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Profetas de Aleijadinho – História do Brasil
Em Congonhas, Minas Gerais, encontra-se um dos maiores representantes da arte colonial brasileira: o conjunto formado pelos Passos e Profetas de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho foi iniciada por Aleijadinho em 1799 e concluída em 1805. Houve algumas interrupções no trabalho porque, de acordo com alguns historiadores, o artista já estava doente.
A série de profetas de Congonhas é uma das mais completas da iconografia cristã ocidental.
Além dos profetas maiores, figuram oito profetas menores, tendo sido naturalmente selecionados os primeiros na ordem do cânon bíblico.
A teologia cristã fixa em 16, o número ideal de profetas, que resulta da soma dos 12 apóstolos e quatro evangelistas.
Os quatro maiores profetas, assim chamados pela maior quantidade de textos proféticos escritos, correspondem aos evangelistas Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel.
Os doze profetas menores, correspondentes aos apóstolos são Ozéias, Joel, Amos, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
No conjunto esculpido por Aleijadinho há a substituição de Miquéias por Baruc, discípulo e secretário de Jeremias, que não integra a lista oficial de profetas, uma vez que seus textos ficaram integrados aos de Jeremias na edição da Vulgata.
Aleijadinho não apenas respeitou a ordenação da Cânon bíblico para a escolha dos Profetas de Congonhas, como ainda situou-os no adro em posição que seguem de perto a referida ordenação.
Isaías e Jereminas ocupam os primeiros postos à entrada. No terraço intermediário, encontra-se Baruc à esquerda e Ezequiel à direita. Finalmente, alcançando o nível superior, temos nas posições de honra, Daniel e Oséias seguido imediatamente por Joel.
Ocupando os ângulos laterais da esquerda, estão Amós, Abdias e Jonas, sendo que Naum e Habacuc ocupam posições correspondentes à direita. A trajetória de uma seta numa linha contínua sobre a planta do adro, seguindo a ordem descrita, revelaria um desenho em ziguezague para a parte central das escadarias, com alternância de setas para a direita e oblíquas para a esquerda.
Duas grandes diagonais se cruzam ao centro do último patamar, unem Joel a Amós e Jonas a Naum. O término da trajetória é assinalado, de ambos os lados, pela oblíquas que unem Amós e Abdias e Naum a Habacuc.
No norte da Europa, especialmente na região de Flanders, se estabeleceu o tema da caracterização dos profetas, patriarcas e outros personagens bíblicos, com vestimentas exóticas e complicadas, que incluíam longos casacos e mantos debruados de baixas bordadas, completados por barretes em forma de turbantes à “Moda turca”.
São portanto comuns as representações de personagens vestidos “à moda turca” na arte portuguesa no período entre 1500 a 1800. Aleijadinho teve certamente conhecimento do tema, através de gravuras, forma usual da difusão dos temas iconográficos e artísticos na era anterior à fotografia.
Tanto que a coroa de louros de Daniel e a baleia de Jonas são curiosamente análogas às gravuras editadas em Florença no século XV.
Profetas de Aleijadinho – Congonhas do Campo
Na cidade de Congonhas do Campo, Minas Gerais, estão concentradas 78 esculturas que compõem o mais esplêndido conjunto de arte barroca do mundo: são as 66 imagens no cedro dos Passos da Paixão e os 12 Profetas na pedra-sabão. Entre elas contam-se, no mínimo, 40 peças consideradas obras-primas.
Esse conjunto, executado no espaço de apenas dez anos, de 1796 a 1805, por um só escultor, o Aleijadinho, e alguns oficiais de seu atelier, faz parte de um conjunto barroco mais amplo, que abrange algumas cidades da mesma região, tendo-se desenvolvido e florescido durante o curto período do século 18, e envolvendo alguns poucos arquitetos e escultores.
Este é um fato único na História moderna da arte, tendo como precedente nas culturas ocidentais somente na arte da Grécia Antiga.
No ano de 1800, o Aleijadinho começou a esculpir no adro do Santuário de Bom Jesus de Motosinhos, doze Profetas em enormes blocos de esteatita.
O termo profeta significa ?aquele que prediz o futuro? e na história dos hebreus os profetas tiveram por missão especial a preparação da vinda do Cristo, conservando e fortalecendo a fé do povo ante o perigo da idolatria.
Os Passos da Paixão são os seguintes:
Ceia
Horto
Prisão
Flagelação
Coroação
Cruz-às-Costas
Crucificação
Os Profetas são:
Abdias
Amós
Baruch
Daniel
Ezequiel
Habacuc
Isaías
Jeremías
Joel
Jonas
Naum
Oséias
Os Passos da Paixão
Passo da Ceia – Aleijadinho
Passo da Ceia
O Passo da Ceia, situado na parte inferior da rampa ascendente ao Santuário do Bom Jesus, inaugura, do ponto de vista iconográfico, a série de estações da Via Crucis de Congonhas. Sua capela merece referência especial por tratar-se da mais antiga do conjunto e a única a ser construída durante a estada de Aleijadinho em Congonhas.
