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Matemáticos, cartógrafos, engenheiros, geógrafos e outros profissionais ao longo do tempo e do desenvolvimento da ciência cartográfica, pensaram em diversas formas para representar a superfície esférica da Terra, ou seja, através de mapas.
A projeção significa transferir uma superfície curva para um plano. No entanto, todas as projeções existentes desconfiguram ou alteram a superfície representada, seja o tamanho do objeto, suas formas ou a proporção das áreas.
A solução clássica para a representação veio em 1569 com Gerhard Kremer (1512-1594), cujo codinome latino era Gerardus Mercator, nascido na região de Flandres (atualmente a Bélgica), considerado o pai da Cartografia Moderna, cujas inspirações provém do cientista grego Claudio Ptolomeu. Gerardus trabalhou na Universidade de Louvain e deu início a escola holandesa de cartografia.
Na Projeção de Mercator, que é cilíndrica (ou conforme), conserva as formas das figuras representadas, mas altera a dimensão de suas áreas. Ela foi feita por uma tela enrolada ao redor do globo terrestre, formando um cilindro que é iluminado por uma luz que fica no centro do globo (figura 1). Desta forma, é possível projetar na tela a imagem das figuras representadas, originando o que se conhece como planisfério. Mercator também dividiu o planeta em 24 meridianos e 12 paralelos.
Figura 1 – Projeção de Mercator
Essa projeção foi apresentada no momento histórico das grandes navegações e expansões marítimas de alguns países da Europa, tornando-se um padrão na cartografia europeia, pois permite representar as direções verdadeiras de navegação como segmentos de reta, conhecido como loxodrômia. Que embora alterassem em área e distância, representava precisamente as formas dos continentes. O planisfério construído representa ainda uma gigantesca Antártica e Groelândia, que parece possuir uma área maior que a própria América do Sul. Além de exagerar no tamanho da própria Europa.
Além disso, como produto de um tempo em que a Europa começa a se expandir e colonizar outros lugares, a projeção de Mercator refletia muito bem a visão de mundo eurocêntrica, onde, por exemplo, a África e a América do Sul foram reduzidas sem provocar nenhum alarde as instituições da época. No entanto, deve-se reconhecer que as projeções não são apenas soluções matemáticas, mas também produtos artísticos e culturais.
O tamanho e a posição de alguns continentes continuaram até o século XX, embora as perspectivas e ideias políticas sofreram algumas alterações. Com a descolonização da Ásia e da África, a projeção de Mercator foi alvo de muitas críticas, pois começam a surgir diversas formas de representação da Terra.
Gean Alef Cardoso
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