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Uma das maiores inovações em tecnologia de comunicação até hoje é o telefone. Com ele, conectamos montanhas, oceanos e confins opostos do mundo.
Podemos transmitir informações importantes de forma rápida e eficiente, e agora, com telefones celulares e smartphones, podemos enviar dados importantes, capturar memórias e explorar a Internet, tudo a partir de nosso telefone móvel.
A história do telefone é uma incrível linha do tempo de experimentação e descoberta.
O Primeiro Telefone
Graham Bell e seu amigo Thomas Watson já tinham construído vários aparelhos e sempre encontravam algum problema.
No dia 3 de junho de 1875, Watson, atendendo mais uma solicitação de Graham Bell, da noite anterior, para que construísse um novo aparelho adaptando um dos antigos dispositivo, construiu dois exemplares.
Um deles era de uma estrutura de madeira que tinha uma espécie de tambor mantendo todas as partes do dispositivo nas posições corretas.
Devido ao formato dessa estrutura, esse dispositivo recebeu o apelido de “telefone da forca”.
A ideia de Bell era que ao falar próximo à membrana ela vibraria, fazendo a lâmina tremer perto do eletroímã e induzindo correntes elétricas variáveis até sua bobina.
Ele esperava que essas vibrações sonoras fossem reproduzidas igualmente na forma elétrica que seria conduzida por fios metálicos até um outro aparelho idêntico, fazendo-o vibrar e emitir um som semelhante ao inicial.
Para começar o teste, Watson e Bell colocaram os aparelhos em lugares bem distantes; um no sótão e o outro no terceiro andar do prédio – dois andares abaixo, ligados por um par de fios metálicos. À noite, Bell ficou no sótão e Watson na sala do terceiro andar, tentando se comunicar através do aparelho. Por mais que Watson falasse alto ou mesmo gritasse, Bell não ouvia nada, no entanto, quando Bell falava em seu dispositivo, Watson ouvia alguns sons. Não que fosse possível entender alguma palavra mas, certamente ele escutava alguma coisa.
Hoje é possível entender quais eram os problemas técnicos desse primeiro aparelho. Um deles era a lâmina de aço, que deveria vibrar livremente induzindo as correntes elétricas, mas que tinha, nesse aparelho uma de suas extremidades presa, o que a impedia de acompanhar as oscilações da membrana. O outro problema é que, para emitir sons com mais força, era preciso dimensionar o aparelho de maneira mais adequada, levando em conta, por exemplo, as distâncias entre o eletroímã e a lâmina. Enfim, era preciso aperfeiçoá-lo.
Apesar de todos esses avanços, Hubbard continuava a pressionar Bell para que se dedicasse ao telégrafo harmônico, e não à transmissão de voz.
Telefone
A Descoberta do Telefone
Na tarde do dia 2 de junho de 1875, Graham Bell e Thomas Watson puseram-se a fazer experiências para verificar o funcionamento do telégrafo harmônico.
Cada um foi para uma sala, no sótão da oficina de Bell. Watson, em uma delas, tratava de ligar os diversos eletroímãs, enquanto Bell, na outra, observava o comportamento dos eletroímãs de seu aparelho que deveriam vibrar estimulados pelo aparelho de Watson.
Como acontecera muitas outras vezes, a coisa não funcionou e para piorar, a lâmina de um dos transmissores não vibrava quando ligada à pilha. Como essa lâmina parecia estar presa, Watson começou a puxá-la e soltá-la para ver se assim, ela começava a vibrar como deveria. Nisso, Bell ouve uma forte vibração no aparelho que estava em sua sala, dá um grito e vai correndo perguntar a Watson o que ele havia feito.
Dando uma olhada na lâmina que estava com problema, Bell viu que um parafuso estava muito apertado, impedindo que o contato elétrico gerado entre a lâmina e o eletroímã fosse rompido, interrompendo a transmissão de pulsos elétricos para a outra sala. Intrigado, Bell começou a quebrar a cabeça imaginando o que havia acontecido.
De repente, compreendeu que, quando a lâmina de aço vibrou diante do eletroímã, ela induziu uma corrente elétrica oscilante na bobina do eletroímã e essa corrente elétrica produziu a vibração no aparelho que estava na outra sala.
O princípio da física que explicava esse fenômeno não era novo. Michael Faraday já havia demonstrado, quarenta anos antes, que o movimento de um pedaço de ferro perto de um eletroímã podia criar vibrações elétricas do mesmo tipo.