A imagens do Passo da Ceia são um autêntico drama teatral, conforme a tradição barroca. Às palavras acusadoras de Cristo, “Em verdade vos digo, um de vós me há de entregar”, os apóstolos completamente transtornados voltam-se bruscamente para Ele e, reagindo cada qual segundo seu temperamento, indignam-se e protestam inocência , com largos gestos de mão e de todo o corpo.
Passo do Horto – Aleijadinho
Passo do Horto
Ao lado esquerdo da rampa, a uma pequena distância da Ceia, encontra-se a capela do Passo do Horto, cuja construção situa-se entre 1813 e 1818.
Essa capela, em comparação com a da Ceia, revela uma parcial reformulação em seu estilo arquitetônico, destinada sem dúvida a modernizar as capelas, de acordo com as novas concepções de estética do início do século XIX..
Esse Passo representa o tema da Agonia no Jardim das Oliveiras, marco inicial da Paixão relatada pelos evangelistas Lucas, Marcos e Mateus. A fonte de inspiração para a concepção geral da cena se baseia em um texto de Lucas, o que se evidencia tanto pela presença do Anjo (não visto na foto), mencionado apenas por esse evangelista, como também pela atitude de Cristo de joelhos, braços abertos em gesto de súplica ardente, a fronte porejada de gotas de sangue.
As imagens, de excelente execução e perfeito acabamento, formam um conjunto extremamente harmônico.
Passo da Prisão – Aleijadinho
Passo da Prisão
A capela do Passo da Prisão, construída à mesma época da capela do Horto, se assemelha a esta. A diferençao entre os dois edifícios reside no formato da cartela, cujo contorno sinuoso no Passo da Prisão, adapta-se melhor ao arco da verga.
O tema iconográfico da Prisão no Horto é representado em um dos seus episódios mais populares – o milagre da cura de Malco, servo do sumo pontífice. Esta cena sempre se constitui numa predileção dos artistas por sua alta potencialidade dramática. Ela conjuga em instantâneo único, uma série de personagens com reações totalmente diversas. O conjunto das imagens desse Passo é o mais homogêneo dentre todos.
Passo da Flagelação – Aleijadinho
Passo da Flagelação
A capela que abriga os Passo da Flagelação e da Coroação de Espinhos, bem como as dos demais Passo, só começaram a ser construídas cerca de 50 anos após a edificação das capelas do Horto e da Prisão. Essa capela abriga dois Passo em decorrência da decisão de se construírem apenas seis capelas e não sete como fora projetado originalmente. Essa decisão acarretou o congestionamento desse Passo, devido às suas pequenas dimensões. No interior da capela as duas cenas são separadas uma da outra por uma barra de madeira.
O Cristo da Flagelação está representado de pé, com as mãos atadas por uma corda que as prende ao anel da coluna baixa colocada à sua frente. O Cristo, de Aleijadinho, embora atado à coluna baixa, mantém-se ereto e firme, como os Cristos medievais, suportando com altivez e nobreza o suplício da Flagelação.
Passo da Coroação de Espinhos – Aleijadinho
Passo da Coroação de Espinhos
A capela que abriga os Passo da Flagelação e da Coroação de Espinhos, bem como as dos demais Passo, só começaram a ser construídas cerca de 50 anos após a edificação das capelas do Horto e da Prisão. Essa capela abriga dois Passo em decorrência da decisão de se construírem apenas seis capelas e não sete como fora projetado originalmente. Essa decisão acarretou o congestionamento desse Passo, devido às suas pequenas dimensões. No interior da capela as duas cenas são separadas uma da outra por uma barra de madeira.
O grupo da Coroação de Espinhos não tem significação bem precisa. É composto de oito personagens e apenas as três imagens do primeiro plano têm participação definitiva na cena.
O personagem central, Cristo, está sentado num pequeno monte de pedras, tendo nos ombros um manto de púrpura e na cabeça, a coroa de espinhos. Encarna, dessa forma, aos olhos dos soldados, a figura irrisória de “Rei dos Judeus”.
Passo da Subida do Calvário – Aleijadinho
Passo da Subida do Calvário
Já defrontando a esplanada que antecede a escadaria monumental do templo, encontra-se a penúltima capela, que abriga o Passo da Subida do Calvário, também conhecido como Passo da Cruz-às-Costas.
Aleijadinho escolheu, para ilustrar o Caminho de Cristo para o Calvário, o episódio do “Encontro com as Filhas de Jerusalém”, relatado por São Lucas.
A figura do arauto tocando a trombeta, a do soldado e a posição de marcha da maioria das imagens, indicam claramente que a composição geral da cena está centrada na ideia de um cortejo. O tema se adapta mal às reduzidas dimensões da capela e a ideia inicial é, por isto, substituída por outra, dando uma visão de concentração dos personagens. A solução encontrada consistiu em retratar um breve momento de pausa na marcha para o Gólgota. Cristo se volta para falar a duas mulheres que o seguem em prantos. Uma delas faz menção de enxugar suas lágrimas, enquanto a outra segura nos braços uma criança.
