuem um deus supremo, Assur.
GÊNESE DO IMPÉRIO ASSÍRIO
Assírio
Civilização Assíria – Situação Geográfica e Origem
A Assíria (também designada por Ashur, Ashshur ou Assur), antigo país da Ásia, estendia-se para Sul, a partir da fronteira do atual Iraque, abarcando o vale do Tigre e do seu afluente, o Grande Zab, constituindo uma área semelhante a um triângulo invertido. As suas mais importantes cidades, situadas no Iraque dos nossos dias, eram Ashur (hoje Sharqat), Ninive (hoje Kuyunjik), Calah (hoje Nimrud) e Dur Sharrukin (hoje Khorsabad).
Desde o Paleolítico que a região que mais tarde viria a constituir a Assíria foi habitada. A sedentarização das populações ter-se-á iniciado cerca de 6500 a. C. e a composição étnica das primeiras comunidades de agricultores é desconhecida- talvez um povo (posteriormente conhecido como Subariano) que falava uma língua aglutinativa (não flexionável). Provavelmente no 3º milênio a.C., nômadas semíticos conquistaram a região e deram origem a uma língua flexionável, parecida com a da Babilônia, que era a dominante na região.
A escrita assíria era uma versão ligeiramente modificada da cuneiforme babilônica.
No 7º milênio a.C., os agricultores assírios cultivavam trigo e cevada, possuíam gado, construíam casas (algumas com quatro divisões), usavam fornos e guardavam os cereais em vasilhas de barro.
Estes povos agrícolas produziam têxteis com rocas de fiar, faziam facas de obsidiana e sílex córneo; usavam machados de pedra, enxós e sacholas. A sua cerâmica era notável, a maioria constituída por barro cozido e pintado. A obsidiana e outras pedras duras eram trabalhadas de modo a originar jarras, contas, amuletos e selos. Modelavam figuras femininas em barro, com fins religiosos e rituais. Os mortos eram frequentemente enterrados em posição fletida, com os joelhos junto ao queixo e enterrados entre as casas.
Civilização Assíria – Cultura e Costumes
A cultura assíria assemelhava-se à babilônica. À excepção dos anais reais, por exemplo, a literatura assíria era idêntica à da Babilônia e os reis assírios mais cultos, sobretudo Assurbanipal, encheram as suas bibliotecas com cópias de documentos literários babilônicos. A vida social, familiar, o casamentos, os costumes e as leis relativas à propriedade eram igualmente semelhantes às da Babilônia.
Os documentos da Corte e registos legais até agora encontrados partilham muito da lei babilônia e Suméria, embora as penalidades criminais assírias fossem mais brutais e bárbaras.
A nível de práticas e crenças religiosas, verifica-se que o deus Marduk babilônico foi substituído pelo deus assírio nacional, Ashur. Os maiores legados assírios situam-se no campo da arte e da arquitetura.
No 3º milénio a.C. a Assíria, tal como a maior parte do Médio Oriente, ficou sob a influência da civilização Suméria, do Sul- por volta de 2300 a.C., fazia parte do império da Suméria e da Acádia.
Na sequência do colapso deste império, c. de 2000 a.C., os Amoritas (um povo nômada semítico, do deserto arábico) infiltraram-se e conquistaram grande parte da Mesopotâmia, incluindo a Assíria. Cerca de 1850 a.C., os mercadores assírios tinham colonizado partes da Anatólia Central (Ásia Menor), onde comerciavam cobre, prata, ouro, latão e têxteis.
Civilização Assíria – Expansão e Dependência
Cerca de 1810 a.C. um rei assírio, Shamshi-Adad (reinou de 1813 a 1780) conseguiu alargar o território assírio, desde as montanhas Zagros até ao mar Mediterrâneo.
Foi provavelmente o primeiro governante a estabelecer a centralização imperial no antigo Médio Oriente. Dividiu o reino em distritos, governados por administradores e concelhos especialmente designados para esse fim, instituiu um sistema de correios e procedeu a censos regulares da população.
Este primeiro Império Assírio, no entanto, pouco durou. O filho de Shamshi-Adad, Ishme-Dagan I (reinou de 1780 a 1760) foi derrotado, cerca de 1760, pelo rei babilônico Hammurabi e a Assíria passou a integrar o Império Babilônico.
Este, por sua vez, também teve uma vida curta. Os Kassitas (um povo de origem não-semítica) invadiram a Babilônia no século XVI a.C. e apoderaram-se do poder político. Outro povo da montanha, igualmente não-semítico, os Hurrianos, infiltraram-se sobretudo no norte da Mesopotâmia e chegaram até á Palestina. Juntamente com os hurrianos e de alguma forma misturados com eles, veio um povo indo-europeu, cujo nome se desconhece. Como resultado destas migrações e reviravoltas políticas, o século XVI a.C. foi um dos mais agitados da história da Mesopotâmia.
Cerca de 1500 a.C. a Assíria ficou dependente de Mitanni- um reinado de proporções imperiais que se estendera até o norte da Mesopotâmia- até inícios do século XIV, quando este reinado sofreu uma séria derrota às mãos do império ascendente dos Hititas do norte. Aproveitando-se da confusão que se seguiu, o rei assírio Ashur-Uballit (reinou de 1364 a 1328) libertou a Assíria do jugo de Mitanni e anexou, inclusive, parte do seu território.
