Uveíte

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Uveíte é um termo genérico que define não somente inflamação da túnica média do olho (úvea, que compreende íris, corpo ciliar e coróide) como também de estruturas vizinhas, como a retina, nervo óptico e corpo vítreo (Figura 1).

Uveíte
Figura 1. Esquema do bulbo ocular

Pelas características anatômicas do tecido uveal (vasos não-fenestrados de circulação terminal) e imunológicas (capacidade de gerar respostas imunes humorais e celulares), esse tecido é afetado em muitas doenças sistêmicas, sendo, portanto, de interesse para o clínico. Por outro lado, a uveíte pode acometer indivíduos sem doença detectável. Neste artigo, vamos nos limitar às uveítes que acompanham doenças gerais.

As uveítes podem ser classificadas em:

Anteriores (iridociclites), quando a inflamação acomete principalmente a íris e o corpo ciliar.
Posteriores (retinocoroidites, vasculites retinianas), quando a inflamação acomete principalmente a coróide e/ou retina.
Difusas (pan-uveítes), quando a inflamação compromete de maneira importante tanto o segmento anterior quanto posterior do bulbo ocular.

Sinais e sintomas das uveítes

Anteriores:

Com a irritação da íris e do corpo ciliar pelo processo inflamatório, ocorre espasmo do músculo ciliar (em forma de esfíncter, atrás da íris) que provocará dor ocular, hiperemia, principalmente ao redor da córnea, pela localização do músculo ciliar, e miose. A acuidade visual é em geral pouco afetada.

Ao exame com lâmpada de fenda, podese observar células inflamatórias “nadando” no humor aquoso. Esse que normalmente é acelular e se apresenta como um espaço negro, apresentará pontos brilhantes em movimento que correspondem às células. As células tendem a se depositar na porção mais interna da córnea, formando os precipitados ceráticos. Conforme a natureza dos precipitados ceráticos, as uveítes podem ser divididas em granulomatosas (precipitados grandes, com aspecto de “gordura de carneiro”) e nãogranulomatosas (precipitados pequenos).

As células inflamatórias, se em grande número, poderão bloquear a malha trabecular do seio camerular, por onde o humor aquoso é drenado, e provocar glaucoma secundário à uveíte. Com a inflamação do tecido iriano, existe uma tendência à formação de aderências entre a borda pupilar da íris e o cristalino, que se encontra logo atrás, formando as sinéquias posteriores.

Se as sinéquias posteriores chegarem a tomar toda a borda pupilar (360o), o humor aquoso não terá passagem da câmara posterior (entre o cristalino e a face posterior da íris), onde é formado pelo corpo ciliar, para a câmara anterior, também provocando glaucoma secundário. Se a iridicilite persistir, o cristalino, que é avascular e se nutre principalmente de substâncias dissolvidas no humor aquoso, sofrerá alterações metabólicas provocando catarata secundária à uveíte.

Posteriores:

Quando a uveíte afeta o segmento posterior do bulbo ocular, não haverá sintoma de dor ou sinal de hiperemia ocular.

Com a exsudação das células inflamatórias da retina e/ou coróide para o vítreo, os sintomas serão de “moscas volantes” ou manchas que se movem na frente do olhar.

Dependendo da localização das lesões, haverá baixa da acuidade visual, mais ou menos intensa. Se as lesões estiverem localizadas na mácula, papila ou feixe papilomacular, que são as regiões da retina que “enxergam mais”, porque aí estão localizados fotorreceptores diferenciados para a acuidade visual (cones) ou a condução de estímulos nervosos desses receptores, a acuidade visual ficará muito reduzida.

Mesmo com o tratamento, a cicatrização das lesões costuma provocar substituição dos fotorreceptores retinianos por tecido fibrótico, o que implicará em perda definitiva da função dos fotorreceptores naqueles locais. As complicações incluem opacidade vítrea permanente e descolamento da retina.

Difusas:

Algumas uveítes comprometem de maneira importante tanto o segmento anterior quanto posterior do olho, apresentando uma associação de sinais e sintomas das uveítes anteriores e posteriores.

As principais uveítes relacionadas a doenças sistêmicas são:

Toxoplasmose ocular

A toxoplasmose é responsável por aproximadamente metade dos casos de uveítes em nosso meio.1 Em estudos populacionais brasileiros (ES, SP, RS), estima- se que aproximadamente 10% da população apresentam lesões cicatriciais causadas pela toxoplasmose. Pode apresentar-se na forma congênita precoce, congênita de aparecimento tardio e adquirida.

Na forma adquirida, acompanha as manifestações sistêmicas da doença, mas a uveíte pode ocorrer meses ou anos depois.

Na forma congênita precoce, integra a tétrade de Sabin, porém, essa forma é considerada rara, pois mais freqüentemente encontramos recémnascidos sadios do ponto de vista clínico, com ou sem lesões oculares, e que, posteriormente, geralmente na idade de adulto jovem, vão desenvolver as lesões oculares ativas típicas.

Essa forma (congênita de aparecimento tardio) é considerada a forma mais comum, sendo que nesse caso a sorologia para toxoplasmose é positiva apenas como “cicatriz sorológica”, pois a primo-infecção se deu no útero materno.

O risco de transmissão fetal da mãe para a criança existe somente na primoinfecção materna durante a gestação. Mães com lesões oculares ativas (portanto, com provável toxoplasmose de longa data), em geral, não são consideradas de risco para transmissão fetal da doença.

No olho, a doença se caracteriza por uveíte posterior com lesões retinicoroidianas que provocam substituição do tecido retiniano por fibrose nos locais acometidos. Estima-se que 10% dos portadores de lesões oculares por toxoplasmose tenham a região macular afetada, trazendo baixa importante da acuidade visual (inferior a 20/200, o que é considerado cegueira legal pela OMS).

A característica principal da retinocoroidite é o seu caráter recidivante, com novas lesões surgindo ao lado de lesões cicatrizadas (lesões satélites – Figura 2).

Acredita-se que na borda de lesões cicatrizadas permanecem cistos de toxoplasma dormentes que, após um período variável de meses ou anos, se rompem e provocam novas lesões vizinhas às cicatrizes antigas.

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Figura 2. Duas lesões retinocoroidianas por toxoplasmose. A lesão superior está cicatrizada e a inferior ativa.
Os detalhes da foto não são nítidos pela opacidade do corpo vítreo

O tratamento constitui-se de terapia antiparasitária específica associada aos corticóides sistêmicos, em casos mais graves.

