História da Borracha

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A borracha já era conhecida dos índios antes do descobrimento da América. Em 1525, P. d’Anghieria relatou ter visto os índios mexicanos jogarem com bolas elásticas. Charles de la Condamine foi o primeiro a fazer um estudo científico sobre a borracha, que ele conhecera durante viagem ao Peru, em 1735. Um engenheiro francês, Fresnau, que la Condamine havia encontrado na Guiana, estudara a borracha no local e concluíra que esta não era senão “uma espécie de óleo resinoso condensado”.

História da Borracha

O primeiro emprego da borracha foi como apagador. Foi Magellan, descendente de célebre navegador, quem propôs este uso. Priestley, na Inglaterra, difundiu-o e a borracha recebeu em inglês o nome de “India Rubber”, que significa “Raspador da Índia”.

A palavra borracha teve sua origem numa das primeiras aplicações úteis deste produto, dada pelos portugueses, quando foi utilizada para a fabricação de botijas, em substituição às chamadas borrachas de couro que os portugueses usavam no transporte de vinhos.

Macquer, retomando os trabalhos de la Condamine, pela primeira vez indicou o modo de fabricação de tubos flexíveis de borracha.

Desde então numerosos artesãos se interessaram pela borracha: o ourives Bernard, o boticário Winch, Grossart, Landolles, e outros. Em 1820 um industrial inglês, Nadier, fabricou fios de borracha e procurou utilizá-los em acessórios de vestuário.

Por essa época começou a reinar na América a febre da borracha: os calçados impermeáveis dos índios faziam sucesso. Produziam-se tecidos impermeáveis e botas de neve na Nova Inglaterra.

Em 1832 foi criada a fábrica de Rosburg. Infelizmente, as alterações que os artefatos de borracha natural não vulcanizada sofriam sob a influência do frio, tornando-se quebradiços, e o inconveniente de aderirem-se uns aos outros se ficassem expostos aos raios de sol, desinteressaram os consumidores. Após tentar desenvolver por longo tempo um processo para o melhoramento das qualidades da borracha (incorporação de ácido nítrico, por exemplo) e ser levado à ruína, Goodyear descobriu acidentalmente, em 1840, a vulcanização.

Um fato curioso: em 1815, Hancock, modesto serralheiro, tornou-se um dos maiores fabricantes do Reino Unido. Ele havia inventado um colchão de borracha e, associado a Mac Intosh, fabricava as famosas capas impermeáveis “mac intosh”. Além disso, havia descoberto e realizava industrialmente o corte, a laminação e a prensagem da borracha. Tinha verificado a importância do calor na prensagem e construído uma máquina para este fim.

Mac Intosh descobriu o emprego da benzina como solvente e Hancock preconizou a prévia “mastigação” e aquecimento, para obter uma perfeita dissolução da borracha. Hancock descobriu também a fabricação de bolas elásticas. Por fim, Hancock, em 1842, de posse da borracha vulcanizada de Goodyear, procurou e encontrou o segredo da vulcanização, fazendo enorme fortuna.

Em 1845 R.W. Thomson inventou o pneumático, a câmara de ar e até a banda de rodagem ferrada. Em 1850 fabricavam-se brinquedos de borracha, bolas ocas e maciças (para golfe e tênis). A invenção do velocípede por Michaux, em 1869, conduziu à invenção da borracha maciça, depois da borracha oca e, por último, à reinvenção do pneu, pois a invenção de Thomson havia caído no esquecimento. Payen estudou as propriedades físicas da borracha, do mesmo modo que Graham, Wiesner e Gérard.

Finalmente, Bouchardt realizou a polimerização do isopreno, entre 1879 e 1882, obtendo produtos de propriedades semelhantes à borracha. O primeiro pneumático para bicicleta data de 1830. Em 1895 Michelin teve a idéia audaciosa de adaptar o pneu ao automóvel. Desde então a borracha passou a ocupar um lugar preponderante no mercado mundial.

Sendo a borracha importante matéria-prima e dado o papel que vem desempenhando na civilização moderna, cedo foi despertada a curiosidade dos químicos para conhecer sua composição e, posteriormente, sua síntese. Desde o século XIX vêm sendo feitos trabalhos com esse objetivo, logo se esclarecendo que a borracha é um polímero do isopreno.

Os russos e os alemães foram os pioneiros nos trabalhos de síntese da borracha. Mas os produtos obtidos não suportaram a concorrência da borracha natural.

Somente com a Primeira Guerra Mundial a Alemanha, premida pelas circunstâncias, teve de desenvolver a industrialização de seu produto sintético. Foi o marco inicial do grande desenvolvimento da indústria de borrachas sintéticas, ou elastômeros, no mundo.

A Borracha Natural – NR

A Borracha Natural é o produto sólido obtido pela coagulação de látices de determinados vegetais, sendo o principal a Hevea Brasiliensis. Essa matéria-prima vegetal, proveniente da planta conhecida vulgarmente como seringueira, é nativa da Amazônia. Embora seja grande o número de espécies que por uma incisão na casca exsudam secreção de aspecto semelhante ao látex, somente algumas produzem quantidade e qualidade suficientes para exploração em bases econômicas.

A história da borracha natural no Brasil é um enredo que pouco fica a dever à corrida do ouro americana. Por quase cinqüenta anos, da segunda metade do século XIX até a segunda década do século XX, a borracha natural sustentou um dos mais importantes ciclos de desenvolvimento do Brasil. Naquela época, a revolução industrial se expandia velozmente e o mundo vivia período histórico de prosperidade e descobertas que se refletiam em todos os setores. Automóvel, bonde, telefone, luz elétrica e outras inovações mudavam paisagem e costumes nas cidades. Novos mercados se abriam. Era a belle époque, cujo esplendor a literatura e o cinema se encarregaram de retratar para as gerações seguintes.

Devido a suas múltiplas aplicações, principalmente na indústria automobilística em expansão, a borracha obtida a partir do látex das seringueiras tornou-se produto mundialmente valorizado. E seringueiras não faltavam na Amazônia brasileira. Isso levou a região Norte do Brasil, uma das mais pobres e desabitadas do país, a experimentar período de grande prosperidade. Interessadas na exploração dos seringais amazônicos, grandes empresas e bancos estrangeiros instalam-se nas cidades de Belém e Manaus.

A capital amazonense torna-se o centro econômico do país. Ganha sistemas de abastecimento d’água, luz elétrica, telefone, grandes construções, como o Teatro Amazonas, até hoje símbolo da riqueza advinda da borracha. Milhares de imigrantes, principalmente nordestinos fugidos da seca da década de 1870, invadem a floresta para recolher o látex e transformá-lo em borracha.

A produção amazônica chega a 42 mil toneladas anuais e o Brasil domina o mercado mundial de borracha natural.

Esse clima de euforia dura até 1910, quando a situação começa a mudar: a partir daquele ano entram no mercado as exportações de borracha a partir das colônias britânicas e o Brasil não suporta a feroz concorrência que lhe é imposta.

Em 1876, os ingleses haviam contrabandeado sementes de hevea brasiliensis da Amazônia para o Jardim Botânico de Londres. Lá, por meio de enxertos, desenvolvem variedades mais resistentes, que posteriormente são enviadas para suas colônias na Ásia – Malásia, Ceilão e Cingapura – onde tem início uma exploração intensiva da borracha natural.

A diferença técnica de plantio e extração do látex no Brasil e na Ásia foi determinante para os resultados da exploração como negócio. Enquanto a distância entre as seringueiras na Ásia era de apenas quatro metros, na Amazônia caminhava-se às vezes quilômetros entre uma árvore e outra, o que prejudicava e encarecia a coleta. Obviamente, as plantações racionalizadas do Extremo Oriente proporcionaram significativo aumento da produtividade e se tornaram mais competitivas.

No Brasil, o governo resistia a mudar os métodos. Acreditava que a exploração da maneira que era feita assegurava a presença de brasileiros e garantia a soberania nacional sobre a despovoada região amazônica. Privilegiava-se a geopolítica, representada pela ocupação, em detrimento da geoeconomia, que poderia render melhores frutos.

