Filosofia da Linguagem

O que é filosofia da linguagem?

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É um ramo da Filosofia que toma a linguagem como objeto de investigação filosófico-linguística. Para tanto, ela mobiliza conceitos e métodos de ambas as áreas do saber filosófico e linguístico tendo em vista refletir sobre questões acerca do significado, dos limites e possibilidades da linguagem bem como a relação da linguagem com a realidade material e imaterial humana.

Dentre os teóricos contemporâneos, cumpre destaque: Bertrand Russell, Frege, Searle, Wittgenstein, Austin e Grice, entre outros que, a seus modos, discutem os problemas filosóficos ligados à linguagem, como: sentido e referência, teoria dos atos de fala, dimensões sintática, semântica e pragmática da linguagem. No limite, a ampla experiência antropológica com a linguagem.

Filosofia da Linguagem

GOTTLOB FREGE NA FILOSOFIA DA LINGUAGEM

Frege, filósofo e matemático alemão, considerado “pai” da lógica matemática, é um dos nomes mais relevantes da Filosofia Analítica da Linguagem em razão de sua contribuição à teoria do significado. Ele destitui a linguagem de todos os aspectos mentais, psicológicos e subjetivos que impediam e ou dificultavam a análise lógica da linguagem, centrada na questão do significado e distinguindo sentido de referência.

Sentido e referência são muito importantes na análise lógica da linguagem proposta por Frege. Para compreendermos tais conceitos cumpre pensarmos num indivíduo que enuncia duas frases: “Shakespeare” e “O autor d’O Mercador de Veneza”, ambas as proposições têm o mesmo referente que é o dramaturgo inglês William Shakespeare, mas os sentidos evocados são diversos já que na primeira apenas relembra o nome do dramaturgo ao passo que na segunda anuncia a peça teatral escrita a mais de quatro séculos.

Frege constata, ainda, que uma ideia pode ter sentido, mas não ter referente. Isso fica claro quando enunciamos proposições do tipo: “A Fonte da Juventude” ou “o maior número primo”. Essas e outras ideias dotadas de sentido são ausentes de referentes e estão muito presentes em nosso cotidiano. Desse modo, compreender o sentido dum conteúdo proposicional não assegura, segundo Frege, a compreensão, delimitação do referente.

RUSSEL

Em sua “teoria das descrições”, Russel postula a não representatividade entre a forma gramatical e lógica da linguagem. Em razão disso, propõe que as “descrições definidas” sejam excluídas da linguagem. Essas descrições, por não fazerem referência a nenhum objeto existente não seriam nem verdadeiras nem falsas o que provocaria um choque com o princípio lógico do terceiro excluído.

Exemplificando o que seria uma “descrição definida”, Russell apresenta a seguinte frase: “O atual rei da França é careca”. Essa é uma típica proposição impossível de ter a sua veracidade posta em questão já que não existe um rei da França e se ele não existe, não podemos julgar a veracidade desse suposto rei da França ser ou não careca. Também não pode ser considerada sem sentido, pois é gramaticalmente compreensível a todo falante da língua portuguesa. Para resolver esses impasses das descrições definidas em conferir existência ontológica a entidades não passíveis de atribuição de veracidade ou falsidade, Russell utiliza-se da análise lógica. Estabelece, por meio da Teoria das Descrições que somente objetos existentes podem ter propriedades.

WITTGENSTEIN

Seu pensamento é dividido em duas etapas: 1 a do Tractatus. 2 das Investigações Filosóficas. Há entre essas etapas, concepções distintas de linguagem. Wittgenstein, semelhante a Frege e Russell, afirma que a forma lógica e a gramatical não coincidem. É preciso, segundo Wittgenstein, compreendermos a lógica da linguagem, para assim eliminar possíveis erros provenientes dessa, como por exemplo a errônea possibilidade da existência do não ser. Nesse sentido, a tarefa da Filosofia seria, segundo o filósofo, analisar a linguagem de modo a possibilitar a correspondência entre a verdadeira forma e os fatos. Por meio de sua “teoria pictórica do significado”, Wittgenstein, estabelece uma espécie de isomorfismo entre linguagem e realidade. Desse modo, a linguagem passa a representar o real pela plena correspondência entre linguagem e fato.

Recurso Audiovisual

Para mais informações sobre o tema aqui abordado sugerimos que assista ao vídeo Filosofia da Linguagem do Professor Adelino Francklin.

Fábio Guimarães de Castro

Referências Bibliográficas

ALSTON, P. W. Filosofia da Linguagem. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

JACOB, André. Introdução à Filosofia da Linguagem. Porto: Ed. Rés, 1984;

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