Sonetos de Luís Vaz de Camões
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Fortuna em mim guardando seu direito
em verde derrubou minha alegria.
Oh! quanto se acabou naquele dia,
cuja triste lembrança arde em meu peito!
Quando contemplo tudo, bem suspeito
que a tal bem, tal descanso se devia,
por não dizer o mundo que podia
achar-se em seu engano bem perfeito.
Mas se a Fortuna o fez por descontar-me
tamanho gosto, em cujo sentimento
a memória não faz senão matar-me ,
que culpa pode dar-me o sofrimento,
se a causa que ele tem de atormentar-me,
eu tenho de sofrer o seu tormento?
Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
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