PUBLICIDADE
Nascimento: 21 de julho de 1889, Vilnius, Lituânia.
Falecimento: 2 de agosto de 1957, São Paulo, São Paulo.
Lasar Segall, pintor e escultor brasileiro.
Nascido em Vilna, Lituânia, a uma família religiosa, Lasar Segall estudou na Academia de Desenho de Vilna em 1905 e mudou-se no ano seguinte para Berlim, onde estudou no Imperial Superior Academia de Artes até 1910.
Lasar Segall rebelou-se contra a disciplina acadêmica rigorosa e apresentou suas obras em uma exposição da “Secessão livre”, um dos movimentos precursores do expressionismo.
Em 1910 mudou-se para Dresden, onde se juntou a Academia de Belas Artes como Meisterschueller (aluno-instrutor) com o seu próprio atelier e liberdade de criação.
Depois de ser aceito no movimento expressionista alemão, no final de 1912, ele viajou pela primeira vez para o Brasil, e suas exposições em Campinas e São Paulo estavam entre as primeiras apresentações de arte moderna no Brasil.
Depois de oito meses, ele voltou para Dresden.
Em 1919, Lasar Segall participou na fundação do “Secessão de Dresden, Grupo 1919,” e nos próximos quatro anos, ele participou do movimento expressionista alemão, apresentando exposições em Haia, Frankfurt e Leipzig e publicar dois álbuns: Bubu (1921) e Lembrança de Vilna (1922).
Em 1923, Segall radicado no Brasil.
Ele se juntou ao grupo modernista e realizou sua primeira exposição em São Paulo.
Depois disso, ele exibiu as primeiras obras de sua etapa brasileira em Berlim e Dresden.
Em 1927, Segall adotou a cidadania brasileira e em 1928 viajou para Paris por três anos, onde começou a esculpir.
De volta a São Paulo (1932), fundou e liderou a Sociedade de Arte Moderna.
Em 1938, ele representou o Brasil no Congresso Internacional de Artistas Independentes em Paris. Neste período, ele começou a trabalhar com temas sócio-políticos e produziu uma coleção relacionada com a experiência dos imigrantes e da guerra.
Na década de 1940 e 1950, ele apresentou suas obras em exposições no Brasil e nos Estados Unidos.
A perspectiva judaica está presente em algumas das obras de Segall.
Em uma série de pinturas que ele incluiu letras hebraicas e ele assinou alguns em hebraico.
Outras pinturas estavam focados diretamente sobre temas judaicos: Rabino con Alunos ( “Rabi com os alunos” – 1931), Rolo de Tora ( “Torah” – 1922 e 1933), Pogrom (1937), Navio de Emigrantes ( “Emigrantes” Ship ” -1939/1941), Campo de Concentração ( “campo de concentração” – 1945), Êxodo (“Exodus” – 1947), e outros que faziam parte da coleção Visões de Guerra 1940-1943 ( “Visões de Guerra 1940-1943” ).
Lasar Segall
Lasar Segall
Lasar Segall nasce no dia 21 de julho de 1889 em Vilna, Lituânia. Abandonou a terra natal ainda jovem, chegando em Berlim em 1906, onde cursou a Academia de Belas Artes de 1907 a 1909. Lá conquistou inúmeras premiações, mas não se adequou à disciplina local. Após permanecer três anos na academia foi desligado, pois participou de uma exposição de vanguarda, onde ganhou o prêmio Max Liebermann.
Vai para Dresde e matricula-se na escola de Belas Artes local, onde pode manter seu próprio atelier por ser assistente-aluno, assim desfrutou de total liberdade de expressão.
Realizou no mesmo ano de 1909 sua primeira individual, sua pintura impressionista passa paulatinamente a ser expressionista.
Em 1912 vem ao Brasil e no ano seguinte expôs suas pinturas com conotação tipicamente moderna, em São Paulo e Campinas, porém foi friamente recebido pelos críticos. Logo em seguida Lasar vai à Alemanha por motivos de saúde e por ser cidadão russo fica num campo de concentração e dois anos depois consegue autorização para voltar a Dresde onde publica três álbuns de gravuras. Realiza exposições individuais em Hagem (1920), Frankfurt (1921) e Leipzig (1923).
Aos 32 anos já tem um estilo pessoal, expressa-se com o auxílio de um desenho anguloso e de um colorido cru e forte, deformando o corpo humano para melhor externar as paixões e sentimentos.