Espondilite anquilosante/ Síndrome de Reiter

Essas doenças reumáticas provocam uveítes anteriores muito semelhantes, caraterizadas por crises recidivantes de iridociclite aguda não-granulomatosa, com muita dor e hiperemia ocular, ora em um olho ora no outro. Durante os surtos agudos é relativamente comum encontrarmos hipópio (coleção de células polimorfonucleares depositadas na câmara anterior, formando nível – Figura 3). O segmento posterior não está comprometido, exceto após anos de crise, quando se pode desenvolver edema cistóide de mácula com formação de buraco macular e diminuição acentuada da acuidade visual. Nessas uveítes as complicações como glaucoma e catarata são comuns, principalmente quando o número de crises é muito grande. O tratamento inclui a dilatação da pupila com colírios para evitar a formação de sinéquias posteriores, associado a colírios de corticóides. Em crises mais intensas está indicado o uso de injeções perioculares de corticóides.

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Figura 3. Formação de hipópio em iridocicilite aguda por espondilite anquilosante

Artrite reumatóide juvenil

A uveíte é mais comum na forma pauciarticular da doença, em meninas jovens, principalmente com fator antinuclear positivo.

Ao contrário das outras uveítes reumáticas referidas, essa uveíte, também anterior e não-granulomatosa, é crônica, indolor, com olho “calmo” (Figura 4), sendo freqüente essas crianças serem levadas ao oftalmologista pelas complicações: pupila branca (catarata) ou estrabismo (provocado pela visão baixa).

A uveíte pode ser unilateral, mas geralmente acomete os dois olhos. Como não se pode esperar que a criança se queixe de dor e não há hiperemia ocular, os pediatras e reumatologistas devem estar avisados da necessidade de exame oftalmológico dessas crianças à lâmpada de fenda para detectar precocemente a uveíte. As complicações incluem catarata, ceratopatia em faixa (deposição de cálcio na córnea) e glaucoma secundário.

O tratamento inclui acompanhamento, dilatação da pupila à noite, evitando os colírios de corticóides, pois não são muito eficientes nesses casos para controlar a inflamação, além de iatrogênicos (podem provocar catarata e glaucoma), controle da pressão ocular e tratamento do glaucoma secundário à uveíte. Em geral, esses olhos respondem mal à cirurgia.

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Figura 4. Iridociclite crônica na artrite reumatóide juvenil. Nota-se olho sem hiperemia, catarata (pupila branca),
sinéquias posteriores (pupila irregular) e ceratopatia em faixa (opacidades fora da área pupilar)

Artrite reumatóide do adulto

Nessa entidade a uveíte é rara, sendo mais comum o aparecimento de olho seco e esclerite.

A esclerite se carateriza por hiperemia, geralmente confinada a um setor da esclera, mas podendo ser difusa, com dilatação de vasos esclerais que são enovelados como uma rede. A dor é intensa e costuma acordar o paciente durante a noite, piora com a movimentação ocular (pois os músculos extrínsecos oculares que fazem a movimentação do olho se inserem na esclera) e geralmente melhora de manhã, talvez pelo pico de esteróide do ciclo circadiano.

A esclerite pode apresentar áreas de necrose caracterizadas por ausência de vasos, que podem levar à perfuração do bulbo ocular. A esclerite é considerada um nódulo reumatóide no olho. Na artrite reumatóide do adulto é descrita como típica a escleromalácia perfurante (Figura 5), que corresponde a uma esclerite com pouca dor e sinais inflamatórios, porém, com um componente de afinamento escleral progressivo.

O tratamento da esclerite se faz com antiinflamatórios não-hormonais, porém, na esclerite da artrite reumatóide, geralmente a corticoterapia sistêmica e os imunossupressores são necessários.

A aplicação de corticóides perioculares está contraindicada pelo efeito colagenolítico dos esteróides.

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Figura 5. Escleromalacia perfurante em artrite reumatóide do adulto. Observa-se afinamento da esclera superiormente,
que se apresenta escura, pela presença da coróide subjacente que é pigmentada

Síndrome de Behçet

Uma das manifestações mais características e graves dessa síndrome, a uveíte provoca cegueira em grande número de casos. A uveíte é do tipo difusa, bilateral e recidivante, apresentando crises de iridociclite aguda não-granulomatosa com dor, hiperemia e hipópio nas crises mais severas, acompanhada de baixa da visão por vasculite retiniana e edema (Figura 6). A cegueira ocorre com freqüência, às vezes, mesmo com tratamento adequado, por atrofia dos vasos retinianos e da papila após vários surtos de vasculite.2

Embora o diagnóstico da síndrome de Behçet seja feito por meio de sinais clínicos relativamente inespecíficos (aftas orais e genitais, eritema nodoso, foliculite etc.), as manifestações oculares são bastante características e o diagnóstico ocular relativamente simples.

O tratamento é feito com ciclosporina ou imunossupressores citostáticos, uma vez que os corticóides devem ser usados com parcimônia pelo seu efeito de facilitar a atrofia dos vasos retinianos. A colchicina tem pouco efeito nas crises de uveítes, sendo mais utilizada nos períodos intercrises.

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Figura 6. Vasculite retiniana na síndrome de Behçet. Notam-se exsudatos no trajeto das veias retinianas

Sífilis e tuberculose

Embora causas não muito freqüentes de uveítes podem provocar uveítes de todos os tipos, devendo quase sempre ser excluídas frente a um paciente com uveíte.

A sífilis pode comprometer o olho em todas as suas formas. Já foi descrita lesão conjuntival acompanhando a lesão genital na sífilis primária. Na forma secundária, a manifestação mais descrita é a iridociclite não-granulomatosa. Nas formas terciária e latente, ocorrem geralmente uveíte difusa com comprometimento retiniano, muitas vezes associado a neurossífilis (Figura 7). Na forma congênita precoce a alteração ocular típica é a retinite em “sal e pimenta”, com lesões puntiformes hiper e hipopigmentadas, acompanhadas de atrofia de vasos e papila. Na forma congênita de aparecimento tardio, a ceratite intersticial (comprometimento do estroma corneano), acompanhada de iridociclite, é a manifestação mais descrita.

Considera-se que não há necessidade da concomitância de lesões pulmonares ativas causadas por tuberculose para a ocorrência de tuberculose ocular. No olho, pode comprometer a esclera (esclerite), a córnea (ceratite estromal) e a úvea, levando à uveíte anterior granulomatosa, posterior ou difusa.

O tratamento dessas doenças se faz com drogas antimicrobianas específicas, quase sempre acompanhadas de corticoterapia.