Passo da Crucificação – Aleijadinho
Passo da Crucificação
O Passo da Crucificação abriga-se na última das seis capelas, já bem próximo da rampa de acesso às escadarias de acesso ao Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em cujo adro se localizam as doze majestosas estátuas dos Profetas.
As onze imagens que compõem o grupo da Crucificação, ao contrário do que se verifica nos outros Passos, não se acham subordinadas a um único foco de interesse. A composição é dividida em três partes distintas. A zona central, onde se passa a ação principal, é ocupada pela figura de Cristo, de dois carrascos que o pregam na cruz estendida em posição horizontal e de Madalena, que, de joelhos, lança seu olhar para o alto em desesperada súplica. Na segunda cena, dois soldados disputam, num jogo de dados, a túnica do condenado. E como terceiro foco de atenção, aparecem, ao lado direito de Cristo, o mau e o bom ladrão, esperando, com as mãos atadas, o momento de serem também crucificados.
Os Profetas
Profeta Abdias – Aleijadinho
Profeta Abdias
O profeta Abdias chama a atenção de nosso olhar pela posição do braço direito levantado. Sem dúvida, esta figura localizada no lado esquerdo da composição, parece comandar o passeio de nosso olhar pelo resto do conjunto.
Abdias é representado como um homem sem barbas. Sua anatomia mais esguia sugere jovialidade, em relação aos demais profetas.
Suas vestes são longas, simples e sem adornos, mas apresentam um trabalho escultórico interessante nas muitas dobras, exploradas em inúmeros planos.
Esta escultura é composta por dois blocos de pedra, percebendo-se a união na altura dos cotovelos.
Sabe-se que o lado esquerdo de uma composição é o lado nobre, pois é este o ponto que, inconscientemente, nossos olhos buscam. Assim o fazem as pessoas ocidentais, que leem um livro da esquerda para a direita, e assim o fazem também, ao admirar um quadro, um palco ou cenário.
A localização de Abdias é complementada pela de Habacuc, em posição oposta equivalente e com o braço esquerdo levantado.
Ambos representam elementos atrativos poderosos, emoldurando o conjunto das obras com o prolongamento das linhas de seus braços.
Suas figuras são mais esguias que as demais, e soltando nosso olhar, este focaliza o centro da composição, onde está a igreja; desta, segue para Abdias, retorna para o alto da torre, desce por ela e recai sobre Isaías, outro elemento nobre e à esquerda, guardando a entrada do adro. Após Isaías, o olhar retorna a Abdias.
Seus braços levantados têm a ver com a verticalidade das torres da igreja. Sugerem solidez e poder. É uma integração tão natural entre a arquitetura e a escultura, que nem percebemos a intenção do mestre escultor.
O profeta Abdias ocupa o ponto inferior do adro que une os muros dianteiros e lateral esquerdo no adro do Santuário.
A fisionomia de Abdias é de um jovem imberbe, assim como Baruc, Daniel e Amós, mas as proporções bem mais esbeltas dão a impressão de uma maior juventude.
Abdias veste túnica e manto como os apóstolos da ceia, complementado apenas por um gorro simples, mas o arranjo das pregas é muito bem organizado num jogo erudito de luz e sombra.
Essa estátua pode ser analisada comparativamente à do profeta Habacuc, que ocupa posição equivalente no extremo oposto do adro. Exercendo visualmente a função de baluartes laterais do adro, Abdias e Habacuc têm a mesma atitude simétrica dos braços levantados para o alto, mesmo tipo de roupagem, assim como jogo aparentemente complicado dos planejamentos. Pela posição que ocupam, ambas estátuas receberam especial cuidado de Aleijadinho, sendo provável que a intervenção do “atelier” se tenha limitado ao acabamento das partes acessórias, uma vez que as imagens são anatomicamente perfeitas.
Profeta Amós – Aleijadinho
Profeta Amós
O profeta Amós chama a atenção, pois é muito diferente dos demais. Está posicionado no extremo esquerdo do muro mais externo, sendo representado como um pastor, como de fato foi. Amós viveu no século VIII a.C. e foi pastor de carneiros em Belém, antes de desenvolver seus dons proféticos.
O pergaminho que segura traz a seguinte inscrição, traduzida e adaptada do latim: “Feito primeiro pastor, e em seguida profeta, dirijo-me contra as vacas gordas e os chefes de Israel.” A explicação para as palavras “vacas gordas” é que estas sugerem as riquezas acumuladas pelas classes dominantes, em oposição à extrema pobreza de outros.
Pelo fato de ter sido pastor, sua figura é adornada com elementos característicos: o casaco que veste é contornado com fios de lã de carneiro e na cabeça tem um gorro que ainda hoje é usado por pastores de Portugal. Sobre o casaco, um manto descreve um labirinto de dobras magnificamente esculpidas. Sob o casaco, uma camisa franzida é arrematada por um colarinho que envolve o pescoço.
