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Extração de seringueiras, coleta de látex e processamento de borracha bruta
Muitas plantas produzem látex, que escorre de cortes e ferimentos como uma seiva leitosa. Células especiais chamadas laticíferos produzem látex. Em geral, os látex têm função biológica na defesa de herbívoros e/ou laticíferos são um depósito de subprodutos metabólicos ou reservatórios de materiais biossintéticos. Todos os látex são emulsões, suspensões aquosas de materiais insolúveis que podem incluir alcalóides, terpenos, resinas, fenólicos, proteínas, açúcares e hidrocarbonetos de cadeia longa. Nem todos os látex são elásticos; aqueles que contêm hidrocarbonetos de cadeia longa. Alguns látex são coletados por suas resinas ou seus alcalóides (ópio).
A borracha é um látex coagulado e elástico. As plantas que produzem látex elástico são em grande parte neotropicais. A borracha comercial é produzida a partir do látex da Hevea brasiliensis.
As propriedades impermeabilizantes e elásticas (bolas de borracha) de várias plantas produtoras de borracha foram descobertas por culturas nativas americanas, os astecas ou mesoamericanos anteriores e tribos sul-americanas.
Originalmente coletado de árvores silvestres na América do Sul, agora 90% da produção de borracha vem de plantações de seringueiras no Sudeste Asiático.
Soldados da Borracha
(PARA QUE NÃO SEJAM ESQUECIDOS)
Produção de Borracha
Muito já foi escrito sobre esse assunto, verdadeiro atestado de incompetência e irresponsabilidade que foi perpetrado pelas autoridades brasileiras por ocasião da Segunda Guerra Mundial, quando mandaram para a Amazônia, entre 1942 e 1945, cerca de 60000 trabalhadores, a pedido do governo americano, em razão da carência de borracha, material estratégico e vital para os exércitos aliados, cuja linha de suprimento fora cortada aos americanos pelos japoneses quando dominaram as plantações da Malásia e da Indonésia.
Eram os famosos soldados da borracha atraídos pela propaganda oficial que prometia fartura e glória a quem fosse para a Amazônia.
Ao serem recrutados os soldados recebiam um enxoval improvisado, uma calça de mescla azul, uma blusa de morim branco, um chapéu de palha, um par de alparcatas de rabicho, uma caneca de flandres, um prato fundo, um talher, uma rede, uma carteira de cigarros Colomy e um saco de estopa à guisa de mala.
Na época, a produção de borracha nos seringais da Amazônia era de cerca de 17000 toneladas (safra de 1940 -1941). Para alcançaar a meta contratada pelos americanos, 70 mil toneladas por ano, seria necessário enviar para os seringais mais 100000 trabalhadores.
Esses homens, muitos acompanhados de suas famílias, a maioria flagelados fugidos da seca 1941/1942, embarcavam nos navios do Lloyd Brasileiro no porto de Fortaleza para os seringais da Amazônia.
Em Fortaleza, os navios, após as operações de descarga e carregamento, arriavam os paus de carga no convés e armavam toldos de vergueiro por sobre eles, para acomodar os soldados que eram trazidos em chatas (na época Fortaleza não tinha cais) e embarcavam com dificuldade pela escada de portaló.
Essas pessoas já embarcavam debilitadas. À primeira refeição, geralmente feijão, arroz, carne ou peixe e farinha de mandioca, uma vez em alto mar, ficavam prostradas em suas redes, armadas às vezes em duas e até três camadas, e vomitavam uns nos outros, obrigando o contra-mestre a baldear o convés duas a três vezes por dia.
Apesar de toda a dedicação do médico e do enfermeiro de bordo, muitos morriam, principalmente crianças. O doutor invariavelmente escrevia no atestado de óbito, como causa mortis, disenteria.
Os mortos eram costurados em pedaços de lona com restos de grelha de fornalha e tijolos refratários das caldeiras. Parava-se o navio, o Comandante lia um salmo de David e ordenava lançá-los ao mar.
Davam-se três apitos longos e o navio prosseguia viagem. Isso no princípio, porque depois os corpos eram lançados com o navio em movimento. Nas viagens de Fortaleza para Belém ia-se a escoteiro, por isso, não era aconselhável ficar parado por causa dos submarinos.
Em Belém, essas famílias eram encaminhadas para alojamentos em um lugar que, se não me falha a memória, chamava-se Tapanã, onde os seringalistas ou seus prepostos escolhiam aqueles que lhes convinham.
Em seguida eram embarcados em barcos tradicionais da Amazônia, conhecidos como gaiolas, que os levavam para os seringais.
