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As formas de relevo encontradas no litoral de todo o planeta Terra são exuberantes e chamam a atenção de muitas pessoas, no entanto, estas pessoas pouco sabem como elas se formaram, quais são os processos geomorfológicos atuantes, quando se formaram e se modificaram e modificarão ao longo do tempo.
Mas a Geomorfologia e outras áreas do conhecimento geocientífico podem nos explicar. Um processo muito recorrente que desperta a curiosidade dos cientistas, ou melhor, dos geocientistas, é a famosa Erosão Costeira, também conhecida como Erosão Marinha.
A água do mar por meio de ondas, marés e até tsunamis são responsáveis por atingir as diversas formações rochosas e mineralógicas, alterando suas composições químicas e físicas e esculturando diferentes formas de relevo. Ou seja, ao atingir a costa litorânea, o mar tira dele (ou o erode), fragmentos de rocha ao longo do tempo geológico e histórico modificando parcialmente ou integralmente a sua morfologia. Ao erodir, estes fragmentos são depositados em lugares próximos ou distante estruturando outras formas de relevo, como as praias.
Assim sendo, as rochas que são mais friáveis são mais suscetíveis às erosões causadas pelas águas do mar e elas podem ser diversas. O contrário também se estabelece, isto é, rochas menos friáveis são menos suscetíveis, mas isto não quer dizer que elas deixaram de ser erodidas, geralmente levam mais tempo para que o processo se concretize completamente.
A erosão marinha é medida de diferentes formas e elas podem indicar a intensidade dos eventos naturais ao longo do tempo geológico, como, a oscilação do nível do mar e as modificações climáticas.
Em suma, trata-se de um processo natural, mas que pode ser intensificado pelas ações dos seres humanos quando estes resolvem ocupar paisagens naturais e ali se desenvolver, a exemplo de construções prediais e avenidas muito próximas a praia, tão frequentes nos litorais de todo o mundo, devastando, portanto, ambientes inapropriados a ocupação e tudo que está ao seu redor. Por isto, é necessário medidas que impeçam ou minimizem tal ação.
As formas resultantes da erosão marinha que mais chamam a atenção são falésias, promontórios, as praias, as dunas, etc. Nelas se desenvolvem organismos adaptados às condições de clima e tempo locais, como algumas espécies vegetacionais e animais.
Gean Alef Cardoso
Referências Bibliográficas
MUEHE, D. Erosão Costeira – Tendência ou Eventos Extremos? O Litoral entre Rio de Janeiro e Cabo Frio, Brasil. 2011.
Erosão Costeira
O que é a erosão costeira?
A erosão costeira é um processo natural que afeta grande parte das praias do mundo e, basicamente, ocorre quando a taxa de remoção de sedimentos é maior do que a de deposição. Inúmeros são os fatores que causam este desequilíbrio entre o que chega e o que sai, tais como tempestades, elevação do nível relativo do mar, falta de fonte de sedimentos, correntes paralelas à costa, entre outros. O resultado desse desequilíbrio é a migração da linha de costa em direção ao continente, e um terreno que, por exemplo, hoje está longe da praia pode, no futuro, ser a praia.
Apesar de ser um fenômeno natural, a erosão pode ser considerada como problema a partir do momento em que causa perdas e danos a propriedades e construções, sejam elas públicas ou privadas. Em 1985, Bird publicou um estudo da International Geographical Union´s Commission on the Coastal Environment mostrando que 70% da linha de costa do mundo encontrava-se em retração. Levando-se em consideração que a grande maioria das pessoas vive no ambiente costeiro, onde se localizam os maiores centros urbanos, podemos notar que muitos são afetados pelas consequências deste fenômeno.
Com a intenção de mitigar os efeitos da erosão ou tornar as costas mais propícias ao desenvolvimento de atividades como agricultura, ocupação e navegação, o homem, desde quando deixou de ser nômade e adotou o sedentarismo, utiliza-se de métodos de proteção costeira.
Esses métodos nada mais são do que tentativas de imitar a natureza. Ou seja, ao observar que numa praia arenosa a linha de costa está em retração enquanto que num costão rochoso ela quase não se move, o homem constrói uma estrutura semelhante a uma parede de pedra.
Os métodos de contenção são geralmente divididos em dois tipos básicos: os leves e os pesados. As medidas que não envolvem a construção de estruturas rígidas na praia são chamados de leves; os métodos pesados envolvem obras de engenharia construídas na praia, com o objetivo de reter sedimentos, diminuir a energia da onda incidente ou impedir o avanço do mar.
A erosão afeta o litoral do Rio Grande do Sul em diversos locais, e é resultante da inclinação da linha de costa (que deixa algumas praias de frente para as tempestades enquanto protege outras), da topografia de fundo (que pode atuar convergindo as ondas para um mesmo local, causando aumento da energia) e das correntes de deriva, mas muitos destes locais ainda não são urbanizados.
Já no Balneário Hermenegildo, há 12 km do arroio Chuí, altas taxas de erosão atuam sobre uma costa que sofreu ocupação desordenada, possibilitando a construção sobre o campo de dunas. Os moradores vêm utilizando-se de diferentes métodos mitigatórios, principalmente os revestimentos, entretanto as construções são realizadas isoladamente, sem acompanhamento técnico em sua maioria. Isso pode comprometer a eficácia das estruturas e também aumentar os riscos de desabamentos durante eventos de alta energia, tanto das proteções quanto das propriedades.
Juliana Costi
Fonte: www.praia.log.furg.br
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