A este rei seguiram-se vários governantes vigorosos, especialmente Adad-Nirari (reinou de 1306 a 1274), Salmanasar (de 1274 a 1244) e Tukulti-Ninurta (de 1244 a 1207).
Foram bem sucedidos na expansão das fronteiras assírias e em repelir os seus poderosos vizinhos: os Urartianos, os Hititas, os Babilônios e os Lullubi.
Civilização Assíria – Prelúdio ao Império
A partir de 1200 a.C., uma nova onda de migrações modificou profundamente a composição da Ásia Ocidental. Da Península dos Balcãs, com toda a probabilidade, veio um conglomerado de povos, conhecido por “povos do mar”, que pôs fim ao Império Hitita na Anatólia e se infiltrou na Síria e na Palestina.
Um povo indo-europeu chamado Mushki, que se instalou a Este da Anatólia, tornou-se uma ameaça constante para a Assíria, situada Noroeste. A Oeste, um grupo de nômadas semíticos, os Arameus, também era uma ameaça. A Assíria resistiu, a maior parte das vezes com sucesso, às pressões e ataques dos novos vizinhos.
Ao longo desta dura luta pela sobrevivência, desenvolveu uma máquina militar que foi proverbial pela sua crueldade e se tornou o terror de todo o Médio Oriente.
Pelo quadro traçado até o momento é possível concluir que, por um lado, no contexto do Médio Oriente da Antiguidade, a Assíria enfrentou sucessivos domínios políticos, que levaram o país a especializar-se na guerra e, por outro, que a expansão para Ocidente sempre foi uma constante na sua política imperialista. É sobretudo este último aspecto que interessa salientar, por ter de alguma forma acarretado importantes consequências civilizacionais para o Mediterrâneo e inclusive, indiretamente, para a zona atualmente designada por Península Ibérica.
Foi referida anteriormente uma primeira tentativa bem sucedida de expansão para Ocidente, levada a cabo no reinado de Shamshi-Adad, ainda nos séculos XIX-XVIII a.C., que estendeu as fronteiras da Assíria até ao Mediterrâneo.
Inicialmente, as campanhas militares assírias assemelharam-se a raides, que visavam o saque e o tributo. Tiglat-Pileser I (reinou de 1115 a 1077), por exemplo, defendeu as fronteiras assírias dos Arameus e dos Mushki, através de incursões militares que o levaram, a norte, até ao lago Van, em Urartu (atual nordeste da Turquia) e a Oeste, até Palmyra (Turquia), Biblos e Sídon. Na maioria dos casos, os povos fugiam à aproximação dos seus exércitos. Os que ficavam, ou eram massacrados, ou levados para a Assíria. As suas vilas e cidades eram saqueadas e destruídas, mas não era feita qualquer tentativa de anexar os seus territórios.
Este padrão de conquista mudou gradualmente e os governantes assírios começaram a fazer do país o centro de um novo império, incorporando as terras conquistas sob o seu domínio. Cerca do século X a.C., por exemplo, Adad-Nirari II anexou o estado Arameu centrado em Nisibis, a este do rio Habur. O seu filho, Tukulti-Ninurta II, anexou vários estados arameus perto da cidade de Harran e do vale do Eufrates, assim como a região entre os rios Grande e Pequeno Zab.
Extensão do Domínio Assírio
Assurbanipal II (filho de Tukulti-Ninurta II), governou de 884 a 859 e estendeu o domínio assírio a Norte e a Este. As suas campanhas brutais devastaram as terras que faziam fronteira com o seu império, mas não atacou os vizinhos mais poderosos, como Urartu a Norte, a Babilônia ao Sul e Aram a Oeste. Também ele, numa das suas campanhas, chegou até ao mar Mediterrâneo. No regresso, fez de Calah a capital, em vez de Assur.
Salamanasar III (reinou de 859 a 824 a.C.), seu filho, comandou 32 campanhas militares nos 35 anos do seu reinado. Muitas delas foram dirigidas contra as terras a Oeste do Eufrates, especialmente contra o poderoso reino de Aram. Embora tivesse sido em parte bem sucedido e tivesse recebido tributos consideráveis por parte dos aliados de Aram, incluindo Israel, não conseguiu conquistar Aram propriamente dito
O Fim dos Reinos de Israel e Judá
No final do reinado de Salmanasar III eclodiu uma revolta na corte assíria, seguida de vários anos de guerra civil. A Assíria caiu na obscuridade e o seu poder declinou. Mas em meados do século VIII a.C. reviveu, com a ascensão de Tiglat-Pileser III, que reinou entre 746 a 727. Este rei fez reviver o império assírio; primeiro, reforçou a autoridade real e retirou poder à nobreza.
Criou um exército permanente e planeou as suas campanhas com o objetivo de anexar território inimigo. Os povos que conquistava eram deportados em massa e reinstalados algures dentro dos domínios assírios, de modo a esmagar a sua consciência e coesão nacionais. Mais tarde, libertou a Assíria da pressão das tribos aramaicas que ameaçavam o vale do Tigre, expulsou os Urartianos da Síria (734), anexou os estados arameus de Arpad e Damasco (732), subjugou as cidades da Palestina e proclamou-se imperador da Babilônia (729).
