PUBLICIDADE
Muito se tem discutido sobre as melhores formas de tratar e eliminar o lixo — industrial, comercial, doméstico, hospitalar, nuclear etc. — gerado pelo estilo de vida da sociedade contemporânea. Todos concordam, no entanto, que o lixo é o espelho fiel da sociedade, sempre tão mais geradora de lixo quanto mais rica e consumista.
Qualquer tentativa de reduzir a quantidade de lixo ou alterar sua composição pressupõe mudanças no comportamento social.
A concentração demográfica nas grandes cidades e o grande aumento do consumo de bens geram uma enorme quantidade de resíduos de todo tipo, procedentes tanto das residências como das atividades públicas e dos processos industriais. Todos esses materiais recebem a denominação de lixo, e sua eliminação e possível reaproveitamento são um desafio ainda a ser vencido pelas sociedades modernas.
De acordo com sua origem, há quatro tipos de lixo: residencial, comercial, público e de fontes especiais.
Entre os últimos se incluem, por exemplo, o lixo industrial, o hospitalar e o radioativo, que exigem cuidados especiais em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Juntos, os tipos doméstico e comercial constituem o chamado lixo domiciliar que, com o lixo público — resíduos da limpeza de ruas e praças, entulho de obras etc. — representam a maior parte dos resíduos sólidos produzidos nas cidades.
Destinação do lixo urbano e hospitalar
A adequada condução do serviço de limpeza urbana é importante não só do ponto de vista sanitário, mas também econômico-financeiro, social, estético e de bem-estar. Apesar disso, um estudo conveniado da Organização Pan-Americana de Saúde, de 1990, que estimou em mais de oitenta mil toneladas a quantidade de resíduos sólidos gerados diariamente nas cidades brasileiras, constatou que apenas a metade era coletada. A outra metade acabava nas ruas, terrenos baldios, encostas de morros e cursos d’água. Da parte coletada, 34% iam para os lixões (depósitos a céu aberto) e 63% eram despejados pelos próprios serviços de coleta em beiras de rios, áreas alagadas ou manguezais, prática cada vez mais questionada por suas implicações ecológicas.
Somente três por cento da parte coletada recebiam destinação adequada ou pelo menos controlada.
O lixo coletado pode ser processado, isto é, passar por algum tipo de beneficiamento a fim de reduzir custos de transporte e inconvenientes sanitários e ambientais.
As opções de tratamento do lixo urbano, que podem ocorrer de forma associada, são: compactação, que reduz o volume inicial dos resíduos em até um terço, trituração e incineração.
Boa opção do ponto de vista sanitário, a incineração, porém, é condenada por acarretar poluição atmosférica.
A disposição final do lixo pode ser feita em aterros sanitários e controlados ou visar à compostagem (aproveitamento do material orgânico para a fabricação de adubo) e a reciclagem.
Esses dois últimos processos associados constituem a mais importante forma de recuperação energética. A reciclagem exige uma seleção prévia do material, a fim de aproveitar os resíduos dos quais ainda se pode obter algum benefício, como é o caso do vidro, do papel e de alguns metais.
A solução defendida por muitos especialistas, porém, envolve a redução do volume de lixo produzido. Isso exigiria tanto uma mudança nos padrões de produção e consumo, quanto a implantação de programas de coleta seletiva de lixo. Nesse caso, os diversos materiais recicláveis devem ser separados antes da coleta, com a colaboração da comunidade.
Os países industrializados são os que mais produzem lixo e também os que mais reciclam. O Japão reutiliza 50% de seu lixo sólido e promove, entre outros tipos de reciclagem, o reaproveitamento da água do chuveiro no vaso sanitário. Os Estados Unidos (EUA) recuperam 11% do lixo que produzem e a Europa Ocidental, 30%. A taxa de produção de lixo per capita dos norte-americanos, de 1,5 quilo por dia, é a mais alta do mundo. Equivale ao dobro da de outros países desenvolvidos. Nova York é a cidade que mais produz lixo, uma média diária de 13 mil toneladas. São Paulo produz 12 mil toneladas. Entre os líderes mundiais da reciclagem de latas de alumínio destacam-se Japão (70%), EUA (64%) e Brasil (61%), conforme dados de 1996 da Associação Brasileira de Alumínio.