A relativa imobilidade custou caro para o país: as exportações brasileiras perderam mercado. Não suportaram a concorrência da borracha extraída na Ásia, muito mais barata. Como conseqüência, a produção entrou em declínio. Ali chegava ao fim o período de prosperidade vivido pela extensa região Norte do Brasil. As empresas que haviam se instalado em Manaus e Belém saíram em busca de outras regiões mais produtivas. Os imigrantes voltaram para suas terras. Os grandes nomes das artes mundiais já não se apresentavam no Teatro Amazonas. A opulência cristalizara-se em História.

No final dos anos 20, o Brasil ainda tentaria uma reação com a ajuda de um parceiro inusitado: o industrial norte-americano Henry Ford, idealizador de uma nova forma de produzir que marcaria a indústria para sempre – a linha de montagem – e responsável, na época, por 50% da produção mundial de veículos. Com a intenção de acabar com o controle do mercado de borracha – a preciosa matéria prima dos pneus – pelas colônias inglesas do Sudeste Asiático, Ford plantou nada menos que 70 milhões de mudas de seringueira numa área de um milhão de hectares no Pará.

O ambicioso projeto foi logo batizado pelos moradores da região como Fordlândia. Pretendia produzir 300 mil toneladas anuais de borracha natural, quantidade que representava a metade do consumo mundial. Mas Ford sucumbiu às adversidades e ao ambiente hostil da floresta amazônica. Abandonou tudo, amargando enorme prejuízo.

Neste contexto a Ásia dominou o suprimento mundial de borracha natural, com mais de 90% da produção. Mudanças importantes, no entanto, têm redistribuído a produção entre os principais concorrentes. A Malásia, que em 1985 respondia por 1/3 da produção mundial, reduziu sua participação. Isso decorreu da mudança no seu perfil de produção, que passou a dar ênfase em investimentos não-agrícolas. A Tailândia ocupou o lugar de maior produtor mundial de NR. A Indonésia – com vantagens de área e mão-de-obra disponíveis – tem mantido participação relevante na produção mundial desde a década de 80.

Outros países que vêm se valendo, com sucesso, do potencial de mão-de-obra barata e disponibilidade de terras para crescimento nesse setor são a Índia e a China. O consumo de borracha natural representou, em 2001, cerca de 40% do total de borrachas consumidas no mundo.

A Borracha Sintética

A importância que ganhou a indústria da borracha desde seu surgimento e o papel decisivo que assumiu no descortinar da civilização moderna, despertou o interesse pela descoberta da sua composição química e, depois, pela síntese. A indústria de pneumáticos via, nas pesquisas, a possibilidade de se independer das plantações mundiais de borracha natural.

O declínio da produção de borracha natural no Brasil coincide com o período da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e com a necessidade de se obter produto mais barato, com suprimento mais seguro para a fabricação de pneus. A pressão decorrente da tomada das plantações asiáticas pelos japoneses levou ao desenvolvimento de uma borracha que, embora de estrutura diferente da natural, satisfazia extraordinariamente a alta demanda requerida pelas tropas na época.

Foi assim que surgiu a GR-S, Buna S, Hycar OS ou SBR, um copolímero de estireno e butadieno. Foi o marco inicial do grande desenvolvimento da indústria de borrachas sintéticas. O produto desenvolvido era facilmente vulcanizável e acabou se transformando no carro-chefe da indústria da borracha mundial, apesar de suas propriedades não corresponderem a todas as qualidades da natural. Mas o custo e as características principais foram determinantes para que se tornasse concorrente imbatível. Apesar da borracha sintética já ser conhecida desde 1875, sua produção até este momento era cara e inexpressiva.

Episódio histórico importante, durante a Segunda Guerra Mundial, mudou o cenário desse mercado. Na manhã do dia 7 de dezembro de 1941 os Estados Unidos entraram na guerra. Três meses após o ataque a Pearl Harbor, os japoneses, desesperados para controlar a produção de borracha natural, assim como os aliados, tomaram a Malásia e as Índias Orientais holandesas. Assumiram o controle de 95% do suprimento mundial do produto e mergulharam os EUA numa crise.

Cada tanque Sherman continha 20 toneladas de aço e meia tonelada de borracha. Cada navio de guerra era constituído de 20 mil partes de borracha. A borracha era usada para recapear cada centímetro de fio em todas as fábricas, lares, escritórios e instalações militares na América. Não havia alternativa sintética. Levando-se em conta todas as fontes possíveis, a nação tinha, mantidos os níveis normais de consumo, estoques para cerca de um ano.

Essa reserva tinha ainda de alimentar a maior e mais crítica indústria em fase de expansão da história mundial: a indústria bélica.

A resposta de Washington foi rápida e dramática. Quatro dias depois de Pearl Harbor, o uso da borracha em qualquer produto não essencial para a guerra foi proibido. O limite de velocidade nas estradas americanas caiu para 35 milhas por hora, para diminuir o desgaste dos pneus em todo o pais. As raspas de borracha eram vendidas a um penny ou mais por libra peso em mais de 400 mil depósitos em todo o país. Até Fala, o cão do presidente Franklin Roosevelt, teve seus brinquedos de borracha derretidos. Foi a maior campanha de reciclagem registrada na história e assegurou o êxito dos aliados até 1942.

Nessas circunstâncias, foi emitida uma ordem a todos os químicos e engenheiros para que desenvolvessem uma indústria de borracha sintética. Em 1941, a produção total de borracha sintética era de pouco mais de 8 mil toneladas, principalmente produtos que não serviam para a fabricação de pneus.

A sobrevivência da nação dependia da sua capacidade de manufaturar mais de 800 mil toneladas de produtos que mal haviam começado a ser desenvolvidos. Não havia muitas instruções detalhadas de como as fábricas deveriam se organizar para produzir essa gigantesca quantidade. Não haviam sido construídas instalações nem sequer para produzir a matéria-prima necessária à produção de borracha.

A indústria americana nunca havia sido convocada a assumir tarefa como essa. Conseguir tanto em tão pouco tempo. Os engenheiros tinham dois anos para alcançar a meta. Se o programa da borracha sintética não obtivesse êxito, a capacidade dos americanos para prosseguir na guerra estaria ameaçada. O esforço americano ajudaria a disseminar a borracha sintética nos mercados mundiais, inclusive no Brasil, que após a Guerra tratava de consolidar o seu parque industrial.

Principal rota de produção de borrachas

Uma variedade muito ampla de borrachas sintéticas foi desenvolvida desde a descoberta do produto. Como foram grandes os investimentos requeridos para o desenvolvimento das diversas variedades, a tecnologia para a produção foi bastante concentrada em tradicionais empresas de porte global, como DuPont, Bayer, Shell, Basf, Goodyear, Firestone, Michelin, EniChem, Dow, Exxon e Texas Co.

O emprego da borracha é muito amplo, pois as características e propriedades que os elastômeros reúnem fazem com que alcancem praticamente todos os setores da economia: automobilístico, calçadista, construção civil, plásticos, materiais hospitalares e outros também de grande importância no dia-dia da sociedade. Por serem as mais empregadas na produção de pneus, as SBR`s e as BR`s são as de maior consumo entre as sintéticas.

Fonte: www.petroflex.com.br

História da Borracha

Quando os primeiros espanhóis pisaram no Novo Continente, viram os índios brincando com bolas que saltavam: eram feitas com a seiva leitosa de uma árvore chamada “caucho”.

Os espanhóis não prestaram nenhuma atenção à substância dessas bolas, pois procuravam outras riquezas como ouro, por exemplo. Passados mais de dois séculos, sábios franceses que foram medir o arco do meridiano terrestre às margens do rio Amazonas notaram que os índios utilizavam esse material para outros fins, faziam tigelas e vasilhames de “caucho”.

