1770
História
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Anteriormente, Miguel Pereira chamava-se Barreiros, e entre os anos de 1900 a 1930 era conhecido como Estiva, pelo fato de servir como ponto de muda de cavalos que conduziam as comitivas que vinham de Petrópolis pela Estrada do Imperador até a Baixada Fluminense, rasgando a Serra do Tinguá. Com a chegada da estrada de ferro, Miguel Pereira ganhou um notável impulso, verificando-se um expressivo desenvolvimento em torno das estações de Governador Portela, Arcádia, Vera Cruz e Conrado.
Graças ao Professor Miguel Pereira – que fixou residência no Sítio Maria Clara a partir do ano de 1913, as delícias do clima local, suas belezas naturais e a cordialidade do seu povo foram amplamente divulgados em todo o Estado do Rio, fazendo com que crescesse de maneira célebre.
Outros fatores de crescimento da cidade, foram a fundação da Fazenda da Piedade de Vera Cruz (1770) e a construção da capela do Padroeiro Santo Antônio (1898), em cujas periferias os primitivos colonos de Barreiros ergueram suas casas humildes e seu comércio incipiente, permitindo, dessa maneira, a chegada de novos exploradores para o lugar.
Em razão de sua altitude de 618 metros em relação ao nível do mar e das colinas que o cercam, Miguel Pereira possui um clima ameno, equilibrado e com alto teor de oxigênio, fatores que, aliados a um índice razoável de chuvas tropicais, fizeram com que o Município fosse considerado o terceiro melhor clima do mundo.
Miguel Pereira é uma região situada no Estado do Rio de Janeiro, no Maciço da Serra do Couto, na Serra do Mar. Foi fundada em 13 de junho de 1897, emancipada em 25 de outubro de 1955 e com sua comarca instalada em 26 de julho de 1956.
É dividida em três distritos:
- Miguel Pereira
- Governador Portela
- Conrado
Tem uma população estimada pelo IBGE em 2000 de 23.780 habitantes, sendo 14.540 na área urbana e 9.240 na área rural.
Cronologia
DESBRAVAMENTO DA SERRA DO TINGUÁ
De 1700 até cerca de 1810. Cobre a abertura dos caminhos pela Serra (Caminho Novo de Minas por Garcia Rodrigues Paes entre 1700 e 1704), Caminho do Proença (entre 1722 e 1724) e as Estradas do Comércio e da Polícia, estas duas no alvorecer do século XIX, ou mais precisamente em 1811. O período abrange ainda o aparecimento da Fazenda Pau Grande (em 1709, na área de Paty do Alferes e a primeira da região do Tinguá), a implantação da Sesmaria do Capitão Marcos da Costa Fonseca Castelo Branco (em 1712), o nascimento da Vila de Paty do Alferes (em 1739) e o início da construção da Fazenda de Nossa Senhora da Piedade de Vera Cruz (em 1770) e sua conclusão em 1780, sob o comando da pioneira família Werneck.
CICLO DO CAFÉ
De 1770 a 1890. Apogeu da produção do café nas fazendas do Secretário (Vassouras), Piedade, Manga Larga, Monte Líbano, Monte Alegre e Palmeiras (na área de Paty do Alferes e em parte da região da futura Miguel Pereira), as cinco últimas pertencentes a Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, o 2° Barão de Paty do Alferes. Grande produtividade agrícola e intenso trabalho escravo nas grande fazendas serranas. Fase de crescimento da Vila de Paty do Alferes, nascimento da Freguesia de Sacra Família do Caminho Novo do Tinguá e ainda da Vila de Vassouras, esta logo constituída em Município em 1833. Tal período assistiu também à derrocada da cafeicultura no vale do Paraíba em conseqüência tanto da Abolição da Escravatura quanto do esgotamento progressivo e irremediável do solo.
NASCIMENTO DO POVOADO DE BARREIROS
De 1880 a 1912. Crescimento do povoado de Barreiros – origem de Miguel Pereira -localizado a meio caminho entre as vilas de Vassouras e Paty do Alferes. Construção da primeira capela católica do povoado, levantada em homenagem a Santo Antônio da Estiva pelo comerciante Antônio da Silva Machado, e consagrada em 13 de junho de 1897, data esta considerada oficialmente como o dia do nascimento da cidade de Miguel Pereira. Tal período caracterizou-se ainda pela construção da estrada de ferro da Linha Auxiliar a partir de Belém (hoje Japeri), implantada entre 1882 e 1898.
PERíODO FERROVIÁRIO
Período subseqüente a 29 de março de 1898, data de inauguração das estações da Linha Auxiliar na área serrana, trecho ferroviário que conectava Japeri diretamente à cidade de Três Rios. Início das viagens regulares de trens de passageiros e de cargas por toda a região serrana. Grande desenvolvimento urbano, demográfico e arquitetônico da Estiva (nome que já substituía o topônimo Barreiros) e Governador Portela, localidade esta sediando as oficinas de manutenção da ferrovia.
VILA DA ESTIVA
De 1900 a 1920. Caracterizado, em especial, pelas obras de ampliação da Igreja de Santo Antônio, financiadas por ricas famílias do lugar, e também pela ligação ferroviária entre Governador Portela e Vassouras através de um segundo ramal da Linha Auxiliar. Incremento do comércio geral na região. Nessa época aportou na Estiva, no ano de 1915, o médico e professor Miguel da Silva Pereira, que se hospedou pela primeira vez na Fazenda de Barão de Javary (Jorge João Dodsworth) , bem junto ao lago daquele bairro.
PERíODO DO DR. MIGUEL PEREIRA
Compreende os anos de 1915 a 1918. Intensa divulgação da Vila da Estiva no Rio de Janeiro pelo Dr. Miguel.
CONSTRUÇÃO DA CIDADE
De 1920 a 1950. Caracterizado principalmente pela troca do nome Estiva para Miguel Pereira. Chegada de novas levas de imigrantes, entre eles as importantes famílias Ahouage, Dau, Farah, Levy, Barile, Januzzi, Perriconi, Badolati, Deister, Wangler e outras. Incremento considerável do comércio e da hotelaria, como o aparecimento dos hotéis Turistas, Lido, Suíça, Roma, Summerville e outros, alguns deles abrigando alentados e concorridos cassinos. Aparecimento da luz elétrica na região no ano de 1927, fornecida pela pioneira empresa Companhia Força e Luz Vera Cruz fundada por Ângelo Lagrotta e Edmundo Peralta Bernardes. Fundação do Estiva Futebol Clube (também em 1927) e do Miguel Pereira Atlético Clube (em 1930). Surto de peste bubônica na Vila (em 1938) e grande enchente em toda a região serrana no ano de 1945.
EMANCIPAÇÃO
De 1951 a 1955. Amplos movimentos políticos em Miguel Pereira e em Governador Portela voltados para a liberação político-administrativa centralizada em Vassouras, até então Município-mãe de Miguel Pereira, comandados em especial por alguns notáveis lideres locais, entre eles Frederico Augusto da Senna Wangler (que seria o primeiro Prefeito do Município), Gastão Gomes Leite de Carvalho, Darcy Jacob de Mattos, Oswaldo Duarte dos Santos, Francisco Ramos Bernardes, Francisco Marinho Andreiolo, Dr. Carlos Leite, Joaquim Pereira Soares, Antônio da Silva Valente, Aristolina Queiroz de Almeida e seu pai Arthur Monteiro Queiroz, José Antônio da Silva e outros mais.
PERíODO DE AUTONOMIA
Desde a emancipação (25 de outubro de 1955) até os dias atuais.
Fonte: www.valedocafe.com.br
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