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Nascimento: 15 de agosto de 1769, Ajaccio, França.
Falecimento: 5 de maio de 1821, Longwood, Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha.
Altura: 1,68 m.
Napoleão Bonaparte – Vida
Napoleão Bonaparte
Napoleão Bonaparte foi um general que se tornou o primeiro imperador da França.
Sua unidade de expansão militar mudou o mundo.
General militar e primeiro imperador da França, Napoleão Bonaparte nasceu em 15 de agosto de 1769, em Ajaccio, Córsega, França.
Um dos líderes mais famosos da história do Ocidente, ele revolucionou a organização militar e treinamento, patrocinado Código Napoleônico, educação reorganizou e estabeleceu a Concordata de longa duração com o papado.
Ele morreu em 5 de Maio de 1821, na ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul.
Napoleão Bonaparte – Líder Militar Francês
Napoleão Bonaparte
Napoleão Bonaparte, também conhecido como Napoleão I, foi um líder militar francês e imperador que conquistou grande parte da Europa no início do século 19.
Nascido na ilha de Córsega, Napoleão subiu rapidamente através das fileiras dos militares durante a Revolução Francesa (1789-1799).
Depois de tomar o poder político na França em 1799 golpe de Estado, ele coroou-se imperador em 1804.
Astuto, ambicioso e um estrategista militar hábil, Napoleão travada com êxito a guerra contra várias coalizões de países europeus e expandiu seu império. No entanto, após uma invasão francesa desastrosa da Rússia em 1812, Napoleão abdicou do trono dois anos depois e foi exilado na ilha de Elba.
Em 1815, ele retornou brevemente ao poder em sua campanha Cem Dias.
Depois de uma derrota esmagadora na Batalha de Waterloo, ele abdicou mais uma vez e foi exilado na remota ilha de Santa Helena, onde morreu aos 51 anos.
Cronologia
5 de agosto de 1769: Napoleão Bonaparte nasce na Córsega.
1° de janeiro de 1779: Napoleão e José vão para o Colégio de Autun.
15 de maio de 1779: Napoleão ingressa na Escola Militar de Brienne.
Outubro de 1784: Napoleão deixa Brienne e vai para a Real Escola Militar em Paris.
28 de outubro de 1785: Napoleão se forma.
15 de setembro de 1786: Napoleão se licencia e retorna à Córsega.
12 de setembro de 1787: Napoleão volta da Córsega
9 de novembro de 1787: Napoleão vai a Paris.
1° de janeiro de 1788: Napoleão retorna à Córsega de novo.
junho de 1788: Bonaparte encontra seu regimento em Auxonne.
setembro de 1789: Napoleão faz sua terceira visita à Córsega.
12 de fevereiro de 1791: Volta a Auxonne.
setembro de 1791: Napoleão volta à Córsega.
maio de 1792: Napoleão volta a Paris.
outubro de 1792: Vai à Córsega pela quinta vez.
11 de junho de 1793: Uma dissensão com Paoli força a família de Bonaparte a deixar a ilha.
13 de junho de 1793: a família de Bonaparte chega a Toulon.
dezembro 1793: Napoleão: participa do cerco de Toulon e é promovido a general-de-brigada.
29 de julho de 1794: queda de Robespierre.
9 de agosto de 1794: Bonaparte é preso.
20 de agosto de 1794: Bonaparte é libertado..
13 de junho de 1795: Napoleão é promovido a general do Exército do Oeste e recusa o posto.
15 de setembro de 1795: Napoleão é riscado da lista de generais do Governo.
Período de dificuldades financeiras.
5 de outubro de 1795: convidado por Barras, ele sufoca a insurreição realista.
15 de outubro de 1795: Napoleão encontra Josefina.
26 de outubro de 1795: Bonaparte é nomeado comandante do Exército da Itália.
9 de março de 1796: casamento com Josefina.
11 de março de 1796: Bonaparte vai para a Itália.
abril de 1796: vitórias de Montenotte e Mondovi; armistício de Cherasco.
maio 1796: vitória de Lodi; entrada em Milão.
agosto de 1796: vitória de Castiglione.
setembro de 1796: vitória de Bassano.
novembro de 1796: vitória de Arcole.
janeiro 1797: vitória de Rivoli.
fevereiro 1797: capitulação de Mântua.
abril de 1797: a Paz de Leoben é assinada.
17 de outubro de 1797: Tratado de Campo-Formio entre França e Itália.
5 de dezembro de 1797: Bonaparte volta a Paris.
19 de maio de 1798: Bonaparte navega para o Egito.
11 de junho de 1798: Napoleão captura Malta.
julho 1798: Bonaparte toma Alexandria, vence a Batalha das Pirâmides e entra no Cairo.
1° de agosto de 1798: Nelson destrói a frota francesa em Aboukir.
7 de março de 1799: Napoleão toma Jaffa.
março de 1799: começa o cerco de São João d’Acre.
maio de 1799: Bonaparte decide levantar o cerco.
14 de junho de 1799: Bonaparte volta ao Cairo.
25 de julho de 1799: vitória de Aboukir.
agosto de 1799: Bonaparte deixa o Egito.
16 de outubro de 1799: Bonaparte chega a Paris.
9-10 de novembro de 1799: Bonaparte participa do Golpe de Estado.
13 de fevereiro de 1800: criação do Banco da França.
20 de maio de 1800: Bonaparte cruza o Passo de São Bernardo.
14 de junho de 1800: vitória de Marengo.
9 de fevereiro de 1801: Tratado de Lunéville.
15 de julho de 1801: Concordata com o Papa.
25 de março de 1802: Tratado de Amiens.
3 de maio de 1803: a Luisiânia é vendida aos Estados Unidos.
18 de maio de 1804: Napoleão Bonaparte é proclamado Imperador.
2 de dezembro de 1804: Napoleão se coroa em Notre Dame.
10 de setembro de 1805: a Áustria ataca a Bavária.
19 de outubro de 1805: vitória de Ulm.