Descobriram até que os índios obtinham esse “caucho” de uma árvore, processo que chamavam de “chorar a árvore” – uma hevea e recolhiam em espécies de tigelas um sulco leitoso que se separava rapidamente em duas partes: de uma lado a água, e de outro, um líquido espesso. Os indígenas jogavam fora a água e conservavam o líquido no qual mergulhavam por diversas vezes a extremidade de bastões, para confeccionar bolas as quais secavam em seguida em fogueiras.

O francês C. M. de la Condamine levou uma amostra de “caucho” para a Academia de Ciências de Paris, mas ninguém lhe deu atenção, pois a resina apresentava um problema. Tudo que se fabricava com essa substância tornava-se pegajoso no calor e tornava-se inflexível ou esfarelava-se em baixas temperaturas. C.F Fresneau fez um par de sapatos de seiva e impermeabilizou um sobretudo com material retirado das seringueiras da Guiana Francesa.

John Pristley, sábio inglês, descobriu que a substância podia tirar marcas de lápis, o que até aquela data se fazia com miolo de pão, uso que até hoje está em prática.

Em 1823 o escocês Charles Macintosh, descobriu um meio de fazer roupas impermeáveis, colocando uma camada de borracha entre duas camadas de tecido. No mesmo ano em Londres um fabricante de carruagens, Thomas Hancock, fabricou os primeiros aros de borracha. Mas só em 1839 com a descoberta do processo de vulcanização pelo engenheiro e cientista Charles Goodyear foi possível, adicionando enxofre à borracha e aquecendo a mistura, obter uma goma elástica que não se esfarela nem cola. Foi esse o ponto de partida para as aplicações práticas de borracha.

Quando os ingleses perceberam sua importância, transportaram secretamente em 1876 para a Inglaterra cerca de 70 mil sementes de “Hevea Brasiliensis” do Brasil e as plantaram em suas colônias no Sudeste da Ásia. Destas sementes, 2.600 germinaram e cerca de 25 anos depois o comércio na região já estava estabilizado.

Assim iniciou-se a produção no sudeste asiático, derrubando o domínio brasileiro iniciado em 1866. Atualmente a Malásia é responsável por cerca de 17% dos 6,3 milhões de toneladas de borrachas produzidas no mundo, além de utilizar a madeira das seringueiras em 80% dos móveis que fabrica. Com a segunda Guerra Mundial houve quebra na produção de borracha no Extremo Oriente e o Brasil não conseguiu atender à demanda sozinho. Surgiu então a necessidade de se criar a borracha sintética, mas isso é outra história…

Fonte: www.cwd.com.br

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A borracha natural é hoje uma importante matéria-prima, essencial para a manufatura de mais de 40.000 produtos para as mais diversas aplicações.

A árvore da borracha…

Obtida através da seringueira (Hevea brasiliensis), cujo cultivo é tido como a atividade agrícola sócio-econômica mais importante em muitos países em desenvolvimento, principalmente do Sudeste Asiático, a borracha natural também é considerada, ao lado do aço e do petróleo, um dos alicerces que sustentam o progresso da humanidade, sendo por exemplo um dos principais produtos utilizados na indústria do transporte, de produtos hospitalares e bélicos.

Os índios latino-americanos e o uso da borracha…

Antes de 1500 a borracha já era utilizada por índios Latino-Americanos. Colombo foi o primeiro europeu a descobrir a borracha, quando encontrou nativos do Haiti brincando com bolas deste estranho material, que os índios chamavam de “caucho”. Na Amazônia, o uso da borracha foi mencionado pelo Jesuíta Samuel Fritz e pelo Frei Carmelita Manoel de Esperança, entre os índios Cambebas ou Omaguas.

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Joseph Priestley

Os europeus a usaram para apagar…

Somente mais de 2 séculos depois o mundo iria despertar para a utilidade deste material, e em 1770 o inglês Joseph Priestley produziu a primeira borracha, que utilizamos até hoje, para apagar traços de lápis esfregando-a sobre o papel. Cubos desta borracha começaram a ser vendidos em Londres em 1772 e foram chamados de “rubber” que vem do inglês “rub” que significa esfregar.

Uma descoberta acidental: a vulcanização…

Com o descobrimento do processo de vulcanização em 1839 pelo americano Charles Goodyear, que acidentalmente deixou cair um pouco de enxofre na mistura de borracha em seu laboratório, é que suas propriedades mais valiosas (resistência e elasticidade) puderam ser exploradas, fazendo com que sua utilização se multiplicasse vertiginosamente.

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Thomas Hancock

E vieram os pneus…

Dentre outras participações importantes na utilização da borracha no desenvolvimento mundial, podemos citar o fabricante de carruagens inglês Thomas Hancock, que inventou uma tira elástica para ser utilizada nas rodas de suas carruagens, a qual seria a precursora do primeiro pneu de borracha produzido em 1888 pelo escocês John Dunlop. Os pneus de Dunlop seriam mais tarde peças fundamentais na era dos automóveis (1920-1940), depois da qual o mundo nunca mais seria o mesmo.

Amazônia: onde tudo começou…

A Hevea brasiliensis é originária da Amazônia e por crescer em meio à floresta, sua exploração era totalmente do tipo extrativista, dificultando o desenvolvimento e aproveitamento do potencial produtivo destas árvores.

O Brasil foi líder mundial na fabricação e exportação da borracha natural até a década de 50, quando a demanda pela borracha exigia uma produtividade mais eficiente. Para suprir esta necessidade intensa pela matéria-prima, o mundo passou a contar com as plantações planejadas dos países do Sudeste Asiático.

Sementes que atravessaram oceanos…

Mas, você sabe como estas plantações de uma árvore nativa brasileira foram parar do outro lado do mundo? Em 1876, os ingleses perceberam a importância da borracha e mais de 70.000 sementes de Hevea brasiliensis foram “transportadas secretamente” para a Inglaterra e plantadas nas colônias inglesas do Sudeste Asiático, que apresentavam um clima bastante similar ao da Amazônia e mostraram-se perfeitas para o desenvolvimento da planta.

Uma seringueira leva cerca de 8 anos para começar a produzir o látex, e se tomados os cuidados essenciais para a preservação da saúde da planta, ela poderá ser produtiva por pelo menos 50 anos.

Século 20: cresce a produção…

Em 1914 a produção mundial de látex foi de 36 mil toneladas/ano, em 1924 esta produção já havia sido multiplicada por 10, e em 1999, somente nos países Asiáticos (90% Malásia e Indonésia), mais de 3 milhões de toneladas foram produzidas em um ano.

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Hevea brasiliensis
No momento da extração do látex

E surgiram as borrachas sintéticas…

Com o desenvolvimento continuo e cada vez mais acelerado da indústria mundial, surgiram as borrachas sintetizadas em laboratório, como por exemplo o Policloropreno ou Neoprene (1931) e a Acrilonitrila ou Borracha Nitrílica (1957), que vêm sendo matérias-primas cada dia mais importantes para substituição do látex natural na fabricação de alguns produtos, como por exemplo LUVAS, possibilitando o aprimoramento das linhas de produtos e oferecendo a proteção mais adequada aos profissionais para cada atividade.

Fonte: www.mucambo.com.br

História da Borracha

Borracha, para que te quero?

Sempre que pensamos em conjuntos mecânicos, os materiais a eles relacionados e de que mais nos lembramos são, em geral, os materiais metálicos. Por isso, pode ser que você esteja até estranhando um pouco o fato de ter que estudar um capítulo inteirinho sobre um material como a borracha.

No entanto, essa estranheza só pode ser fruto de sua distração.

Porque é muito difícil encontrar uma máquina que não tenha borracha para transmitir movimento, unir partes, conduzir fluidos, absorver choques, isolar ruídos. Afinal, de que são feitas as correias, os acoplamentos, os tubos, as guarnições? Graças às suas propriedades físicas e químicas, a borracha é capaz de desempenhar com muita eficiência todas essas funções dentro das máquinas e equipamentos que nos cercam. Sem falar na fabricação de luvas cirúrgicas, balões de festa, calçados, pneus e… camisinhas.