Foram precisamente estas campanhas militares da Assíria, em fase de expansão imperialista, que levaram ao desaparecimento de Israel (ou Reino do Norte). Os reinados de Tiglat-Pileser III, Salmanasar V e Sargão II constituem um importantíssimo período da história política e cultural da Antiguidade, com grandes consequências no processo civilizatório e na história do povo hebreu. Simultaneamente, existe vasta documentação relativa ao mesmo, que permite estabelecer com relativa precisão o curso dos acontecimentos.
No século VIII a.C., Israel e Judá eram duas das maiores potências do Médio Oriente. Por seu turno, a Assíria cobiçava as terras a sul do Eufrates, por motivos de ordem econômica- a sua situação geográfica e o fato de serem ricas em madeira, pedra e minérios. Como foi referido, Tiglat-Pileser III teve uma política muito agressiva, com a anexação do territórios ocupados, a sua repartição em províncias, dirigidas pelos bel pihati (que dispunham de guarnições para abafar rebeliões) e a sua política de deportações. Nem o Egito, agora em declínio, podia opor-se-lhe, acabando mesmo por ser ocupado no século VII. Portanto, tanto Judá como Israel estavam ameaçados, o que era agravado pelo fato de ambos os reinos viverem crises internas.
Israel, Judá e a Assíria no séc. VIII
De 783 a 746, sob o reinado de Jeroboão II, Israel desenvolveu-se como potência econômica, restabeleceu fronteiras (de Hamat ao mar de Arabá) e atingiu um nível de vida elevado (o que é corroborado pelas escavações, onde se encontraram objetos de luxo, marfins etc. ou pelas referências dos Livros dos Reis e de Amós).
No entanto, entre 746 e 736 dá-se uma grave crise social, política e religiosa- houve cinco reis neste período: Zacarias, filho de Jeroboão, que é morto por Shalum que, por sua vez, é assassinado por Menahém de Gadi. A política em relação à Assíria é de submissão e, em 738, este rei paga um tributo a Tiglat-Pileser III. Quando Menahém morre, sucede-lhe o filho, Faceias, que pouco tempo depois é assassinado por Faceia- o homicídio surge como resultante de uma conjura, que envolve o rei de Damasco, alguns filisteus e talvez o Egito. Faceia muda de política externa, tornando-se chefe da liga anti-assíria e provocando a guerra contra Judá, pelo fato de o seu rei não o apoiar na guerra contra a Assíria.
Joatão (reina em Judá entre 742 e 735) ao contrário do seu pai Uzias (ou Azarias), quando Faceia se torna chefe da liga assíria segue, como já foi referido, uma política neutra.
Faceia e o rei de Damasco não quiseram na retaguarda uma potência neutral ou hostil e resolvem atacá-lo. Entretanto Joatão morre, sucedendo-lhe o filho, Acaz e é sobre este que recai o ataque.
Os reis de Judá e da Síria, coligados, tentam depô-lo; ele, por seu turno, vendo-se atacado por Israel, pela Síria, pelos edomeus (que readquirem a sua independência, após terem estado sujeitos a Judá; recuperam de Ezion-Gaber, talvez com ajuda aramaica) e filisteus, resolve pedir ajuda a Tiglat-Pileser III. É este o fator decisivo que leva ao desaparecimento do reino do Norte.
Na sequência destes acontecimentos, o exército assírio dirige-se primeiro a Gaza, para evitar o auxílio egípcio; ocupa posteriormente Israel, em 733.
A esta ocupação seguem-se as habituais deportações e destruição de cidades. Entretanto, Faceia é assassinado por Oseias, que paga tributo a Tiglat-Pileser III e é posto no trono por este último que, no ano seguinte, ataca Damasco.
Oseias fica à frente de um território muito pequeno mas, quando Tiglat-Pileser III morre, revolta-se contra a Assíria e pede auxílio ao Egipto; mas daí nenhum auxílio lhe pode chegar. É o sucessor de Tiglat, Slamanasar V, que irá atacar o território, prender Oseias (que é, assim, o último rei de Israel) poupando, no entanto, a cidade da Samaria. É só em 722 que esta cidade é ocupada por Sargão II (um dos mais famosos reis da Antiguidade), que faz 27 mil prisioneiros e reinstala no local outros povos conquistados. É o fim da história política de Israel, que passa a ser uma província assíria, com capital em Meguido.
Os egípcios parecem ter-se revoltado ainda, mas foram derrotados. Em 720, há uma tentativa de rebelião, gorada, juntamente com Gaza e Damasco, que origina mais deportações.
Quanto a Judá, continua a existir como reino subjugado à Assíria; é-lhe imposta a adoração dos seus deuses e o culto de Assur, pois os Assírios procuravam a hegemonia política impondo a sua religião.
É um estado enfraquecido política, religiosa e economicamente- perde territórios e o importantíssimo porto de Ezion-Geber, ou seja, os lucros da terra e do comércio.
Fica tão pobre que Acaz teve de desfazer-se do ouro e da prata do palácio real e do templo.
Em 715, Ezequias ainda tenta implementar reformas nacionalistas, que não são bem sucedidas. Segue uma política dúbia, voltando-se para o Egito e depois, para a Assíria. É isto que leva o reino à ruína definitiva, acabando por cair sob Nabucodonosor II, no império neo-babilônico.
Consequências
Como se verificou, a política dos reis assírios, sobretudo a partir de Tiglat-Pileser III, foi a de anexação de territórios e transferência de grandes massas humanas de um ponto para o outro do império (verificou-se sobretudo com os hebreus e os arameus). Apesar da tradicional mobilidade das populações do Médio Oriente, estas deportações eram em números nunca antes verificados.