A partir de 1923 volta ao Brasil, especificamente para São Paulo, concretiza uma individual paulistana e realiza imensos murais para a decoração do Pavilhão de Arte Moderna. No ano de 1927 Segall naturaliza-se brasileiro e começa a esculpir, passa a adquirir extrema mestria como escultor. Depois de uma exposição de sucesso em 1931, em Paris, passa a residir em São Paulo, onde morre no dia 2 de agosto de 1957. É um dos fundadores da Sociedade Pró-Arte Moderna – SPAM, em 1932, da qual se torna diretor até 1935. Dez anos após sua morte, em 1967, a casa onde morava, na Vila Mariana, São Paulo, é transformada no Museu Lasar Segall.
CRONOLOGIA
1906/1910 – Vive em Berlim (Alemanha)
1910 – Alemanha – Executa as primeiras gravuras. Utiliza todas as técnicas (metal, pedra e madeira)
1917/1918 – Viaja para Vilna (Lituânia)
1918 – Dresden (Alemanha) – Publica o álbum Uma Doce Criatura, com cinco litografias, prefaciado por Will Grohmann
1919 – Dresden (Alemanha) – Funda com Otto Dix, Conrad Felixmüller, Otto Lange, Will Heckrott, Constantin von Mitschke-Collande, Peter August Böckstiegel, Otto Schubert, Gela Foster e o arquiteto e escritor Hugo Zehder o Dresdner Sezession Gruppe 1919 (Secessão de Dresden, Grupo 1919)
1921 – Dresden (Alemanha) – Publica o álbum Bübü, com oito litografias
1923 – São Paulo SP – Integra o grupo modernista
1923 – São Paulo SP – Realiza decoração com pinturas murais no Pavilhão Modernista de Olívia Guedes Penteado
1924 – São Paulo SP – Faz conferência sobre arte na Vila Kyrial e decorações para o Baile Futurista do Automóvel Clube
1909 – Dresden (Alemanha) – Exposição na Freie Sezession, na Galerie Emil Richter – Prêmio Max Liebermann
1910 – Dresden (Alemanha) – Primeira individual, na Galeria Gurlitt
1913 – São Paulo SP – Lasar Segall: pinturas, na Rua São Bento 85
1913 – Campinas SP – Lasar Segall: pinturas, no Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas
1916 – Dresden (Alemanha) – Coletiva, na Sociedade Artística de Dresden (Kunstlervereinigugn Dresden)
1919 – Dresden (Alemanha) – Dresden Secession Gruppe, na Galeria Emil Richter
1920 – Dresden (Alemanha) – Jahresbericht der Stadtischen Sammlungen zu Dresden
1920 – Hagen (Alemanha) – Individual, no Folkwang Museum
1920 – Frankfurt (Alemanha) – Individual, no Kunstsalon Ludwig Shames
1922 – Dresden (Alemanha) – Individual, na Galeria Erfurt
1923 – Frankfurt (Alemanha) – Individual, na Galeria Fisher
1923 – Leipzig (Alemanha) – Individual, no Gabinete de Estampas do Museu de Leipzig
1924 – São Paulo SP – Lasar Segall: retrospectiva 1908-1923
1925 – Viaja para a Alemanha
1928/1932 – Paris (França) – Vive neste período na ciadade e realiza seus primeiros trabalhos escultóricos em argila, madeira e pedra
1931 – Paris (França) – Waldemar George publica a monografia Lasar Segall
1932/1935 – São Paulo SP – Diretor-fundador da SPAM
1935 – Campos do Jordão SP – Início da série Retratos de Lucy, inspirada na pintora Lucy Citti Ferreira
1938 – Paris (França) – É publicado o livro Lasar Segall, por Paul Fierens
1938 – Paris (França) – Representa oficialmente o Brasil no Congresso Internacional de Artistas Independentes
1943 – Brasil – Publica o álbum Mangue, composto de 43 reproduções em zincografia, três xilogravuras originais e uma litografia, com textos de Jorge de Lima, Mário de Andrade e Manuel Bandeira
1948 – Washington (Estados Unidos) – Paintings by Lasar Segall, na Pan American Union
1951 – São Paulo SP – Lasar Segall: retrospectiva 1908-1951, no Masp
1951/1957 – Europa e Israel – Individuais, em museus da Europa e de Israel
1953 – São Paulo SP – Curta-metragem A Esperança É Eterna, direção de Marcos Margulies
1954 – Rio de Janeiro RJ e São Paulo SP – Realiza cenários e figurinos para o balé O Mandarim Maravilhoso, encenado pela Cia. Ballet 4º Centenário na Rua Álvares Penteado 24
Lasar Segall – Artista
Lasar Segall
Artista russo-brasileiro nascido na comunidade judaica de Vilna, capital da Lituânia, na época sob domínio da Rússia czarista, e naturalizado brasileiro, que retratou em sua arte as lembranças como judeu exilado, dos horrores da guerra vividos na sua juventude, a figura do imigrante de família pobre, do operário, do apaixonado e do sofredor.