Esta aula vai ensinar a você algumas das razões pelas quais a borracha é tão importante para a nossa vida e para a indústria mecânica. Acompanhe conosco.

Um pouco de história

A borracha é um material de origem vegetal obtido do látex da seiva de uma árvore chamada Hevea brasiliensis. Essa árvore, nativa das florestas tropicais, é a nossa seringueira, encontrada em estado selvagem na Amazônia.

Até a segunda metade do século XIX, o Brasil teve o monopólio da produção mundial da borracha. Em 1876, um contrabando levou 70.000 sementes para a Inglaterra, onde elas foram cultivadas em estufas e depois plantadas na Ásia. Após alguns anos, grandes plantações começaram a produzir em escala comercial. O Brasil, por explorar apenas as plantas nativas, perdeu o monopólio.

Embora tenha sido sempre utilizada por índios da América do Sul na vedação de canoas, na impermeabilização de objetos e na confecção de bolas para jogar, a borracha só foi descoberta pelos europeus em 1736.

Porém, essa descoberta foi considerada de pouco valor, pois a borracha natural é mole e pegajosa quando aquecida e dura e quebradiça quando fria. Nessa condição, o único uso encontrado para ela, foi a substituição do miolo de pão para apagar traços de lápis.

Foi somente em 1839, mais de um século depois, que Charles Goodyear descobriu, ao acaso, um modo de tornar a borracha menos rígida e quebradiça. Ele deixou cair acidentalmente uma mistura de borracha e enxofre sobre a chapa quente do fogão. A mistura pegou fogo e começou a soltar muita fumaça. Para se livrar dela, Goodyear atirou-a pela janela. No dia seguinte, descobriu que o material que ele atirara pela janela, se tornara flexível.

Estava descoberta a vulcanização.

O uso de aceleradores de vulcanização e de antioxidantes ajudou a melhorar as propriedades da borracha natural, mas as pesquisas em busca de borrachas sintéticas levaram à descoberta do Neopreno (1931) nos Estados Unidos e da Buna (1936) na Alemanha. Como sempre, as necessidades de mercado determinaram o rumo das pesquisas e novos produtos surgiram.

Há borrachas e… borrachas

Até aqui aprendemos que a borracha é um material de origem vegetal. Mas, você sabe como ela é obtida? Não? Então, vamos lá.

A borracha bruta é obtida do látex que é uma emulsão natural retirada por meio de um corte oblíquo feito na casca de uma árvore (como a Hevea brasiliensis, lembra?). O látex é recolhido em um recipiente preso no tronco logo abaixo do corte.

História da Borracha

O látex colhido, depois de coado para a retirada de folhas, gravetos e insetos, é derramado em tanques divididos por paredes de metal. Lá, ele é coagulado pela adição de ácido acético diluído.

O que se obtém dessa operação, é uma massa esponjosa que, em seguida, é laminada entre dois cilindros que giram com velocidades iguais debaixo de água. As folhas de borracha que saem dessa laminação, se depois forem passadas entre cilindros girando em velocidades diferentes, transformam-se no que chamamos de borracha-crepe. Depois, esse material pode ser defumado para evitar que fermente ou mofe. Por fim, essas lâminas de borracha são prensadas em grandes blocos e enviadas para as indústrias onde se transformarão em produtos acabados.

Fique por dentro

Os seringueiros que trabalham na extração do látex das árvores no meio da floresta tropical, geralmente deixam que o látex se coagule naturalmente. Depois, formam bolas em torno de um bastão. Essas bolas são então lavadas, secas e defumadas.

Essa borracha, na verdade um hidrocarboneto cuja fórmula é (C5H8), é um produto da polimerização do isopreno.

História da Borracha

Ela é elástica, resistente à abrasão, à eletricidade e à água, porém altera-se em presença de luz e calor, além de não ter resistência a muitos óleos e solventes. A vulcanização, que é um tratamento por enxofre (2 a 4%) a quente (110ºC), realizado sob pressão ou em estufas, torna-a mais elástica e praticamente insolúvel.

Não existem artigos feitos de borracha pura. A câmara de ar que se coloca dentro de pneus tem 90% de borracha. Os pneus, cuja borracha recebe adição de negro de fumo para aumentar sua resistência à abrasão, têm 60% de borracha. Outros produtos, como os solados de borracha, contêm 30% ou menos. Na verdade, ela é misturada com a borracha sintética para a fabricação dos mais diversos produtos.

História da Borracha

História da Borracha

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Borrachas sintéticas: por quê? Para quê?

Já que a borracha sintética foi mencionada, com certeza vem a pergunta: “Por que mesmo elas foram criadas?”

A resposta é fácil: para tentar obter um material que melhorasse as propriedades que a borracha já tinha, e para tentar afastar as incertezas dos mercados fornecedores de borracha natural.

Dois países entraram nessa corrida na década de 30: a Alemanha, que se preparava para a guerra e os Estados Unidos, que perceberam a incerteza a que o fornecimento de borracha natural estava sujeito em caso de guerra, uma vez que a maioria dos produtores estava no sudeste da Ásia.

Assim, em 1931 os alemães desenvolveram as borrachas conhecidas como Buna-S, um copolímero de estireno-butadieno e Buna-N, um copolímero de butadieno-acrilonitrila. Já na metade dessa década (1936), empresas americanas desenvolveram pesquisas para obter um produto com propriedades superiores às da borracha natural. Esses produtos foram as borrachas nitrílicas (Buna-N) e as butílicas (copolímeros de isobutileno-isopreno).

Fique por dentro

Os SBRs, ou copolímeros de estireno-butadieno, combinados na proporção de 75% de butadieno e 25% de estireno, são as borrachas sintéticas mais comuns no mercado.

As borrachas sintéticas, também chamadas de elastômeros sintéticos, têm as mesmas propriedades das borrachas naturais, ou seja, elasticidade, possibilidade de vulcanização, solubilidade em solventes, resistência à água, à eletricidade e à abrasão. Por outro lado, apresentam melhor desempenho quanto à durabilidade e à resistência a óleos, ao calor e à luz. O quadro a seguir apresenta algumas borrachas sintéticas, suas vantagens e desvantagens em relação à borracha natural e suas aplicações. Leia-o com atenção.

A borracha não é usada comumente como material de construção mecânica, mas para aplicações especiais decorrentes de suas propriedades únicas: a elasticidade e a capacidade de retornar quase que totalmente à forma inicial. Na Mecânica, isso significa o uso para absorção de choques e isolação de vibrações; correção de desalinhamentos por meio dos acoplamentos flexíveis; mudança de condução por meio de tubos e correias; borrachas hidráulicas.

Natural ou sintética, a borracha mantém seu papel único dentro da indústria mecânica. Só para lembrar da importância desse material, pense nos milhões de correias, transmitindo movimento em milhões de máquinas por este Brasil afora…

Fonte: wiki.ifsc.edu.br

História da Borracha

HISTÓRICO DA BORRACHA

Da Idade Média ao Terceiro Milênio

1492

Cristóvão Colombo, descobridor da América, volta à corte da Espanha e exibe estranhas bolas que pulam. A borracha natural era usada por nativos da América Tropical na confecção de bolas e outros artefatos rudimentares.

1736

O cientista francês Charles Marie De La Condemine visita a região amazônica e leva amostras da borracha. Revela: estranho “leite” extraído de uma árvore é utilizado na “fabricação” de rústicos calçados, sacolas e brinquedos.

1750

Belém (Pará) inicia a produção de botas para o exército português. Era um processo rudimentar de industrialização da borracha.

1770

A borracha é usada para apagar traços feitos a lápis.

1800

Belém torna-se exportador de sapatos de borracha.

1827

O Brasil inicia a exportação de borracha natural. Os principais clientes são a Europa e os Estados Unidos.

1830

Generaliza-se o uso da borracha natural. O produto é utilizado na fabricação de tubos, fios, pára-choques, molas de máquinas. Cientistas americanos e europeus intensificam pesquisas.