21 de outubro de 1805: a frota franco-espanhola é destruída em Trafalgar.
2 de dezembro de 1805: vitória de Austerlitz.
26 de dezembro de 1805: Tratado de Presbourg .
30 de março de 1806: José é feito rei de Nápoles.
5 de junho de 1806: Luís é feito rei da Holanda.
12 de julho de 1806: é criada a Confederação do Reno.
27 de outubro de 1806: Napoleão entra em Berlim.
21 de novembro de 1806: Napoleão decreta o Bloqueio Continental.
junho de 1807: vitória de Friedland; Napoleão encontra-se com o Tzar Alexandre I no Niemen.
7 de julho de 1807: Tratado de Tilsit .
julho de 1807: criação do Grão-Ducado de Varsóvia.
16 de agosto de 1807: Jerônimo é feito rei da Vestfália.
fevereiro de 1808: Murat é nomeado representante de Napoleão na Espanha.
maio de 1808: levante em Madri contra a presença francesa; Carlos IV de Espanha abdica.
junho 1808: José é feito rei de Espanha e Murat o substitui como rei de Nápoles.
20 de junho de 1808: José entra em Madrid.
4 de dezembro de 1808: Madri se rende a Napoleão.
8 de abril de 1809: Áustria ataca a Bavária.
22 de abril de 1809: vitória de Eckmehl.
22 de maio de 1809: vitória de Essling.
6 de julho de 1809: vitória de Wagram.
14 de outubro de 1809: Tratado de Schönbrunn .
15 de dezembro de 1809: divórcio de Josefina.
2 de abril de 1810: casamento com Maria-Luísa.
1810 – 1812: Napoleão entra em Moscou.
outubro de 1812: Napoleão abandona Moscou.
5 de dezembro de 1812: Napoleão abandona o exército para voltar a Paris.
março de 1813: Prússia declara guerra à França.
maio de 1813: vitórias de Lutzen e Bautzen.
21 de junho de 1813: Napoleão perde a Espanha.
29 de julho de 1813: começa o Congresso de Praga.
agosto de 1813: Áustria declara guerra à França.
19 de outubro de 1813: a França é derrotada em Leipzig e perde a Alemanha.
outubro de 1813: vitória de Hanau.
novembro de 1813: a França perde a Holanda.
dezembro de 1813: os austríacos ocupam a Suíça francesa.
janeiro de 1814: Murat deserta e a Itália é comprometida.
29 de janeiro de 1814: vitória de Brienne.
fevereiro de 1814: vitórias de Champaubert, Montmirail, e Montereau.
3 de março de 1814: vitória de Rheims.
30-31 de março de 1814: Paris é ocupada.
4 de abril de 1814: Napoleão abdica em favor do filho.
6 de abril de 1814: Napoleão abdica incondicionalmente.
maio de 1814: Napoleão embarca para a ilha de Elba.
30 de junho de 1814: Tratado de Paris.
1° de novembro de 1814: Congresso de Viena.
26 de fevereiro de 1815: Napoleão escapa da ilha de Elba.
20 de março de 1815: Napoleão chega a Paris.
16 de junho de 1815: vitória de Ligny.
18 de junho de 1815: Napoleão é derrotado em Waterloo.
22 de junho de 1815: Napoleão abdica.
16 de outubro de 1815: Napoleão chega à ilha de Santa Helena.
20 de novembro de 1815: segundo Tratado de Paris.
5 de maio de 1821: Napoleão morre.
Napoleão Bonaparte – Imperador
Napoleão Bonaparte
Uma das mais duradouras heranças da Revolução Francesa foi uma confiança ilimitada no poder da vontade humana: acreditava-se que, para resolver qualquer problema, bastaria que o indivíduo tivesse uma fé cega no próprio taco.
Napoleão e seus bisnetos Mussolini e Hitler foram grandes exemplos de personagens históricos que acreditaram, acima de tudo, em si mesmos.
Napoleão Bonaparte nasceu em Ajaccio, na ilha mediterrânea da Córsega, em 1769, ano em que a ilha foi conquistada pela França. Muitos inimigos seus na França diriam mais tarde que ele era um estrangeiro, acusando-o de ter nascido em 1768, quando a Córsega ainda não era francesa.
Seu pai, Carlo Buonaparte, aliou-se aos franceses e ocupou altos postos na administração local. Graças à ajuda do governador francês da Córsega, Napoleão pôde cursar a escola real de Brienne e, mais tarde, a Escola Militar Real de Paris. Lá, sua habilidade com a matemática ficou conhecida, e ele juntou-se ao corpo de artilharia, uma espécie de elite intelectual do exército, cujo nível educacional era melhor, e o sangue menos azul, do que o da alta nobreza que dominava o exército francês. Quando veio a Revolução Francesa, Napoleão a recebeu com entusiasmo.
Sua família estava totalmente envolvida com a política local na Córsega, e era esperta o suficiente para fazer parte da ala favorável à França.
Em 1793, a Inglaterra ocupou a Córsega, e sua família foi exilada para o porto francês de Toulon. Essa cidade rendeu-se a uma esquadra inglesa logo em seguida, e Napoleão teve a sorte de ter seu plano de contra-ataque aprovado pelo governo francês da época, a Convenção. Toulon foi reconquistada, e Napoleão tornou-se conhecido como um general de artilharia que tinha grande mérito.
Em 1794 Napoleão foi preso, por causa de suas conexões políticas, mas logo foi solto quando o governo da Convenção caiu e o Diretório, muito menos radical, entrou no seu lugar. Quando houve uma rebelião contra o novo governo em Paris, o general comandante das forças leais ao Diretório, Barras, chamou Napoleão para comandar a artilharia do governo. A rebelião foi derrotada e Napoleão foi promovido a major-general, como prêmio pelos seus serviços.
Em março de 1796, Napoleão recebeu o primeiro comando realmente importante de sua carreira: o Diretório, confiante em suas habilidades, nomeou-o para liderar o exército francês que lutava na Itália. Houve quem dissesse de Napoleão que, como ele naquela época havia se casado com a célebre Josefina, que tinha sido amante do general Barras, esse deu o comando na Itália a Napoleão como presente de casamento. Mas isso é uma fofoca histórica.