Lixo – O que é
Lixo
Em suas diversas atividades, os seres humanos produzem grande quantidade de resíduos. Nas indústrias, são produzidos gases e partículas que se espalham na atmosfera, podendo também se misturar às águas de rios, lagos e mares. As atividades domiciliares geram grandes quantidades de resíduos provenientes de embalagens, sobras de alimentos, papel utilizado em higiene.
Esgotos e águas contendo detergentes e outros produtos químicos também saem das residências.
Entre os diferentes tipos de resíduos que os seres humanos produzem, chama-se lixo os restos que se apresentam em estado sólido, semi-sólido, pastoso ou semi-líquido, isto é, com conteúdo líquido insuficiente para que o material possa fluir sem ser pressionado.
Uma característica marcante do lixo é o fato de que, por ser sólido, semi-sólido ou semi-líquido, ocupa muito espaço, provocando enormes problemas quando deve ser armazenado.
Grande parte dos resíduos produzidos diariamente não se decompõe quando deixada em qualquer local. Frutos do avanço tecnológico, embalagens descartáveis e demais produtos industrializados demoram meses e até anos para desaparecer. Um simples filtro de cigarro ou um chiclete já representam um desafio extenuante para a natureza, demorando até cinco anos para serem totalmente decompostos, enquanto outros materiais, como plásticos e latas de alumínio chegam a permanecer intactos no ambiente por séculos a fio.
O que sobra das atividades humanas e que é descartado em forma de lixo deve ser considerado público ou privado? Aquilo que uma pessoa joga na lixeira continua sendo de sua propriedade?
Sendo público ou privado, o material descartado deve ter uma destinação adequada que busque a preservação do meio ambiente. Os efeitos produzidos pelo lixo não têm um alcance apenas no âmbito privado.
O modo como é feito o processo de descarte, coleta, tratamento e deposição final dos resíduos afeta a vida de toda a coletividade e, portanto, a preocupação com a questão do lixo deve ser pública e de todos.
Pensar a questão do lixo do ponto de vista educativo significa considerar diversos aspectos:
A produção de lixo na sociedade: como o lixo é produzido; como as principais fontes geradoras de lixo têm origem em nossas atividades econômicas, pensar a produção de lixo é pensar o próprio processo produtivo como um todo.
O destino dado ao lixo na sociedade: como o lixo é coletado, transportado, tratado e depositado, nos mais diferentes tipos de ambientes.
As políticas públicas existentes com relação à produção, destino e tratamento de todos os tipos de lixo. Por exemplo, o trabalho relacionado com a diminuição da produção de lixo, a questão da coleta seletiva e da preocupação com a reciclagem e a reutilização de materiais.
A responsabilidade de cada indivíduo pelo tipo e quantidade de lixo que produz: desde a necessidade de adotar condutas conscientes e responsáveis pelo consumo de produtos que gerem pouco lixo até a participação em mobilizações que visem a aprimorar processos de produção com o propósito de gerar menor quantidade de lixo ou de gerar lixo que seja menos prejudicial ao ambiente, mais fácil de armazenar ou transformar em outros materiais úteis.
Lixo – Tipos
O lixo pode ser classificado de várias formas, dependendo do aspecto que está sendo considerado. As classificações mais utilizadas para o lixo são aquelas que levam em conta sua origem, composição química e periculosidade.
Classificação pela origem
Domiciliar: É constituído por restos de alimentos da vida cotidiana das habitações, produtos deteriorados, jornais e revistas, embalagens em geral, papel higiênico, dejetos, entre outros itens.
Comercial: Composto por grande quantidade de papel, plásticos, embalagens, além de resíduos de asseio, como papel toalha e papel higiênico, produzidos por diferentes tipos de estabelecimentos comerciais e de serviços.
Industrial: Proveniente das atividades industriais (metalurgia, química, petroquímica, papeleira, alimentícia etc.). O lixo industrial é variado, podendo se constituir de cinzas, lodo, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, vidros, entre outros. Muito do lixo considerado tóxico é produzido pelas indústrias.
Público: Originado de limpeza pública urbana e da limpeza de áreas de feiras livres.
