Mia Couto
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Tizangara, primeiros anos do pós-guerra. Nesta vila tudo parecia correr bem. Os capacetes azuis já haviam chegado para vigiarem o processo de paz, e o dia-a-dia da população corria numa aparente normalidade. Mas por razões que quase todos desconheciam, esses mesmos capacetes azuis começaram, de súbito, a explodir. Massimo Risi, o soldado italiano das Nações Unidas destacado para investigar estas estranhas explosões, chega a Tizangara. Colocam-lhe um tradutor à disposição, e é através do relato deste que tomamos conhecimento dos factos.
Entramos num mundo de vivos e de mortos, de realidade e de fantasia, de feitiços e de sobrenatural.
A verdade e a ficção passam por nós em personagens densamente construídas, de que o feiticeiro Andorinho, a prostituta Ana Deusqueira, o padre Muhando, o administrador Estêvão Jonas e a sua mulher Ermelinda, a velha-moça Temporina, o velho Sulplício, são apenas alguns exemplos…
O mistério adensa-se. Os soldados da paz morreram ou foram mortos? Com toda a sabedoria da velha África, Mia Couto revela-nos, uma vez mais – na ironia, no sentido de humor, no espírito crítico, na palavra cáustica e no comentário acerado, no recurso à metáfora e na carga cheia de simbolismo da frase -, o seu absoluto domínio da escrita e da língua portuguesas, o conhecimento e o amor profundos que tem e dedica a esse belíssimo e atormentado continente, neste magnífico e novo romance, O Último Voo do Flamingo.
Fonte: novacultura.de
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