Na Itália, Napoleão venceu uma série de batalhas, mas foi só depois da vitória contra a Áustria, em Lodi, que ele passou a considerar-se, segundo suas próprias palavras, um homem superior, destinado a realizar grandes coisas. Já nesta época Napoleão tinha tanto prestígio, e suas vitórias davam tanto dinheiro à França, graças aos saques, que ele sentia-se poderoso o suficiente para desafiar o governo do Diretório, quando ambos discordavam sobre algum assunto.
Depois da Itália, Napoleão foi para o Egito, aonde fez o famoso discurso para seus homens ao lado das pirâmides. Os franceses sofreram uma dura derrota na batalha do Nilo, e Napoleão acabou voltando para a França, quando soube que a Itália havia sido perdida. O governo do Diretório pensou em prendê-lo, por ter abandonado seu exército; mas Napoleão já era tão popular, que nada foi feito contra ele. Os franceses estavam cansados de governos revolucionários, queriam estabilidade; Napoleão parecia-lhes ser o homem certo para botar ordem na casa. O Diretório acabou sendo derrubado, e Napoleão tornou-se ditador da França, com o título de Cônsul, copiado dos romanos.
Napoleão travou novas batalhas na Itália, e suas vitórias em 1796 e 1797 tornaram-no famoso em toda a Europa; seu estilo de guerra era uma novidade completa: Napoleão fazia o possível para que seus soldados andassem muito mais rápido do que os do inimigo; mobilidade era sua grande característica.
Para Napoleão, lutar bem significava andar muito; um bom soldado tinha que ser alguém capaz de agüentar longas marchas. Além disso, seus exércitos eram compostos de cidadãos, e não apenas de soldados profissionais, como os dos adversários; os franceses não eram tão bem treinados quanto o inimigo, nem tinham tanta disciplina; em compensação, tinham muito mais iniciativa.
A França foi o primeiro país da Europa aonde o exército deixou de ser uma casta militar vivendo à margem da sociedade; todo francês podia ser convocado para o exército; um dos lemas herdados da Revolução Francesa foi: todo cidadão é um soldado. Por isso a França, o país mais populoso da Europa na época, com mais ou menos o mesmo número de habitantes que a Rússia, podia colocar em armas quase tanta gente quanto todos os seus adversários juntos somados. O próprio Napoleão chegaria a se gabar, mais tarde, que poderia dar-se ao luxo de perder 30 mil homens por mês, uma quantidade absurda de baixas, na época…
Na Itália, Napoleão teve uma de suas primeiras vitórias consideradas imortais, na Batalha de Marengo. Uma série de batalhas e campanhas seguiu-se até que, em 1804, Napoleão sagrou-se Imperador dos franceses. Uma ano depois, em Austerlitz, Napoleão venceu um exército maior do que o seu, composto por soldados austríacos e russos; foi a mais “clássica” das batalhas napoleônicas.
Como escreveu Peter Paret sobre a Batalha de Austerlitz: Nada parecido com esses eventos havia acontecido em anos anteriores. O tamanho dos exércitos dos dois lados era apenas incomum; mas a velocidade e a energia das operações francesas foi única, bem como a habilidade do Imperador no uso da diplomacia e da força para destruir, em poucos meses, o equilíbrio de poder tradicional na Europa. O choque sentido pelos soldados e governos foi profundo; seus efeitos ainda poderiam ser sentidos na confusão e falta de ímpeto no ano seguinte [1806], que contribuíram para a destruição do exército prussiano nas batalhas de Jena e Auerstadt, ajudando a carregar o poderio francês até as portas da Rússia.
A maneira como Napoleão comandava seus exército tinha outras características que vinham de sua personalidade: ele próprio era responsável por todas as decisões mais importantes, o que assegurava completa unidade de comando.
Napoleão era um mestre em atiçar a vaidade de seus soldados, como ele mesmo disse: Todos os homens que valorizam sua vida mais do que a glória da nação não devem fazer parte do exército francês.
A 32a. Brigada de infantaria seria capaz de morrer por mim porque, depois da Batalha de Lonato, eu falei: “a 32a. estava lá, por isso eu estava tranqüilo”. O poder que as palavras têm sobre os homens é espantoso.
A força moral, mais do que os números, é a verdadeira responsável pela vitória. Além disso, Napoleão não seria apenas comandante do exército francês; ele seria Imperador dos franceses; desta forma, ele não só podia comandar os soldados, como também tomar todas as decisões políticas importantes, decidindo quando e com quem a França faria a guerra, e por quais motivos. Na história francesa, ele não só foi influentíssimo por causa de seus feitos militares, mas também por causa do que fez na administração civil, incluindo-se aí as leis que estão no Código Napoleônico. Napoleão interessava-se tanto pela política e literatura quanto pela guerra, e considerava-se tão bom governante quanto general. Quanto à literatura, Napoleão era um escritor de segunda categoria, na melhor das hipóteses; até seu admirador Stendhal, esse sim um grande escritor, considerava as Memórias de Napoleão um saco, de tão chatas.
Como disse A.J.P. Taylor de Napoleão: “a lenda napoleônica nunca teria existido, se ela dependesse apenas do que ele escreveu”.
Entre 1803 e 1805, Napoleão preparou o melhor exército de toda sua vida, o “Exército da Inglaterra”, destinado à invasão daquele país. Se a Inglaterra não tivesse a sorte de ser uma ilha, provavelmente teria sido feita em pedaços; mas a grande derrota naval francesa em Trafalgar, em 1805, pôs por terra o sonho de uma invasão da Inglaterra, coisa parecida com o que aconteceria com Hitler quase 150 anos mais tarde. As vitórias contra os austríacos e russos em 1805, e contra os prussianos em 1806, deixaram Napoleão sem rivais em solo europeu. Mas do outro lado do Canal da Mancha estava o eterno inimigo que não podia ser alcançado.