Serviços de saúde e hospitalar
São os chamados resíduos sépticos, que contêm germes patogênicos – organismos capazes de provocar doenças – e que são descartados por estabelecimentos de saúde, tais como hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, postos de saúde e clínicas veterinárias.
Portos, aeroportos, estações rodoviárias e ferroviárias.
Materiais de higiene pessoal e restos de alimentos desses locais que podem veicular doenças provenientes de outras localidades.
Agrícola: São resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração ou restos de colheita. As embalagens de agroquímicos devem ser tratadas de forma especial, pois geralmente carregam resíduos altamente tóxicos.
Entulhos: São os resíduos da construção civil, como materiais de demolição, restos de obras e solos de escavações.
Atômico: É o material que resulta da queima de combustível nuclear, em reatores nucleares existentes em centros universitários de pesquisa ou nas usinas termonucleares de geração de energia elétrica (como as usinas Angra I e Angra II, existentes no Rio de Janeiro).
Classificação por composição química
A classificação do lixo quanto à composição química considera apenas a diferença entre o lixo composto por materiais orgânicos e o lixo composto por materiais inorgânicos.
O lixo orgânico é aquele formado principalmente por restos de comida e outros materiais biodegradáveis. Já o lixo inorgânico é formado por materiais como metais, vidros, borracha, plásticos e outros materiais cuja decomposição por processos naturais envolve períodos de tempo superiores a décadas ou séculos.
Independentemente de sua origem, o lixo orgânico necessita de transporte e armazenamento muito diferentes dos usados com o lixo inorgânico.
Classificação quanto à sua periculosidade
O lixo pode ser classificado em função dos riscos potenciais que pode causar ao meio ambiente, incluindo aí os seres vivos, particularmente os seres humanos.
Os perigos associados ao lixo podem ser devidos à presença de alguma substância venenosa ou potencialmente transmissora de doenças. É o caso dos chamados lixos tóxicos, de atividades industriais (restos de tintas e vernizes, por exemplo), de atividades hospitalares (restos de curativos contaminados, agulhas hipodérmicas usadas), ou mesmo de atividades agrícolas (venenos e suas embalagens, por exemplo).
Outro tipo de lixo perigoso é o atômico, resultante da atividade de usinas nucleares.
O perigo desses materiais está no fato de que são radioativos e essa radioatividade pode provocar doenças como queimaduras na pele e câncer.
Algumas atividades hospitalares fazem uso de materiais radioativos para tratamento de doenças específicas. Esses materiais, quando não são mais utilizados, precisam ser armazenados com cuidado para evitar contaminação radioativa do ambiente ou mesmo de pessoas que possam vir a manipular esse material depois de descartado.
Pilhas e baterias (principalmente aquelas recarregáveis) constituem-se lixo tóxico de grande periculosidade. Tanto é assim, que já existem leis que obrigam os fabricantes de pilhas e baterias recarregáveis a se responsabilizarem por aquelas que não são mais utilizadas, dando a elas um destino seguro.
Consequências das destinações dadas ao lixo
O lixo é um assunto que diz respeito a todo ser humano, tanto no plano individual como no coletivo. Vivendo em qualquer espaço, rural ou urbano, grande ou pequeno, todos nós geramos lixo.
Ações locais podem ter consequências globais. Os resíduos produzidos em um determinado lugar e lançados em um curso d água ou no seu entorno, por exemplo, podem contaminar outros locais, pois um rio geralmente corta mais de uma cidade.
Da mesma forma, queimar lixo libera gases tóxicos que atingem a atmosfera e se espalham pelo planeta, produzindo alterações climáticas e doenças respiratórias e cutâneas.
Um solo contaminado, ao ser lavado pelas chuvas, pode acabar atingindo o lençol freático. É capaz também de poluir rios e tornar a água de várias localidades imprópria para o consumo.
Não é sem motivos, portanto, que os dejetos decorrentes de atividades humanas precisam ter um destino.
Possíveis destinações do lixo
O destino do lixo – seja urbano, agrícola, industrial ou mesmo atômico – representa um dos graves problemas do mundo contemporâneo.
Muitas vezes o lixo recolhido por caminhões é lançado nos arredores da cidade, nos chamados lixões, para onde são destinados cerca de 75% dos resíduos produzidos pelos municípios brasileiros.
