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Nascimento: 31 de dezembro de 1832, Salvador, Bahia.
Falecimento: 24 de junho de 1855, Salvador, Bahia.
Junqueira Freire – Monge
Junqueira Freire
O monge beneditino, sacerdote e poeta Luís José Luís José Junqueira Freire nasceu e morreu em Salvador.
Por motivos familiares, ingressou na Ordem dos Beneditinos em 1851 e permaneceu enclausurado até 1854, quando lhe foi concedida a secularização, que lhe permitiria libertar-se da disciplina imposta pela igreja, embora continuasse a ser sacerdote, devido aos votos perpétuos.
Nesse período, apesar de viver atormentado pela falta de vocação e com uma sexualidade latente e reprimida, encontrou tempo para fazer suas leituras prediletas, escrever poesias e exercer atividade de professor.
Seus poemas mostram um jovem angustiado, incapaz de seguir a vida religiosa e que vê na morte a única forma de libertação.
Seus poemas, reunidos em Inspirações do Claustro (1855), estão carregados de culpa, revelando uma sexualidade latente e reprimida. Retratam o jovem angustiado e depressivo que se sente incapaz de seguir a vida religiosa e que encontra na morte o seu único escape.
Teve como obras:
Inspirações do Claustro (1855);
Elementos de Retórica Nacional (1869);
Obras, edição crítica por Roberto Alvim, 3 vols. (1944);
Junqueira Freire, organizado por Antonio Carlos Vilaça (Coleção Nossos Clássicos, n. 66);
Desespero na Solidão, organizado por Antonio Carlos Vilaça (1976) e Obra Poética de Junqueira Freire (1970).
A sua obra mais importante foi “Inspirações do Claustro” (1855).
Junqueira Freire – Vida
Junqueira Freire
Luís José Junqueira Freire nasceu em 31 de dezembro de 1832, em Salvador, onde viria a falecer em 24 de junho de 1855.
Os escassos 22 anos de sua vida foram ricos em problemas de saúde e conflitos íntimos, dos quais se vêem notórias marcas em sua poesia.
Aos 18 anos entra para o Mosteiro de São Bento da Bahia; professa em 1852, mas obtém secularização em 1854. Sua luta interior trava-se “entre arroubos para Deus e a sedução destruidora do pecado”, segundo Alceu Amoroso Lima (Estudos, 5.ª série, 1933). “Escreveu muitas vezes em estado de semi-inconsciência, e sob esse aspecto é um precursor”, diz Antônio Carlos Villaça, na antologia que lhe organizou para a Editora Agir (Coleção Nossos Clássicos, n.º 66). O grande poeta português Antero de Quental, citado por Manuel Bandeira (Apresentação da Poesia Brasileira, 1945), nele assinalou “aspectos geniais”.
Foi um dos seis ou sete grandes poetas de nosso Romantismo, que deram a última demão na tarefa de estruturar uma poesia caracterizadamente brasileira.
Para abrir esta miniantologia, que integra uma série de destinação marcadamente popular, escolhemos “A Órfã na Costura”, seu trabalho mais divulgado, das Inspirações do Claustro; os outros, de que se destacam as duas horas de delírio, de linguagem mais complexa, foram extraídos das Contradições Poéticas.
Junqueira Freire – Biografia
Luís José Junqueira Freire nasceu em Salvador em 1832 e faleceu no mesmo local em 1855.
Tendo estudado Humanidades no Liceu Provincial de Salvador, ingressou na ordem beneditina, mais para fugir dos conflitos familiares do que por vocação.
Lá permaneceu por pouco tempo, abandonando a vida sacerdotal em 1854 por necessidade de fuga dos constantes momentos de desespero por que passou dentro de sua vida sacerdotal, causados por sua falta de fé e vocação e sua desilusão em relação à vida monástica, o que foi presenciado no seu livro “Inspirações do Claustro”, publicado na Bahia em 1865.
De volta a casa da mãe, vem a morrer um ano depois, vítima de problemas cardíacos que o molestavam desde a infância.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
As dramáticas e desesperadas experiências que Junqueira Freire passou dentro do sacerdócio, e dentro do convívio familiar, irão refletir-se em toda a sua obra poética, fortemente autobiográfica. Nela se pode constatar a notória crise de morais e conceitos com que a igreja convivia no século XIX, refletida nos seus versos, onde é marcante todo o seu conflito entre a vida religiosa e a revolta com os fatos que presenciou dentro dela. Sua falta de vocação e seu desejo ardente pelos prazeres do mundo também são expressos com um forte lirismo e ao mesmo tempo com um constante pessimismo e tristeza.
O amor, contrastando com a sexualidade reprimida, a consciência do pecado e o sentimento de culpa, levam-no várias vezes a desejar ardorosamente a cura e o alívio da morte, dando-lhe a afinidade de uma amiga portadora da paz eterna – como se vê em um dos seus poemas mais conhecidos: Morte.
Embora pertencente ao Romantismo, Junqueira Freire teve, no entanto, uma ligação ainda muito forte com o estilo neoclássico, o que tornou suas poesias carentes de uma fluência mais romântica, ou seja, mais melodiosa, com versos mais livres. Seu estilo mais preso, de caráter mais rígido, não lhe permite expressar todos os seu sentimentos de forma mais solta e intensa.
Sua única obra de poesias, as “Inspirações do Claustro (1855), tem grande valor de testemunho das experiências interiores passadas pelo autor em sua breve vida: o desgosto na casa dos pais as ilusões sobre a vocação monástica as dúvidas e desesperos nos dois anos em que permaneceu na Ordem.
A obra de Junqueira Freire mereceu um louvor, mas também uma crítica, por parte de Machado de Assis: foi louvada pela forma sincera como retratou todo o drama de um indivíduo preso a uma falsa vocação; crítica ao modo dessa poesia, que caiu no genérico e prosaico, ficando abaixo da síntese conteúdo-forma.
Uma prova de sua dificuldade em conciliar intenções e forma é “À Profissão de Frei João das Mercês Ramos”, onde expõe o fracasso de sua vocação. Porém, sua obra também apresentou alguns momentos felizes, nos quais lhe foi benéfica a aproximação com fontes populares e outros, nos quais sua concepção anacrônica do verso se ajustou a uma poesia mais racional (de pensamento) que de sensibilidade.
Fonte: www.mundocultural.com.br/www.thesaurus.com.br/br.geocities.com
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