1840

Charles Goodyear (EUA) inventa o processo de vulcanização (o látex adquire maior elasticidade e resistência ao atrito misturado ao enxofre e submetido à alta temperatura).

Goodyear escreveu: “… a mais notável qualidade desta goma (látex) é a elasticidade. Quando distendida, pode alcançar um comprimento igual a oito vezes o seu comprimento normal sem romper-se e voltando logo depois a sua forma original… não existe nenhuma outra substância no mundo que provoque igual soma de curiosidade, surpresa e admiração”.

1845

É testado o primeiro pneu em veículo de tração animal. O pneu de borracha é confeccionado por Thompson (EUA).

1855

Os ingleses, depois de pesquisar a borracha (sua aplicação na indústria, comercialização, formação de seringais), concluem que “é um importante produto estratégico”.

1875

O plantador inglês Henry Wickman, a serviço do Império Britânico, coleta sementes da seringueira no Vale do Tapajós e envia-as para Sir Joseph Dalton Hooker, do Jardim Botânico de Londres. Posteriormente, o material é transportado para colônias inglesas, na Ásia. Era o início do processo de multiplicação da Hevea brasiliensis, árvore nativa brasileira, no Sudeste Asiático.

1885

O inglês Boyd Dunlop inventa o pneumático. A matéria-prima é a borracha natural da Amazônia.

1888

É iniciada a produção de pneumáticos utilizados em veículos com motor de combustão. Com a invenção do automóvel, por Henry Ford, e a do pneumático, há uma revolução no sistema de transportes no mundo.

1890

Manaus é o centro de exportação de borracha. De um aglomerado urbano no meio da selva amazônica torna-se uma capital moderna. Edifícios com estilos arquitetônicos europeus são construídos a partir de 1880. Exemplo é o teatro Amazonas, inspirado na arquitetura francesa. Manaus é chamada de Paris dos Trópicos. É a segunda cidade brasileira a instalar iluminação elétrica.

O ciclo da borracha (1880 a1915) cria uma outra metrópole. É Belém (Pará), que se torna a quinta cidade do País no início do século XX, após Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife. São construídas amplas avenidas e praças, erguidos imponentes edifícios públicos e residências, além do porto. Os prédios da Praça da República são testemunhos do período áureo da borracha.

Durante este ciclo, a renda per capta no Amazonas foi, em média, de 224$000 (duzentos e vinte e quatro mil réis) e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, 93$000 (noventa e três mil réis).

A borracha representa 40% do volume das exportações do País. Com isso a região amazônica passa a ter importância econômica mundial.

1907

O Brasil produz 38.000 toneladas de borracha.

1911

O País exporta 45.000 toneladas de borracha, mas já enfrenta a concorrência das colônias inglesas do Sudeste Asiático. No ano seguinte, o Brasil deixa de ser o maior exportador mundial de borracha.

1915

Com o fim do ciclo da borracha, a economia amazônica entra em rápido declínio.

A seringueira é introduzida no estado paulista pelo coronel José Procópio de Araújo Ferraz em sua fazenda – a Santa Sofia, no distrito de Gavião Peixoto (região de Araraquara). Gavião Peixoto tornou-se município em 1995.

É curiosa a chegada da seringueira em São Paulo: o coronel Procópio Ferraz escreveu cartas com pedidos de sementes ao então coronel Rondon, que percorria a Amazônia. Rondon atendeu o pedido. Das primeiras sementes enviadas, 27 germinaram.

1927

A Companhia Ford instala a Fordlândia às margens do rio Tapajós. Faz plantio de 4.070 hectares de seringueira. Foi uma tentativa frustrada de cultivo racional da árvore produtora de látex. A Ford formou outro seringal em Belterra, próximo a Santarém. Novo malogro. Entre as causas do insucesso, o desconhecimento da floresta amazônica e o ataque do “mal-das-folhas”.

1939

O Ministério da Agricultura cria um serviço para estudo da Hevea brasiliensis na Fazenda Santa Sofia, mas sem incentivo, o projeto falha. O coronel Procópio acredita na seringueira paulista e continua distribuindo sementes e mudas.

1941

Plantios de seringueira são iniciados nas estações experimentais de Pindorama, Ribeirão Preto e Campinas, no Instituto Agronômico de Campinas e na fazenda Água Milagrosa, em Tabapuã.

1942 – 1945

O Japão invade regiões produtoras de borracha no Sudeste Asiático durante a Segunda Guerra Mundial. É celebrado acordo entre Brasil e Estados Unidos para o incremento da borracha natural nativa na Amazônia. O governo encaminha milhares de nordestinos para a Amazônia. Era o “exército da borracha”. O desinteresse pelo produto brasileiro declina novamente ao final da guerra com a libertação das regiões produtoras do Sudeste Asiático.

1951 – 1960

O Brasil faz a primeira importação de borracha natural, em 1951. O produto vem das antigas colônias inglesas asiáticas.

O Governo brasileiro criou programas de incentivo à heveicultura. Um decreto obrigava a aplicação de 20% do lucro líquido das empresas pneumáticas em plantios de seringueiras. A Pirelli e a Firestone introduziram seringais na Bahia; a Goodyear, no Pará, mas as plantas foram atingidas pelo “mal-das-folhas”. Cresce o emprego da borracha sintética. São Paulo torna-se um pólo automobilístico.

1954

A Secretaria da Agricultura Paulista cria a comissão técnica da seringueira, cuja função é promover pesquisas e o fomento da cultura.

1957

São instalados 40 campos de cooperação para produção de mudas de seringueira no litoral paulista e viveiros em Tabapuã e Planalto. Na década de 60, seringais são formados na região de São José do Rio Preto.

1967

A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) da Secretaria da Agricultura estimula a reativação do programa de expansão da borracha.

Mini-usinas de processamento funcionam em seringais de Bálsamo, Colina, Estrela D’Oeste, Tabapuã, Oriente, Tupã, Pindamonhangaba, Registro e Jacupiranga.

O governo federal cria o Conselho Nacional da Borracha, com funções normativas, e a Superintendência da Borracha (Sudhevea), com atribuições executivas.

1975

Forte geada destrói cafezais no Estado de São Paulo. A seringueira entra em áreas ocupadas por café.

1976

A CATI incentiva a formação de campos de cooperação de mudas de seringueira. A Divisão Regional Agrícola (DIRA) de São José do Rio Preto foi a única que instalou campos (cinco, com 200 mil mudas).

1978

Convênio entre a CATI e a Embrater é assinado para dinamizar a assistência técnica do programa da seringueira. Há o plantio de 95 mil mudas na região de São José do Rio Preto.

1980

Começa a grande expansão da seringueira no Noroeste Paulista: plantio de 240 mil mudas em 1980; 450 mil, em 1982; 670 mil em 1983.

1989

O IBAMA é criado e uma de suas diretorias assume atribuições da Sudhevea e do Conselho Nacional da Borracha. Ações anteriores haviam fracassado, como o Programa de Incentivo à Produção de Borracha Vegetal (PROBOR), mas tiveram o mérito de despertar o interesse pela heveicultura no País.

1990

O IBAMA firma convênios com cooperativas agrícolas paulistas para estimular a heveicultura, uma delas a Cafealta, de São José do Rio Preto.

1991

O Noroeste Paulista concentra cerca de 60% dos 11 milhões de seringueiras no Estado de São Paulo. Pouco mais de 1,5 milhão desse total encontram-se em fase produção.

1992

A APABOR (Associação dos Produtores e Beneficiadores de Borracha do Estado de São Paulo) é fundada, em novembro. Percy Putz é eleito presidente. Entre os objetivos da associação, a melhoria e garantia de preços; unir produtores e beneficiadores de borracha e defender os seus interesses; divulgar técnicas atualizadas da cultura.

O Estado de São Paulo supera a Bahia e torna-se o maior Estado produtor de borracha natural do País.