Esse é o pior destino que se pode dar ao lixo, pois os resíduos permanecem a céu aberto, sem medidas de proteção ao ambiente ou à saúde pública.
Favorece também a disseminação de doenças por meio de insetos e ratos, gera mau cheiro e, principalmente, contamina o solo e as águas.
Felizmente, existem soluções para dispor o lixo de maneira mais adequada, porém essas soluções dependem do engajamento das pessoas e de políticas públicas que garantam o correto destino e tratamento do lixo.
Veja alguns destinos e tratamentos possíveis para o lixo:
Aterro sanitário
Aterros sanitários são grandes terrenos onde o lixo é depositado de modo adequado, procurando-se minimizar ao máximo os problemas ambientais e de saúde pública decorrentes dessa armazenagem.
São feitos sobre terreno impermeabilizado para evitar infiltração de materiais tóxicos no solo e lençóis freáticos. As camadas de lixo depositadas são cobertas com terra e outros materiais inertes, evitando mau cheiro, presença de moscas e outros animais.
Desde que corretamente construídos e distantes das zonas residenciais, os aterros sanitários são uma alternativa ambientalmente adequada para a destinação do lixo.
Mas têm como desvantagem não permitir o reaproveitamento de materiais úteis, como o vidro, o metal, o papel e o plástico, e, nas grandes cidades, esgotam-se rapidamente por receber enormes quantidades de lixo.
1 – Solo impermeabilizado para evitar a contaminação do solo freático.
2 – Lixo compactado (cerca de 1 m de espessura) por máquinas.
3 – Camada de terra (30 cm) cobrindo o lixo compactado, para evitar a proliferação de ratos e insetos.
4 – Por meio destas canaletas, o chorume líquido escuro e malcheiroso que escorre dos sacos de lixo escoa para lagoas impermeabilizadas, construídas para esse fim.
5 – Nas lagoas, o chorume é tratado e acaba se transformando em adubo.
6 – Por chaminés com filtros, os gases liberados pela decomposição do lixo encontram saída, podendo também ser aproveitados como combustível (biogás).
7 – Alguns anos após a conclusão do aterro sanitário, o terreno pode ser utilizado como área de lazer.
Usina de compostagem
Esse pode ser o destino de grandes quantidades de lixo domiciliar. A compostagem é um processo de decomposição biológica da matéria orgânica presente no lixo, por meio da ação de microrganismos existentes nos resíduos, em condições adequadas de aeração (processo de renovação do ar de um ambiente; ventilação), umidade e temperatura.
O resultado desse processo é o composto orgânico. Uma tonelada (1.000 Kg) de lixo doméstico rende cerca de 500 Kg de composto orgânico.
1ª etapa: o lixo é transportado até uma mesa, na qual se realiza a separação manual de plásticos, papéis, tecidos, vidros e metais. Esses materiais são vendidos para indústrias de reciclagem ou oficinas de reutilização.
2ª etapa: o que restou da primeira separação é levado para o separador magnético. Por meio de um eletroímã, objetos de ferro e aço são retirados nessa etapa.
3ª etapa: o lixo restante segue para a câmara de fermentação aeróbica, um local fechado onde correntes de ar revolvem os dejetos. Parte da energia liberada nesse processo se converte em calor, atingindo a temperatura de 70º C, o que provoca a morte da maioria dos microrganismos patogênicos que se desenvolvem no lixo.
4ª etapa: após a fermentação, a mistura é peneirada nesta máquina. Os pedaços maiores (pedras, galhos) ficam retidos e levados para um aterro sanitário. A porção que passou pela peneira é o composto orgânico cru. Este composto passa pela cura: fica ao ar livre por cerca de 60 dias. Depois, pode ser usado em hortas, jardins e pomares.
Reciclagem e reutilização
A superprodução de lixo e o descarte prematuro de materiais que ainda cumprem a sua finalidade ou que são passíveis de reutilização ou reciclagem podem refletir uma atitude marcada pelo desperdício.
Reutilizar significa aproveitar novamente um objeto para alguma finalidade, em vez de jogá-lo fora, como usar latas de cerveja como porta-lápis ou garrafas de vidro como base de abajur.