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Figura 7. Lesão retininana difusa por sífilis na fase terciária

Sarcoidose

A sarcoidose é uma doença considerada rara em nosso meio, e ainda existem controvérsias sobre a possibilidade da ocorrência exclusivamente ocular. A manifestação ocular mais comum é a iridociclite granulomatosa crônica (Figura 8), algumas vezes com nódulos na íris e que, freqüentemente, leva a complicações como o glaucoma e a catarata secundários.

Pode se manifestar como uma vitreíte apenas, acompanhada de vasculite discreta, ou ainda lesões do tipo coriorretinite. O diagnóstico inclui a pesquisa de sarcoidose sistêmica, mas a biopsia de um nódulo conjuntival, se existente, pode fazer o diagnóstico.3 O tratamento é feito à base de corticóides.

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Figura 8. Lesões provocadas por sarcoidose. Nota-se iridocilite granulomatosa no canto superior direito, com precipitados
em forma de “gordura de carneiro” e um nódulo iriano às 8 horas. Nas outras tomadas, observam-se lesões no pólo posterior

Toxocaríase ocular

A toxocaríase é uma doença larvária, que surge anos após as manifestações clínicas da larva migrans visceral. É mais comum em crianças que costumam brincar com cachorros jovens. A manifestação ocular é de uveíte posterior unilateral que pode ser associada à iridocilite, com presença da larva visível ao exame de fundo de olho (Figura 9). O diagnóstico diferencial principal é com retinoblastoma, que é o tumor maligno mais freqüente na infância. O tratamento é feito com corticóides.

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Figura 9. Granuloma na retina periférica por toxocaríase, visível através da pupila

AIDS

As uveítes compreendem infecções oculares por germes oportunistas, sendo que o mais comum é a retinite por citomegalovírus. Nessa, o vítreo é claro, e pode-se observar extensas áreas de necrose retiniana entremeadas de hemorragias (aspecto de “queijo com catchup”), geralmente acompanhando as arcadas vasculares da retina.

Outros quadros incluem coroidite por Pneumocistis carinii ou tuberculose (lesões profundas, arredondadas, do tamanho aproximado de um disco óptico), retinocoroidite por toxoplasmose, necrose retiniana por Herpes Zoster (extensas áreas de necrose retiniana comprometendo todo o equador da retina e critococose ocular (áreas extensas de hemorragias com comprometimento do nervo óptico).

Marisa Toledo de Abreu

REFERÊNCIAS

1. Abreu MT. Toxoplasmose ocular. Em: Oréfice F, Belfort Jr. R. Uveítes. São Paulo: Livraria Roca; 1987:211-30.
2. Nussenblatt RB, Pallestine AG. Uveitis. Fundamental and Clinic Practice.Year Book Publishers, Inc. Chicago, London, Boca Raton, Litleton, Mass.; 1989.
3. Oréfice F, Boratto L. Caderno de Uveítes. Alcon Laboratórios do Brasil Ltda.; 1994.

Fonte: www.apm.org.br

Uveíte

O que é a Uveite?

O olho tem uma forma muito parecida com uma bola de ténis, oco por dentro e com três camadas de tecido à volta da cavidade central.

A camada externa é a esclera (a parte branca do olho), e a mais profunda é a retina ( um tecido que dá origem a imagens na parte de trás do olho tal como um filme numa máquina fotográfica).

A camada do meio, entre a esclera e a retina é chamada a uvea, da palavra Grega “uvea” que quer dizer uva, pois parece-se muito como uma uva descascada.

Quando a uvea fica inflamada, a condição é chamada Uveite.

Qual é a importância da uvea?

A uvea contêm muitos vasos sanguíneos que alimentam o olho. Uma inflamação da uvea pode afetar a córnea, a retina, a esclera e outras partes vitais do olho.

Porque a uvea está relacionada com partes importantes do olho, uma inflamação desta camada pode pôr em perigo a visão e ser mais grave do que a maioria das inflamações das camadas externas do olho.

Quais os sintomas de uma Uveite?

Os sintomas de uma Uveite incluem uma fotofobia (maior sensibilidade à luz), uma visão enevoada, dor e olho vermelho.

A Uveite pode aparecer de um dia para o outro, acompanhada de dor e do olho vermelho, ou pode ter um começo mais lento com pouca dor e vermelhidão , mas com um enevoamente progressivo da visão.

Há tipos diferentes de Uveites?

Sim, quando a uvea está inflamada na parte da frente do olho na iris, chama-se irite. Se a uvea está inflamada no meio do olho envolvendo o corpo ciliar, é chamado ciclite.

Se a inflamação é na parte de trás do olho afetando a coroide, é chamada coroidite.

O que causa uma Uveite?

Uma Uveite pode ter muitas causas diferentes. Pode resultar dum vírus tal como herpes zoster, um fungos (tal como histoplasmoses), ou um parasita (tal como toxoplasmose). Na maior parte das vezes, não se consegue detectar a causa.

A Uveite também pode estar relacionada com doenças em outras partes do corpo (tal como Artrite), ou pode surgir em consequência de um traumatismo do olho.

Uma Uveite num olho pode resultar devido a um ferimento grave no outro olho (oftalmia simpática).

Como é que é feito o diagnóstico da Uveite?

Um exame cuidadoso pelo Oftalmologista é extremamente importante logo que os sintomas surgem. Uma inflamação no olho pode afetar a visão permanentemente e por vezes causar cegueira.

O Oftalmologista utiliza aparelhos para examinar o interior do olho e pode assim fazer um diagnóstico seguro.

Em algumas circunstâncias, análises de sangue, de pele, Raios-X, e ás vezes biópsias podem ser necessárias ao diagnóstico. Porque a Uveite pode ser associada com doenças gerais, um exame total do doente é importante. Isto pode envolver uma consulta com outros médicos especialistas.

Como é que uma Uveite é tratada?

Um tratamento precoce é necessário para diminuir a perda de visão. Gotas para os olhos, esteróides e dilatadores da pupila são medicamentos utilizados para reduzir a inflamação e dor.

Para uma inflamação mais grave, pode ser necessário medicação oral ou mesmo injeções.

Complicações, tal como glaucoma (pressão alta no olho), cataratas (a opacificação do cristalino), ou a formação de novos vasos sangúineos (neovascularização), também podem requerer tratamento. Se as complicações são muito graves, a cirurgia convencional ou cirurgia Laser pode ser necessária.

O tratamento tanto pode ser simples, como a situação se arrastar por semanas.

Algumas Uveites têm tendência para a repetição.

Quem pode tratar uma Uveite?

Só um Oftalmologista é que tem as qualificações próprias para o tratar, visto a Uveite ser uma inflamação no interior do olho e pôr em risco a visão.

O tratamento imediato e um diagnóstico correto são essenciais. Um caso simples de “olho vermelho” pode ser uma situação grave de Uveite.