Estas reinstalações forçadas tinham o objetivo de operar mudanças sociais nos lugares conquistados e normalmente obedeciam ao seguinte padrão: levavam-se as pessoas mais válidas e os dirigentes locais para terras distantes e, no seu lugar, colocavam-se outros, vindos igualmente de territórios ocupados.
Os habitantes da Samaria, por exemplo, foram para o norte da Mesopotâmia e da Média, onde se disseminaram e desapareceram. Para esta cidade vieram colonos da Babilônia, de Kutha, Hamat e Sefarvaim e assim se cria um novo mapa étnico-social. Os habitantes da Samaria eram agora estrangeiros, misturados com autóctones, subjugados pelos chefes políticos designados pela Assíria; misturam-se raças, costumes e religiões (neste caso particular, predominou a raça israelita) e é assim que surgem os samaritanos, mal vistos pelos vizinhos e dos quais existem atualmente cerca de 200 pessoas, na cidade de Nablus.
Este processo, claro, é comum a todo o império assírio. Todos os deportados estavam sujeitos aos governadores (representantes do poder central), que tinham exércitos e esmagavam toda e qualquer tentativa de rebelião. Ora, inicialmente, este processo gera um grande nivelamento social e simultaneamente, um desenraizamento, que impediam a rebelião.
No entanto, mais tarde, os povos começam a recordar as suas origens (como aconteceu com os hebreus) e idealizam voltar às suas terras de origem.
É então que se dão as rebeliões que levam à queda do império assírio, substituído pelo neo-babilônico, que terá uma política mais compreensiva para com as minorias étnicas.
Mas são as consequências culturais e civilizacionais deste processo de expansão militar da Assíria para Ocidente que terão verdadeiramente importância, no quadro dos objetivos deste trabalho.
Para além das consequências imediatas já referidas, a médio e longo prazo verificar-se-á que os vencidos a Ocidente- hebreus e arameus- acabam por vencer os Assírios, pela irradiação da sua cultura.
Porque os arameus guerreiros passaram a integrar o exército assírio, os operários as construções reais e outros, diferentes regiões agrícolas, tanto as principais cidades como aldeias foram marcadas pela presença de estrangeiros, vindos das costas ocidentais e portadores da mesma língua. Assim se forma uma “koiné” linguística, com base no aramaico, que suplantou a antiga língua oficial, o acádico. Lentamente, vai ser esta a língua oficial e diplomática, da Pérsia ao Egipto, nós séculos VII e VI.
A par da língua, são transmitidos costumes e tradições; por exemplo, dado que os reinos arameus tinham grande superioridade comercial, Sargão II acaba por adotar a unidade de pesos usada por estes. Além disso, os arameus mantinham contatos com os fenícios, voltados para o ocidente mediterrânico e através deles, os produtos são difundidos por todo o império assírio (tecidos, objetos de marfim e de cobre).
Juntamente com os produtos, são difundidas as técnicas de fabrico. Portanto e em suma, poderá afirmar-se que das conquistas assírias surgem populações heterogêneas e culturas diferentes, uma fusão entre Ocidente e Oriente, que iria marcar o futuro das civilizações.
Presenças Fenícias no Ocidente
Localização e Origem
As viagens e a colonização efetuada pelos comerciantes fenícios no primeiro milênio a.C. constituem o primeiro grande empreendimento exploratório documentado da história. A Fenícia (que atualmente corresponde, quase na totalidade, ao Líbano) tinha a localização ideal para comerciar, quer por terra, quer por mar, situada entre o Egito e os Hititas.
Embora os seus habitantes possuíssem uma civilização homogênea e se considerassem uma nação, não era um estado unificado e sim de um grupo de cidades-estado, sendo que normalmente um deles dominava os outros. Tiro e Sídon alternavam como local de governação.
Eram um povo de língua semítica e a investigação histórica aponta que teriam fundado os primeiros estabelecimentos comerciais na costa mediterrânica cerca de 2500 a. C.
As frotas das cidades costeiras viajavam pelo Mediterrâneo e iam até ao oceano Atlântico. As cidades-estado fundaram muitas colônias comerciais, sendo de destacar Utica e Cartago, no norte de África, nas ilhas de Rodes e Chipre, no Mediterrâneo e Tarsis e Gades, no sul da Península Ibérica. No século VIII a.C., as cidades fenícias foram conquistadas pela Assíria.
Esse domínio da costa do Mediterrâneo oriental e das cidades fenícias pelos Assírios acarretou importantes consequências para o Médio Oriente e para os povos mediterrâneos, nos quais se incluem os do sudoeste da Península Ibérica e mesmo de Portugal.
Os Fenícios, os Assírios e o Mediterrâneo
As interpretações quanto ao papel dos fenícios na história do Próximo Oriente sublinham as suas funções especializadas no comércio e na navegação, no quadro de uma economia mercantil.
É geralmente aceite que a força motivadora da expansão fenícia residia na necessidade de pagar tributo aos grandes impérios e que, portanto, o seu papel econômico era o de manter o império dominante, de forma passiva.
Susan Frankenstein argumenta que há que reconhecer aos fenícios um papel mais decisivo no fornecimento de bens e serviços aos impérios vizinhos, sugerindo que as cidades fenícias tiveram um papel essencial na manutenção e desenvolvimento dos impérios do Médio Oriente.
