Tempo é já que minha confiança (1595)

Sonetos de Luís Vaz de Camões

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Tempo é já que minha confiança

se desça de üa falsa opinião;

mas Amor não se rege por razão;

não posso perder, logo, a esperança.

A vida, si; que üa áspera mudança

não deixa viver tanto um coração.

E eu na morte tenho a salvação?

Si, mas quem a deseja não a alcança.

Forçado é logo que eu espere e viva.

Ah! dura lei de Amor, que não consente

quietação nüa alma que é cativa!

Se hei de viver, enfim, forçadamente,

para que quero a glória fugitiva

de üa esperança vã que me atormente?

Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br

 

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