Um “olho vermelho” que não se resolva rapidamente deve ser examinado e tratado pelo Oftalmologista.

O Oftalmologista é o médico que se treinou e estudou 13 anos para tratar dos seus olhos. Só um Oftalmologista é que pode assegurar um adequado tratamento ás doenças oculares.

Fonte: www.vistaclinique.pt

Uveíte

Dentro do olho existe um conjunto de estruturas que são a íris (parte colorida dos olhos), corpo ciliar (produz o humor aquoso, líquido que preenche a parte anterior do olho) e a coróide (parte vascular situada adjacente à retina).

Estas 3 estruturas compõem o trato uveal ou a úvea.

As uveítes são basicamente, a inflamação de uma ou mais destas estruturas. O nervo óptico e a retina também podem ser afetados.

A uveíte é igual a uma conjuntivite?

Os sinais e sintomas das uveítes às vezes se assemelham aos da conjuntivite, como olhos vermelhos e dor ocular, porém geralmente a uveíte é bem mais grave do que a conjuntivite, pois trata-se de uma inflamação mais profundamente localizada.

Como uma pessoa pode saber se tem apenas uma conjuntivite ou se tem uma uveíte?

O exame oftalmológico especializado com equipamento capaz de examinar com detalhes as estruturas intra-oculares (lâmpada de fenda) é fundamental para o diagnóstico diferencial destas duas doenças. Sempre que aparecer hiperemia ocular (olhos vermelhos) associado à dor e fotofobia, especialmente quando ocorrer embaçamento visual e presença de pontos pretos flutuantes (moscas volantes), o exame deve ser realizado.

A história de contato com alguém com os mesmos sintomas e a presença de secreção ocular abundante é mais sugestiva de conjuntivite.

Quais são os principais sintomas das uveítes?

Sensibilidade à luz (fotofobia)
Visão embaçada
Dor
Moscas volantes
Olho vermelho

Uveíte

Hiperemia ocular em paciente com uveíte

Por que a visão fica embaçada?

Porque a uveíte é uma inflamação intra-ocular que pode atingir, por contigüidade, estruturas nobres do olho como a retina, o nervo óptico e o vítreo (gel que preenche e dá forma ao globo ocular e que fica turvo com a inflamação).

Quanto tempo dura as uveítes?

As uveítes cuja inflamação duram semanas ou poucos meses, e que terminada a crise desaparecem, são chamadas de uveítes agudas. Nas uveítes crônicas a inflamação dura meses ou anos, sem seu desaparecimento completo entre os períodos de exacerbação.

Podem aparecer repentinamente, com vermelhidão e dor, ou pode ter início mais lento, com poucos sintomas e perda gradual de foco.

O que causa as uveítes?

Na maioria dos casos, a causa da uveíte é desconhecida (uveíte idiopática). Processos imunológicos como os fenômenos de auto-imunidade (substâncias produzidas pelo próprio corpo que agridem o olho e outros órgãos) ou uma baixa da imunidade do indivíduo podem estar associados à doença ocular; é possivel que o “stress” físico e emocional, com alteração secundária da imunidade, possa ser um fator desencadeante de crise de uveíte em alguns casos.

As uveítes podem também ter causa infecciosa (vírus, bactérias, fungos e parasitas), ser secundária a traumas oculares e a algumas neoplasias (leucemias, linfomas e metástases). A manifestação ocular pode ser o primeiro sintoma em alguns pacientes. Doenças sistêmicas como a toxoplasmose, toxocaríase, tuberculose, sífilis, herpes e citomegalovírus são exemplos de algumas causas infecciosas para as uveítes. Indivíduos com baixa da imunidade secundária a neoplasias, uso prolongado de corticóides, transplantados e AIDS podem também apresentar uveíte, geralmente causada por agentes oportunistas.

As doenças reumatológicas, como a artrite reumatóide juvenil e do adulto, a doença de Behçet, o lúpus eritematoso sistêmico, a espondilite anquilosante, dentre outras, também estão incluídas nas causas de uveíte.

As crianças também podem ter uveíte?

Sim, podendo inclusive já nascer com comprometimento visual, como na toxoplasmose congênita. Outra causa importante de uveíte na infância é a artrite reumatóide juvenil. Muitas vezes, o diagnóstico nas crianças é feito tardiamente, visto que as queixas visuais nem sempre são referidas pelas mesmas. Isso reforça a necessidade de exames periódicos nesse grupo etário.

A uveíte pode comprometer a visão?

Quando não tratada de forma adequada ou quando o diagnóstico é muito tardio, a uveíte pode causar danos visuais irreversíveis. Ela pode causar ainda glaucoma, descolamento de retina, catarata, além das cicatrizes na retina que causam redução na visão.

Como tratar?

As uveítes podem representar um quadro ocular grave e necessitam ser tratadas o mais rápido possível. Em muitos pacientes há necessidade não só do uso de colírios, mas também de medicamentos específicos para a causa da doença (antibióticos, antifúngicos, antivirais). Em se tratando de uma doença reumatológica, auto-imune ou de causa desconhecida, o principal medicamento utilizado são os corticóides ou os imunomoduladores. A participação de mecanismos imunológicos variados contribui para agravar o caráter de cronicidade do caso e por isso, esses medicamentos, em geral, são utilizados por tempo prolongado.

Por isso, a integração entre as várias especialidades médicas é muito importante no seguimento dos pacientes com uveíte.

Qual seria a principal recomendação diante da suspeita de uveíte?

Seu oftalmologista deverá sempre ser informado sobre sua saúde geral. Olho vermelho e baixa acuidade visual podem ser indícios de uveítes e a avaliação de um oftalmologista é indispensável nesses casos. A detecção precoce com tratamento bem direcionado é muito importante para o controle de grande parte das uveítes. O acompanhamento periódico e uma boa relação médico- paciente são fundamentais, visto que as uveítes podem surgir em surtos e estar associadas a outras doenças, o que exige um controle rigoroso e individualizado.

Luciana Peixoto

Fonte: www.moacir-cunha.com.br

Uveíte

Uveíte é uma inflamação dentro do olho, nos tecidos da úvea, que incluem a íris (a parte colorida do olho), o corpo ciliar (atrás da íris, produz o fluido dentro do olho) e a coróide (o tecido vascular embaixo da retina). A uveíte pode ocorrer como resultado direto de trauma ocular e pode estar associada a alguma doença sistêmica existente. A uveíte pode ser tanto aguda quanto crônica.

Sinais e Sintomas

A uveíte anterior típica envolve dor, fotofobia (sensibilidade à luz- pode-se necessitar usar óculos escuros) e lacrimejamento excessivo. Os pacientes relatam uma dor profunda e vaga nos olhos e ao redor da órbita.