Napoleão tinha o hábito de pensar antecipadamente como seriam suas guerras e batalhas, e só entrava em combate depois de haver feito um planejamento bastante preciso do que deveria ser feito, o que incluía possíveis modificações em seus planos iniciais, em resposta às ações do inimigo. Ele fazia bastante uso de espiões e patrulhas de cavalaria, procurando sempre descobrir com antecedência o que o inimigo estava fazendo e, se possível, os planos adversários. Napoleão gostava de atacar sempre, e nunca deixava o inimigo derrotado recuar em ordem, mandando seus soldados perseguir o inimigo para que ele não pudesse recuperar-se. Depois de uma batalha ele sempre dava aos seus soldados os parabéns pela vitória, mas nunca os deixava descansar; ao contrário, mandava que eles perseguissem o inimigo, para que este se desorganizasse, ficando sem poder receber reforços ou novos suprimentos e reiniciar a luta.
Se essa foi uma época de rápidas mudanças nas táticas e na maneira como os exércitos eram comandados, por outro lado os armamentos pouco mudaram. Napoleão, no início um general da artilharia, chegou a pensar em pedir que os canhões franceses, que já eram bons, fossem modernizados. Mas essa mudança não ocorreu. Há quem diga que as épocas de rápida mudança tecnológica não são um ambiente apropriado para o aparecimento de gênios…
Em toda a sua carreira, Napoleão nunca lutou uma batalha apenas se defendendo; ele amava atacar. Ele, como Montgomery, sempre deu bastante importância à concentração máxima de forças no lugar mais importante do teatro de operações, e desprezava os generais medrosos que dispersavam seus soldados por muitos lugares, na tentativa inútil de querer defender “tudo”.
Seja como for, os especialistas enxergam pelo menos três sérios defeitos no jeito que Napoleão comandava seus exércitos:
a) Como ele decidia tudo, os outros não mandavam nada; sem Napoleão, seus exército ficavam impotentes; praticamente nenhum outro general francês teve a chance de desenvolver por completo suas habilidades militares, já que Napoleão não deixava nada de importante para eles. Com o passar dos anos, os inimigos da França foram aumentando, e seus exércitos tornaram-se maiores e melhores. As operações militares ficaram cada vez mais complexas, e nem Napoleão seria capaz de planejá-las sozinho. Nessa hora passou a fazer cada vez mais falta um grupo de oficiais experientes que pudessem planejar as batalhas antecipadamente (o que os exércitos chamam de Estado-Maior). O exército francês, como o de todas as potências, também tinha o seu Estado-Maior, mas esse nunca apitou nada.
b) O grande erro político de Napoleão foi com relação à Inglaterra, seu inimigo número um. A Inglaterra foi o primeiro país do mundo a industrializar-se, e precisava do mercado europeu para vender seus produtos, principalmente tecidos. Como Napoleão queria que a indústria francesa, mais nova e mais fraca, se desenvolvesse, ele fez o possível para fechar a Europa aos produtos ingleses, o que foi chamado de Sistema Continental.
A família real portuguesa, por exemplo, veio para o Brasil porque os exércitos de Napoleão invadiram Portugal como castigo pelo fato dos portugueses ainda estarem negociando com a Inglaterra. Mas esse tipo de ação transformou a guerra de Napoleão contra a Inglaterra, numa guerra de Napoleão contra toda a Europa. Tão logo Napoleão tinha uma vitória, os ingleses conseguiam juntar um novo grupo de países, em coligações, para enfrentá-lo de novo. Napoleão, com o passar dos anos, passou a ser considerado o Tirano, cuja derrota seria indispensável para que os povos da Europa tivessem paz novamente.
c) Napoleão era um ditador. Um ditador, mesmo que não seja dos mais desumanos, tem tanto poder em suas mãos, é responsável por tantas decisões e atos mais ou menos arbitrários, que acaba quase sempre tornando-se um símbolo vivo de tudo o que há de pior no mundo. Um inimigo do governo é inimigo do ditador, e vice-versa; um inimigo da França tornava-se um inimigo de Napoleão, e um soldado francês que estuprava uma mulher de um outro país era um filhote de Napoleão fazendo propaganda negativa de seu Império. Se Napoleão mandava assassinar um inimigo político, ou quebrava um acordo de paz, ou enviava seus soldados para saquear e oprimir um país inimigo, todas essas coisas acabavam juntando-se e formando uma multidão de inimigos que tudo fariam para derrotá-lo.
No início da era napoleônica, as tropas francesas até chegaram a ser recebidas em alguns lugares, inclusive na Itália, como libertadores. Beethoven e Goethe, os maiores artistas da época, ambos alemães, eram admiradores do Imperador francês.
Porém, com o passar dos anos, Napoleão foi adquirindo, aos olhos dos povos inimigos, a imagem de ser o pior de todos os monarcas, e de nada lhe adiantaria casar-se, pela segunda vez, com uma princesa da família dos Habsburgo, da mais tradicional nobreza européia.
Somando todos os prós e contras, o historiador holandês Pieter Geiyl escreveu:
Ele era um conquistador com quem era impossível viver. Ele sempre acabava transformando um aliado num servo, ou pelo menos achava que o relacionamento com seus aliados deveria funcionar acima de tudo a seu favor. Napoleão gostava de disfarçar seu anseio por conquistas com uma cortina cheia de frases bonitinhas sobre Progresso e Civilização. Foi ele quem, em nome de toda uma Europa que pensou achar nele uma chance de ter paz e tranqüilidade, fingiu que era a Inglaterra quem perturbava a todos e era inimiga de todos.
Como o próprio Napoleão disse de si mesmo: No exterior e na França eu só consigo governar graças ao medo que inspiro.
Uma grande novidade que Napoleão trouxe ao exército francês foi quando ele criou a Guarda Imperial, em 1810. Essa seria a elite do seu exército, planejada para ter cem batalhões (cerca de 80 mil homens).