Esse grau de importância pode ser avaliado pelo tratamento diferencial dado a determinadas cidades fenícias pelos seus chefes políticos; por exemplo, em contraste com o que aconteceu com Israel e Judá (incorporados no império neo-assírio como vassalos) os Assírios deixaram as cidades fenícias virtualmente autônomas, numa tentativa de controlar e redirecionar o seu comércio.
Desde o fim do segundo milênio a.C. que os fenícios efetuaram transações comerciais entre o Mediterrâneo oriental e ocidental. No século X, por exemplo, há referências no Antigo Testamento a uma aliança entre os primeiros reis de Israel e Hirão I, de Tiro; essa aliança assegurava o acesso das cidades fenícias às rotas comerciais terrestres e às rotas marítimas para Este.
Tanto antes, como depois da divisão do reino hebraico, os fenícios estiveram ligados à distribuição dos produtos de luxo egípcios; por outro lado, eles próprios manufaturavam outros.
Estes produtos eram maioritariamente tecidos, roupas tingidas e bordadas, tapeçarias, taças de vidro e cerâmica, recipientes de bronze, prata e outros trabalhos em metal, vinhos, instrumentos musicais, incenso, especiarias, comida e sementes.
As cidades fenícias integradas no império neo-assírio, nos séculos VIII e VII a.C. (período da expansão assíria no Mediterrâneo Central) desenvolveram as suas rotas pelo Médio Oriente, comerciando os produtos que compravam no Egipto (bens de luxo), na costa mediterrânica e na Península Ibérica. As relações de tributo entre uma e outra permitiam e encorajavam as relações comerciais, sendo as cidades fenícias consideradas áreas de especialização, às quais eram dadas vantagens e proteção, devido à sua importância para a Assíria.
A política externa desta era controlar os parceiros comerciais externos, forçando-os a reorientar as suas atividades econômicas e a comerciar com a Assíria, em vez de com outros centros competitivos.
Desde o primeiro milênio a.C. que a Fenícia, juntamente com os reinos sírios, esteve envolvida no fornecimento de grandes quantidades de ferro exigidas pela máquina militar assíria.
Nos textos assírios diz-se que vinha de “Oeste”, mas não especificavam a área de origem. Com o esmagamento dos estado sírios nos finais do século VIII a.C., os fenícios tornaram-se os principais fornecedores de matérias primas aos Assírios, abandonando o seu antigo papel de fornecedores de bens manufaturados para consumo das elites. Para isso, tiveram de alargar a esfera das suas relações comerciais. A tendência expansionista das estratégias comerciais fenícias foi, então, determinada pelas necessidades materiais dos Assírios e pela necessidade de lhes fornecerem recursos essenciais, nomeadamente prata.
Os Fenícios na Península Ibérica
O interesse dos fenícios pelo Mediterrâneo ocidental e pelo sul da Península Ibérica insere-se numa lógica de extensão das suas atividades comerciais no Mediterrâneo central e na necessidade de explorar os recursos aí existentes. Geograficamente, a esfera ocidental de atuação dos fenícios foi o canal mediterrânico, caracterizado por intenso tráfego marítimo. Arqueologicamente, inclui estabelecimentos fenícios no norte de África e na Península Ibérica, a Este e Oeste do estreito de Gibraltar. Estas duas zonas estão fortemente correlacionadas e encontram-se nelas vestígios fenícios idênticos.
No século VIII a.C. havia um importante centro de trabalho do bronze, no Noroeste da Península, que desempenhou um importante papel na época, com ligações ao Sudeste da Europa e à Irlanda.
Havia uma rede atlântica que transportava matérias primas e produtos finais do Norte da Europa para a Ibéria e vice-versa. Os mercadores fenícios apoderaram-se deste circuito (o âmbar e o ouro seriam igualmente produtos comerciados por eles). Certos objetos de bronze mediterrânico chegaram ao Norte da Europa no século VIII e um navio de carga que naufragou em Huelva indicia que, provavelmente, havia uma rota para o seu transporte em redor da Península.
A estratégia dos fenícios era aceder aos produtos finais indígenas e depois usá-los para aceder a novos mercados ou iniciar a exploração de novo recursos noutras áreas. Assim, ligavam regiões economicamente independentes e lucravam ao trocar produtos manufaturados por matérias primas, muito solicitadas nos seus mercados de origem.
Numa segunda fase, por volta do século VII, esta ligação ao Oeste e, em especial ao sul da Ibéria é marcada pela intervenção fenícia na produção dos recursos; isto é detectável pelo número de estabelecimentos fenícios na região e o seu interesse nesta área está relacionado com a existência de prata na zona de Huelva.
Este redirecionamento está também ligado ao aumento da dependência assíria em relação ao comércio das cidades fenícias de Este, que necessitavam, por seu turno, de maior abastecimento. Neste período, as cidades fenícias independentes foram sujeitas ao pagamento de um tributo cada vez mais elevado e a imposições comerciais por parte dos reis assírios.
Um traço característico deste período é a produção de cerâmicas pintadas, vermelhas e cinzentas. Foram encontrados vestígios deste tipo de cerâmica no vale do Guadalquivir, entre Sevilha e Córdoba e nas zonas do Jerez e Huelva, assim como na zona costeira central portuguesa, na Andaluzia oriental e na costa Levantina. Indicam o interesse continuado dos fenícios num comércio atlântico agora mais restrito e na rota marítima do Mediterrâneo central.