Cabe aqui uma observação: aquela gente era tirada do sertão árido do nordeste e enviada para a floresta amazônica, dois biomas completamente diferentes, caatinga e floresta tropical pluvial (floresta amazônica), com as previsíveis conseqüências de adaptação.
Muitos morreram de moléstias por absoluta falta de assistência médica, outros assassinados pelos jagunços dos donos do seringal quando tentavam fugir, alguns comidos por feras ou ainda mortos pelos índios.
O sistema de trabalho (escravo) era aquele conhecido em que o seringalista, dono do armazém, e somente ele, fornecia tudo que o seringueiro precisava em troca da produção da borracha.
Claro que o seringueiro estava sempre devendo.
Poder-se-ia escrever muito mais sobre o Exército da Borracha, seus soldados e suas desventuras, sobre o acordo Brasil,
Estados Unidos para o incremento daquele material estratégico e sobre muitos outros fatos e acontecimentos, não fosse a exiguidade do nosso espaço.
Somente mais uns números marcantes: dos 60000 soldados da borracha cerca da metade desapareceu na selva amazônica ou a caminho de lá, número infinitamente maior aos mortos das forças armadas na Segunda Guerra Mundial.
Durante muitos anos esses pobres coitados foram esquecidos. Somente por ocasião da promulgação da Constituição de 1988, o relator, ex-senador Bernardo Cabral, bom amazonense, conseguiu introduzir o artigo 54 do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), que conferiu aos seringueiros recrutados nos termos do Decreto Lei 5.813 de 14/09/1943, amparados pelo Decreto Lei 9.882 de 16/09/1946, uma pensão vitalícia de dois salários mínimos.
Produção de Borracha – História
Seringueira
A borracha é uma substância em partículas contida no látex de muitas plantas, sendo que 90% da produção mundial vem das plantações da árvore brasileira Hevea brasiliensis no sudeste da Ásia, principalmente na Malásia, a borracha é obtida pelo aquecimento até a coagulação do látex parecido com o leite e com a cor predominante branca produzido pela seringueira.
A borracha natural não tinha muita utilidade até que o norte americano Charles Goodyear inventou o processo de vulcanização, o qual era feito adicionando enxofre à borracha e aquecendo a mistura.
Esse processo evitava que a borracha se tornasse pegajosa quando aquecida e dura quando resfriada, ou seja, era obtida uma goma elástica que não se esfarelava e nem colava.
Foi esse o ponto de partida para as aplicações práticas da borracha.
A borracha sintética produzida por processos químicos industriais, não substitui inteiramente as aplicações da borracha orgânica, superior por sua elasticidade e densidade.
Borracha Natural: É o elastômero natural obtido do látex. Pode também ser obtida a partir de várias outras plantas.
A borracha natural, a qual provém da coagulação do látex, contém ao lado de outras substâncias secundárias, um hidrocarboneto responsável pelas propriedades características do produto.
Esse hidrocarboneto é a molécula do polipreno e pode ser considerada como uma cadeia formada pela junção de um grande número de elos do monômero isopreno, C5H8.
É por isso que a borracha crua não vulcanizada, se torna plástica pela ação do calor. A borracha crua esticada e esfriada a temperatura muito baixa é quebradiça e, quando martelada, fragmenta-se em filamentos.
Suas propriedades são semelhantes aos dos plásticos termoplásticos. A borracha deteriora-se na presença de luz solar direta por causa da sua reação com o oxigênio.
Para evitar que isso aconteça, é introduzido um pigmento negro carbôneo que desacelera este processo. Isso não impede que a borracha se deteriore, ela continua a se deteriorar, mas lentamente, especialmente na presença de óleo ou graxa. Como a borracha é um termofixo (torna-se flexível ao ser aquecida), pode adquirir forma por extrusão e moldagem.
É utilizada em grande escala na produção de pneus e também na fabricação de tecidos impermeáveis utilizados na confecção de capas de chuva,forros de superfícies.
Não podemos esquecer também de sua importância como componente principal na fabricação de mangueiras (setor automotivo). O látex é o leite colhido e preservado. Sob o ponto de vista físico-químico, é um sistema coloidal. Sua estabilidade é conservada com a adição de amoníaco. A sua preservação é auxiliada com fenóis.
O paranitrofenol é o de maior emprego. Os agentes biológicos costumam manchar a borracha muitas vezes. O oxigênio é o principal causador da deterioração da borracha. A luz ultravioleta, em tempo muito curto, torna a borracha “melada”, principalmente quando não defumada. Portanto, deve-se proteger a borracha crua da ação da luz, principalmente.
Borracha Sintética: É o conjunto de compostos produzidos com a finalidade de reproduzir as propriedades da borracha natural.
A primeira borracha sintética foi um polímero de dimetil butadieno (C4H6), fabricado na Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Mas esta borracha era de qualidade muito inferior à borracha natural.