A Guarda tinha todas as armas do exército em si: cavalaria, infantaria e artilharia. Sua moral e companheirismo sempre foram elevados. Mas os melhores homens da Guarda foram perdidos na desastrosa retirada da Rússia, em 1812, morrendo na neve.
A campanha contra a Rússia foi o grande desastre que mudou tudo: como os russos achassem que não seria mais de seu interesse continuar vivendo sem poder negociar com a Inglaterra, Napoleão organizou mais uma de suas expedições militares, desta vez para puni-los. Para isso foi organizado o Grande Exército, 600 mil homens dos melhores, que deveriam acabar com a raça dos russos.
Os russos enfrentaram Napoleão usando o sistema tradicional deles: apesar de não conseguirem vencê-lo na Batalha de Borodino, e mesmo tendo Napoleão conseguido ocupar a cidade de Moscou, os russos não fizeram as pazes com ele, porque sabiam que o tempo, e o General Inverno, estavam a favor deles. O exército francês não poderia vencer um adversário que recusava-se a se reconhecer derrotado; como a Rússia sempre foi muito longe da França, “longe de tudo”, o exército francês foi ficando sem abastecimentos, e teve que recuar.
A volta dos franceses, no inverno, foi uma catástrofe: no total os exércitos napoleônicos tiveram mais de 400 mil baixas, e nunca mais seriam tão fortes.
Napoleão ainda lutaria grandes batalhas em 1813 e 1814, mas seus inimigos acabaram conseguindo invadir a França, forçando-o a renunciar ao trono de Imperador em abril de 1814, e a ser exilado na ilha de Elba. No ano seguinte, enquanto a Europa decidia seu futuro político no Congresso de Viena, Napoleão fugiu de Elba, chegando de volta a França em março de 1815.
Desta vez a resposta de seus inimigos foi rápida: Napoleão mal teve tempo de preparar um novo exército, às pressas, e já teve de enfrentar seus inimigos em novas batalhas, sendo derrotado na célebre Batalha de Waterloo, em 18 de junho de 1815. Ele novamente foi forçado a renunciar ao trono, mas dessa vez foi preso na ilha de Santa Helena, a milhares de quilômetros da Europa.
A família Bonaparte era bastante numerosa, e muitos dos irmãos ganharam reinos inteiros do Imperador. José Bonaparte recebeu a Espanha de presente, e seu irmão Luís, o reino da Holanda. Nenhum deles deu-se bem como monarca. Até mesmo os generais de Napoleão herdaram sua “mania de reinar”; um deles, Murat, morreu tentando conservar seu Reino de Nápoles. A capacidade de Napoleão para trabalhar era lendária; se seus homens não morressem nas guerras, o mais provável é que teriam todos morrido de cansaço; só no seu período como Cônsul, Napoleão escreveu mais de 80 mil cartas.
E a maior parte de seus homens o amavam: Napoleão tornou-se tão popular entre os marinheiros e oficiais do navio inglês que o levou para o exílio em Santa Helena, que o comandante do navio ficou com medo que fizessem um motim para libertá-lo!
Napoleão, como a maior parte das grandes figuras históricas, era um homem complexo e difícil de julgar; dentro de si, ele possuía, em quantidades extraordinários, a maior parte das qualidades e defeitos do gênero humano: ele podia ser cruel e sangüinário, mas também competente e trabalhador; o duque de Wellington, que venceu Napoleão em Waterloo, dizia que a presença do Imperador no campo de batalha valia por um exército de 40 mil homens; uma das heranças mais revolucionárias deste período foi o novo nacionalismo que tomou conta da Europa: a Prússia, derrotada de forma humilhante pelos franceses em 1806, acabaria passando por uma espécie de ressurreição, até transformar-se no poderoso Império Alemão de 1871, que seria o futuro pesadelo dos franceses.
Depois de tudo somado, e como disse Pieter Geyil em seu livro sobre o que os historiadores franceses disseram de Napoleão: “a discussão ainda continua”.
Existem mais de cem biografias de Napoleão; a de Jean Tulard, Napoléon ou le Mythe du Sauveur (Paris, Fayard, nouvelle édition, 1987) é uma boa biografia moderna, crítica e bastante ponderada. Dos biógrafos de Napoleão, talvez o mais famoso tenha sido Georges Lefebvre, cujo livro Napoléon teve sua primeira edição em 1935, em Paris, e foi reeditado pelo eminente historiador francês Albert Soboul em 1953, e republicado numerosas vezes.
O historiador holandês Pieter Geyil escreveu um livro excepcional sobre o que os historiadores franceses disseram de Napoleão, traduzido para o inglês como Napoleon: For and Against (Harmondsworth, Middlesex: Penguin Books, 1989 repr.).
Na época de Napoleão não havia cinema ou TV; foi através de quadros e gravuras que sua imagem difundiu-se pelo mundo da época; dos pintores que retrataram Napoleão, nenhum o fez com tanto sucesso quanto Jacques-Louis David, cujos melhores quadros podem ser vistos em David, número especial da coleção Connaissance des Arts (Paris: Societé Française de Promotion Artistique, 1989).
Felix Markham escreveu o excelente artigo “The Napoleonic Adventure”, capítulo XI do volume IX da New Cambridge Modern History (Cambridge: Cambridge University Press, 1980 repr.), um resumo com tudo de mais importante sobre a vida de Napoleão, e sua influência na Europa e no mundo. A citação sobre a Batalha de Austerlitz que aparece acima, foi retirada do artigo “Napoleon and the Revolution in War”, de Peter Paret, que aparece na excepcional coletânea Makers of Modern Strategy (Princeton: Princeton University Press, 1986), editada pelo próprio Paret.
Existe toda uma literatura sobre a “revolução na arte da guerra”, que ocorreu entre 1790 e 1805, nascida da Revolução Francesa, da qual Napoleão foi o herdeiro. O livro de J.F.C. Fuller, The Conduct of War: a Study of the Impact of the French, Industrial and Russian Revolutions on War and its Conduct (London: Methuen, 1979 repr.) é um dos mais populares sobre o assunto. Michael Howard escreveu uma introdução concisa e abrangente sobre a história da guerra na Europa, a excelente War in European History (Oxford: Oxford University Press, 1976).