Consequências
É ainda de salientar que, dado que não existia uma identidade étnica definida para os habitantes da costa Levantina, estes tanto eram designados por “cananitas” ou por “fenícios”.
Verifica-se que se tratavam de termos aplicados a populações heterogêneas- que incluíam residentes de várias cidades siro-palestinas, assim como elementos de outras zonas da Ásia ocidental ou do Mediterrâneo Este.
O termo “fenício” refere, no fundo, uma categoria de pessoas envolvidas em determinadas atividades e não um grupo étnico determinado. A assimilação dos arameus e dos israelitas, a partir das deportações assírias, deve ter ocorrido desta forma- passando a falar a língua fenícia e aceitando a sua ideologia, povos de diferentes origens podiam participar das atividades fenícias e serem identificados como tal.
Do mesmo modo, os estabelecimentos fenícios a Oeste tinham dois elementos distintos: os comerciantes e colonos da zona Este da Fenícia e elementos das populações indígenas, que assumiram a identidade fenícia, ao partilharam das suas atividades.
Como foi anteriormente exposto, as campanhas militares assírias em direção ao Mediterrâneo e a política econômica deste povo reforçaram o comércio dos fenícios com o Ocidente.
Na época do império neo-assírio e em consequência da sua expansão, os fenícios foram mais um elemento a estabelecer contato entre o Oriente e o Ocidente: com a exploração dos recursos e das rotas comerciais já referidas, introduziram modificações nas sociedades indígenas, em termos políticos e econômicos. A sua contribuição foi positiva, mesmo que sejam vistos apenas como intermediários. Por exemplo, a dívida grega para com a Fenícia pode compreender-se, se tivermos em conta que adotaram o alfabeto fenício (provavelmente no século VIII a.C.), com poucas variações (juntamente com as palavras semíticas, de empréstimo, que este continha), assim como pela “orientalização” dos motivos na poesia e nos paradigmas arquitetônicos e pelo uso dos modelos fenícios de pesos e medidas.
Um dos grandes contributos dos fenícios em relação à civilização ibérica foi integrá-la na rede comercial do Mediterrâneo, como periferia dum sistema regional da Ásia Meridional, iniciando um processo de orientalização e civilização na zona.
Segundo A. Tavares é neste contexto, por exemplo, que se pode afirmar que Portugal é um país atlântico em termos geográficos, mas mediterrânico devido às suas antigas raízes culturais.
Este autor refere diversos exemplos documentados de presenças fenícias na Península Ibérica e mesmo no território português, a nível da metalurgia do ouro, do vidro e das contas polícromas, da cerâmica, dos carros votivos, dos marfins e da própria escrita.
Civilização Assíria – Império
Famosos desde os tempos antigos pela crueldade e pelo talento guerreiro, os assírios também se destacaram pela habilidade na construção de grandes cidades e edifícios monumentais, como atestam as ruínas encontradas em Nínive, Assur e Nimrud. Estabelecido no norte da Mesopotâmia, o império assírio foi uma das civilizações mais importantes do Oriente Médio.
Civilização Assíria
Os primeiros povoadores conhecidos da região eram nômades semitas que começaram a levar vida sedentária ao longo do IV milênio a.C. Alguns dados atestam a formação, a partir do século XIX a.C., de um pequeno estado assírio, que mantinha relações comerciais com o império Hitita. No século XV a.C., depois de longo período de submissão ao império da Suméria, o estado assírio, com capital em Assur, começou a tornar-se independente e a se estender. Puzur-Assur III foi o primeiro monarca que, livre da opressão suméria, empreendeu a expansão do reino. Graças ao apogeu comercial, os assírios puderam lançar-se, sob o reinado de Shamshi-Adad I (1813-1781 a.C., aproximadamente), às conquistas que tanta glória lhes trouxeram.
O soberano concentrou esforços na construção de um estado centralizado, segundo o modelo da poderosa Babilônia.
Suas conquistas se estenderam aos vales médios do Tigre e do Eufrates e ao norte da Mesopotâmia, mas foram barradas em Alepo, na Síria. Morto o rei, seus filhos não puderam manter o império em virtude dos constantes ataques de outros povos e dos desejos de independência dos súditos.
A Assíria caiu sob o domínio do reino de Mitani, do qual se libertou em meados do século XIV a.C. O rei Assur-Ubalit I (1365-1330) foi considerado pelos sucessores o fundador do império assírio, também conhecido como império médio. Para consolidar seu poder, estabeleceu relações com o Egito e interveio nos assuntos internos da Babilônia, casando sua filha com o rei desse estado. Depois de seu reinado, a Assíria atravessou uma fase de conflitos bélicos com hititas e babilônios, que se prolongou até o fim do século XIII a.C.
Quem afinal conseguiu impor-se foi Salmanasar I (1274-1245), que devolveu ao estado assírio o poder perdido. Esse monarca estendeu sua influência até Urartu (Armênia), apoiado num exército eficaz que conseguiu arrebatar da Babilônia suas rotas e pontos comerciais. Sob o reinado de Tukulti-Ninurta I (1245-1208), o império médio alcançou seu máximo poderio.
