PUBLICIDADE
Identificação de Plásticos
O aprimoramento técnico presenciado hoje é fruto do incansável trabalho de cientistas e profissionais ligados ao mundo dos materiais plásticos.
As pesquisas, tanto nas universidades quanto nas indústrias, têm se mostrado muito eficazes na obtenção de novos materiais, principalmente as blendas poliméricas, na melhoria da qualidade e na redução de custos.
Os equipamentos utilizados em tais processos podem ser todos concentrados numa simples ferramenta: os testes.
Mas, neste ponto surge uma dúvida: O que é um teste?
Análise dos Elementos Contidos no Polímero
Nesta etapa pode-se determinar a presença dos elementos: Nitrogênio, Enxofre, Cloro, Bromo, Iodo, Flúor, Oxigênio e outros através de análise química.
Identificação Final
Após as 4 etapas descritas acima, torna-se fácil a identificação final do polímero. Cabe ressaltar que não será necessário realizar todas as etapas.
Pode ser que com apenas uma ou duas etapas já se consiga a sua identificação.
No caso específico do PEAD, PEBD, PEBDL, PEMD, PP, o teste de aquecimento apresenta o mesmo resultado. Será necessário então, fazer-se o uso de um dos métodos auxiliares que poderia ser o teste de Dureza, pois todos os materiais apresentam faixas diferentes de dureza, o que possibilitaria a sua identificação.
Cabe ressaltar que o método mais rápido para a identificação destes materiais acima citados, seria através do Teste de Gradiente de Densidade (ASTM D1505).
Temos ainda, outros métodos mais preciso para a identificação dos polímeros, com a utilização de equipamentos sofisticados realizando ensaios, tais como: Espectroscopia por Infra Vermelho, Análise Térmica Diferencial (ATD), Ressonância Nuclear Magnética (NMR), Espectrofotometria por Absorção Atômica e muitos outros.
Discorreremos resumidamente a metodologia e os recursos de alguns destes equipamentos.
Espectroscopia po Infra Vermelho
Com a utilização do Infra Vermelho, torna-se fácil à identificação de muitos polímeros. Baseia-se na absorção de energia da região do infra vermelho do espectro eletromagnético, pela ligações internas das estruturas contidas no polímero.
Para cada material tem-se picos e depressões de absorção determinada, por exemplo, grupos: -C=O, -C-H, -CºN, -C-OH, ETC.
Estes picos e depressões de absorção são registrados em cartas de absorbância ou trasmissão versus comprimento de onda, e com a comparação dos padrões de polímeros anteriormente determinados, torna-se possível a sua identificação.
Através da Espectroscopia por Infra Vermelho são possíveis as seguintes informações: estrutura do polímero, tipos de aditivos, cristalinidade, comprimento da cadeia, orientação, degradação e muitos outros.
Análise Térmica Diferencial
Este método consiste no aquecimento do material a uma taxa constante de velocidade, juntamente com um padrão termicamente inerte (normalmente é utilizado o Coríndon ou Óxido de Alumínio Alfa).
São registradas em curvas termo-diferencial ou termograma as diferenças de temperatura entre o padrão e o material em teste. Ocorrem transformações endotérmicas ou exotérmicas, e através da posição, forma e intensidade destes picos torna-se possível a sua identificação.
São possíveis as seguintes informações com o uso de ATD: determinação de Tg (temperatura de transição vítrea) e de Tm (temperatura de fusão), reações químicas de oxidação, degradação, desidratação, diagrama de fases de copolímeros, cristalização e recristalização de polímeros e outros.
Ressonância Nuclear Magnética (NMR)
É baseado no fato dos prótons absorverem radiofrequências quando estão em presença de fortes campos magnéticos. É muito utilizado para a identificação qualitativa de substâncias puras.
Existem ainda muitas outras técnicas para a identificação de polímeros que não foram mencionados. Atualmente, devido ao avanço constante da tecnologia, diversas outras novas técnicas de identificação estão sendo desenvolvidas.
Identificação Prática dos Plásticos
Todos os plásticos devem receber o símbolo do material com qual foram fabricados a fim de facilitar sua destinação final.
Porém não é raro acontecer casos em que os materiais não apresentam o símbolo, e um fator que colabora para que isto ocorra se deve a algumas industrias não colocarem em seus produtos qual o tipo de resina usada no produto. É muito comum também que os materiais cheguem à recicladora aos pedaços, quando fica praticamente impossível determinar o tipo de resina com que o produto foi fabricado independentemente da experiência do operador ou profissional encarregado pela separação do material.
Uma forma muito comum e prática de identificar o tipo de resina é através da queima do material.