O incansável A.J.P. Taylor reuniu sua crítica à edição das Memórias de Napoleão no livro Europe: Grandeur and Decline (Harmondsworth, Middlesex: Penguin Books, 1967), junto com seu artigo sobre o livro de Pieter Geyil, Napoleon: For and Against, citado acima.
Eric Hobsbawn, com certeza o mais eminente historiador “marxista” vivo, escreveu um livro que é um panorama abrangente da era em que Napoleão viveu: The Age of Revolution 1789-1848 (New York: Mentor Books, 1962); traduzido no Brasil como A Era das Revoluções (Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979).
Para a Revolução Francesa, o livro Cidadãos: Uma crônica da Revolução Francesa (São Paulo: Companhia das Letras, 1989) de Simon Schama, é o que há de melhor.
O próprio Napoleão disse de si mesmo: “que romance é a minha vida”; talvez ninguém tenha descrito Napoleão de maneira tão bem-feita como o grande escritor russo Leão Tolstói. Napoleão aparece no romance Guerra e Paz logo no começo da segunda parte do livro; Tolstói usa seu gênio literário para mostrar um Napoleão imensamente vaidoso e convencido de si mesmo; é inesquecível a cena aonde Napoleão mente que os poloneses irão fornecer-lhe cerca de duzentos mil soldados para o ajudarem a esmagar a Rússia, “lutando como leões”.
O próprio Tolstói, para escrever as cenas da Batalha de Borodino que aparecem em Guerra e Paz, inspirou-se no livro do escritor francês Stendhal, A Cartuxa de Parma, aonde o herói “participa” da Batalha de Waterloo, que lhe parece só uma imensa bagunça, aonde ele acaba sendo roubado e jogado de seu cavalo por gente que ele não entende se são soldados ou ladrões. O próprio Stendhal escreveu uma Vie de Napoléon. A Batalha de Waterloo também faz pano de fundo para o famoso livro Vanity Fair, do escritor inglês W.M. Thackeray.
Por ter-se tornado um dos personagens mais conhecidos da história universal, Napoleão teve uma “carreira” no cinema mais longa e bem-sucedida que a de John Wayne; o primeiro filme sobre ele apareceu já no terceiro ano (1897) de vida do cinema:Entrevue de Napoléon et du Pape, dos próprios irmãos Lumière, os inventores da “sétima arte”.
Marlene Dietrich estreiou no cinema em Der kleine Napoléon, filme alemão de 1923.
Em 1927 apareceu o grande clássico Napoléon, de Abel Gance, com Albert Dieudonné no papel. John Ford fez o filme Napoleon’s Barber em 1928. Houve vários filmes sobre a Batalha de Waterloo, e sobre o personagem o Conde de Monte Cristo, do livro de Alexandre Dumas, em que Napoleão “faz uma ponta”.
Ele também está nos filmes Désirée (1954), Guerra e Paz (1955, versão americana e francesa), Guerra e Paz (1967, versão russa), Love and Death, de Woody Allen (1974), Bandits, de Terry Gilliam (1982), entre dezenas, talvez centenas, de filmes.
Napoleão Bonaparte – História
Napoleão Bonaparte
Napoleão nasceu na Córsega em 1769, frequentou o colégio militar em Paris. Sua ascensão na carreira militar foi rápida e brilhante.
Aos 24 anos, o então tenente de artilharia, apresentou um plano para libertar a cidade de Toulon dos ingleses. O plano foi bem sucedido. E, aos 24 anos, Napoleão foi promovido a general. Dois anos depois, em 1795, foi nomeado comandante do exército do interior, salvando a República do Diretório da ameaça de um golpe dos realistas.
Napoleão governou a França de forma despótica, mas, foi responsável pela consolidação das instituições revolucionárias que se incorporaram definitivamente à vida dos franceses.
Seu próximo sucesso foi a campanha contra a Áustria, em 1796. A bem sucedida repressão ao golpe realista, em 1795 lhe valeu o comando do exército que deveria combater os austríacos na Itália, onde realizou uma campanha fulminante.
Em 1797, a Áustria se retirou do norte da Itália. Os territórios italianos se converteram em repúblicas democráticas. Além dos territórios da península Itálica, a Áustria cedeu a Bélgica e reconheceu o rio Reno como fronteira.
Ao voltar da Itália, Napoleão recebeu a missão de atacar a Inglaterra. Procurou cortar as comunicações inglesas com a Índia, atacando o Egito. Embora o Egito pertencesse aos turcos, era caminho obrigatório dos ingleses para a Índia. Em 1798, Napoleão partiu da França levando um exército de trinta mil homens e uma comissão de sábios e cientistas.
Desembarcou em Alexandria e teve sucesso imediato. Apesar disso, o almirante inglês Nelson, destruiu sua frota em Abukir, no delta do Nilo. Napoleão e suas tropas foram obrigados a ficar no Egito durante mais de um ano. Durante esse tempo, percorreu a região junto com os sábios franceses. Um destes, Champollion, decifraria os Hieróglifos egípcios em 1822.
Enquanto Napoleão percorria o Egito, a Inglaterra formou uma segunda coalizão contra a França revolucionária e tropas austríacas reocuparam o norte da Itália.
Em 1799, Napoleão abandonou suas tropas e voltou em segredo para a França, às vésperas do golpe de Estado do 18 Brumário. Em 1801, às tropas francesas no Egito se renderam.
Ao chegar, Napoleão foi aclamado pelo povo francês.
A situação na França não era muito tranqüila: o Estado estava a beira da falência e a reocupação da Itália pelos austríacos causou um profundo mal estar na população, que deu a vitória aos jacobinos nas eleições. Estes se opunham ao Diretório.