Porém, apesar desse fenômeno já ser conhecido, foi só nesse dia que Bell percebeu que poderia usá-lo para fazer o que tanto queria: transmitir a voz através da eletricidade.
Nesse mesmo dia, antes de ir para casa, Bell deu instruções a Watson para que construísse um novo aparelho, adaptando o antigo dispositivo, com a finalidade de captar as vibrações sonoras do ar e produzir vibrações elétricas.
1877 – O Telefone chega ao Brasil
Telefone
O telefone chegou ao Brasil em 1877, poucos meses depois da exposição de Filadélfia.
O primeiro aparelho foi fabricado nas oficinas da Western and Brazilian Telegraph Company, especialmente para D. Pedro II. Foi instalado no Palácio Imperial de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, hoje o Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Ainda em 1877, começou a funcionar uma linha telefônica ligando a loja O Grande Mágico, na Rua do Ouvidor, ao Quartel do Corpo de Bombeiros.
Dois anos mais tarde, em 15 de novembro de 1879, era feita a primeira concessão para estabelecimento de uma rede telefônica no Brasil. Quem ganhou a concessão foi Charles Paul Mackie. Foi também em 1879 que a repartição de telégrafos organizou no Rio de Janeiro um sistema de linhas telefônicas ligadas à Estação Central de Bombeiros, para aviso de incêndios.
Mais um ano, e estava formada a primeira companhia telefônica nacional, a Telephone Company of Brazil. Criada em 13 de outubro de 1880, ela tinha um capital de 300 mil dólares e foi instalada em janeiro de 1881, na Rua da Quitanda no 89. Em 1883, a cidade já tinha cinco estações de mil assinantes. A primeira linha interurbana também é de 1883. Ligava o Rio de Janeiro a Petrópolis.
A novidade logo se espalhou para o resto do País. A primeira concessão para outros estados foi realizada em 18 de março de 1882. Foram atendidas as cidades de São Paulo, Campinas, Florianópolis, Ouro Preto, Curitiba e Fortaleza. Em 1884, São Paulo e Campinas foram beneficiadas com novas concessões.
A permissão para a construção de uma linha ligando São Paulo ao Rio de Janeiro foi concedida em 1890, para J.O. Simondsen. Ele teve a ideia de seguir pelo litoral e chegou a construir 60 km de linha.
Acabou desistindo do projeto. Talvez por simples superstição, a população dos lugarejos por onde a linha passava derrubava de noite os postes levantados de dia.
Mas a telefonia não parava de avançar. O primeiro cabo interurbano subterrâneo no Brasil foi inaugurado em 1913. Eram 30 pares, ligando Santos a São Paulo, numa distância de cerca de 70 km. Pouco mais tarde, a ligação foi feita também com Campinas. Os telefones tiveram uma responsabilidade e tanto no progresso de São Paulo.
Em Minas Gerais, a história é parecida. A primeira concessão foi obtida em 1882, para uma rede telefônica em Ouro Preto. Em 1891, foi concedida permissão para linhas ligando as cidades de Leopoldina, Cataguazes e São Paulo de Muriaé. A ligação entre Rio e Minas, por linha telefônica, aconteceu em 1895. E, em 19 de julho de 1913, o Decreto no 3.961 regulou as condições sob as quais o governo do Estado permitia as concessões do serviço telefônico, feitas desde o ano anterior, 1912. A partir dali, várias outras cidades estabeleceram suas redes.
1916 é outro marco. Nesse ano, a Companhia de Telephone Interestadoaes, a principal empresa de telefonia no Estado de Minas, tornou-se um dos ramos da Rio de Janeiro and São Paulo Telephone Company, mais tarde Companhia Telefônica Brasileira (CTB). Em 1929, várias cidades mineiras ainda possuíam redes telefônicas não integradas no sistema CTB.
Várias redes foram então reconstruídas e uma grande rede interurbana passou a integrar Minas à principal rede.
O privilégio não era apenas de Minas, Rio e São Paulo. Na grande maioria das outras regiões do Brasil, a telefonia foi implantada entre 1882 e 1891. Em 1889, as estatísticas apontavam um total aproximado de 160 mil telefones em todo o País. 104 mil eram da CTB.
Telefone de uso Público
Telefone Público
Em meados de 1992, a planta brasileira de telefones de uso público era de aproximadamente 250 mil aparelhos, todos operando através de fichas telefônicas.
Nesta época, a densidade de penetração do serviço era de cerca de 1,5 terminal para um grupo de 1000 habitantes.