Pode haver algum turvamento da visão, embora a acuidade visual geralmente não seja afetada negativamente em ampla escala.

Como se trata a uveíte?

Consulte o oftalmologista. Não use medicamentos sem orientação médica.

O tratamento sempre inclui colírios antiinflamatórios. A uveíte anterior é uma condição séria, que necessita da atenção de seu oftalmologista.

Fonte: www.alcon.com/br

Uveíte

O que é Uveíte?

Dentro do olho existe um conjunto de estruturas formado pela íris (parte colorida dos olhos), corpo ciliar (produz o humor aquoso, líquido que preenche a parte anterior do olho) e a coróide (parte vascular situada adjacente a retina). Estas 3 estruturas compõem o trato uveal ou a uvea. A uveíite e, basicamente, a inflamação de uma ou mais destas estruturas. O nervo óptico e a retina também podem ser afetados.

A uveíte é igual a uma conjuntivite?

Os sinais e sintomas das uveítes as vezes se assemelham aos da conjuntivite, como olhos vermelhos e dor ocular, porém, geralmente a uveíte é mais grave que a conjuntivite, pois trata-se de uma inflamação localizada no interior do olho.

Quais são os principais sintomas das uveítes?

Olho vermelho
Sensibilidade a luz (fotofobia)
Visão embaçada
Dor
Moscas Volantes

Por que a visão fica embaçada?

Porque a uveíite e uma inflamação intra-ocular que pode atingir, por contigüidade, estruturas nobres do olho como a retina, o nervo óptico e o vítreo gel que preenche e da forma ao globo ocular e que fica turvo com a inflamação.

Como uma pessoa pode saber se tem apenas conjuntivite ou se tem uveíte?

O exame oftalmológico especializado, com equipamento capaz de examinar com detalhes as estruturas intra-oculares (lâmpada de fenda) é fundamental para o diagnóstico diferencial destas duas doenças. Sempre que aparecer hiperemia ocular (olhos vermelhos) associado a dor e fotofobia, especialmente quando ocorrer embaçamento visual e presença de pontos pretos flutuantes (moscas volantes) o exame deverá ser realizado. A história de contato com alguém com os mesmos sintomas e a presença de secreção ocular abundante e mais sugestiva de conjuntivite.

Quanto tempo duram as uveítes?

A uveíite cuja inflamação dura semanas ou poucos meses, e que terminada a crise desaparece, é chamada de uveíite aguda. Na uveíte crônica a inflamação dura meses ou anos, sem seu desaparecimento completo entre os períodos de exacerbação.

O que causa a uveíite?

Na maioria dos casos, a causa da uveíite é desconhecida (uveíte idiopática). Processos imunológicos como os fenômenos de auto-imunidade (substâncias produzidas pelo próprio corpo que agridem o olho e outros órgãos) ou uma baixa da imunidade do indivíduo podem estar associados à doença ocular. É possível que o stress físico e emocional, com alteração secundária da imunidade, possa ser um fator desencadeante de crise de uveite em alguns casos.

Fonte: www.cloevisao.com.br

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O que é Uveítes

O olho é formado por três camadas que envolvem a sua cavidade central. A camada mais externa é chamada esclera (a parte branca do olho). A camada mais interna é a retina (que é sensível à luz e transmite as imagens ao nervo ótico). A camada do meio é chamada úveo, do grego, uva. Tem esse nome, por assemelhar-se a uma uva descascada.

A úvea possui muitos vasos sanguíneos e é responsável pela nutrição do olho. Quando a úvea sofre uma inflamação, diz-se que há uma uveíte. Uma vez que a úvea está em contato com muitas partes importantes do olho, sua inflamação pode provocar problemas de córnea, na retina ou na esclera. É, portanto, um grande risco para sua visão.

A uveíte é o processo inflamatório que acomete o trato uveal, que engloba a íris, o corpo ciliar e a coróide. Estes são alguns dos segmentos que compõem o globo ocular no seu interior.

Esta reação inflamatória traz como principais sintomas dor, fotofobia, lacrimejamento e turvação da visão e pode deixar algumas seqüelas importantes que trarão grande prejuízo para a visão. Portanto, o tratamento deve ser instaurado o quanto antes.

Os pacientes portadores de tuberculose têm grande possibilidade de desenvolver este quadro pela invasão microbiana ativa dos tecidos intra-oculares pelo bacilo de Koch e não pelo tratamento da doença, que, nestes casos, é de extrema importância.

Causas

As uveítes podem ser de causa infecciosa (bactérias, fungos, vírus e protozoários), autoimune ou idiopática (causa desconhecida).

A principal causa de uveíte é a toxoplasmose, que é adquirida pela ingestão de carne crua ou mal cozida, verdura mal lavada ou leite sem ferver. Existe também a toxoplasmose congênita, quando a mãe transmite a infecção para a criança durante a gravidez. Outras causas parar uveíte são reumatismo, sífilis e diversas viroses. Em pacientes com AIDS, que possuem baixa imunidade, ou nos casos não tratados, estas infecções podem levar à perda da visão.

Sintomas

Os sintomas são olho vermelho e embaçamento visual, podendo ser confundida com uma conjuntivite, por isso quem deverá fazer o diagnóstico é o médico oftalmologista.

Tratamento

O tratamento das uveítes se faz, na maioria dos casos, através de medicação (oral e colírios). É comum o uso de corticóide, antibiótico e, em determinados casos, imunossupressores.

O tratamento é sempre clínico, contrapondo-se à tendência da via cirúrgica da maioria das doenças dos olhos. O diagnóstico de uveíte é confirmado através de um exame biomicroscópico, feito com Lâmpada de Fenda. O paciente é submetido também a um exame completo de fundo de olho, com o Oftalmoscópio Binocular Indireto.

A área Uveíte registrou um crescimento da incidência de casos com novas características após o avanço da AIDS, entre elas a presença do citomegalovírus em pacientes contaminados vírus HIV.

Fonte: www.cataratajb.med.br

Uveíte

Inflamação do globo ocular – Uveíte

Enquanto a conjuntivite e a blefarite inflamam apenas a porção externa dos olhos (conjuntiva e pálpebras), a uveíte é uma inflamação do globo ocular.

Dificilmente a uveíte acomete os dois olhos ao mesmo tempo. Essa inflamação pode até passar despercebida em casos menos agressivos, mas na maioria, ela causa dor leve a intensa, olho vermelho e visão borrada ou turva.