A burguesia francesa aspirava uma paz mais duradoura que lhe permitisse desenvolver seus negócios. Napoleão era o homem indicado para alcançar esta paz. O avanço dos jacobinos inquietava os setores conservadores, liderados pelo astuto abade Sieyés.
Nos dias 9 e 10 de Novembro de 1799 ( 18 e 19 Brumário, segundo o calendário da revolucionário) com o apoio do exército, Napoleão e Sieyés, dissolveram a Assembléia e implantaram uma nova constituição, aprovada pela população. O governo ficou nas mão de um triunvirato; três cônsules liderados por Napoleão.
A queda do Diretório marcou o fim do ciclo revolucionário e o início da consolidação dos princípios da revolução nas instituições francesas. Napoleão, o primeiro cônsul, iniciou uma intensa atividade para consolidar seu poder pessoal internamente e, alcançar a paz no plano internacional.
A constituição do ano VIII foi centralista: dava plenos poderes ao primeiro cônsul. O sistema de eleições indiretas garantiu o predomínio da burguesia. Os poderes dados a Napoleão encobriam uma monarquia de fato.
A segunda coalizão
Após assumir o consulado, Napoleão retomou a luta contra os inimigos da França. Realizou uma segunda campanha na Itália e expulsou os austríacos. A segunda coalizão, composta para Inglaterra, pela Áustria e pela Prússia, chegou ao fim em 1801. No ano seguinte, um plebiscito, outorgou a Napoleão o título de cônsul vitalício.
Durante o consulado, Napoleão reorganizou a França e reformou a máquina administrativa.
Pacificou a sociedade francesa: obteve a reconciliação dos partidos políticos decretando uma anistia e permitindo o retorno dos emigrados.
A igreja perdeu definitivamente os bens que haviam sido expropriados durante a evolução e ficou subordinada ao estado.
Napoleão reconstruiu os povoados que foram destruídos durante a revolução. Construiu estradas e pontes, melhorou o serviços de correios e instalou o telégrafo em várias cidades.
Reorganizou o sistema educacional francês e, em 1808, criou a Universidade da França.
Recuperou as finanças do país: reordenou os impostos e criou o banco da França.
Em 1804, Napoleão criou uma comissão para elaborar um novo código civil. De acordo com o novo código napoleônico, todos os franceses estavam sujeitos às mesmas leis. Os princípios de igualdade e liberdade foram consagrados no código elaborado por Napoleão. Instituiu o casamento civil e o divórcio. As greves foram consideradas ilegais.
O Império
Em Maio de 1804, após um novo plebiscito, Napoleão recebeu o título de Imperador. O para Pio VII presidiu a cerimônia de sua coroação como imperador da França, em Paris. Mas, para deixar claro que o Estado não se submetia a igreja, Napoleão colocou a coroa na sua própria cabeça. Com a criação do império, Napoleão centralizou todos os poderes do Estado. Criou uma nova nobreza, fundada no mérito e no talento.
A terceira coalizão: o duelo entre França e Inglaterra
A paz com os estrangeiros não durou muito tempo. Em 1803, recomeçou a guerra contra a Inglaterra. Desta vez, o conflito durou mais de uma década. A Inglaterra organizou sucessivas coalizões para conseguir a derrota definitiva de Napoleão.
Dois fatores principais causaram o conflito:
1 – A burguesia Inglesa sentia-se ameaçada pela expansão do comércio e da industria francesa.
2 – A política imperialista de Napoleão na Europa e nas colônias rompeu o equilíbrio europeu em favor da França.
3 – A Inglaterra contava com importantes recursos para enfrentar o poder francês:3.1 – A industria inglesa era mais desenvolvida do que a francesa.
3.2 – Sua posição insular a protegia contra os exércitos franceses.
3.3 – Sua marinha de guerra lhe garantia o controle dos mares.
3.4 – Os grandes recursos econômicos da Inglaterra lhe permitiriam reunir contra a França os exércitos de outras potências.
Durante a terceira coalizão, a Inglaterra destruiu a frota franco-espanhola na batalha de Trafalgar, em 1805. A batalha naval de Trafalgar, acabou com as esperanças de Napoleão de invadir as ilhas britânicas e, garantiu aos ingleses o domínio do mar durante mais de um século.
No mesmo ano, a França obteve vitórias significativas no continente, redesenhando o mapa da Europa. Após a derrota da Prússia, Napoleão acabou com o sacro império. Em seu lugar criou a confederação do Reno. Na Itália, criou dois reinos, o da Itália e o de Nápoles.
A quarta coalizão
Em 1806, Inglaterra Prússia e Rússia formaram a quarta coalizão contra Napoleão. Os exércitos franceses derrotaram os prussianos e ocuparam a capital, Berlim. No mesmo ano, Napoleão proclamou o bloqueio continental contra a Inglaterra. De acordo com essa proclamação, nenhum navio inglês podia entrar nos portos da França e de seus aliados, ou seja, nos portos de praticamente toda a Europa.
A Inglaterra respondeu proclamando o bloqueio marítimo da Europa: os contatos com o mundo colonial cessaram.
A Inglaterra tomou as seguintes medidas:
1 – Procurou novos mercados nas colônias.
2 – Intensificou o contrabando com as colônias Ibéricas na América do Sul, visando compensar a perda dos mercados europeus.
Em 1807, as forças russas foram derrotadas na Polônia. Lã, Napoleão criou o ducado de Varsóvia. Toda a Europa aderiu ao Bloqueio continental, menos Portugal, aliado da Inglaterra e o papado.
Ainda em 1807, tropas francesas atravessaram a Espanha e tomaram Portugal. A família Real portuguesa fugiu para o Brasil, amparada pela esquadra inglesa.
Em 1808, tropas francesas tomaram Roma e prenderam o papa.