Aleijadinho adornou os profetas com vestes que eram comuns nas gravuras europeias que chegavam no Brasil Colônia de então. Era comum na Europa a representação dos profetas e outros personagens bíblicos vestidos com casacos, túnicas e mantos debruados com desenhos curvilíneos e turbantes exóticos, estes ‘à moda turca’.
O profeta Amós tem o rosto largo e sem barbas. Seu semblante é tranquilo, um pouco risonho, despreocupado. Assim como Daniel e Jonas, foi entalhado numa pedra única; há uma pequenina emenda na parte superior de seu gorro. Seus dedos da mão direita, espalmada em direção ao céu, foram incompreensível e anonimamente quebrados por alguém insensível e tristemente ignorante e alienado dos valores criativos da humanidade.
No ponto extremo do adro, à esquerda, na parte superior do arco de circunferência que une os muros extremos dianteiro e laterais do Santuário, encontra-se a estátua do Profeta Amós.
Amós difere totalmente dos demais profetas do conjunto e essa diferença se faz notar tanto no tipo físico, quanto na indumentária. Seu rosto largo e imberbe tem a expressão calma, quase bonachona, como convém a um homem do campo. Suas vestes condizem com a sua condição de pastor. Amós está vestido com uma espécie de casaco debruado de pele de carneiro e traz na cabeça um gorro, de forma semelhante ao que usam ainda hoje os camponeses portugueses da região.
Dada a grande altura do muro em que está colocada, a escultura parece ter sido concebida para ser vista pelo lado esquerdo, já que o lado direito dela apresenta deformações, como, por exemplo, a omissão da perna da calça deste lado. Como a estátua de Daniel, é uma peça praticamente monolítica, com apenas uma pequena emenda na parte superior do gorro.
Profeta Baruch – Aleijadinho
Profeta Baruch
Apesar de não integrar a série dos profetas do Antigo Testamento, a inclusão de Baruc no conjunto estatuário de Congonhas justifica-se pelo seu destaque na ordem do Cânon bíblico.
Baruc traz nas mãos um filactério cuja citação é uma síntese de várias passagens de suas profecias.
A escultura, situada no pedestal que arremata o muro de alinhamento central do adro, representa um personagem jovem e imberbe, vestido de túnica curta e manto, calçando botas. Traz na cabeça um turbante com bordas decoradas semelhantes às do Profeta Jeremias.
Uma das mãos sustenta as pregas do manto, enquanto a outra segura o filactério. A peça, de proporções atarracadas e erros anatômicos evidentes, é uma das mais fracas do conjunto. A força da imagem, entretanto, vem da expressão do rosto, parte executada por Aleijadinho.
Profeta Daniel – Aleijadinho
Profeta Daniel
Profeta Daniel
O profeta Daniel é uma das maiores esculturas do conjunto e, apesar de muito grande, foi esculpida num único bloco de pedra. Ocupa uma posição das mais importantes, estando à esquerda e no final da escadaria, onde se inicia o adro.
Para quem observa o conjunto a distância, Daniel está de perfil, bem como Oséias, à sua frente, como quem compartilha esta posição privilegiada; ambos guardam a passagem que os fiéis atravessam, atingindo o plano do adro. Todas as demais esculturas estão viradas para a frente.
A veste de Daniel é longa, como a de Ezequiel. Está adornada com uma faixa transversal e desenhos em linhas curvas.
A parte superior possui uma pala arredondada, com desenhos e fechada por botões.
Sua fisionomia é a de um jovem homem, sem barbas.
Seus olhos lembram aqueles dos orientais, porém o nariz é alongado.
Esta escultura representa bem um herói seguro de si e como tal, apresenta a cabeça ornada com uma coroa de louros. Sugere um olhar distante e despreocupado.
A seus pés, um leão em posição de submissão, volta sua cabeça para o profeta, como um fiel animal domesticado, que pede um carinho de seu dono.
Daniel é o personagem bíblico mais facilmente relembrado e conhecido, pois sua figura está associada à do leão.
Atraem nossa atenção a sua juba, com inúmeras mechas e as grandes e poderosas patas.
O profeta Daniel também foi exilado na Babilônia. Devido a seus dons proféticos, foi preso juntamente com leões mas não sofreu nenhuma agressão.
No pergaminho que segura constam as seguintes palavras, traduzidas do latim: “Encerrado por ordem do rei na cova dos leões, sou libertado, incólume, com o auxílio de Deus.”
À esquerda, ladeando a passagem para a entrada do adro, em frente a Oséias, encontra-se a estátua de Daniel. O confronto do quarto dos profetas maiores e do primeiro dos menores, nessa situação privilegiada, revela, mais uma vez, um projeto iconográfico preciso para as posições das estátuas no adro.