Sexto dos oito filhos de Esther e Abel Segall, escriba de Torá, educou-se em Vilna, onde cursou a Academia de Desenho (1905).
Passou a residir em Berlim (1906) para continuar a formação artística, freqüentou a Escola de Artes Aplicadas e ingressou na Academia Imperial de Belas-Artes de Berlim (1906-1909).
Abandonou a Academia de Berlim e no final do ano (1909) mudou-se para Dresden, onde freqüentou a Academia de Belas-Artes local, participou da vida artística da cidade e realizou sua primeira exposição individual.
Diretamente influenciado pelo expressionismo alemão, o movimento que tinha Kurt Schwitters e Vassili Kandinsky como grandes nomes, espôs telas pintadas nos anos anteriores (1912-1913) caracterizadas por sua construção geométrica e pelo colorido sóbrio.
Viajou para o Brasil (1913), onde se encontrou com os irmãos Oscar, Jacob e Luba, e no ano seguinte participou das duas primeiras exposições de arte moderna do país.
Em março, de uma exposição individual em um salão alugado à Rua São Bento, 85, São Paulo, e em junho, da exposição individual no Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas.
No final daquele ano, regressou à Europa, deixando várias obras em coleções brasileiras.
Na Alemanha, iniciou seus trabalhos em gravura em metal, litografia e xilogravura.
Foi à Vilna pela última vez (1916), encontrando-a destruída pela guerra.
Casou-se (1918) com Margarete Quack e, no ano seguinte, fundou com os artistas Otto Dix, Conrad Felixmüller, Will Heckrott, Otto Lange, Constantin von Mitschke-Collande, Peter August Böckstiegel, Otto Schubert, Gela Forster e o arquiteto e escritor Hugo Zehder, a Dresdner Sezession – Gruppe 1919 ou Secessão de Dresden, Grupo 1919.
Participou da grande exposição individual no Folkwang Museum, em Hagen (1920).
e da Exposição individual na Galeria Schames de Frankfurt, no mesmo ano.
Mudou-se para Berlim (1921), onde participou da Exposição Internacional de Arte de Düsseldorf (1922) e voltou para o Brasil (1923).
Radicou-se em São Paulo e ligou-se ao movimento modernista brasileiro de artistas como Anita Malfatti e Mário de Andrade e sua pintura modificou-se, passando a exibir cores mais vivas e a representar temas tipicamente brasileiros.
Participou da Exposição individual na Rua Álvares Penteado, 24, São Paulo e executou a decoração do Baile Futurista, no Automóvel Club de São Paulo.
Separou-se de Margarete, que retornou a Berlim (1924) e, em junho do ano seguinte, casou-se com Jenny Klabin.
Desenvolveu as séries de gravuras Mangue e Imigrantes e expôs seus trabalhos feitos no Brasil em várias cidades da Alemanha (1926), como na Galeria Neumann-Nierendorf, de Berlim, e na Galeria Neue Kunst Fides, de Dresden.
Depois do nascimento de seu primeiro filho, Mauricio (1926), naturalizou-se brasileiro (1927).
Continuou a participar da várias exposições, voltou à Europa (1930), residindo em Paris, onde começou a trabalhar com esculturas, e nasceu Oscar, seu segundo filho.
Retornou ao Brasil (1932), fixando residência em São Paulo, construiu seu ateliê e tornou-se um dos sócios fundadores da Sociedade pró Arte Moderna, a SPAM.
Conheceu (1934) a pintora Lucy Citti Ferreira, que viria a ser sua modelo e colaboradora, e participou da Exposição Internacional de Pinturas, no Carnegie Institute, Pittsburgh.
Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, compôs a série de pinturas sobre os grandes dramas da humanidade, como violência contra uma comunidades minoritárias, étnicas ou religiosas, entre elas Progom, Navio de Imigrantes e Guerra.
Teve dez obras de suas incluídas na Exposição de Arte Degenerada, organizada pelos nazistas em Munique para desqualificar a Arte Moderna (1937).
Depois de realizar mais uma exposição individual de pinturas e guaches na Galeria Renou et Colle, Paris (1938), Ruy Santos produziu o filme O artista e a paisagem (1942), sobre sua obra.