Ao queimar o material pode-se observar a cor e o tipo da chama, o odor e algumas características sutis. Apresentamos abaixo uma tabela para auxilia-lo neste tipo de teste.
Apresentamos abaixo uma tabela para auxilia-lo neste tipo de teste:
Resina | Teste de Chama | Obs | Odor | Fusão | Densidade 6/cm³ |
Polietileno de baixa densidade |
Chama Azul Vértice amarelo |
Pinga como vela |
Cheiro de vela |
105 | 0,89 0,93 |
Polietileno de alta densidade |
Chama Azul Vértice amarelo |
Pinga como vela |
Cheiro de vela |
130 | 0,94 0,98 |
Polipropileno | Chama amarela, crepita ao queimar, fumaça fuliginosa | Pinga como vela |
Cheiro Agressivo | 165 | 0,85 0,92 |
ABS | Chama amarela, crepita ao queimar, fumaça fuliginosa | Amolece e pinga |
Monômero de estireno |
230 | 1,04 1,06 |
SAN | Tal qual PS e ABS, porém fumaça menos fuliginosa | Amolece e Pinga |
Borracha queimada | 175 | 1,04 1,06 |
Poliacetal | Chama azul sem fumaça com centelha | Amolece e borbulha |
Monômero de estireno |
130 | 1,08 |
Acetato de celulose | Chama amarela, centelhas queimando | Cuidado ao cheirar |
Formaldeído | 175 | 1,42 1,43 |
Acetato de butirato de celulose |
Chama azul faiscando | – | Ácido acético | 230 | 1,25 1,35 |
PET | Chama amarela, fumaça mas centelha | – | Manteiga rançosa | 180 | 1,15 1.25 |
Acetato de vinila |
Chama amarela esverdeada | – | – | 255 | 1,38 1,41 |
PVC rígido |
Chama amarela, vértice verde | Chama auto extinguível |
– | 127 | 1,34 1,37 |
PVC flexível |
Chama amarela, vértice verde | Chama auto extinguível |
Cheiro de cloro |
150 | 1,19 1,35 |
Policarbonato | Decompõe-se, fumaça fuliginosa com brilho | Chama auto extinguível |
Cheiro de cloro |
150 | 1,19 1,35 |
Poliuretanos | Bastante fumaça | – | Acre | 230 | 1,20 1,22 |
PTFE | Deforma-se | Chama auto extinguível |
– | 205 327 |
1,21 2,14 2,17 |
Nylon-6 | Chama azul, vértice amarelo, centelhas, difíceis de queimar | Formam bolas na ponta |
– | 215 | 1,12 1,16 |
Nylon-66 | Chama azul, vértice amarelo, centelhas, difíceis de queimar | Formam bolas na ponta |
Pena e cabelo queimado |
260 | 1,12 1,16 |
Nylon – 6,10 | Chama azul, vértice amarelo, centelhas, difíceis de queimar | Formam bolas na ponta |
Pena e cabelo queimado |
215 | 1,09 |
Nylon – 11 | Chama azul, vértice amarelo, centelhas, difíceis de queimar |
Formam bolas na ponta |
Pena e cabelo queimado |
180 | 1,04 |
Poli (metacrilato de metila) | Queima lentamente, mantendo a chama, chama amarela em cima, azul em baixo. Amolece e quase não apresenta carbonização | Não pinga |
Cheiro de alho ou resina de dentista |
160 | 1,16 1,20 |
Como identificar os tipos de plástico?
Como Identificar Plásticos
Das empresas brasileiras que se dedicam à recuperação e/ou reciclagem de materiais plásticos, uma grande parte trabalha apenas com resíduos industriais, os quais, quando provenientes de empresas idôneas apresentam qualidade muito boa tanto com relação á homogeneidade, quanto á contaminação por outros plásticos ou materiais.
Porém, devido ao baixo custo da matéria-prima, várias pequenas e microempresas operam com plásticos coletados em lixões, centros de triagem de lixo, sucateiros que adquirem materiais de catadores, lixo da indústria e comercio. Sabe-se que alguns recicladores utilizam, inclusive, plástico de lixo hospitalar e embalagens de defensivos agrícolas. A dificuldade em reciclar os resíduos plásticos reside, justamente, no fato de que estes se encontram misturados, existindo a necessidade de se separar os diferentes tipos, por serem incompatíveis entre si e não poderem ser processados em equipamento convencional.
Sendo assim, os recicladores procuram adquirir a matéria-prima desejada previamente separada, embora sempre haja necessidade proceder a uma inspeção visual para separar plásticos indesejados, os quais invariavelmente estão presentes em cada lote recebido.
A separação dos diversos plásticos por tipo de resina é um problema que também ainda não foi resolvido e é um dos motivos que tem restringido a reciclagem dos plásticos.
