PUBLICIDADE
Tenentismo – História do Brasil
Período de 1920 a 1930
O tenentismo era uma filosofia política dos oficiais do exército júnior que contribuíram significativamente para a Revolução Brasileira de 1930.
As primeiras décadas do século XX registaram uma marcada mudança econômica e social no Brasil.
Com a fabricação em ascensão, o governo central – dominado pelos oligarcas do café e a antiga ordem do café com leite e do coronelismo – veio sob ameaça das aspirações políticas de novos grupos urbanos: profissionais, governantes e trabalhadores de colarinho branco, comerciantes, banqueiros e industriais.
Paralelamente, a crescente prosperidade incentivou um aumento rápido da população de novos imigrantes da classe trabalhadora do sul e do leste da Europa, que contribuíram para o crescimento do sindicalismo, do anarquismo e do socialismo.
No período pós- Primeira Guerra Mundial, uma nova classe de oficial subalterno do exército foram treinados para os padrões europeus e se acreditavam superiores aos seus oficiais superiores. Além disso, vários oficiais seniores se identificaram com o governo e a estrutura política, uma fonte de críticas dos tenentes.
Enquanto isso, a divergência de interesses entre os oligarcas do café e os setores urbanos dinâmicos estavam se intensificando. De acordo com o historiador latino-americano Benjamin Keen, a tarefa de transformar a sociedade “caiu para os grupos burgueses urbanos em rápido crescimento, e especialmente para a classe média, que começou a expressar ainda mais forte o descontentamento com o governo das oligarquias rurais corruptas”.
Em contraste, apesar de uma onda de greves gerais nos anos pós-guerra, o movimento trabalhista permaneceu pequeno e fraco, sem laços com o campesinato, que constituiu a maioria esmagadora da população brasileira. Como resultado, surgirão movimentos de reforma social bastante dispares e desarticulados na década de 1920.
Tenentismo – O que foi
Tenentismo
Tenentismo, movimento político-militar brasileiro da década de 1920 que, após unir forças com a Revolução de 1930, exerceu grande poder no início da década de 1930.
Os tenentes eram jovens militares e intelectuais que participavam de conspirações e revoltas para protestar contra a corrupção política e para forçar reformas governamentais, especialmente a eliminação do federalismo extremo do período. Eles se rebelaram pela primeira vez em 5 de julho de 1922 no Rio de Janeiro contra a posse do presidente eleito Artur da Silva Bernardes, que para eles simbolizava a iniquidade da política e da estrutura social brasileiras. A maioria das tropas permaneceu leal e rapidamente reprimiu a revolta, mas dezoito rebeldes se recusaram a se render e marcharam pela praia de Copacabana, onde foram alvejados e presos. Dois foram martirizados e os demais foram para a prisão, entre eles Antônio de Siqueira Campos e Eduardo Gomes.
Durante os dois anos seguintes, várias outras revoltas de tenentes eclodiram, culminando com a captura da cidade de São Paulo em julho de 1924 por um mês sob a liderança de Miguel Costa, da polícia estadual.
Os irmãos Juarez e Joaquim Távora estiveram entre os idealizadores desta vitória. Os tenentes fugiram para o interior, onde se juntaram a outros grupos, especialmente um comandado por Luís Carlos Prestes, capitão do corpo de engenharia.
Liderados por Prestes e Costa, os revolucionários (alguns milhares) partiram em grande marcha (a Coluna Prestes) pelo sertão para divulgar suas demandas por eleições honestas, liberdades políticas, anistia para si mesmos e fortalecimento do Estado nacional. Eles cobriram cerca de 15.000 milhas em onze estados, principalmente no Nordeste pobre, usando táticas de guerrilha para evitar grandes confrontos.
Finalmente, com suas fileiras reduzidas e o exército perseguindo seus rastros, os tenentes cruzaram para a Bolívia em fevereiro de 1927 e se dispersaram.
De 1927 a 1930, os tenentes permaneceram no exílio ou na clandestinidade, esperando por indultos, mas continuando suas críticas ao governo e à sociedade oligárquica.
Os escondidos muitas vezes se encontravam na clínica carioca de um simpatizante, Dr. Pedro Ernesto Batista. Suas ideias variavam de fascistas à direita a comunistas à esquerda, e nenhuma pessoa falou pelo grupo.
Muitos ficaram esperançosos quando o candidato presidencial Getúlio Vargas lhes prometeu anistia na campanha de 1930; e a maioria atendeu ao chamado quando os gerentes de Vargas, Oswaldo Aranha e Góis Monteiro, os recrutaram para uma revolta no final do ano. Líderes tenentes como João Alberto Lins de Barros, Djalma Dutra, Oswaldo Cordeiro de Farias e Juracy Magalhães, entre os soldados mais experientes do país, compunham o alto comando do exército revolucionário.
Nos meses que se seguiram à vitória de Vargas, os tenentes se convenceram de que estavam sendo preteridos. Eles queriam a reintegração do exército nas fileiras que teriam ocupado, controle sobre a maioria das tropas e influência na política do governo. Para atingir esses objetivos, formaram o Clube 3 de Outubro no início de 1931 para pressionar Vargas.
Eles logo escolheram seu aliado Pedro Ernesto como presidente, em parte porque ele teve acesso a Vargas como médico da primeira família.
Em poucos meses, Vargas passou a depender do clube para obter apoio político – seu poder era extremamente tênue – e, em troca, ele os nomeou interventores do Estado, os promoveu no exército e os consultou em decisões importantes. Os tenentes atingiram o auge de seu poder no início de 1932, servindo como guarda pretoriana de Vargas.
Eles compilaram um programa eclético de reformas, algumas socialistas, outras fascistas, a serem decretadas por um regime corporativista. Em meados de 1932, no entanto, o clube havia perdido sua utilidade, tendo provocado uma guerra civil em São Paulo. Após sua vitória, Vargas decidiu democratizar seu governo. Alguns tenentes entraram na política civil, enquanto outros retornaram à vida militar.
Os símbolos do clube eram invocados de tempos em tempos, mas sua liderança se desfez. Vários tenentes ganharam destaque durante a era Vargas e desfrutaram de imagens heroicas, por exemplo, Távora, Prestes, Gomes, José Américo de Almeida e Cordeiro de Farias; eles não trabalharam juntos, no entanto, nem forjaram um programa comum.
Tenentismo – Resumo
Tenentismo
O movimento Tenentista pode ser inserido no conjunto de manifestações políticas da década de 1920.
A particularidade da luta dos tenentes foi o fato deles terem conseguido chamar a atenção de todo o país, particularmente, a partir do levante de 1924.
A meta do movimento era causar transformações amplas no modelo de Estado vigente durante a Primeira República. Mais do que uma disputa de caráter provincial, o ideário Tenentista pretendia combater os “vícios e desvios” criados pelos denominados políticos profissionais.
Fonte: en.wikipedia.org/www.encyclopedia.com/www.periodicos.uem.br
Redes Sociais