Devido à baixa qualidade de comunicação e a presença de um cofre que continha as fichas utilizadas no seu interior, os aparelhos eram vítimas constantes do vandalismo.
Os reparos de telefones de uso público geravam gastos próximos aos US$ 80 milhões anuais para o então sistema TELEBRÁS.
Muitas vezes a necessidade de reparo de um telefone público só era conhecida por meio da visita rotineira de um técnico ou por solicitação de algum usuário. O custo de recolhimento, limpeza, embalagem e redistribuição de uma ficha telefônica era equivalente a 50% do custo de fabricação de uma nova ficha. Em resumo, os altos custos de operação, administração e manutenção, tornavam a telefonia de uso público um negócio deficitário e pouco atrativo, sob o ponto de vista de negócios, para as operadoras de telefonia.
Devido à necessidade de modernização da planta e seguindo a tendência de utilização de cartões em telefonia pública, técnicos da TELEBRÁS realizaram vários estudos sobre os tipos de cartões utilizados mundialmente. Alguns testes com aparelhos de tecnologia magnética foram realizados no início dos anos 90, porém os aparelhos eram importados, excessivamente caros e de difícil uso.
A TELEBRÁS recorreu então ao seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento – CPqD para que este desenvolvesse uma tecnologia que contemplasse alguns aspectos básicos, tais como: baixo custo de operação, administração e manutenção, que fosse de fácil assimilação pela população de baixa renda e que permitisse ligações locais e de longa distância no mesmo aparelho.
O CPqD, que já mantinha pesquisas na área de telefonia pública, apostou na a tecnologia de cartões indutivos.
Para viabilizar essa opção, o CPqD desenvolveu, em parceria com empresas privadas, toda a solução para telefonia pública baseada na tecnologia indutiva: cartões, aparelhos telefônicos e sistema de supervisão.
O novo sistema de telefonia de uso público foi lançado oficialmente em meados de 1992 durante um evento internacional, a Rio-92 (ou ECO-92).
Devido às inúmeras vantagens apresentadas, as operadoras de telefonia passaram a substituir rapidamente seus telefones a ficha.
Os índices de vandalismo recuaram a níveis suportáveis devido à inexistência de cofre interno e à melhoria da qualidade de serviço.
A qualidade de comunicação melhorou e o índice de reparos diminuiu em decorrência da substituição de componentes mecânicos por dispositivos eletrônicos.
Por meio de um software de supervisão (CPqD Supervisão Remota) passou-se a monitorar as condições operacionais de cada telefone na planta, permitindo a antecipação da identificação de problemas e a rapidez das ações de manutenção dos aparelhos. O mesmo software também realiza todo o controle de arrecadação de créditos de cartões, emitindo relatórios configuráveis de forma que as operadoras possam definir estratégias de distribuição de aparelhos em determinadas regiões. Com a tecnologia indutiva, a telefonia pública de deficitária, passou a ser um negócio rentável.
Com a privatização do Sistema TELEBRÁS, cogitou-se a substituição do sistema de telefonia pública com cartões indutivos por tecnologias utilizadas pelas novas empresas operadoras em seus países de origem.
Apesar da ameaça, concluiu-se que a tecnologia indutiva ainda continua sendo a melhor opção para atender os objetivos e metas de universalização, devido ao seu baixo custo, robustez, confiabilidade e segurança contra fraudes.
Em decorrência da cisão do Sistema TELEBRÁS, cinco empresas operadoras de serviços locais diferentes passaram a explorar o serviço de telefonia de uso público.
Foi necessário efetuar novos desenvolvimentos para que o sistema indutivo permitisse a compensação de contas entre as empresas, uma vez que o órgão regulador brasileiro exigiu que o usuário continuasse a utilizar o cartão telefônico em qualquer terminal, independente da operadora que o emitiu.
O sistema de telefonia a cartão indutivo evoluiu, portanto, para esse novo cenário, com a criação, pelo CPqD, de uma nova geração de cartões indutivos codificados e com o desenvolvimento de sistemas de gestão de alto nível que permitiu a integração dos sistemas de supervisão dos aparelhos com os sistemas legados de suporte à operação.
Hoje no Brasil, devido às metas de universalização impostas pelo órgão regulador, o cidadão tem o conforto de encontrar um telefone público a cada 300 metros.
Graças às metas de desempenho operacional vigentes e ao consistente sistema de suporte operacional e de negócios voltados para telefonia de uso público, o cidadão tem grande probabilidade de encontrar um telefone em boas condições de uso.