1997

O Governo Federal cria a subvenção econômica (subsídios) aos produtores de borracha.

1998

A APABOR elege Wanderley Sant’Anna para presidir a associação no triênio 1998-2001. Substitui Percy Putz.

A APABOR realiza o I Ciclo de Palestras sobre Heveicultura Paulista em novembro na cidade de Barretos. Entre os assuntos debatidos, os atrasos na liberação dos subsídios aos produtores, o futuro da borracha, técnicas de sangria, controle de pragas e doenças.

2000

Durante o II Ciclo de Palestras sobre a Heveicultura Paulista, em S. José do Rio Preto, a APABOR propõe o aumento de 45 mil para 180 mil hectares da área de seringueira no Estado de São Paulo num prazo de 15 a 20 anos. O produtor teria financiamentos oficiais. O estado paulista, com este programa, supriria 50% do consumo nacional no ano 2020.

2001

Wanderley Sant’Anna é reeleito presidente da APABOR. A associação promove reuniões técnicas em municípios paulistas, divulga técnicas para melhoria da produtividade do seringal e prega a expansão da heveicultura.

(FONTES: IBAMA, EMBRAPA, Enciclopédia Abril, Enciclopédia Larousse Cultural, Informativo Apabor, trabalhos de Jayme Vazquez Cortez, Percy Putz, Wanderley Sant’Anna, Antonio Bacchiega, jornais O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Diário da Região, Folha de Rio Preto, FAESP, Secretaria da Agricultura, entre outras).

Fonte: www.apabor.org.br

História da Borracha

Difícil alguém que não use borracha no seu dia-a-dia, só para dar exemplos rápidos, carro, eletrodomésticos e até algumas vestimentas precisam desse material. A borracha é tão essencial que sua presença já é dada por natural. No entanto, desde seu primeiro uso, até as evoluções que a permitem ser tão comum, muitas dificuldades e processos se passaram.

Os componentes mecânicos também não escapam da dependência a este material. Principalmente quando se trata de vedação, podemos citar arruelas, coxims, diafragmas, gaxetas, junta de expansão, raspadores, retentores, entre outros produtos.

Há quase 200 anos que se trabalha em desenvolver produtos que possibilitem o uso do material e para fazer similares sintéticos, com as características da natural.

Borracha natural

SeringueiraAs primeiras notícias que se tem conhecimento sobre a borracha natural foram relatados por volta de 1500, onde cita-se sua utilização pelos nativos da América Central. O látex era extraído das árvores e transformado em produtos como bolas, capas, botas e recipientes impermeáveis. Era denominado “Caoutchouc” (madeira que chora).

Na década de 1820, os pesquisadores MacIntosh e Hancock na Grã Bretanha e Charles Goodyear no EUA, tentaram utilizar a borracha em outras aplicações porém notaram que os produtos ficavam rígidos no inverno e melosos no verão, ou seja, com baixa resistência ao calor, e pobres propriedades físicas.

Após muitos fracassos, Charles Goodyear descobriu, em 1839, que misturando a borracha com enxofre e aquecendo-a, as diferenças de temperatura não mais a afetavam, além de melhorar suas propriedades físicas. Descobriu-se a vulcanização. O mesmo foi conseguido por Hancock na Inglaterra. Apesar deste avanço, o envelhecimento do material ainda era péssimo, e logo se percebeu que o uso do enxofre possuia muitas limitações. Começou a busca de outros materiais que melhorassem as propriedades do produto com menos tempo de vulcanização. O óxido de zinco já foi mais uma passo a frente.

Em 1906, Oenslager descobriu o que seria o primeiro acelerador orgânico, a anilina. Dela derivou-se a tiocarbanilida, que além de ser menos tóxica era um acelerador mais poderoso. A combinação de óxido de zinco e tiocarbanilida permitiu uma redução no nível de enxofre com melhora nas características do envelhecimento, sendo o tempo de cura reduzido em 50%.

Novas experiências com derivados de tiocarbanilida culminaram com a síntese do mercaptobenzotiazol (MBT), em 1921. este foi o primeiro acelerador comercial realmente seguro. O que proporcionou muitas vantagens na mistura, como redução nos níveis de enxofre, maior resistência ao envelhecimento, tempos de vulcanização mais curtos e melhores propriedades físicas.

Outra descoberta importante, foi as dos ácidos graxos para sistema de cura. Descobriu-se componentes graxos dentro da própria borracha natural e que estes componentes ativavam o processo de vulcanização. Tornou-se então, prática comum o uso destes componentes contra possíveis deficiências na borracha natural.

Hoje em dia existem centenas de produtos com funções específicas nos compostos de borracha, com o objetivo de atingir as mais diversas solicitações, e muitos outros produtos ainda serão criados para novas necessidades.

História da Borracha

A história da borracha sintética começou, basicamente, em 1860 quando Greville William, isolou da borracha natural uma substância pura a que chamou de isopreno. Em 1879, G. Bouchardat mostrou que o isopreno poderia ser transformado em um sólido semelhante a borracha.

Em 1884, Tilden demonstrou que o isopreno poderia ser obtido pela decomposição de óleo de terebentina, e também poderia ser polimerizado. A primeira patente para polimerização do isopreno foi requerida pelos ingleses Strange e Matthews pouco antes do mesmo processo ser patenteado na Alemanha por Harries e pela Bayer Company.

Em 1914, início da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha viu-se obrigada a intensificar esforços neste campo, chegando a produzir quase 2,5 mil toneladas de material que, entretanto, não poderiam competir com a natural nem em preço, nem em qualidade. Sua produção cessou com o fim da guerra.

Mas foi a explosão da Segunda Grande Guerra que forçou os Estados Unidos a um desenvolvimento rápido da borracha sintética. Como os japoneses sabiam que o ponto fraco da futura super-potência era produção de borracha natural, o país nipônico bloqueou as exportaçoes do material para os norte-americanos. E foi a partir dessa pressão econômica e bélica que se desenvolveu a borracha sintética como se conhece hoje.

Fonte: www.cimm.com.br

História da Borracha

Os primórdios da Borracha

Os indígenas da região Amazônica já faziam uso da borracha antes da presença dos europeus. O uso da borracha foi mencionado pelo Jesuíta Samuel Fritz e pelo Frei Carmelita Manoel de Esperança entre os índios Cambebas ou Omaguas. Em 1525, P. d’Anghlieria relatou ter visto índios mexicanos jogarem com bolas elásticas. Colombo também encontrou nativos no Haiti brincando com bolas.

A palavra borracha teve sua origem numa das primeiras aplicações úteis deste produto, dada pelos portugueses, quando foi utilizada para a fabricação de botijas, em substituição às chamadas borrachas de couro que os portugueses usavam no transporte de vinhos.

Os primeiros estudos científicos da borracha foram desenvolvidos pelo francês Charles de la Condamine, que levou amostras do produto conseguido no Peru, em 1735, para a Academia de Ciências de Paris.

Ninguém lhe deu muita atenção, pois tudo o que se fabricava com essa substância tornava-se pegajoso no calor e tornava-se inflexível ou esfarelava-se em baixas temperaturas. No entanto, um engenheiro francês, C. F. Fresneau, que estudara a substância na Guiana Francesa, conseguiu fazer um par de sapatos de seiva e impermeabilizar um sobretudo.

O primeiro emprego industrial da borracha foi como apagador. Foi Magellan, descendente de célebre navegador, quem propôs este uso. Em 1770 o inglês Joseph Priesley (foto) difundiu-o. Cubos desta borracha começaram a ser vendidos em Londres em 1772 e recebeu em inglês o nome de “India Rubber”, que significa “Raspador da Índia”.

No século XIX novas formas de beneficiamento permitiram diversas aplicações tecnológicas, mas foi com a descoberta do processo de vulcanização, em 1839 pelo norte americano Charles Goodyear, acrescentando enxofre na borracha e aquecendo a mistura, que suas propriedades mais valiosas, resistência e elasticidade, puderam ser exploradas.