Uveíte
Uveíte

O aparecimento da uveíte está associado à toxoplasmose (foto acima), sífilis, sarcoidose, uveíte intermediária, herpética, por cândida, entre outras doenças.

Exceto na toxoplasmose, na rubéola e na sífilis, que podem ter o processo agudo da inflamação na ocasião do nascimento (uveíte congênita), o primeiro ataque acontece geralmente após a primeira década de vida ou numa época em que a criança já tem capacidade de informar ou perceber uma queda visual.

Infelizmente a visão permanece prejudicada após o tratamento mesmo com todo o procedimento sendo bem realizado pelo paciente, pois permanecem cicatrizes, principalmente na retina (é o caso da toxoplasmose). Portanto, quanto mais cedo a uveíte for diagnosticada, melhor o prognóstico.

As mães contaminadas durante a gravidez devem afastar a suspeita de uveíte nos filhos realizando um exame oftalmológico completo e mantendo uma rotina para surpreender um novo ataque da doença (toxoplasmose).

Hoje, a tendência é que os casos crônicos sejam identificados mais rapidamente, em vista das campanhas que esclarecem pais e professores sobre a importância de se fazer exames oculares.

Lembramos que somente o médico oftalmologista tem o conhecimento necessário para identificar com precisão a causa da uveíte e orientar o paciente quanto ao tratamento correto.

Lígia Beatriz Bonotto

Fonte: www.oftalmopediatria.com.br

Uveíte

Uveíte é o nome do grupo de doenças que causa inflamação dentro do olho. Existem diferentes tipos de úveítes, algumas são localizadas na parte mais anterior do olho (acometendo a córnea, câmara anterior e iris.

São chamadas de uveíte anterior, irite ou iridociclite), algumas na parte intermediária do olho (uveíte intermediária), algumas na parte mais porterior (vítreo, retina e nervo óptico. São chamdas de uveíte posterior). Algumas inflamações afetam todo o olho e são chamadas de panuveítes.

Muitas doenças podem causar uveítes, desde infecções até alterações da imunidade. Dependendo da parte do olho inflamada, do tipo de inflamação e de informações sobre o paciente pode-se suspeitar do agente causador da inflamação, que é confirmada por exames de laboratório.

Alguns exemplos das causas de uveítes infecciosas são toxoplasmose, tuberculose, toxocara cannis, sífilis, HIV/AIDS, herpes, citomegalovírus (CMV) e histoplasmose.

As doenças auto-imunes também podem causar inflamação intra-ocular e entre estas doenças estão a sarcoidose, artrite reumatóide, LUPUS, síndrome de Behçet, Vogt-Koyanagi-Harada, uveítes relacionadas ao HLA B27 e síndrome de Reiter. Em alguns casos estas doenças oferecem risco de vida para o paciente e outros tipos de tratamento devem ser utilizados.

O que o paciente sente?

A uveíte pode causar olho vermelho, dor, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz) e/ou baixa de visão. Nestes casos o oftalmologista consegue identificar a inflamação durante o exame e, dependendo de suas características, determinar a causa da doença.

Muitas vezes é necessário pedir exames especiais para ajudar a identificar a causa da doença, como exames de sangue, raio x, tomografia ou ressonancia magnética, PPD, etc.

No Brasil, a causa mais comum de uveíte anterior é a relacionada a doenças auto-imunes e da uveíte posterior é toxoplasmose.

O tratamento é realizado combatendo a causa da doença primária e utilizando remédios para diminuir a inflamação. Dependendo do tipo e da gravidade da uveíte são utilizados colírios, remédio por boca, remédios intra-oculares, imunossupressupressores, etc.

Fonte: www.clinicabelfort.com.br

Uveíte

O que é uveíte?

Uveíte é a inflamação do trato uveal que é a parte do olho composta pela íris, corpo ciliar e coróide. Pode ser causada por trauma (externo ou cirúrgico), por uma infecção ou ainda por doenças auto-imunes.

Quais os sintomas?

Os sintomas mais freqüentes da uveíte são:

Dor
Fotofobia
Olho vermelho e sem secreção
Diminuição do diâmetro da pupila (miose)
Borramento visual;

Como diagnosticar?

O exame mostrará um olho vermelho. À Biomicroscopia nota-se a presença de precipitados ceráticos (“PK”) na câmara anterior. A miose também é vista no exame de Biomicroscopia.

Como tratar?

É importante o diagnóstico precoce para dar início ao tratamento o mais rápido possível, a fim de se evitar seqüelas como as sinéquias posteriores, que impedem a abertura da pupila e a circulação do humor aquoso, gerando glaucoma.

Para isso, o uso de colírios dilatadores da pupila como Atropina ou Ciclopentolato é fundamental. Em caso de dor, analgésicos sistêmicos devem ser prescritos.

Para o processo inflamatório devem ser usados colírios esteróides ou até mesmo corticosteróides sistêmicos.

O curso da uveíte pode ser rápido ou levar meses para sua resolução, exigindo várias visitas ao médico oftalmologista. Seqüelas como glaucoma ou catarata podem ocorrer e exigir tratamento posterior.

Fonte: www.oftalmojanot.com.br

Uveíte

Úvea

A úvea, também denominada trato uveal, é constituída por três estruturas: a íris, o corpo ciliar e a coróide.

A íris, o anel colorido que circunda a pupila, abre-se e fecha-se como a abertura da lente de uma máquina fotográfica.

O corpo ciliar é o conjunto de músculos que tornam o cristalino mais espesso para que o olho possa enfocar os objetos próximos e que o tornam mais fino para que o olho consiga enfocar os objetos distantes. A coróide é o revestimento interno do olho, que se estende desde a margem dos músculos ciliares até o nervo óptico, localizado na parte posterior do olho.

Uveíte

A uveíte é a inflamação de qualquer parte da úvea.

A úvea pode inflamar parcial ou totalmente.

A inflamação restrita a uma parte da úvea pode receber o nome da zona envolvida como, por exemplo, irite (inflamação da íris) ou coroidite (inflamação da coróide). A uveíte tem muitas causas possíveis, algumas limitadas ao olho e outras que afetam todo o corpo. Aproximadamente 40% dos indivíduos com uveíte apresentam uma doença que também afeta órgãos de outras partes do corpo.

Independentemente de sua causa, a uveíte pode lesar rapidamente o olho e produzir complicações prolongadas (p.ex., glaucoma, catarata e descolamento da retina).

