Sonetos de Luís Vaz de Camões
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Que modo tão sutil da natureza,
para fugir ao mundo, e seus enganos,
permite que se esconda em tenros anos,
debaixo de um burel tanta beleza!
Mas esconder se não pode aquela alteza
e gravidade de olhos soberanos,
a cujo resplandor entre os humanos
resistência não sinto, ou fortaleza.
Quem quer livre ficar de dor e pena,
vendo a ou trazendo a na memória,
da mesma razão sua se condena.
Porque quem mereceu ver tanta glória,
cativo há de ficar; que Amor ordena
que de juro tenha ela esta vitória
Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
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