Os traços fisionômicos da escultura mostram um jovem imberbe como Baruc e Abdias. Entretanto, a fisionomia de Daniel difere da deles, pelo recorte especial dos olhos, a boca e o nariz longo, de narinas fortemente sulcadas, revelando em seu conjunto uma expressão altaneira e distante, própria de um herói cônscio de sua força. A coroa de louros que decora a mitra da cabeça acentua esse aspecto e é uma alusão evidente à vitória sobre os leões. Como Ezequiel, Daniel veste uma túnica longa, presa na cintura por uma faixa abotoada no colarinho.
Nessa escultura, parece que Aleijadinho dispensou qualquer colaboração de seus auxiliares. Trata-se da estátua de maior dimensão de todo o conjunto e, apesar disso, a peça é monolítica e particularmente bem executada, revelando, sem dúvida, a marca do gênio de Aleijadinho.
Profeta Ezequiel – Aleijadinho
Profeta Ezequiel
O profeta Ezequiel encontra-se em posição oposta à de Baruch, à sua direita, entre o segundo e terceiro lances de escadas.
É uma das quatro maiores esculturas do conjunto e com tal qualidade plástica que é totalmente atribuída a Aleijadinho.
Ezequiel viveu no século I a.C., sendo o terceiro dos grandes profetas a constar no Velho Testamento. É citado como o “Profeta do Exílio”, pois foi exilado na Babilônia.
Trata-se de uma figura esguia, com proporções corretas e como característica marcante, apresenta o braço direito flexionado e o tronco levemente inclinado.
Com este gesto parece recepcionar o fiel em busca de consolo na fé, embora a mão fechada contradiga esta intenção. Alguns autores veem neste gesto a manifestação da cólera divina, pois as profecias de Ezequiel referem-se a visões apocalípticas.
Penso que este recurso foi utilizado para guiar o olhar do observador que admira o conjunto à uma certa distância.
As feições de Ezequiel são adornadas com bigodes, barba curta separada em dois rolos, e cabelos que alcançam discretamente seus ombros. Este é um padrão também observado em Jeremias.
Ao contrário daquele, suas vestes são longas e ornadas com uma faixa decorada com desenhos curvilíneos, bem ao gosto barroco, lembrando volutas. Este conjunto confere ao personagem uma certa aristocracia, quando comparado às demais figuras.
Esta escultura foi realizada em duas peças de pedra-sabão, percebendo-se a união dos blocos, na altura da cintura.
O braço parece apontar para a figura de Oséias, mais atrás e à sua direita. Dessa forma, o artista conduz nosso olhar, sem que o percebamos conscientemente.
Assim, a obra como um todo, apresenta um certo dinamismo, unidade e diversidade.
Do lado oposto a Baruc, no pedestal que arremata o muro de alinhamento central do adro, encontra-se Ezequiel, também conhecido como o “profeta do exílio”, por ter sido banido para a Babilônia com o povo de Israel.
A inscrição do filactério traduz a síntese de três etapas sucessivas da visão do profeta: primeiramente, aparecem-lhe quatro animais alados de quatro faces cada um, em seguida, as quatro rodas de um carro de fogo sustentando um trono de safira e, finalmente, sobre esse trono, o próprio Deus de Israel.
O tipo fisionômico de Ezequiel é o mesmo de Jeremias. Usa bigodes e barba curta, seccionada em dois rolos frisados e cabelos longos caindo sobre a nuca. Ao invés da túnica curta, o Profeta veste uma túnica longa e cintada, que deixa a descoberto apenas a ponta do pé direito, Em lugar do turbante, Ezequiel traz na cabeça um barrete com viseira presa por um laço acima da nuca. Recobrindo toda a parte posterior da imagem, o manto é magnificamente decorado por uma barra com desenho de volutas entrelaçadas.
A escultura não parece ter sofrido intervenção do atelier. Sua grande força de expressão revela cuidados particulares de Aleijadinho em sua execução. Além da impressionante expressão da cabeça, destaca-se também a significativa flexão do braço direito.
Profeta Habacuc – Aleijadinho
Profeta Habacuc
O profeta Habacuc encontra-se à direita do conjunto, em posição equivalente ao profeta Abdias.
Tem seu braço esquerdo levantado, contrapondo-se ao braço direito de Abdias.
Ambos emolduram o conjunto, complementados pelas linhas verticais das torres da igreja, ao fundo.
Habacuc é representado como uma figura esguia, jovem e com a barba curta, enrolada lateralmente, como em Jeremias, Ezequiel, Oséias e outros.
Este estilo de barba curta, formando dois rolos dispostos lateralmente, segue a moda bizantina da época, muito divulgada nas gravuras bíblicas que circulavam na Europa e admiradas por Aleijadinho.
Habacuc foi esculpido em dois blocos de pedra, unidos na altura da cintura.
Suas vestes são longas e mostram um habilidoso trabalho de entalhe nas dobras e superposição do manto.
Críticos e estudiosos não hesitam em admitir que o trabalho desta escultura foi inteiramente desenvolvido pelas mãos de Aleijadinho que, mesmo dilaceradas pela doença, continuavam geniais.