Napoleão e a Espanha
A Espanha participou da primeira coalizão contra a França. Depois disso tornou-se sua aliada constante. A perda da frota em Trafalgar motivou sentimentos antifranceses na população espanhola. Com o pretexto de enviar reforços para Portugal, Napoleão invadiu a Espanha. Em 1808, tropas francesas ocuparam Madri. Aproveitando a disputa pelo trono entre o rei Carlos IV e seu filho, Fernando VII, Napoleão os prendeu na cidade de Bayonne. José, irmão de Napoleão, assumiu o trono da Espanha. A partir de então, vários movimentos populares se opuseram a ocupação francesa. Na América espanhola, a prisão do rei da Espanha, detonou o movimento de independência.
As cidades espanholas resistiram à dominação francesa. A guerra de guerrilhas causou muitas baixas ao exército francês. Em 1812, José Bonaparte teve de abandonar Madri, devido às vitórias do General inglês Wellington na Espanha. A partir de então, a resistência a ocupação francesa foi comandada pelas juntas de governo, instaladas em Sevilha e Cádiz. Em 1810, um conselho de resistência convocou as cortes. Em 1812, as cortes promulgaram a primeira constituição da Espanha.
A quinta coalizão
Devido a formação de uma nova coalizão entre a Inglaterra e Áustria contra a França, Napoleão foi obrigado a deixar a Espanha. Após derrotar os austríacos, intruduziu os princípios revolucionários e implementou medidas contra o antigo regime nos territórios recém conquistados.
Aboliu a servidão
Instituiu os princípios de igualdade perante a lei e os impostos
Suprimiu os privilégios existentes
Introduziu um novo código legislativo, baseado no código francês
Nacionalizou os bens da igreja
Reformou a administração do Estado segundo o modelo francês
Mas, o imenso império conquistado por Napoleão tinha um ponto fraco: a Espanha e a Rússia
A campanha na Rússia
No final de 1810, a Rússia resolveu furar o bloqueio continental. Napoleão decidiu empreender uma campanha contra a Rússia. Os preparativos para a campanha demoraram um ano. Napoleão reuniu um exército de seiscentos mil soldados aliados. Em Junho de 1812, o exército multinacional de Napoleão entrou na Rússia.
Ao invés de enfrentar o invasor, os russos abandonavam suas terras e incendiavam tudo. Em Setembro de 1812, o exército de Napoleão chegou até Moscou exausto, mas venceu a batalha. Entretanto, Moscou fora incendiada pelos russos e o exército vencedor ficou sem provisões. No início do inverno começou a retirada do exército napoleônico. O frio e o ataque da cavalaria de cossacos quase dizimaram as tropas de Napoleão. Apenas cinqüenta mil soldados voltaram da campanha contra a Rússia.
A sexta coalizão ( 1813)
A derrota de Napoleão na Rússia precipitou uma sublevação na Prússia e na Áustria que formaram uma nova coalizão com a Inglaterra. Napoleão derrotou os exércitos da Rússia e da Prússia. Enquanto isso, os exércitos franceses estavam sendo derrotados na península ibérica por forças espanholas e e inglesas.
Após a batalha de Leipzig, em 1813, os exércitos de Napoleão abandonaram os principados alemães. A rebelião contra o império se estendeu até a Itália, Bélgica e Holanda. No início de 1814, os exércitos da sexta coalizão invadiram a França a partir da Espanha e do Reno.
Em Março de 1814, os aliados da Inglaterra tomaram Paris. Napoleão foi destituído pelo senado francês abdicando em favor de seu filho, Napoleão II. Os aliados não aceitaram que seu filho assumisse o trono. Assim, Luiz XVIII assumiu o trono da França restaurando a dinastia Bourbon.
Napoleão foi enviado para a ilha de Elba, onde permaneceu exilado.
O congresso de Viena
Em Novembro de 1814, reis e enviados reais se reuniram no congresso de Viena para desenhar o mapa da Europa pós-napoleônica.
O congresso foi presidido pelo Chanceler austríaco Metternich, defensor do absolutismo.
Dois princípios básicos orientaram as resoluções do congresso:
A restauração das dinastias destituídas pela revolução e consideradas “legitimas”
A restauração do equilíbrio entre as grandes potências, evitando a hegemonia de qualquer uma delas.
A divisão territorial pactuada em Viena, não satisfez a nenhuma das potências participantes: os vencedores cuidaram de seus interesses políticos mais imediatos.
Trocaram territórios entre si para garantir o “equilíbrio” europeu.
A Inglaterra obteve as melhores bases navais.
A Rússia anexou a Finlândia e a Polônia.
Áustria anexou a região dos Bálcãs.
Os principados alemães formaram a confederação alemã com 38 Estados. A Prússia e a Áustria participavam dessa confederação.
A península Itálica continuou abrigando vários principados e repúblicas aristocráticas. A Áustria ocupou o norte.
A Bélgica uniu-se a Holanda e formou o reino dos paises baixos.
A Suécia e a Noruega se uniram.
A Turquia manteve o controle dos povos cristãos do sudeste da Europa.
As fronteiras dos países foram alteradas de acordo com os interesses de seus “legítimos soberanos”, ou seja, dos monarcas absolutistas. O problema das nacionalidades e da unidade da Alemanha e da Itália se aprofundou durante todo o século XIX, ocasionando conflitos violentos.
A volta de Napoleão
Tendo em vista os rumos tomados pelo congresso de Viena, Napoleão decidiu abandonar seu exílio na ilha de Elba. Em 1815, desembarcou em Cannes, porto francês, e se dirigiu a Paris. O rei mandou uma guarnição de soldados para prendê-lo, mas estes aderiram a Napoleão. Luiz XVIII fugiu para a Bélgica.
A sétima coalizão
Novamente no poder, Napoleão informou ao congresso de Viena que desejava governar em paz, respeitando as fronteiras traçadas. As potências que haviam derrotado Napoleão anteriormente não aceitaram essa proposta e formaram uma nova coalizão. A sétima coalizão foi formada pela Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia. Napoleão foi derrotado na Batalha de Waterloo.
Desta vez, foi mantido prisioneiro na ilha de Santa Helena, no oceano Atlântico, onde morreu em 1821.
Fonte: www.biography.com/www.history.com/www.potyguar.com
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