A mais importante façanha do período foi a incorporação da Babilônia, que ficou sob a administração de governadores dependentes do rei assírio. Com as conquistas, o império se estendeu da Síria ao golfo Pérsico.
Depois da morte desse rei, o poder assírio decaiu em benefício da Babilônia. Passado um período de lutas contra os invasores hurritas e mitânios, a Assíria ressurgiu, no fim do século XII a.C., com Tiglate-Pileser I (1115-1077), que venceu a Babilônia numa campanha terrivelmente dura. Após sua morte, a Assíria sofreu o domínio dos arameus, do qual não conseguiu libertar-se até que Adad-Ninari II (911-891) subiu ao trono.
Tukulti-Ninurta II (890-884) devolveu à Assíria a antiga grandeza e submeteu a zona de influência dos arameus, no Eufrates médio. Sucedeu-lhe Assur-Nasirpal II (883-859), o mais desumano dos reis assírios, que pretendeu reconstruir o império de Tiglate-Pileser I e impôs sua autoridade com inusitada violência. Foi o primeiro rei assírio a utilizar carros de guerra e unidades de cavalaria combinadas com a infantaria.
Seu filho Salmanasar III (858-824), conquistador da Síria e do Urartu, foi igualmente cruel.
O último grande império assírio iniciou-se com Tiglate-Pileser III (746-727), que dominou definitivamente a Mesopotâmia. Sua ambição sem limites o levou a estender o império até o reino da Judéia, a Síria e o Urartu.
Salmanasar IV e Salmanasar V mantiveram o poderio da Assíria, que anexou a região da Palestina durante o reinado de Sargão II (721-705). O filho deste, Senaqueribe (704-681), teve que enfrentar revoltas internas, principalmente na Babilônia, centro religioso do império que foi arrasado por suas tropas. Asaradão (680-669) reconstruiu a Babilônia e atacou o Egito, afinal conquistado por seu filho Assurbanipal (668-627). No ano 656, porém, o faraó Psamético I expulsou os assírios do Egito e Assurbanipal não quis reconquistar o país.
Com esse soberano, a Assíria tornou-se o centro militar e cultural do mundo. Depois de sua morte, o império decaiu e nunca mais recuperou o esplendor. Fruto das múltiplas relações com outros povos, a civilização assíria alcançou elevado grau de desenvolvimento.
Entre as preocupações científicas dos assírios destacou-se a astronomia: estabeleceram a posição dos planetas e das estrelas e estudaram a Lua e seus movimentos.
Na matemática alcançaram alto nível de conhecimentos, comparável ao que posteriormente se verificaria na Grécia clássica.
O espírito militar e guerreiro dos assírios se reflete em suas manifestações artísticas, principalmente nos relevos que decoram as monumentais construções arquitetônicas. Representam, sobretudo cenas bélicas e de caça, em que as figuras de animais ocupam lugar de destaque, como no relevo “A leoa ferida”.
Também cultivaram a escultura em marfim, na qual foram grandes mestres, como se constata nos painéis de Nimrud, que sobreviveram à madeira dos móveis em que eram originariamente incrustados.
A religião assíria manteve as ancestrais tradições mesopotâmicas, embora tenha sofrido a introdução de novos deuses e mitos.
A eterna rivalidade entre assírios e babilônios chegou à religião com a disputa pela preponderância de seus grandes deuses, o assírio Assur e o babilônio Marduk.
O império assírio sucumbiu ao ataque combinado de medas e babilônio. Sob as ruínas de uma esplêndida civilização, ficou a trágica lembrança de suas impiedosas conquistas e da ilimitada ambição de seus reis.
Civilização Assíria – Terras assíria
Terras assírias referente à região do Alto rio Tigre, no norte da Mesopotâmia. O nome derivado de seu capital original; antiga cidade de Ashur.
Os assírios subiu ao poder e prosperidade em torno do século 12 aC, na Mesopotâmia, que hoje consiste principalmente do Iraque moderno.
Seu império estendido para alguns regiões da moderna Turquia e se estabeleceram em diferentes cidades da Anatólia.
Assírios desempenhou um papel importante na fundação da civilização da humanidade. Após a queda dos impérios da Assíria e Babilônia, respectivamente, no sétimo e sexto séculos aC, os assírios foram reduzidos a uma pequena nação vivendo à mercê de seus senhores nas terras muito espalhadas na região do Oriente Médio e, finalmente invadida pelos Hurrians.
Assírios eram um povo semita. Eles estavam principalmente envolvidos na agricultura, mineração e florestal, com o maior exército permanente no Oriente Médio.
Eles tiveram duas línguas durante seus tempos: assírio antigo (conhecido como acádio), e assírio moderno (ou neo-siríaco). Eles eram avançados em ciências e matemática e da ciência médica desenvolvida.
Civilização Assíria – Geografia
Assíria está localizado no norte da Mesopotâmia e se estende por quatro países: Na Síria que se estende a oeste do rio Eufrates; na Turquia se estende para o norte para Harran, Edessa, Diyarbakir, e do Lago Van; no Irã se estende a leste do Lago Urmi, e no Iraque se estende a cerca de 100 km ao sul de Kirkuk. Este é o coração da Assíria, a partir do qual tanto do antigo Oriente Médio passou a ser controlada.
Dois grandes rios atravessam a Assíria, o Tigre eo Euhprates, e muitos outros de menor importância, a mais importante das quais é o Zab Alto e Baixo Zab, ambos afluentes do rio Tigre.