O trabalho de entalhe dos profetas foi a última obra do inigualável artista brasileiro, Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, exemplo de tenacidade e amor ao fazer artístico.
Habacuc, o oitavo dos profetas menores, encerra a série dos profetas de Congonhas. Situa-se em posição equivalente à de Abdias, no ponto inferior do arco que une os muros dianteiro e lateral direito do adro.
Novamente se repete o padrão tipográfico anteriormente utilizado para Jeremias, Ezequiel, Oséias, Joel e Jonas. O vestuário de Habacuc é composto pela mesma sotaina envergada por Naum e Jonas, desta vez acrescida de uma gola cujas pontas são ornadas de borlas. O profeta traz na cabeça o mais complicado turbante de toda a série, no qual se encontra um plano superior dividido em quatro gomos arredondados, com uma cobertura arrematada por uma borla pendente. A estátua recebeu de Aleijadinho cuidados especiais tanto por sua localização, quanto por sua execução, onde é mínima a interferência do “atelier”
Profeta Isaias – Aleijadinho
Profeta Isaias
O profeta Isaías está posicionado à esquerda de um portão de ferro, no primeiro lance de escadas que conduz ao adro que antecede a igreja. O recurso de se colocar uma figura no lado esquerdo de um palco, de um cenário ou de um quadro é bem conhecido pelos artistas que sabem que esta é a posição nobre numa cenografia, pois é para este ponto que os olhos do observador se direcionam em primeiro lugar.
O mais importante profeta do Antigo Testamento, Isaías, abre a série de honra na entrada da escadaria do lado esquerdo do Santuário.
O profeta Isaías, esculpido por Aleijadinho, tem o tipo físico de um personagem de idade avançada, barbas e cabelos abundantes. Veste uma túnica curta, que deixa descoberta a parte inferior das pernas calçadas de botas, sobre a qual se acha jogado um amplo manto. Segura o filactério com a mão esquerda, enquanto a direita aponta para o texto nele inscrito.
A estátua de Isaías apresenta erros anatômicos de grande evidência, como a desproporção entre as partes superior e inferior do corpo, a estreiteza dos ombros, braços rígidos e curtos. Apesar de trazer a marca da interferência do “atelier”, a expressão da cabeça de Isaías não é outra senão aquela criada pelo gênio de Aleijadinho. A verdadeira expressão de um iluminado diante de uma visão, constituindo-se em uma das mais importantes peças de todo o conjunto arquitetônico.
Profeta Jeremias – Aleijadinho
Profeta Jeremias
O profeta Jeremias representa um contraponto estético à figura de Isaías, estando posicionado à direita deste e do portão de ferro, no primeiro lance de escadas que conduz ao adro. Enquanto Isaías segura um pergaminho com a mão esquerda, Jeremias o faz com a mão direita, como numa imagem espelhada.
Este recurso confere à composição do conjunto unidade dentro de uma diversidade, integrando as esculturas. Assim, nosso olhar fixa-se em uma e procura um contraponto na outra.
Jeremias viveu um século após Isaías e foi também um importante profeta, autor do segundo dos livros proféticos, na ordem seguida pela Bíblia.
Esta escultura apresenta erros anatômicos, atribuídos à interferência dos ajudantes de Aleijadinho. Assim, tem-se a impressão de que o personagem é excessivamente baixo e gordo, quando comparado ao tamanho da cabeça, muito grande em relação ao resto do corpo. É uma das oito menores esculturas de todo o conjunto.
Jeremias tem a aparência de um homem de meia idade, seguro de si, pela posição altiva da cabeça. O olhar busca um ponto no horizonte.
Com a mão esquerda segura uma pena, sugerindo sua vocação para a escrita das profecias.
Este personagem foi esculpido em dois blocos de pedra, notando-se um ponto de união logo após o joelho.
Possui bigodes longos e barbas curtas, formando dois rolos, um de cada lado. Atribui-se a escultura da cabeça a Aleijadinho.
Chama a atenção o turbante com tiras verticais que mantêm as bordas enroladas, num emaranhado que exige grande habilidade no trabalho escultórico.
É interessante sugerir que ao observarmos uma escultura, devemos fazê-lo passeando à sua volta, acompanhando as mudanças nos planos e surpreendendo-nos com a variedade de retas e curvas que se sucedem, com a luz que ora salta de um entalhe, ora se esconde num corte mais profundo. É como um cenário que se modifica a cada passo que damos à sua volta.
Uma das características marcantes das esculturas é que, sendo objetos de três dimensões, permitem sua observação e apreciação através de três planos: da altura, da largura e também da profundidade
Ocupando também posição de destaque na entrada da escadaria, à direita de Isaías, encontra-se o Profeta Jeremias, autor do segundo dos livros proféticos na ordem do Cânon bíblico.