O Ciclo da Borracha no Brasil

No Brasil, advento da vulcanização coincide com a descoberta dos grandes seringais nativos no Rio Purus. Acontece no Acre, provocado pelo início da demanda das industrias norte-americanas e européias pela borracha, o primeiro movimento de imigração vindo do nordeste do Brasil. Este movimento migratório quase provocou uma guerra com a Bolívia, que na mesma época tentava instalar postos aduaneiros nos rios Madeira, Purus e Juruá. Milhares de imigrantes, principalmente nordestinos fugidos da seca da década de 1870, invadem a floresta para recolher o látex e transformá-lo em borracha.

Os novos Seringalistas se apropriaram de áreas enormes de Floresta para extrair o látex das seringas. Os índios nas áreas de Juruá e Purus tentaram defender as terras deles mas, tendo só arco e flecha não conseguiram. Assim, foram extintos a maioria dos índios. Muitos também morreram das doenças como tuberculose e sarampo, as quais não existiam antes entre os índios e foram trazidas pelos novos imigrantes. A mão de obra dos índios submetidos foi explorada para recolher o látex e construir estradas.

Por quase cinqüenta anos, da segunda metade do século XIX até a segunda década do século XX, a borracha natural sustentou um dos mais importantes ciclos de desenvolvimento do Brasil. Naquela época, a revolução industrial se expandia velozmente e o mundo vivia período histórico de prosperidade e descobertas que se refletiam em todos os setores. Automóvel, bonde, telefone, luz elétrica e outras inovações mudavam paisagem e costumes nas cidades. Novos mercados se abriam. Era a “belle époque”, cujo esplendor a literatura e o cinema se encarregaram de retratar para as gerações seguintes.

História da Borracha

Este surto da borracha fez enriquecer as cidades de Manaus e Belém. Manaus passa a ter um liceu, um jornal impresso, um mercado público. A capital amazonense torna-se o centro econômico do país. Ganha sistemas de abastecimento d’água, luz elétrica, telefone, grandes construções, como o Teatro Amazonas, até hoje símbolo da riqueza advinda da borracha.

A cidade cresce, lentamente, impulsionada pelo desenvolvimento do comércio extrativista da região e começa a experimentar anos de prosperidade, acentuadamente após 1888, quando Dunlop descobre o pneumático para bicicletas, mais tarde aplicado nos automóveis pelos irmãos Michelin. A produção amazônica chega a 42 mil toneladas anuais e o Brasil domina o mercado mundial de borracha natural em 1912.

O declínio da produção brasileira

O clima de euforia dura até 1910, quando a situação começa a mudar: a partir daquele ano entram no mercado as exportações de borracha a partir das colônias britânicas e o Brasil não suporta a feroz concorrência que lhe é imposta. No ano 1913 a produção Inglesa-Malásica superou pela primeira vez a do Brasil. Em seguida muitos seringais foram abandonados e muitos seringueiros voltaram ao nordeste. A Inglaterra havia adquirido cerca de 70.000 sementes do inglês Henry Wickham, em 1875, provavelmente contrabandeadas, das quais 2.600 haviam florescido. A diferença técnica de plantio e extração do látex no Brasil e na Ásia foi determinante para os resultados da exploração como negócio.

As plantações racionalizadas do Extremo Oriente proporcionaram significativo aumento da produtividade e se tornaram mais competitivas. Enquanto a distância entre as seringueiras na Ásia era de apenas quatro metros, na Amazônia caminhava-se às vezes quilômetros entre uma árvore e outra, o que prejudicava e encarecia a coleta. No Brasil, o governo resistia a mudar os métodos. Acreditava que a exploração da maneira que era feita assegurava a presença de brasileiros e garantia a soberania nacional sobre a despovoada região amazônica. Privilegiava-se a geopolítica, representada pela ocupação, em detrimento da geoeconomia, que poderia render melhores frutos. Em 1921 os seringais do Oriente produziam 1,5 milhão de toneladas de borracha, contra 20 mil toneladas da Amazônia.

A Fordilândia

No final dos anos 20, o Brasil ainda tentaria uma reação com a ajuda de um parceiro inusitado: o industrial norte-americano Henry Ford, idealizador de uma nova forma de produzir que marcaria a indústria para sempre – a linha de montagem – e responsável, na época, por 50% da produção mundial de veículos. Com a intenção de acabar com o controle do mercado de borracha – a preciosa matéria prima dos pneus – pelas colônias inglesas do Sudeste Asiático, Ford plantou nada menos que 70 milhões de mudas de seringueira numa área de um milhão de hectares no Pará.

O ambicioso projeto foi logo batizado pelos moradores da região como Fordlândia. Pretendia produzir 300 mil toneladas anuais de borracha natural, quantidade que representava a metade do consumo mundial. Mas Ford sucumbiu às adversidades e ao ambiente hostil da floresta amazônica, sobretudo pela enfermidade conhecida como “mal-das-folhas”. Abandonou tudo, amargando enorme prejuízo.

O Brasil, embora tardiamente, tentava implantar também, a exemplo dos países orientais, a heveicultura racional. A primeira iniciativa do cultivo de seringueira no Brasil teria ocorrido na Bahia, no ano de 1908. Novas tentativas foram feitas em outros estados, como exemplo, em 1914, teria sido feita a primeira plantação de seringueira no estado de São Paulo; nos arredores de Manaus Cosme Ferreira Filho iniciou, em 1931, o plantio de cem hectares de seringueira; no estado do Mato Grosso a primeira tentativa de heveicultura ocorreu em 1951; e no estado do Pará, além das antigas plantações da Ford Industrial do Brasil no vale do rio Tapajós, as principais referências sobre o plantio de seringueira datam de 1943.

Os Soldados da Borracha

Houve um segundo surto da borracha durante a segunda guerra mundial, quando os Japoneses, que eram aliados com os Alemães, ocuparam as plantações de Seringas na Malásia. Os países aliados contra a Alemanha tinham que achar uma outra fonte para adquirir a borracha, que é indispensável para fazer guerra. Assim aconteceu a segunda vaga de imigração do nordeste.

Desta vez eram os chamados “soldados da borracha”: sujeitos ao serviço militar que tinham que escolher entre lutar na guerra ou trabalhar como seringueiro. Os soldados da borracha já tinham dívidas antes mesmo de começar a trabalhar. Eles tinham que entregar borracha em troca do equipamento e dos alimentos que precisavam. Este “Sistema de Aviamento” ditado pelos seringalistas fez com que eles nunca chegarem a obter dinheiro e assim eles nem podiam voltar à terra deles depois da guerra.

Após a segunda guerra

Em 1947 é criada a Comissão Executiva de Defesa da Borracha. Por volta de 1962 o Brasil começava a importar do Sudeste Asiático, espécies de seringueira geneticamente melhoradas e mais produtivas, começando a expansão da seringueira cultivada em todo o território brasileiro.

Desde 1967 o governo federal controla a importação de borracha natural (BN) procurando proteger os produtores de borracha no país e para tal estabeleceu uma política de contingenciamento das importações administrada pelo IBAMA. Neste ano é criada a Superintendência da Borracha -SUDHEVEA e a Comissão Executiva de Defesa da Borracha é reestruturada, passando a denominar-se Conselho Nacional da Borracha.

Na tentativa de assegurar o abastecimento interno, o governo passou a garantir os preços do produto e, a partir de 1972, criou o Programa de Incentivo à Produção da Borracha Natural (PROBOR), que existiu até 1989.

A situação atual

Os países do Sudeste Asiático produzem mais de 75% do total mundial de borracha natural (BN) e exportam mais de 85% de sua produção. A Malásia manteve-se como a maior produtora de BN até 1990. Atualmente, ocupa a terceira posição, atrás da Tailândia e da Indonésia.