Muitos tipos diferentes de borrachas sintéticas estão agora em uso, sendo a mais difundida a borracha produzida pela polimerização do butadieno com o estireno.
Em muitos casos esta borracha pode substituir a borracha natural já que resiste melhor ao envelhecimento, às rachaduras e à abrasão do que o produto natural.
Entretanto, sua resistência e flexibilidade são pobres e em algumas aplicações, principalmente bandas de rodagem de pneus, é misturada à borracha natural.
Uma outra borracha sintética é aquela obtida a partir do butilo. É impermeável aos gases e é utilizada nas câmaras de ar e no revestimento interno dos pneus sem câmara.
Outros exemplos de borrachas sintéticas incluem o policloropreno (neoprene), utilizado na indústria de fios e cabos, e borrachas derivadas de nitrilos resistentes ao óleo, utilizadas em juntas de vedação e nos cilindros que espalham a tinta das máquinas impressoras.
Algumas formas de silicone, poliuretano e PTFE (politetrafluoretano) são utilizadas como borrachas sintéticas. As borrachas sintéticas, assim como as borrachas naturais, são compostas por pigmento negro, carbono e outros aditivos, tais como agentes corantes, plasticizadores, amaciantes e agentes vulcanizadores, para alterar ou melhorar as suas qualidades.
Vulcanização
A vulcanização da borracha é a sua combinação química com certos corpos que chamamos de agentes vulcanizantes, em virtude da qual a borracha adquire a propriedade de poder sofrer deformações, e cessadas as causas determinantes, retomar suas dimensões iniciais. Dos agentes vulcanizantes, o mais importante é o enxofre.
É através da vulcanização que conseguimos transformar as propriedades plásticas da borracha, eliminar a sua sensibilidade ao calor, e obter um corpo elástico capaz de retomar as suas dimensões iniciais depois de uma deformação, mesmo em condições extremas de temperatura.
O mecanismo pelo qual se dá a vulcanização da borracha pode ser imaginado como sendo a interligação das moléculas do hidrocarboneto através de átomos ou moléculas do agente vulcanizante, ligados a átomos de carbono que inicialmente apresentavam dupla ligação.
A espuma de borracha produzida com espuma de látex e vulcanização, é utilizada como estofamento na fabricação de móveis e em outras aplicações. A vulcanização é o resultado de uma reação química.
A combinação do enxofre é irreversível, atingindo o teor máximo de 32% que é o valor teórico para saturar todas as duplas ligações. Não existe ainda nenhum processo que permita a desvulcanização da borracha.
A vulcanização pode ser processada a frio e a quente.
Produção de Borracha – Látex
Substância elástica e impermeável obtida pela coagulação do látex de diversas plantas da América, da Ásia e da Oceania ou mediante processos químico-industriais.
Esse material retém o ar, impede a entrada de umidade e não conduz eletricidade (é isolante).
A borracha é uma das matérias-primas mais utilizadas pela indústria, sendo empregada na impermeabilização de tecidos, na fabricação de pneus, roupas, calçados e de centenas de outros objetos.
Trabalhador faz cortes nas seringueiras para a extração do látex, uma seiva branca e leitosa
Primeiros Usos
A borracha natural era conhecida dos nativos das Américas do Sul e Central desde antes da chegada dos europeus.
Relatos de exploradores que estiveram na região nos séc. XVI e XVII mostram que os índios brincavam com bolas que tocavam o chão e pulavam ou faziam sapatos à prova de água com látex, espalhando o suco leitoso da seringueira nos pés e deixando-o secar.
Em 1735, o explorador francês Charles Marie de la Condamine (1701-1774) recolheu no Peru amostras de borracha endurecida e levou-as para a França.
Em 1770, o químico inglês Joseph Priestley descobriu que o material podia ser usado para apagar riscos feitos a lápis.
No início do séc. XVIII, os cientistas inventaram novos usos para a borracha.
Em 1839, o norte-americano Charles Goodyear descobriu o processo de vulcanização, tornando a borracha mais forte e resistente ao calor e ao frio, a partir do aquecimento dessa substância misturada com enxofre.
A partir daí, a borracha passou a ser usada como matéria-prima para diversos produtos industrializados.
Expansão da Cultura
Os seringais nativos da Amazônia forneceram látex para a indústria durante o final do séc. XIX e início do séc. XX. O monopólio dessa matéria-prima, também denominada ouro branco, proporcionou grande desenvolvimento para a Região Norte do Brasil. As divisas geradas com a exportação da borracha fizeram de Manaus uma das capitais mais ricas do mundo. Na década de 1910, porém, países asiáticos entraram no mercado, derrubando os preços da borracha e dando início à decadência da produção brasileira, concluída com o desenvolvimento da borracha sintética.