Apesar dos muitos estudos e pesquisas já realizados e em desenvolvimento não se chegou, até hoje, a um processo que possa, de maneira rápida, automática e eficiente, efetuar a perfeita separação dos plásticos.
Muitos artefatos são fabricados com mais do que um tipo de resina, o que dificulta ainda mais a separação.
Entretanto, já existe no exterior e começa a ser aplicada por algumas empresas brasileiras, uma codificação das resinas utilizadas na fabricação de artefatos plásticos.
A ideia é imprimir, no artefato ou na embalagem ou no rótulo, o código correspondente à resina utilizada ou as preponderantes quando de uma mistura, de acordo com sistema mostrado na Figura abaixo:
PET
Sistema internacional de codificação de plásticos
Esse sistema desenvolvido para auxiliar os recicladores a identificar e separar os plásticos manualmente, enquanto se aguarda o desenvolvimento de um sistema automático para cumprir esta tarefa.
Existe outra forma simples de identificar alguns dos plásticos encontrados no lixo. Essa metodologia é baseada em algumas características físicas e de degradação térmica dos plásticos Pode também, ser muito útil quando existirem dúvidas quanto ao tipo de resina.
Algumas dessas características são mostradas a seguir:
Polietilenos de baixa e de alta densidade:
baixa densidade (flutuam na água);
amolecem a baixas temperatura (PEBD=85ºC; PEAD = 120ºC);
queimam como vela liberando cheiro de parafina;
superfície lisa e “cerosa”;
Polipropileno:
baixa densidade (flutua na água);
amoles à baixa temperatura (150ºC);
queima como vela liberando cheiro de parafina;
filmes quando apertados na mãos fazem barulho semelhante ao celofane;
Poli (cloreto de vinila):
alta densidade (afunda na água);
amolece à baixa temperatura (80ºC);
queima com grande dificuldade liberando um cheiro acre;
é soldável através de solventes (cetonas);
Poliestireno:
alta densidade (afunda na água);
quebradiço;
amolece a baixas temperaturas (80 a 100ºC);
queima relativamente fácil liberando cheiro de “estireno”;
é afetado por muitos solventes;
Poli (tereftalato de etileno):
alta densidade (afunda na água);
muito resistente;
amolece à baixa temperatura (80ºC);
utilizado no Brasil em embalagens de refrigerantes gasosos e começando a ser utilizado em embalagens de óleos vegetais, água mineral etc.
Pode-se verificar, pelo exposto anteriormente, que os plásticos têm algumas características diferentes entre si que podem se úteis para a sua separação.
De fato, grade parte, senão a maioria das empresa recicladora de plástico de lixo, faz a separação e purificação dos plásticos a través da diferença de densidade (alguns plásticos flutuam na água, outros submergem e desta forma podem ser separados).
A título de ilustração, o Quadro abaixo mostra a densidades de alguns plásticos:
Densidade de plásticos peletizados
Tipos de plástico | Densidade (g/cm3) |
Polipropileno Polietileno de Baixa Densidade Polietileno de Alta Densidade Poliestireno Poli(cloreto de vinila) Poli(tereftalato de eitileno) |
0,900-0,910 0,910-0,930 0,940-0,960 1,040-1,080 1,220-1,300 1,220-1,400 |
Obs. a densidade da água é 1g/cm3.
Além disso, algumas embalagens e alguns artefatos são tão tradicionais que a sua identificação torna-se relativamente simples.
Materiais X Tipos de plástico
Baldes, garrafas de álcool, bombonas: PEAD
Condutores para fios e cabos elétricos: PVC, PEBD,PP
Copos de água mineral: PP e PS
Copos descartáveis (café, água, cerveja etc.): PS
Embalagens de massas e biscoitos ; PP, PEBD
Frascos de detergentes e produtos de limpeza: PP, PEAD, PEBD e PVC
Frascos de xampus e artigos de higiene:PEBD, PEAD, PP
Gabinetes de aparelhos de som e TV: PS
Garrafa de água mineral: a maioria fabricada em PVC, porém, também se encontram em PEAD, PP e PET
Garrafas de refrigerantes; fabricada em PET, com a base em PEAD e a tampa em PP com retentor em EVA
Isopor: PS
Lona agrícola; PEBD, PVC
Potes de margarinas: PP
Sacos de adubo: PEBD
Sacos de leite: PEBD
Sacos de lixo: PEBD, PVC
Sacos de ráfia: PP
Tubos de água e esgoto: a maior parte fabricada em PVC, porém, também se encontram em PEAD e PP
Fonte: www.planetaplastico.com.br/www.cepis.org.pe
Redes Sociais