Em agosto de 1997 foi aprovada a Lei 9.479, conhecida como Lei da Borracha, uma concessão pelo Tesouro Nacional de subsídio aos produtores nacionais de borracha no valor equivalente à diferença de preço entre o produto importado e o nacional. Estabeleceu-se assim a equalização dos preços entre a borracha nacional e a importada, devendo o governo federal arcar com a diferença. Foi previsto que este subsídio será decrescente e durará 8 anos.

O maior entrave à expansão da heveicultura no Brasil ainda é a ocorrência do mal-das-folhas, doença causada pelo Microcyclus ulei. Uma das estratégias para enfrentar o problema é a obtenção e o plantio de cultivares resistentes ao patógenos e produtivos, só possíveis de obter com trabalhos de melhoramento genético. As pesquisas de melhoramento genético no Brasil orientam-se principalmente no sentido de criação de clones tolerante a doenças e que ao mesmo tempo apresentarem produção satisfatória de látex.

Fonte: www.ced.ufsc.br

História da Borracha

Passado Histórico

Os índios latino-americanos e o uso da borracha…

Na segunda metade do século XV, a borracha foi vista pela primeira vez quando os colonizadores chegaram à Região Amazônica e lá encontraram os índios Latino-Americanos brincando com bolas rudimentares feitas da seiva da árvore , que os índios chamavam de “caucho”.

Para muitos historiadores, Cristóvão Colombo foi o primeiro europeu a ver a borracha na segunda viagem ao Haiti em 1.493-96.

Na Amazônia, o uso da borracha foi mencionado pelo Jesuíta Samuel Fritz e pelo Frei Carmelita Manoel de Esperança, entre os índios Cambebas ou Omaguas.

A árvore da borracha – Popularmente “árvore que chora”.

História da Borracha

Nomes Populares
Seringueira, seringa, seringa-verdadeira, cau-chu, árvore-da-borracha, seringueira-preta (AC), seringueira-branca.

Nome científico
Hevea brasiliensis

Características Morfológicas
Planta lactescente de 20-30m de altura, com tronco de 30-60cm de diâmetro.
Folhas compostas trifolioladas, com folíolos membranáceos de glabros.

Ocorrência

Região amazônica, na margem de rios e lugares inuncdáveis da mata de terra firme. Existe na floresta amazônia mais 11 espécies de seringueira, todas do gênero Hevea e muito parecidos com essa espécie.

Fenologia
Floresce a partir de agosto, prolongando-se até início de novembro.
A maturação dos frutos ocorre no período de abril a maio.

Grandes Descobertas

História da Borracha

A borracha foi apresentada ao mundo por Charles de La Condaimine que enviou amostras do produto obtido na Amazônia Peruana para a França, em 1.736 e publicou os resultados das pesquisas em 1.745.

Alguns defeitos apareciam com o tempo como forte odor, pegajosidade e enrigecimento devido ao clima.

Charles Goodyear resolveu esses problemas, ao descobrir o processo da “vulcanização”, quando acidentalmente deixou cair um pouco de enxofre na mistura de borracha em seu laboratório, verificando propriedades valiosas (resistência e elasticidade) ,fazendo com que sua utilização se multiplicasse drasticamente.

História da Borracha

O inglês Joseph Priestley produziu a primeira borracha, que utilizamos até hoje, para apagar traços de lápis esfregando-a sobre o papel. Cubos desta borracha começaram a ser vendidos em Londres em 1772 e foram chamados de “rubber” que vem do inglês “rub” que significa esfregar.

A borracha vulcanizada passa a apresentar todas as propriedades que fazem dela o produto conhecido hoje por borracha natural, de vasta utilização pela civilização, em mais de 40.000 itens diferentes como calçados, tecidos emborrachados, apagadores de lápis, indústrias automobilísticas – pneus etc. destacando-se Luvas e oferecendo a cada profissional das mais diversas atividades adaptação ao seu meio de trabalho.

A Exploração do Látex

História da Borracha

A borracha começou a ser explorada no Brasil no século XIX, na Região Norte. A partir de 1869, a atividade ganhou o reforço da mão-de-obra nordestina, proveniente principalmente do Ceará, onde as secas de 1877 e 1880 estimularam a migração. Entre 1934 e 1940, ocorreu o segundo movimento migratório do Nordeste para a Amazônia, conhecido como a Batalha da Borracha.

As exportações Brasileiras de borracha aumentam rapidamente, saindo de algumas poucas toneladas em 1.846 para quase 10.000 toneladas em 1.880.

Conduzidas por Heny Wickham para o Jardim Botânico de Kew Garden, em Londres. Em 1.876, foram coletadas 70.000 sementes de seringueira já que o mundo percebeu que a produção  do Brasil seria insuficiente para atender às necessidades do futuro.

Assim, europeus e americanos passaram a pensar na possibilidade de cultivar a hevea em outras regiões de clima tropical como o do Brasil, Ásia e África.

Atualmente os maiores produtores são a Tailândia, Indonésia e Malásia, produzindo juntas 70% aproximadamente do total mundial.

Sobre o Látex Natural

História da Borracha

Ao extraído da seringueira o látex possui em média 30 % de borracha. Componentes como água 68% e substâncias não borracha, como lutóides, proteínas, sais minerais etc compondo o restante.

Para o processo industrial, há necessidade do látex ser centrifugado, totalizando: 60% sólidos e 40% de água.

Suas principais características são:

Elasticidade e Flexibilidade

Resistência a abrasão (Desgaste)

Impermeabilidade

Facilidade a adesão em tecidos e aço

Resistência a produtos químicos

Borracha Sintética

História da Borracha

Em fevereiro de 1952, Rey Hill, diretor da agência que controlava o programa de pesquisas sobre látex natural, decidiu, por motivos políticos, que a borracha não deveria ser cultivada na América Latina.

Sob os protestos de todos os principais executivos da borracha, Harvey Firestone Jr., Paul Litchfield, da Goodyear, G.M Tisdale da U.S. Rubber (hoje Uniroyal), o programa foi encerrado. Na Costa Rica, todos os registros do projeto foram destruídos. As plantações clonadas de Turrialba que preservavam o valioso plasma de todo um continente foram abandonadas e, mais tarde, eliminadas pela raiz.

Datas: Policloropreno ou Neoprene (1931) – Acrilonitrila ou Borracha Nitrílica (1957)

Recentemente, documentos entregues aos Arquivos Nacionais dos EUA revelaram que essa decisão desastrosa, essa falta de visão, foi baseada na confiança cega no potencial da borracha sintética. O programa de produção de borracha sintética realizado durante a guerra havia sido extremamente bem-sucedido.

A um custo de quase US$ 700 milhões (cerca de US$ 5,6 bilhões de hoje), os EUA haviam realizado uma das maiores conquistas da engenharia científica de todos os tempos. Em 1945, a produção de borracha sintética utilizável ultrapassou 800 mil toneladas por ano e representava 85% do consumo americano. Por muito tempo, a borracha natural passou a não ter tanta importância sendo substituída, mas na verdade o que eles não sabiam era que seria impossível reproduzir o o complexo polímero criado pela natureza.

Todos os anos os sintéticos abocanhavam uma fatia maior do mercado e os economistas previam que a borracha natural reduzisse. Veio então o choque duplo. Primeiro, em 1973, o embargo de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo fez com que os preços da matéria-prima para a borracha sintética quadruplicassem.

A alta dos preços do petróleo também tornaram os americanos mais conscientes dos gastos de combustível por quilômetro rodado, o que suscitou um desafio ainda maior para a borracha sintética: a adoção rápida e muito disseminada dos pneus radiais.

Sobre o Látex Sintético

História da Borracha

Desenvolvidos para aplicação em impregnação de cordonéis, fabricação de adesivos, aglomeração de fibras sintéticas ou naturais, fabricação de luvas suportadas (base de tecido) e não suportadas, recobrimento de tecido não tecido e outras aplicações.

Suas principais características são:

Resistência a abrasão (Desgaste)

Impermeabilidade

Facilidade a adesão em tecidos e aço

Resistência a produtos químicos

Resistência a derivados de petróleo e hidrocarbonetos

Fonte: www.acrilon.com.br

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