Reciclar significa aproveitar o material de que é feito um objeto para transformá-lo em um novo. Por exemplo, restos de alimento geram adubo ou papel usado e limpo dá lugar a papel reciclado.
Também é importante pensar no modo como descartamos nossos resíduos, na necessidade de agrupá-los por categorias (papel, plástico, metal, vidro, lixo orgânico e pilhas, baterias e celulares) conforme o tipo de destinação que podem ter, visando a sua coleta seletiva.
Como a grande maioria das cidades não tem coleta seletiva, é preciso dar uma destinação a cada tipo de lixo. As escolas, outras instituições da sociedade civil e a comunidade mobilizadas podem exigir do poder público ações adequadas à destinação do lixo como a coleta seletiva.
Contudo, alguns materiais são mais difíceis de serem reaproveitados, a exemplo das pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes.
Esse problema tem solução?
Atividades humanas geram lixo.
Esteja onde estiver, o ser humano produz resíduos: em casa, nas indústrias, nos estabelecimentos comerciais, nas escolas, nos hospitais ou no campo, cultivando alimentos ou criando animais.
Nos últimos séculos, o desenvolvimento de novas tecnologias e a adoção de um modelo econômico baseado na produção e no consumo em grande escala incrementaram a produção de lixo. Ao lado disso, as áreas disponíveis para deposição do lixo tornaram-se escassas e a sujeira acumulada tem aumentado a poluição do solo, das águas e do ar, além de piorar as condições de saúde das populações.
Não é à toa, portanto, que esse é um grave problema da atualidade.
Se você quiser conhecê-lo melhor, clique em cada um dos títulos do roteiro proposto:
O que é lixo
Tipos de lixo
Consequências das destinações dadas ao lixo
Possíveis destinações do lixo
Haja vida longa!
Tempo necessário para a decomposição natural de alguns materiais:
Papel – 3 meses, no mínimo
Madeira – 6 meses
Matéria orgânica – 2 a 12 meses
Cigarro – 1 a 2 anos
Chiclete – 5 anos
Latas de aço – 10 anos
Embalagem longa vida – mais de 100 anos
Plásticos – mais de 100 anos
Pneus – mais de 100 anos
Latas de alumínio – mais de 1.000 anos
Vidro – mais de 10.000 anos
Incineração
Este é o destino mais adequado para o lixo hospitalar, já que o grau de contaminação desse tipo de resíduo é bastante grande.
Os contaminantes biológicos como vírus, bactérias e fungos, que podem trazer graves consequências à saúde pública caso o lixo tenha qualquer outro destino, são eliminados em incineradores.
A cinza resultante da queima do lixo é estéril ou seja, não está contaminada, e representa 10% do volume inicial dos dejetos.
Pode ser levada para um aterro sanitário.
A tecnologia em uso só apresenta um problema: a poluição atmosférica causada pelos gases tóxicos liberados durante a queima do lixo. Para evitá-la, é indispensável colocar filtros nos incineradores.
Natureza e lixo
O que acontece com os pássaros e animais quando morrem? Para onde vão as folhas que caem das árvores?
Passam pelo processo de reciclagem da natureza.
Todas as plantas e animais mortos apodrecem e se decompõem. São destruídos por larvas, minhocas, bactérias e fungos, e os elementos químicos e nutrientes que eles contêm voltam à terra. Podem ficar no solo, nos mares ou rios e serão usados novamente por plantas e animais. É um processo natural de reutilização de matérias. É um interminável ciclo de morte, decomposição, nova vida e crescimento.
Um tronco de árvore morta é um valioso recurso para esse
pica-pau americano, que o está usando como seu ninho
Um bom exemplo desse ciclo é o que acontece nos jardins, quando folhas, frutos e plantas mortas caem no chão, decompõem-se e formam o húmus, valioso por melhorar a estrutura e a textura do solo.
Assim enriquecido, o solo possibilita o aparecimento e o nascimento de novos seres vivos.
A natureza é muito eficiente no tratamento do lixo. Na realidade, não há propriamente lixo, pois ele é novamente usado e se transforma em substâncias aproveitáveis.
