Batalha de Piquissiri

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Batalha de Piquissiri – História

Excelente posição defensiva escolhida por Lopez, que represa o arroio e impõe dificuldades extras ao inimigo (alaga o terreno conseqüentemente).

Piquissiri, ao contrário de Humaitá e Curupaiti, não pode ser envolvida para ataque, uma vez que para tal, seria necessário o contorno da Lagoa Ipoá

As forças aliadas foram se concentrando em Palmas e houve nessa época várias incursões que Caxias (agora no comando) fazia para manter o inimigo ocupado (a bibliografia do Paraguai revela que nessas ocasiões seu exército debelava o inimigo).

Dessa forma Caxias conheceu a manobra de envolvimento pela outra margem do rio. Isso torna essa manobra interessante, pois conjugadas Marinha e Exército, ela é anfíbia, e foi realizada com uma rapidez muito grande para a época.

A Esquadra embarca a artilharia e a infantaria e as transporta da margem direita do rio, em um ponto a norte de Angustura, e as desembarca no Porto Santo Antônio (norte de Piquissiri), à margem esquerda do rio.

Enquanto isso, a cavalaria seguirá por terra até um ponto em frente a Santo Antônio, e depois seria transportada para a outra margem. Isso levou menos de 4 dias. O paraguaio teve uma ?surpresa estratégica?, pois imaginara vir do sul o ataque, mas ele veio pelo norte em sua retaguarda.

No movimento de descida das tropas ocorre o combate de Itororó. Lopez envia 1000 homens sob o comando do General Cabalero mas o exército brasileiro (aliado) sob o comando de Caxias (19000 homens) acaba transpondo a ponte. ?Sigam-me os que forem brasileiros? proferiu Caxias antes de sua 7ª investida contra a ponte.

Batalha de Piquissiri – Manobra

A posição fortificada de Piquissiri era o objetivo final da grande manobra.

O General abate as armas em funeral aos mortos, hospitaliza os feridos, reorganiza o Exército e prossegue no cumprimento da missão.

A posição de Piquissiri apoiava-se por Leste, em lagoas pantanosas e, por Oeste, na Loma Ita-Ibaté, “Uma das colinas cujo conjunto denomina-se Lomas Valentinas” na qual o ditador paraguaio instalara o seu quartel-general. “Ali está, pois, o marechal Lopes com o seu quartel-general. Pela primeira vez ele vai comandar em chefe o seu valente exército”.

O Exército Brasileiro marcha para o Sul, em busca de contacto com a posição fortificada de Piquissiri.

Caxias se adianta pessoalmente, “para examinar, bem de perto, a posição inimiga e selecionar melhor os pontos de ataque”.

Como medida preliminar, isolou a praça forte de Angustura.

Além de todas as circunstâncias adversas, “o terreno, infelizmente, era-lhe completamente desfavorável”.

“As 2 horas da tarde de 21, o generalíssimo desencadeia o seu ataque”.

A posição é defendida com ardor e bravura: os atacantes tem contra si o meio, a distância das bases, o terreno… e são dizimados pelo fogo e a arma branca.

As forças brasileiras fluem e refluem, como umas caudal impetuosa que se tentasse, inutilmernte represar, em arremetidas sucessivas.

Caxias comanda, atento, a batalha, fazendo face aos imprevistos, empregando as suas reservas.

A noite veio interromper o ataque. Caxias deu ordem para manter as posições conquistadas e “todo o exército brasileiro bivacou no prórpio campo da peleja (General Tasso Fragoso)

“A noite foi toda de alerta. No decurso dela fez o inimigo nada menos de quatro contra-ataques, mas forma todos repelidos ” (Manuscrito de 1869)

À alvorada, Caxias fez o seu reconhecimento pessoal à posição e reajusta as suas forças para o ataque final: chama a infantaria brasileira que deixara em Palmas; traz para a frente as tropas de reserva, deixadas em Humaitá; convida os contingentes aliados a se aproximarem, para partilharem da ação.

Antes de reiniciar a ação lança uma intimação ao ditador, que se recusa a aceitá-la. E “na manhã de 27 de dezembro estava tudo predisposto para o ataque à posição de Lopes em Ita-Ibaté” (General Tasso Fragoso).

Finalmente, ao fim de um ataque montado e executado com todos os requintes da época, a posição é conquistada, depois de seis jornadas de luta.