O tipo físico do Profeta Jeremias, esculpido por Aleijadino, é o de um homem de meia idade, com bigodes longos nas laterais da boca e a barba curta, composta de rolos frisados, à moda bizantina. Veste túnica curta, que deixa à mostra a perna esquerda, e manto levantado sobre o ombro direito, caindo até os pés na parte superior. Segura o filactério com a mão direita e, na esquerda, uma pena. Na cabeça, ostenta um magnífico turbante, arrematado por abas torcidas passando entre as presilhas.
Do ponto de vista anatômico, essa estátua apresenta deformidades. Entretanto, apesar dos defeitos observados, nota-se a intervenção de Aleijadinho na execução da cabeça, onde, sem dúvida, se concentra toda a força real da imagem.
Profeta Joel – Aleijadinho
Profeta Joel
O profeta Joel encontra-se à direita de Oséias e seu pedestal de apoio encontra-se sobre o mesmo muro que conduz a este profeta.
Joel viveu no século VIII a.C. e suas profecias referem-se à pragas que ocorrerão, antecedendo o dia do Juízo Final, quando enorme quantidade de gafanhotos, lagartas, besouros e fungos causadores da ‘ferrugem’ nas plantas, destruirão os vegetais.
Joel está numa posição equivalente e oposta à de Jonas.
Se este tem sua cabeça voltada para o alto e à direita, Joel a tem levemente inclinada para baixo e para a esquerda, olhando algum ponto da paisagem montanhosa que circunda o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos.
Neste conjunto de esculturas interagindo entre si e com o espaço, nada foi feito ao acaso.
Se o projeto foi definido no papel, primeiro foi elaborado na mente de Aleijadinho, que olhando aqueles muros solitários, idealizou as figuras dos profetas para avivá-los.
Joel veste uma túnica curta e sua barba, cabelos e turbante, lembram aqueles de Jeremias e Baruque.
É composto de duas pedras, superpostas na altura dos ombros, bem visível. Sugere que não houve preocupação em ocultá-la com nenhum elemento do vestuário, como em outras esculturas do conjunto.
Tem proporções adequadas e graciosas e parece que Aleijadinho dispensou a colaboração de seus ajudantes, como o fez em outras esculturas.
Pensa-se que Aleijadinho começou a esculpir os profetas, dedicando-se pessoalmente e inteiramente ao trabalho de entalhar a pedra. Mas, à medida que a doença destruía seus membros, deixava para seus ajudantes muitas das tarefas, dedicando-se principalmente ao entalhe das cabeças e mãos.
Joel, o segundo dos profetas menores do cânon bíblico, ocupa seu lugar no adro à direita de Oséias, na junção do parapeito de entrada do adro e da parede interna lateral.
A fisionomia da escultura, assim como a de Jeremias, Ezequiel e Oséias, é de um personagem viril, de barba e bigodes em rolos à moda bizantina. A roupagem é semelhante à de Oséias, sendo a gola substituída por um colarinho alto. Joel traz à cabeça o mesmo modelo de turbante com abas retorcidas, já utilizado em Jeremias e Baruc.
A estátua praticamente não revela imperfeições anatômicas. É uma das mais vigorosas de todo o conjunto e sua força de expressão revela a atenção de Aleijadinho em grande parte de sua execução.
Profeta Jonas – Aleijadinho
Profeta Jonas
O profeta Jonas ocupa uma posição de destaque, à esquerda e sobre o prolongamento do mesmo muro que conduz a outro profeta muito conhecido, Daniel.
Como aquela, a escultura de Jonas também foi esculpida em um único bloco, apesar de sua grande dimensão.
Acredita-se que somente Aleijadinho tenha trabalhado neste personagem, tendo em vista a qualidade estética da obra e a expressão dramática de Jonas, num momento importante de sua vida, quando se libertou do interior de uma baleia e olhou para o céu, numa atitude de agradecimento.
Seu rosto apresenta características interessantes, como a boca entreaberta e os dentes discretamente à mostra, simbolizando um retorno à vida, com o ar penetrando em seu corpo.
Jonas veste uma espécie de batina longa, abotoada até o meio do corpo e presa por uma faixa. É interessante observar que as faixas não estão presentes somente para complementar uma veste.
Muitas vezes um elemento é utilizado para criar diversidade e aqui, a monotonia das linhas verticais é quebrada com a linha horizontal sugerida por uma faixa.
Conduzindo o olhar do observador, nota-se uma linha central, levemente inclinada, que se inicia no colarinho e alinhamento dos botões. Esta linha continua em forma de uma prega na roupa e acaba próxima ao pé de Jonas e bem ao lado da cabeça da baleia.
Este é um recurso que o artista usou para conduzir nosso olhar até o animal, numa leitura inconsciente da obra, manipulada por seu criador. Mesmo a ponta de sua bota e a dobra de roupa que a recobre, são elementos de atração que direcionam o olhar.
Emergindo da cabeça da baleia, observam-se duas hastes que se curvam sobre o corpo de Jonas e se direcionam ao pergaminho que este segura com a mão direita. Estas linhas também dirigem nosso olhar, que salta do pergaminho para a cabeça da baleia e vice-versa.