Uveíte
Visão da Úvea

Causas Comuns de Uveíte

Espondilite ancilosante Síndrome de Reiter Artrite reumatóide juvenil Uveíte granulomatosa da pars plana Toxoplasmose Infecção por citomegalovírus Necrose retiniana aguda Toxocaríase Coroidopatia de Birdshot Histoplasmose Tuberculose Sífilis Síndrome de Behçet Oftalmia simpática Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada Sarcoidose Sarcoma ou linfoma

Sintomas e Diagnóstico

Os primeiros sintomas de uveíte podem ser sutis. A visão pode tornar-se borrada ou o indivíduo pode enxergar pontos pretos flutuantes. A dor intensa, a hiperemia da esclera (branco do olho) e a sensibilidade à luz são particularmente comuns na irite. O médico pode ser capaz de observar vasos sangüíneos proeminentes na borda da íris, alterações sutis da córnea e opacificação do líquido que preenche o olho (humor vítreo). O médico estabelece o diagnóstico baseando-se nos sintomas e nos achados do exame físico.

Tratamento

O tratamento deve ser iniciado o mais breve possível para se evitar lesões permanentes e quase sempre inclui o uso de corticosteróides e de medicamentos que dilatam as pupilas. Outros medicamentos podem ser utilizados para tratar causas específicas (p.ex., medicamentos antiinfecciosos para eliminar bactérias ou parasitas).

Fonte: www.msd-brazil.com

Uveíte

A Uveíte é uma inflamação do trato uveal do olho, o qual é composto pela íris (irite), corpo ciliar (ciclite) e coróide (coroidite). Pode associar-se à inflamação  de outras estruturas oculares, como retina, nervo óptico, corpo vítreo, córneas e esclera. 

A Uveíte é uma afecção freqüentemente  severa, sendo uma das principais causas de cegueira no mundo.  Está relacionada com várias doenças sistêmicas, principalmente  as de caráter  auto-imune como as doenças reumáticas. Pode ser a apresentação inicial de uma doença sistêmica ou um problema tardio de um paciente já com diagnóstico de doença reumática.

Incidência

Estima-se que pelo menos 8% da população brasileira tenha, teve ou terá a doença.
Em 10% dos casos, a visão é prejudicada e, em 1%, a consequência é a cegueira.
40% dos casos de Uveíte podem ocorrer em doenças reumáticas.

Classificação

A Uveíte pode ser classificada de várias maneiras:

Origem:

Exógena: quando é causada diretamente por um agente infeccioso.
Endógena:
quando é secundária a alguma alteração sistêmica ou reação imune ocular. 

O sistema de classificação é baseado na localização anatômica da inflamação:

Uveíte anterior.
Uveíte intermediária.
Uveíte posterior.
Pan-uveíte.

Outro critério adotado para a classificação das uveítes é o curso clínico e a evolução da doença estabelecendo como uveítes agudas aquelas de curta duração (até três meses) e como uveítes crônicas as que apresentam evolução de mais de três meses.

Doenças que podem atingir o olho

Toxoplasmose, Rubéola, Aids, Tuberculose, Herpes simples, Sífilis e outras doenças infecciosas atacam mais a retina e a coróide.
Reumatismo, Esclerose múltipla e outras doenças auto-imunes prejudicam mais a íris.
Diabetes, Hipertensão e anemia atingem mais os vasos da retina

Uveíte e Doenças reumáticas

As doenças reumáticas podem ser identificadas em mais de 40% dos casos de Uveíte. A comparação entre as estatísticas de frequência de Uveíte em doenças reumáticas é muito variável, pois a distribuição da afecção varia muito, em função de características individuais  e geográficas.

As doenças reumáticas mais frequentemente associadas com  a Uveíte são:

Sarcoidose.
Espondiloartropatias.
Síndrome de Behçet.
Artrite reumatóide juvenil.

Outras afecções reumáticas que podem cursar com Uveíte, mas em frequência menor, são:

Artrite reumatóide.
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES).
Polidermatomiosite.
Doença de Lyme.
Granulomatose de Wegener (vasculite).
Poliarterite nodosa (vasculite)

Sinais e sintomas

O quadro clínico depende  da doença de base que originou a uveíte, do tipo, o curso clínico e a evolução da doença:

Uveíte anterior:

Lacrimejamento.
Fotofobia.
Dor ocular variável.
Algum grau de redução visual.

A dor pode se localizar no bulbo ocular ou se propagar para as áreas periorbitárias e frontal.

Uveíte intermediária:

Borramento visual.
Manchas pretas flutuantes.

A uveíte intermediária envolve predominantemente a retina periférica e a base vítrea.

Uveíte posterior:

Escurecimento e borramento visual com manchas flutuantes.

Na mácula, o achado mais comum é o edema macular cistóide. A perda de visão central ocorre quando a mácula está acometida.

Diagnóstico

Anamnese.
Exame clínico.
Exame físico.
Exame oftalmológico.
Exames laboratoriais.

A anamnese e o exame físico fornecem muitas informações sobre a presença de doenças reumáticas e a associação com outras afecções, como  gastrintestinais, venéreas e dermatológicas.

Os exames laboratoriais devem ser solicitados apenas depois dos achados clínicos e físicos direcionados para os diagnósticos diferenciais possíveis.

Atenção:  Qualquer doença ocular só deve ser diagnosticada por um profissional especializado.  Aos primeiros sinais de qualquer problema visual, procure o oftalmologista. Quanto mais cedo for tratado, maior a chance de cura.

Tratamento

O tratamento correto será indicado pelo oftalmologista, que é o médico especializado  para tratar dos distúrbios e doenças do olho.

O tratamento de Uveítes relacionadas com doenças reumáticas requer colaboração entre o reumatologista e o oftlmologista. É necessário considerar o local de envolvimento da inflamação. O reconhecimento dos diferentes aspectos das inflamações uveais relacionadas às manifestações sistêmicas leva a um diagnóstico precoce e a um tratamento eficaz. O controle oftalmológico é fundamental para que se evitem complicações, como a perda precoce da visão.

Sequelas

Cegueira.
Catarata.
Glaucoma secundário.
Atrofia do nervo óptico.

Fonte: www.mccorreia.com

Uveíte

A inflamação do trato uveal (que é a camada vascular média do olho) ou uveíte é devida a muitas causas.

As uveítes ainda podem ser classificadas de acordo com o tempo de evolução em agudas e crônicas. Os casos agudos têm início rápido (em alguns dias) e podem durar de 2 a 6 semanas. As formas crônicas tem início insidioso e tipicamente duram mais que 6 semanas, podendo evoluir por muitos meses.

Quando dizemos que a pupila está miótica significa que ela está contraída e quando dizemos que a pupila está midriática significa que ela está dilatada. No caso das uveítes anteriores, a pupila pode ficar miótica devido ao processo inflamatório e congestivo que envolve a íris.