O tronco de uma árvore morta pode servir de casa para insetos e pássaros, como o pica-pau, antes de cair e se transformar em húmus. Nas rochas da costa oeste da América do Sul, há colônias de pássaros que se alimentam de peixes. Seus excrementos, ricos em fosfato de cálcio, formam depósitos chamados guanos, que têm sido usados como fertilizante pelo homem. Logo, o que é lixo para algumas espécies, é riqueza para outras.
Enquanto a natureza se mostra eficiente em reaproveitamento e reciclagem, os homens o são em produção de lixo. Em apenas um dia, os Estados Unidos produzem 90 milhões de garrafas e vasilhas, 46 milhões de latas e 25 mil aparelhos de televisão. Apesar de uma parte desse material ser usada novamente, a maioria é jogada fora como refugo. E quanto mais se acumula refugo, tanto mais se precisa de buracos na terra ou locais de aterro para depositá-lo. O lixo produzido pelo homem pode viajar muitos quilômetros, antes de ser condicionado o lixo doméstico de Londres é transportado para aterros em sete municípios britânicos.
Os ciclos naturais de decomposição e reciclagem da matéria podem reaproveitar o lixo humano. Contudo, uma grande quantidade deste sobrecarrega o sistema.
O problema se agrava porque muitas das substâncias manufaturadas pelo homem não são biodegradáveis, isto é, não se decompõem facilmente. Vidros, latas e alguns plásticos não são biodegradáveis e levam muitos anos para se decompor. Esse lixo pode rapidamente provocar poluição.
Poluição
Quando o homem explora os recursos da terra e não os reutiliza ou recicla, o meio ambiente se polui com o refugo desses produtos. A poluição impede que os ciclos naturais se realizem apropriadamente. Além disso, ela é repugnante e, muitas vezes, perigosa.
Ambientes poluídos são um perigo para a saúde ameaçam o bem-estar de nosso planeta e nossas próprias vidas. Se o lixo doméstico não for retirado de nossas casas, haverá logo acúmulo de coisas podres que atrairão insetos e ratos. Embora esses animais ajudem a decompor o lixo, podem, também, causar doenças que são danosas ao ser humano. Da mesma forma, se as fábricas continuarem a jogar lixo químico nos rios e mares, toda a água do planeta ficará envenenada.
O único planeta
A Terra é o único planeta conhecido que possui vida. Ela tem recursos e materiais que permitem que plantas e animais sobrevivam. Ela fornece água, ar, energia, alimento, minerais, metais e remédios, assim como dispõe de sistemas de reciclagem, pelos quais os recursos são reutilizados. Ela mantém, também, nossa qualidade de vida artes, ciências, recreação e crenças religiosas.
Os recursos e materiais, entretanto, são limitados e precisam ser usados com sabedoria e conservados. Os sistemas naturais da Terra são vitais, mas sucumbirão se forem sobrecarregados.
A sobrevivência e o bem-estar na Terra estão ligados ao meio ambiente. Nossa própria vida e a das futuras gerações dependem de que tratemos a Terra com cuidado e respeito.
Os oceanos
A ameaça aos rios e oceanos do mundo pelo lixo e pela poluição está se tornando óbvia. O Mar do Norte tem sido lentamente transformado num depósito de muitos países europeus. Produtos químicos, como os bifenóis policlorados, e pesticidas, como o DDT, bem como o lixo doméstico, o incinerado, óleo e detritos de esgotos são regularmente atirados ao mar, que está se tornando uma verdadeira e enorme lata de lixo, o que exigirá um esforço internacional para limpá-lo.
Controle do Lixo
Por causa da enorme quantidade de lixo doméstico, precisamos planejar meios para dispor dele. Na Europa, cada família enche, em média, duas latas de lixo por semana.
Multiplique isso pelo número de famílias num país inteiro e você terá uma enorme quantidade de lixo para ser descartado. A cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, joga fora a maior quantidade per capita diária de lixo aproximadamente 1,8 kg por pessoa. Todos os dias, Nova Iorque tem de eliminar 24 mil toneladas de lixo. A Grande São Paulo, por sua vez, produz, a cada dia, 12 mil toneladas de lixo equivalentes a 0,6 kg por pessoa , um volume que exige, para recolhê-lo, 10 mil lixeiros e 1 000 caminhões,
Então, o que acontece ao nosso lixo?