Em 1876, o inglês Henry A. Wickham (1846-1928) havia levado sementes da Hevea brasiliensis (seringueira) do Brasil para a Inglaterra, de onde mudas foram enviadas para as colônias britânicas na Ásia, como o Ceilão (atual Sri Lanka), a Malásia e Bornéu. Em 1914, a produção anual de borracha das fazendas já excedia a de origem nativa.
Os países do Extremo Oriente, como Malásia, Indonésia, Birmânia, Índia, Vietnã, Sri Lanka e Tailândia, tornaram-se os principais produtores dessa matéria-prima, respondendo por cerca de 90% da produção de borracha natural do mundo.
Seringueiro seca a seiva do látex na fumaça de uma
fogueira para extrair a borracha
A Transformação do Látex
Para extrair o látex da seringueira, faz-se um corte cuidadoso no tronco dessa árvore, por onde a seiva branca e leitosa flui. Cerca de 30% a 35% do látex é borracha pura.
O restante é formado por água e outras substâncias. Depois de recolhida, a seiva é transformada em borracha crua pelo processo de coagulação.
O látex recebe substâncias químicas que fazem com que as partículas de borracha se separem dos outros materiais. Essa borracha é macia, sem elasticidade e inodora, mas pode deteriorar-se rapidamente em contato com o ar. Por meio da vulcanização, o material ganha elasticidade e resistência. Esse processo é obtido com a mistura de enxofre à borracha.
De acordo com o grau e o tempo de aquecimento do composto, a borracha adquire flexibilidade ou enrijecimento, tornando-se, então, invariável às mudanças de temperatura.
Alguns seringueiros ainda utilizam um método primitivo de extrair a borracha crua do látex, secando a seiva na fumaça de uma fogueira.
A Química da Borracha
Na borracha natural, milhares de minúsculas moléculas de isopreno ligam-se para formar uma molécula gigante em forma de cadeia. Os químicos chamam essas moléculas em cadeia de polímeros, o que quer dizer muitas partes. As moléculas simples, como a de isopreno, são chamadas de monômeros.
A estrutura particular do polímero da borracha em forma de cadeia explica por que esta substância é elástica. As moléculas do polímero de uma borracha não esticada permanecem dobradas sobre si mesmas, como molas irregulares. Ao esticar-se a borracha, as moléculas distendem-se. Ao soltar-se a borracha, a cadeia de moléculas volta à posição anterior.
O enxofre estabelece ligações cruzadas entre as cadeias da borracha, dando-lhe elasticidade. Na borracha não-vulcanizada, as cadeias podem mover-se. Por essa razão, essa borracha não tem elasticidade.
Durante a vulcanização, obtida com a introdução de átomos de enxofre na cadeia do polímero natural, as linhas cruzadas ligam as cadeias entre si, de forma que elas não podem mais passar de um lugar para outro.
Isso dá elasticidade e resistência ao produto vulcanizado. O número de ligações aumenta de acordo com a quantidade de enxofre adicionada ao composto. Com grandes quantidades, a borracha torna-se mais rija e menos elástica, até transformar-se em borracha dura.
Borracha Sintética
Os materiais semelhantes à borracha obtidos a partir de produtos químicos são denominados borracha sintética. As pesquisas para criar um substituto para a borracha natural tiveram início nas primeiras décadas do séc. XX, em virtude dos altos preços e do temor de desabastecimento desse produto.
A primeira borracha sintética surgiu na Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Era um polímero de dimetil butadieno (C4H6), muito inferior à borracha natural. Entre 1930 e 1935, os alemães produziram várias borrachas sintéticas de boa qualidade.
Quando estourou a Segunda Guerra Mundial, em 1939, a Alemanha já fabricava dois tipos principais de borracha sintética: buna S, feita de butadieno (um gás) e estireno (um líquido feito de alcatrão de hulha e petróleo); e buna N, feita de butadieno e acrilonitrila (um líquido obtido a partir do acetileno e do ácido cianídrico).
Antes de 1939, os norte-americanos produziam pequenas quantidades de vários tipos de borracha sintética.
Quando os japoneses ocuparam as regiões produtoras de borracha natural do Extremo Oriente, em 1942, e cortaram o fornecimento dessa matéria-prima, os EUA desenvolveram uma grande indústria de borracha sintética praticamente da noite para o dia.
Após a Segunda Guerra Mundial, a produção de borracha sintética expandiu-se para outros países, substituindo a borracha natural.
O tipo mais utilizado é o obtido a partir de butadieno e estireno.
Fonte: biology.illinoisstate.edu/www.centrodoscapitaes.org.br/meusite.mackenzie.com.br
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