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Filosofia ocidental é o nome dado à produção filosófica dos pensadores ocidentais que, desde o surgimento da Filosofia na cidade-estado de Mileto (Grécia Antiga) produziram, sob os mais diversos formatos discursivos, extensas e densas obras filosóficas com o objetivo de refletir sobre aspectos expressivos da relação do homem com o meio no qual vive e existe. É fundamental lembrar que o termo “filosofia ocidental” inicialmente designava estritamente a produção filosófica gestada no seio helênico, mas, com o passar dos anos, o termo passou a ser ressignificado para abranger toda a produção dos diversos pensadores que se expressaram e expressam em todo o ocidente.
A própria palavra filosofia é de origem grega denotando uma postura comprometida de amor à sabedoria, ao conhecimento à maneira própria dos gregos antigos. Esse modelo rigoroso, estruturado e lógico de se refletir sobre a existência humana será “exportado” para os demais países do ocidente e influenciará toda a produção filosófica posterior dos diversos filósofos nos mais diversos países em que irão sistematizar seus pensamentos. Nesse sentido, é inegável a influência grega na produção filosófica da posteridade. Daí não ser estranho vermos reverberações dos pensamentos dos Pré-Socráticos ou de Platão e Aristóteles na produção filosófica de todos os períodos da história da Filosofia e nos mais diversos filósofos do ocidente.
Embora a tese mais aceita pelos estudiosos da filosofia e de sua história seja a de que a Filosofia é uma criação do gênio helênico é importante ressaltar que esse entendimento não é unânime, ele apenas prevalece. Há, como bem mostram Reale e Antiséri, uma corrente dos chamados orientalistas que, muitas vezes embasados em “orgulho nacionalista”, reivindicam a criação da filosofia como produto seja egípcio ou hebreu. Todavia, como apontam, ainda, os historiadores da filosofia citados, tal tese carece de embasamento profundo capaz de se auto sustentar. Daí prevalecer, até os dias atuais, a tese de que a filosofia é uma criação do gênio helênico (grego) e, portanto, ser essencialmente ocidental o que, claro, não inviabiliza a produção filosófica no oriente, mas apenas desloca discussão quanto ao status de criação da filosofia para o ocidente.
Para além do que aqui foi dito, a melhor e mais eficaz maneira de se compreender a produção filosófica ocidental é buscando mergulhar neste vasto mundo de mais de dois milênios de indagações e reflexões. Caso não ainda se sinta à vontade ou preparado para ler diretamente os filósofos ou seus comentadores e tenha interesse em começar essa aventura fica como sugestão o romance de Jostein Gaarden intitulado O Mundo de Sofia. Esse romance, escrito em linguagem super acessível, certamente poderá te iniciar nos estudos do pensamento ocidental e, quem sabe, despertar para posteriores leituras mais densas de filósofos como Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, Maquiavel, Descartes, Hobbes, Rousseau, Schopenhauer, Nietzsche, Hannah Arendt dentre infinitas outras opções a depender de qual o seu interesse na leitura.
Fábio Guimarães de Castro
Referência Bibliográfica
REALE, Giovanni; ANTISÉRI, Dario. História da Filosofia: antiguidade e idade média. São Paulo: Paulus, 1990.
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