PUBLICIDADE
O Sertão é uma sub-região se estende desde o litoral setentrional nordestino até as praias dos estados do Ceará e Rio Grande do Norte.
O Sertão tem sido tema amplamente discutido desde o início das obras para a transposição do Rio São Francisco em 2008. Essa obra de engenharia consiste no bombeamento de água para regiões e altitude mais elevada. Em março de 2017 o eixo leste das obras foi concluído permitindo o abastecimento para Pernambuco e Paraíba. As obras no eixo norte ainda estão em andamento, e pretende-se, após a sua inauguração, atender famílias dos estados do Ceará e Rio Grande do Norte.
O projeto desenvolveu-se em meio grande turbulência, já que segundo especialistas os efeitos ambientais e sociais que serão causados por conta da transposição superam os benefícios de abastecimento para áreas do Sertão, estes afirmam que haverá maior utilização das águas em propriedades latifundiárias, logo não beneficia o pequeno produtor; além disso, apontam que manobras para a recuperação de matas ciliares e despoluição das águas seriam menos agressivas aos cofres públicos com menores riscos à dinâmica deste curso d’àgua.
Clima
Aziz Ab’Sáber aponta que as médias anuais de temperatura nos Sertões variam entre 25 º a 29 º C, ainda segundo o autor as médias anuais de precipitação variam entre 268 mm a 800 mm. É característica de um clima tropical semiárido longos períodos de estação seca, dessa forma, é comum em áreas no Piauí, Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte períodos de estiagem de seis a oito meses sem chuvas. Ainda há cenários em Pernambuco, Alagoas e na Paraíba onde não há precipitação por períodos entre nove a onze meses. Um exemplo é a cidade de Cabeceiras na Paraíba, onde a média anual de precipitações não ultrapassa 280 mm. A seca se agrava pelo fato de os rios serem intermitentes, cujo leito desaparece nos períodos em que não ocorrem chuvas.
Contudo, a região de Cariri, localizada na porção sul do estado do Ceará, possuí cursos d’água perenes, que são aqueles onde o leito dos rios é permanente e não desaparece nos períodos de estiagem.
Relevo e Vegetação
A vegetação predominante no Sertão é a caatinga, que é encontrada apenas em território nacional. Há a presença de pequenos arbustos de galhos retorcidos, cactos e bromélias. Nos períodos de seca é comum perceber a vegetação sem nenhuma folha, este é um mecanismo que garante a diminuição da perda de água através das folhas.
O relevo é composto por chapadas e depressões. De acordo com Jurandyr Ross, as depressões são formadas através de processos erosivos que atuaram nas bordas das bacias sedimentares durante o Terciário e o Quaternário. Nesta sub-região destaca-se a Depressão Sertaneja e do São Francisco; que apresentam formas de relevo residuais, como os inselbergs, que são feições típicas de climas áridos e semiáridos tropicais e são esculpidos em rochas que apresentam grande resistência aos processos erosivos, como o granito.
Chapadas são formas geológicas de altitude elevada de fácil identificação por possuir o topo plano.
Economia
Desde o período colonial há a criação de gado. Também são produzidos milho, feijão, arroz, mandioca, algodão e frutas. Sendo que esta última cultura somente pode ser desenvolvida através de técnicas de irrigação; com destaque para as cidades de Petrolina – Pernambuco e Juazeiro – Bahia.
Flavia Tognolo
Referências Bibliográficas
AB’SÁBER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. 4ª ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007. 159p.
ADAS, Melhem; ADAS, Sergio. Expedições Geográficas. 1ª ed. São Paulo: Moderna, 2011. 280p.
ROSS, Jurandyr L. Sanches. Geografia do Brasil. 5ª ed. São Paulo: Edusp, 2008. 552p.
LUDMILLA SOUZA. Repórter da Agência Brasil (Org.). Acordo com Sabesp antecipa chegada de água do São Francisco à Fortaleza. 2017. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-08/acordo-com-sabesp-antecipa-chegada-de-agua-do-sao-francisco-fortaleza>. Acesso em: 18 set. 2017.
Redes Sociais