Caxias, planejando ações, organizando exércitos, coordenando esforços, participando pessoalmente dos combates, foi o grande herói dessa campanha.

Caxias, com a saúde desgastada pelos combates e sabendo que o término da guerra é apenas uma questão de dias, considerou que já havia cumprido a sua missão; passa o comando das tropas aliadas e retorna ao Rio de Janeiro.

Batalha de Piquissiri – Dezembrada

Manobra de Piquissiri

Efetuada a ocupação de Humaitá, Caxias concentrou as forças aliadas, em 30 de setembro, na região de Palmas, fronteiriça às novas fortificações inimigas. Situadas ao longo do arroio Piquissiri, essas fortificações barravam o caminho para Assunção, apoiadas nos dois fortes de Ita-Ibaté (Lomas Valentinas) e Angostura, este à margem esquerda do rio Paraguai.

O comandante brasileiro idealizou, então, a mais brilhante e ousada operação do conflito: a manobra do Piquissiri.

Em 23 dias fez construir uma estrada de 11km através do Chaco pantanoso que se estendia pela margem direita do rio Paraguai, enquanto forças brasileiras e argentinas encarregavam-se de diversões frente à linha do Piquissiri.

Executou-se então a manobra: três corpos do Exército brasileiro, com 23.000 homens, foram transportados pela esquadra imperial de Humaitá para a margem direita do rio, percorreram a estrada do Chaco, reembarcaram em frente ao porto de Villeta, e desceram em terra no porto de Santo Antônio e Ipané, novamente na margem esquerda, vinte quilômetros à retaguarda das linhas paraguaias do Piquissiri.

López foi inteiramente surpreendido por esse movimento, tamanha era sua confiança na impossibilidade de grandes contingentes atravessarem o Chaco.

Na noite de 5 de dezembro, as tropas brasileiras encontravam-se em terra e iniciaram no dia seguinte o movimento para o sul, conhecido como a “dezembrada”.

No mesmo dia, o general Bernardino Caballero tentou barrar-lhes a passagem na ponte sobre o arroio Itororó. Vencida a batalha, o Exército brasileiro prosseguiu na marcha e aniquilou na localidade de Avaí, em 11 de dezembro, as duas divisões de Caballero. Em 21 de dezembro, tendo recebido o necessário abastecimento por Villeta, os brasileiros atacaram o Piquissiri pela retaguarda e, após seis dias de combates contínuos, conquistaram a posição de Lomas Valentinas, com o que obrigou a guarnição de Angostura a render-se em 30 de dezembro. López, acompanhado apenas de alguns contingentes, fugiu para o norte, na direção da cordilheira. Em 1º de janeiro de 1869 os aliados ocuparam Assunção.

López, prosseguindo na resistência, refez um pequeno exército de 12.000 homens e 36 canhões na região montanhosa de Ascurra-Caacupê-Peribebuí, aldeia que transformou em sua capital. Caxias, por motivo de saúde, regressou ao Brasil.

Em abril de 1869, assumiu o comando geral das operações, o marechal-de-exército Gastão d’Órléans, conde d’Eu, genro do imperador, que empreendeu a chamada campanha das cordilheiras.

O Exército brasileiro flanqueou as posições inimigas de Ascurra e venceu as batalhas de Peribebuí (12 de agosto) e Campo Grande ou Nhu-Guaçu (16 de agosto).

López abandonou Ascurra e, seguido por menos de trezentos homens, embrenhou-se nas matas, marchando sempre para o norte, até ser alcançado pelas tropas brasileiras em Cerro-Corá, à margem do arroio Aquidabanigui, onde foi morto após recusar-se à rendição, em 1º de março de 1870. Em 20 de junho de 1870, Brasil e Paraguai assinaram um acordo preliminar de paz.

As baixas da nação paraguaia foram estimadas em cerca de 300.000, incluídos os civis mortos pela fome e em conseqüência da cólera. O Brasil, que chegou a mobilizar 180.000 homens durante a luta, teve cerca de trinta mil baixas.

O tratado definitivo de paz entre Brasil e Paraguai, assinado somente em 9 de janeiro de 1872, consagrava a liberdade de navegação no rio Paraguai e as fronteiras reivindicadas pelo Brasil antes da guerra. Em 1943, o Brasil perdoou a dívida de guerra paraguaia, estipulada por esse tratado.

Fonte: www.geocities.com/archive.today/www.exercito.gov.br

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