É com desapontamento que constatamos que uma destas hastes curvas está quebrada, assim, como a mão esquerda de Jonas.
Aliás, muitas das esculturas estão riscadas, contendo inscrições deixadas por pessoas que, incapazes de respeitar uma obra de arte, sentem-se realizadas deixando marcas que somente atestam sua falta de cidadania.
No pergaminho nas mãos de Jonas encontra-se uma citação bíblica em latim que afirma:
“Engolido por uma baleia, permaneço três dias e três noites no ventre do peixe; depois venho a Nínive.” (Jonas 2).
Nota-se que esta inscrição refere-se à baleia como sendo um peixe; na verdade, é bom lembrarmos que se trata de um mamífero.
A cabeça de Jonas, inclinada para cima, está em equilíbrio e em oposição à cabeça da baleia, no outro extremo, conferindo harmonia à composição.
Contornando a escultura, observamos dinâmicas linhas curvas representadas pelo corpo do animal que se apóia em Jonas. A nadadeira da cauda, voltada para cima, lembra folhas de plantas e as curvas de volutas, características da arte barroca .
Ocupando posição simétrica à de Joel, no ponto de encontro dos muros que formam o parapeito de entrada do adro à esquerda, encontra-se a estátua de Jonas.
Para o mais popular dos profetas menores, Aleijadinho reservou lugar de destaque, colocando-o junto de Daniel.
A estátua de Jonas repete o mesmo padrão tipográfico já anteriormente usado para as imagens de Jeremias, Ezequiel, Oséias e Joel. Sua fisionomia, entretanto, apresenta traços distintos, como a boca entreaberta com os dentes aparentes e a cabeça voltada para o alto. O vestuário de Jonas se compõe de uma espécie de batina, com colarinho, abotoada até a citura, onde é presa com uma faixa. O profeta traz também um manto jogado sobre o ombro esquerdo e o habitual turbante em forma de mitra, com abas retorcidas.
A estátua parece ter recebido de Aleijadinho o mesmo cuidado especial dispensado a Daniel. Não se nota qualquer traço indicador da intervenção do “atelier”.
Acham-se reunidos nessa peça dois aspectos essenciais de seu gênio criador: a capacidade de expressão dramática que caracteriza a visão frontal da estátua e o ornamento visível na parte posterior, onde a silhueta sinuosa da baleia, com cauda e barbatanas, parece emergir de um chafariz rococó.
Profeta Naum – Aleijadinho
Profeta Naum
O profeta Naum encontra-se em oposição a Amós, sobre o muro mais externo e do lado direito de quem observa o conjunto de frente.
Da mesma forma que Isaías, aparenta ser um homem bem velho e, como aquele, também ostenta barbas longas.
O manto está amarrado num grande laço. A escultura, como um todo, parece meio desalinhada ou desequilibrada, quando vista por trás.
A linha de união dos blocos que compõem a escultura está um pouco abaixo dos ombros.
Nela percebe-se uma maior intervenção dos ajudantes de Aleijadinho, até mesmo no entalhe pouco criterioso dos desenhos que acompanham as barras de seu manto.
Naum viveu no século VII a.C., e foi contemporâneo de Jeremias. Ao contrário das profecias feitas pelos demais profetas, as suas não são dirigidas ao povo de Israel, mas aos opressores assírios.
Muitos críticos questionam por que este profeta foi incluído no conjunto.
Na extremidade direita do adro, ocupando o ponto superior do arco que une os muros externos dianteiro e lateral, encontra-se a estátua de Naum, o sétimo dos profetas menores.
O tipo físico da figura de Naum é o de um velho de barbas longas, postura vacilante e faces maceradas. Veste uma sotaina longa, abotoada até a cintura. A intervenção do “atelier” de Aleijadinho nessa peça aparece de forma evidente, a começar pela execução do turbante que Naum traz à cabeça. Alguns detalhes, como as barras ornamentais do manto e a deficiência da articulação geral do conjunto comprovam essa intervenção, parecendo possível que Aleijadinho tenha apenas concebido os traços iniciais da estátua.
Profeta Oséias – Aleijadinho
Profeta Oséias
O mais importante dos profetas menores, Oséias, ocupa no Santuário lugar sobre o pedestal que arremata o parapeito de entrada do adro.
Oséias, assim como Ezequiel e Jeremias, veste um casaco curto, abotoado da gola à barra e preso na cintura por uma faixa. A cabeça é coberta por um barrete semelhante ao de Ezequiel. Calça botas tipo borzeguins e tem na mão direita uma pena, cuja ponta, apoiada sobre a barra do manto, reproduz uma atitude de quem está escrevendo.
A anatomia da escultura é correta, apesar da discrepância entre o comprimento dos dois braços.
Fonte: www.filo.uba.ar/camaracongonhas.mg.gov.br/www.geocities.com/www.degeo.ufop.br
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