Estrategicamente torno do Tigre e os dois Zabs são as cidades assírias de Nínive, Assur, Arbel, Nimrod e Arrapkha.
Ao norte e ao leste da Assíria se encontram os montes Taurus e Zagros. Para o oeste e sul encontra-se uma grande, baixo planalto de calcário.
No extremo sul da Assíria as planícies de cascalho dar lugar a aluviões depositados pelo rio Tigre, e mais ao sul há chuvas insuficientes para a agricultura sem irrigação.
Estas duas características criam uma fronteira geogrpahical entre Assíria e os terrenos vizinhos ao sul.
Civilização Assíria – Tipo Racial
Assírios estão povos semitas indígenas para a Mesopotâmia. Eles são caucasóides do Mediterrâneo, e são etnicamente distintos dos árabes e judeus.
Civilização Assíria – Idioma
Assírios usaram duas línguas ao longo da sua história: assírio antigo (acadiano), e assírio moderno (neo-siríaco). Acadiano foi escrito com o sistema de escrita cuneiforme, em tábuas de argila, e estava em uso desde o início até cerca de 750 aC. Por 750 aC, uma nova maneira de escrever, em pergaminho, couro ou papiro, foi desenvolvido, e as pessoas que trouxeram este método de escrever com eles, os sírios, acabaria por ver a sua língua, o aramaico, suplantar assírio antigo por causa do avanço tecnológico por escrito. Aramaico se tornou a segunda língua oficial do império assírio em 752 aC Embora assírios mudou para o aramaico, não foi o transplante de atacado. A marca do aramaico que assírios falava era, e é, muito infundido com palavras acadiano, tanto assim que os estudiosos se referem a ele como assírio aramaico.
O expansionismo Assírio
Depois de um longo período de obscurantismo, o rei Tiglath-pileser I deu início as expansionismo assírio. No reinado de Tiglath-pileser III( 745-728 a.C.), o Império Assírio se estendeu do Golfo Pérsico às fronteiras do Egito. O apogeu, porém, ocorreu no reinado de Assurbanipal, cujo império se estendia do Nilo ao Cáusaco.
Fizeram da guerra sua atividade principal e submetiam os vencidos a horríveis tormentos. Fundaram a cidade de Nínive, que se tornou a sede de seu poderoso império.
Minado pela crise interna e pelos levantes dos povos conquistados, o Império Assírio desmoronou. O rei da média, Ciaxares, e o príncipe Caldeu Nabopolassar uniram-se contra os Assírios.
A orgulhosa cidade de Nínive caiu no ano de 612 a.C.
Civilização Assíria – História
A Assíria foi um reino situado na Mesopotâmia, entre os séculos XIII e VII a.C..
Foi fundado por um povo de origem semítica nativo do noroeste da Mesopotâmia.
O vácuo de poder na região criado após o declínio sumério permitiu aos assírios a criação de um estado independente, mas este foi logo suprimido pelo rei Hamurabi da Babilônia.
Os assírios assim permaneceram sob poder babilônico até o declínio deste, em meados do século XIII a.C., quando seu rei, Tukulti-Ninurta, conquistou territórios ao sul, abraçando a própria cidade da Babilônia.
Em sua extensão máxima, a Assíria estendia-se a leste até as fronteiras do Elão, a oeste até o Egito, ao norte até a Armênia e ao sul até os desertos da Península Arábica.
A religião seguia as bases dos cultos realizados pelos sumérios. Cada cidade era devota de um deus específico (ao qual se associava a sua criação e proteção), e os deuses mais importante do panteão assírio dependia do grau de influência de suas cidades na política interna. Os zigurates permaneceram como o centro cultural, religioso e político das cidades assírias.
A política externa assíria era conhecida por sua brutalidade para com os inimigos. Em muitos casos, atos de selvageria por parte do império assírio foram empregados com o fim de persuadir seus inimigos a entregarem-se sem luta. Registros escritos da época demonstram o temor dos povos adjacentes ao terror assírio.
Os governantes assírios caracterizaram-se também pelo tratamento dispendido aos povos conquistados. Para evitar movimentos rebeldes nas regiões conquistadas, os povos vencidos eram capturados, removidos de suas terras, e distribuídos entre as cidades do império, diluindo seu poder. Nativos assírios e inimigos capturados de outras regiões eram encorajados a ocupar as áreas conquistadas.
Esta prática mostrou-se particularmente eficiente, e foi mantida pelos babilônicos, no período subseqüente.
A Assíria é mencionada no Bíblia através do livro de Jonas, quando este profeta recebe de Deus a incumbência de pregar Sua palavra aos habitantes de Nínive, a capital do Império.
Posteriormente o relato bíblico cita a Assíria como responsável pela queda do reino de Israel, e pela tomada do baluarte judeu de Laquis, pelas mãos do rei Tiglate-Pileser.
No entanto estas conquistas ocorreram já no final do período assírio, desgastado pelas guerras contra o Egito e pela ascensão recente dos medos a leste e dos reformistas babilônicos, ao sul. Em poucos anos, o outrora poderoso império dissolveu-se, sendo rapidamente absorvido por egípcios, babilônicos e medos.
Fonte: EncBrasi/web.ipn.pt/gpua.v10.com.br/www.allaboutturkey.com/www.aina.org
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