Depois da guerra principiou sua última fase: uma série de aquarelas caracterizada por longas linhas verticais, na qual elaborou Floresta (1950-1955).
Pietro Maria Bardi publicou o livro Lasar Segall (1952) e depois de participar de muitas outras exposições no Brasil e exterior, como a individual na Associated American Artists Galleries, Nova York (1948), a retrospectiva no Museu de Arte de São Paulo (1951), morreu em sua casa, vítima de moléstia cardíaca.
Ainda vivo, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris iniciou os preparativos para uma grande retrospectiva de sua arte (1955), que só se realizaria postumamente, quatro anos depois (1959).
Dez anos depois de sua morte, foi criado em São Paulo, o Museu Lasar Segall, em sua antiga residência da Rua Afonso Celso.
Lasar Segall – Brasil
O lituano Lasar Segall chegou ao Brasil pela primeira vez em 1912, ao encontro de alguns de seus irmãos, e apresentou em 1914, a primeira exposição modernista em solo brasileiro. O artista já havia cursado a Academia de Desenho de Vilna, a Imperial Academia Superior de Belas Artes de Berlim e a Academia de Belas Artes de Dresden.
Depois daquele breve período inicial no Brasil, Segall retorna para a Europa. Percebe-se que «Autoretrato II» (1919) mostra um Segall expressionista e de grande lugubridade, cujo traçado lembra, para citar o mais importante pintor do século XX, Picasso e suas várias composições em que as máscaras africanas foram usadas como ponto de partida em virtude da pureza simbólica da arte primitiva.
Naquela época, sua obra artística já ecoava Cézanne e o impressionismo tal como fora interpretado e entendido pela «Secessão» berlinense (1899) de Max Libermann – desdobramento daquela vienense (1897) brilhantemente conduzida por Gustav Klimt, entre outros – a qual será o embrião dos três grandes movimentos expressionistas alemães; isto é, «A Ponte», «O Cavalerio Azul» e «A Nova Objetividade».
A partir de 1923 -1924, a opressiva e angustiante atmosfera alemã, resultado da humilhante derrota imposta pelos aliados à atitude expansionista e pangermânica, muda com a clareza e diafaneidade do nosso mundo tropical; a cor passa a fazer parte da vida e da obra do artista que nem sua prolongada estadia parisiense consegue obliterar e que é revivida em toda a sua força e esplendor a partir de 1932, quando Segall retornou definitivamente para o Brasil.
Lasar Segall – Obras
Lasar Segall
Lasar Segall nasce em Vilnius. Muda-se com a família para a Alemanha em 1906.
Estuda na Academia Imperial de Belas-Artes de Berlim durante três anos e rompe com ela em 1909.
A partir daí vincula-se à arte de vanguarda. Identifica-se com o movimento expressionista por volta de 1910.
Em 1913 traz para São Paulo a primeira mostra de arte moderna do país.
De volta à Europa, participa da criação do grupo de artistas seccionistas de Dresden, na Alemanha, o Dresdner Sezessiongruppe. Muda-se em 1923 para o Brasil, onde já estão alguns de seus irmãos, pressionado pelas instabilidades do pós-guerra na Europa.
O ambiente artístico renovado pela Semana de Arte Moderna de 1922 e as cores e a luminosidade tropicais inspiram sua pintura, cuja temática envolve a guerra, a questão judaica, os trabalhadores, as prostitutas e a vida dos emigrantes. Em 1932 participa ativamente da fundação da Sociedade Paulista Pró-Arte
Moderna, que difunde o trabalho modernista por exposições e eventos.
Seus quadros mais conhecidos são:
Bananal (1927)
Navio de Imigrantes (1941)
Guerra (1942)
A maior parte de suas pinturas e esculturas está reunida no Museu Lasar Segall, criado por sua família em 1967, em São Paulo, cidade onde morre.
Quadros de Lasar Segall
Vilna e Eu (1910)
Menino com Lagartixas (1924)
Paisagem Brasileira (1925)
Grupo de emigrantes no Tombadilho II (1928)
Primeira Classe (1929)
Emigrantes (1929)
Homem com Violino (1929)
Marinheiro (1930)
Família (1934)
Maternidade (1935)
Navio de Emigrantes (1939)
Jovem de Cabelos Compridos (1942)
Favela I (1954)
Floresta Crepuscular (1956)
Rua de Erradias (1956)
Fonte: www.jewishvirtuallibrary.org/www.pinturabrasileira.com
Redes Sociais