Primeiramente, ele é coletado pelas prefeituras, ou por uma companhia particular, e levado a um depósito, juntamente com o lixo de outras residências da área.
Lá pode haver uma certa seleção sobras de metal são separadas e reaproveitadas.
O que acontece ao lixo tão variado de um lugar para, outro?
Em geral, a solução mais comum a todo esse material é enterrá-lo em aterros apropriados. A Grande São Paulo descarta 59% de seu lixo por esse processo. Para os lixões, seguem 23% do que é recolhido.
Coletores de embalagens plásticas estão se tornando uma característica comum da vida urbana
No entanto, esses locais causam problemas. A decomposição do lixo produz gases (principalmente metano) que se desprendem da terra. De vez em quando, esses gases causam explosões ou obrigam os moradores das redondezas a se retirarem. O lixo enterrado pode, também, poluir lençóis de água, que correm para os rios e riachos que abastecem nossas casas.
Outro método é a incineração ou queima. Esse método está se tornando mais comum, uma vez que os depósitos estão se tornando escassos e ficam mais dispendiosos.
Outra vantagem da incineração é o fato de que com essa queima se pode produzir energia, parte da qual já vem sendo aproveitada. Na Dinamarca, 75 % do lixo é queimado para produzir energia. Em São Paulo, apenas 6% do lixo segue esse destino. Há desvantagens nesse método. Seu desenvolvimento é caro. E, pior ainda, durante o processo de incineração, há liberação de gases que poluem o ar.
Lixo é caro, custa tempo, energia, espaço e, também, dinheiro. A Grã-Bretanha paga 1 milhão de libras por dia para descarregar o lixo nos depósitos.
Calcula-se que a Califórnia, Estados Unidos, na década de 90, deva pagar 1 bilhão de dólares por ano, para dispor de seu lixo. Além de provocar grandes despesas, ele polui o ambiente. Contudo, o refugo não precisa transformar-se em lixo. Ele pode ser reutilizado ou reciclado.
Destino do Lixo
O destino do lixo é diferente, de acordo com cada tipo de resíduo que o constitui. Entretanto, o destino mais comum que se dá para qualquer resíduo no Brasil são os chamados “Lixões”.
Em aproximadamente 70% das cidades brasileiras os resíduos são jogados neste destino final. Trata-se de um espaço aberto, localizado geralmente na periferia das cidades onde o lixo fica apodrecendo, ou então é queimado. Não devem ser confundidos com aterros sanitários, pois é um método sem critérios sanitários e ecológicos, provocando a contaminação das águas subterrâneas e do solo e a poluição do ar com gases tóxicos.
É muito comum também o despejo do lixo em córregos ou em terrenos baldios pela população de periferias que não recebem atenção quanto à coleta ou educação municipal.
O lixo comum e entulhos devem ir para aterros sanitários quando não há a possibilidade de reciclagem. Os aterros sanitários são basicamente locais onde os resíduos são confinados no solo, livre do contato com o ar e cobertos com uma camada de terra. O terreno é impermeabilizado para permitir que os líquidos e os gases resultantes da decomposição que estes resíduos sofrem embaixo da terra (principalmente por bactérias) sejam drenados e tratados, para evitar a contaminação do ambiente. Ainda há falta de aterros sanitários no Brasil. Por outro lado, a maioria dos existentes não foi construída de acordo com os padrões técnicos, comprometendo o solo e os recursos hídricos.
O lixo séptico ou hospitalar deve ir para valas sépticas ou ser incinerado (a incineração é diferente da queima, pois é feita em máquinas especiais e não simplesmente pelo fogo). Entretanto, em muitas cidades, o lixo hospitalar é depositado em aterros sanitários ou mesmo lixões. Em algumas cidades, o lixo orgânico é encaminhado para usinas de com postagem.
Estas usinas consistem basicamente em locais onde estes resíduos são misturados com terra e esterco, misturados constantemente e submetidos à ação de fungos e bactérias, para serem transformados em adubo orgânico, também chamado de húmus, material muito rico em nutrientes.
Fonte: www.educarede.org.br/www.institutorecicle.org.br/www.sobrelixo.hpg.ig.com.br/www.conhecimentosgerais.com.br/www.motoki.hpg.ig.com.br
Redes Sociais