Nestes casos, a miose pode dificultar a avaliação dos reflexos pupilares à luz, a visualização do fundo de olho,além de facilitar a formação de sinéquias posteriores(aderências entre a íris e o cristalino).

É por isso que se usam agentes midriáticos em associação com corticosteróides no tratamento das uveítes, para reduzir o processo inflamatório e manter a íris dilatada e, consequentemente, mais afastada do cristalino,evitando a formação dessas sinéquias. É por isso também que importante o diagnóstico precose das uveítes, para que a medicação específica seja introduzida o mais precocemente possível,evitendo-se assim a ocorrência destas complicações.

Nos casos agudos, os sintomas da uveíte anterior, tem início rápido com dor ocular, fotofobia, olho vermelho,lacrimejamento e ambaçamento visual.

A vermelhidão se concentra em geral ao redor da córnea, recebendo a denominação de injeção ou hiperemia pericerática. Para entedermos melhor como visualizamos a reação inflamatórias na câmara anterior,podemos imaginar o que ocorre num cinema, onde a visualização do facho de projeção da luz em direção à tela cinematográfica representaria o que chamamos de “flare” e as partículas de poeira que percebemos no meio deste facho luminoso representariam as células inflamatórias.

A pupila pode estar miótica e sinéquias posteriores podem se formar.As aderências podem ocasionalmente se desenvolver em poucos dias nos pacientes com inflamação severa,mas, em geral, a presença de sinéquias indica que a inflamação tem sido crônica ou recorrente. 

Aderências entre a íris e a córnea próximas ao ângulo da câmara anterior tembém podem ocorrer e são chamadas de sinéquias anteriores.

Todas estas aderências podem ser responsáveis pelo desenvolvimento do glaucoma: as primeiras por poderem provocar um bloqueio pupilar (dessa forma impedindo o fluxo de humor aquoso da câmara posterior para a anterior, fazendo com que se eleve a pressão intra-ocular) e as últimas por obstruírem diretamente o fluxo de saída do humor aquoso no ângulo da câmara anterior.

As células inflamatórias podem se acumular na parte inferior da câmara anterior, originando um nível líquido de cor esbranquiçada denominado hipópio. O hipópio pode estar associado a muitos tipos de uveíte, mas classicamente acompanha a chamada doença de Behçet.

A presença de sinéquias e a atrofia iriana,que podem ocorrer nos casos crônicos, também podem dificultar muito a valiação da íris,pupila e fundo de olho. Em paciente com quadros crônicos pode haver a deposição de cálcio nas camadas superficiais da córnea,originando a ceratopatia em faixa calcificada (faixa de cor branca que se forma na parte central da córnea, na área da fissura interpalpebral e através e contribui para a redução da visão). É removida cirurgicamente através do uso tópico de ácido etilenodiaminotetracético (EDTA).

As uveítes anteriores crônicas geralmente têm início insidioso e curso prolongado,podendo persistir por meses ou anos. Os sintomas podem ser mínimos, mesmo na presença de inflamação severa.É o caso das uveítes anteriores associados à artrite reumatóide juvenil que ocorre nas crianças, onde, mesmo na vigência de processo inflamatório importante, o olho pode estar branco, calmo, e a sintomatologia pode não ser muito exuberante. Dentre as uveítes anteriores, podemos citar a uveite anterior idiopática (que é a mais comun), a iridociclite heterocrômica de Fuchs e as uveítes anteriores associadas a doenças reumatológicas,comoartrite reumatóide juvenil, espondilite anquilosante e síndrome de Reiter, entre outras. Dentre as uveítes posteriores, podemos citar a toxoplasmose (no Brasil, esta e a causa mais frequente de uveíte posterior infecciosa), a tuberculose e a sarcoidose. Algumas uveítes podem afetar ambos seguimentos, anteriores e posteriores.

O uso de colírios midriáticos tem a função de aliviar o espasmo ciliar e reduz a dor, bem como manter a pupila dilatada, evitando assim a formação de sinéquias posteriores.De acordo com a etiologia da uveíte, como por exemplo nos processos de causa infecciosa, outras medicações específicas são utilizadas e o tempo de tratamento variam de acordo com a etiologia, evolução e gravidade de cada caso.

É difícil se dizer auias os exames obrigatórios para os pacientes com uveíte, poi, a decisão deve-se basear invariavelmente na suspeita clínica. Uma abordagem não sleteiva onde são pedidos inúmeros testes laboratoriais é frequentemente dispendiosa e pode não fornecer informações relevantes.Podem ser pedidos exames de sangue, urina, fezes e outros que ajudam a detectar prováveis doenças auto-imunes (doenças reumatológicas).

Os testes sanguíneos utilizados para diagnóstico em uveítes são muito numerosos.Entre os principais exames pedidos encontram-se hemograma (contagem de hemácias e leocócitos) que, conforme o resultado, ajuda o direcionamento da hipótese diagnóstica; testes para detecção de doenças reumatológicas, como os chamados fotor antinúcleo e fator reumatóide.O testecutâneo para identificação da tuberculose, também está entre os mais importantes.

Exames oftalmológicos específicos, como a angiofluoresceinografia, também são importantes no diagnóstico e acompanhamento de alguns pacientes com uveíte.

Outros exames radiológicos, como a ultra-sonografia ocular,tomografia computadorizada e mesmo a ressonância nuclear magnética,também podem ser solicitados, conforme o caso.

Por vezes o diagnóstico definitivo em alguns casos de uveíte pode requerer uma confirmação histológica (isto significa que deve ser feita uma retirada de um fragmento do tecido acometido para análise, ou seja, uma biópsia), principalmente nos casos de tumores oculares.

Em casos leves, os retornos podem ser mais esoaçados e com amelhora dos sinais inflamatórios podemos gradativamente reduzir a medicação. Casos severos requerem retornos frequentes, eventualmente até retornos diários se houver complicações de maior gravidade. Os paciente devem ser bem esclarecidos qunto a possíveis sinais de piora ou recidiva da uveíte (dor ocular, fotofobia, redução da visão, moscas volantes, olho vermelho) e orientados a procurar imediatamente o oftalmologista na presença destes sintomas.

As uveítes podem ter recidivas, elas vão depender do nível de atividade da doença de base, sej aela primariamente ocular ou não, e que por sua vez pode sofrer influência de diversos fatores como estado imunológico do paciente, fatores endócrinos, fatores sociais e geográficos como raça, sexo e idade.

Podem ocorrer também uveítes em ambos os olhos ao mesmo tempo. Nestes casos, o início pode ser simultâneo ou não, um dos olhos pode cursar com um quadro mais severo do que o outro.

Fonte: drpaulolarocca.com.br

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