Em função de seu baixo custo, o sistema de telefonia de uso público a cartão indutivo é, sem dúvidas, um instrumento de viabilidade para superar as barreiras da universalização do acesso aos serviços básicos de telefonia, principalmente para segmentos de população de baixa renda.
Pioneiro no mundo, o cartão telefônico que conquistou a simpatia da população brasileira, carrega a tecnologia indutiva desenvolvida pelo CPqD na década de 80. Desenvolvido para vencer os desafios domésticos – melhorar os serviços aos usuários, com baixo custo, fácil utilização e à prova de fraudes – enterrou definitivamente as fichas telefônicas, caras e poucos práticas.
Atualmente sua utilização está contribuindo também para a universalização do acesso público à Internet.
História do telefone no Brasil
A História do telefone perpassa um conjunto de descobertas e experimentos que os seres humanos de uma época, em diferentes partes do mundo ousavam empreender.
O telefone contribuiu para encurtar distâncias, suplantando o papel que anteriormente era exercido pelo telégrafo.
O primeiro registro mundial deste aparelho data de 1876, com Alexandre Graham Bell e Elisha Gray. Gray era especialista em eletricidade e um dos fundadores da empresa de telégrafos Western Electric Company, ele dizia que usando frequências distintas, seria possível transmitir entre 30 e 40 mensagens simultaneamente, através de uma única linha telegráfica, substituindo as inúmeras linhas existentes entre as cidades, com grande economia.
Graham Bell desenvolveu, a partir de 1873 e 1874, experimentos com um objetivo que enviava notas musicais com o uso da eletricidade. Desta forma, acreditando que, se fosse possível transmitir notas musicais, conseguiria também transmitir a voz das pessoas. Gray e Graham Bell trabalhavam assim, na mesma perspectiva, porém independentes um do outro, e, até mesmo, concorrendo pelo pioneirismo. Era a busca do ?telégrafo harmônico? que reduziria o custo da comunicação em fins do século XIX.
Graham Bell acabou por encontrar financiadores para seu projeto, devido ao ineditismo de sua pesquisa, e os frutos financeiros que, se levada a êxito poderia render.
Assim, Hubbard, Sanders e Graham Bell se associaram e, em fevereiro de 1875, criaram a empresa Bell Patent Association, que colocava no papel o combinado que fizeram: ?Bell entrava com as ideias, estudos e experimentos, Sanders e Hubbard com apoio, sobretudo financeiro, dividindo os lucros em três partes iguais?.
Fotografia dos dispositivos do telégrafo harmônico de Bell,
juntamente com duas pilhas da época.
Sem nunca esquecer o projeto de construir o telégrafo, Bell saiu em busca de interessados em seu outro trabalho. Foi a Washington e conversou com Joseph Henry, um importante físico especialista em eletricidade que tinha bastante interesse no assunto. Ao contrário de outras pessoas, Henry incentivou Bell a trabalhar com a transmissão da voz. Apesar da falta de sucesso, Bell estava obcecado pelo trabalho e por isso, em março de 1875, decidiu parar de dar aulas para dedicar-se exclusivamente ao seu projeto.
Na tarde do dia 2 de junho de 1875, Graham Bell e seu assistente Thomas Watson, puseram-se a fazer experiências para verificar o funcionamento do telégrafo harmônico. Cada um foi para uma sala, no sótão da oficina de Bell. Watson, em uma delas, tratava de ligar os diversos eletroímãs, enquanto Bell, na outra, observava o comportamento dos eletroímãs de seu aparelho que deveriam vibrar estimulados pelo aparelho de Watson.
Reconstituição artística de Bell escutando os sons
do receptor do telégrafo harmônico, em 1875
Em 3 de junho de 1875, Watson, atendendo mais uma solicitação de Graham Bell, constrói um novo aparelho adaptando um dos antigos dispositivo. Um deles era de uma estrutura de madeira que tinha uma espécie de tambor mantendo todas as partes do dispositivo nas posições corretas.
Devido ao formato dessa estrutura, esse dispositivo recebeu o apelido de “telefone da forca”.
Reprodução do telefone em forma de forca de Graham Bell, utilizado em 1876
Patente do Telefone
Em setembro de 1875, Graham Bell foi visitar seus pais no Canadá e enquanto esteve lá, trabalhou na redação do pedido de patente de seu mais novo invento – um aparelho de transmissão elétrica da voz.
No final desse mesmo ano, voltou a Boston e lá alugou dois quartos, um para dormir e outro para fazer seus experimentos.
No início de fevereiro de 1876, Bell, percebendo a urgência de patentear seu invento, mesmo antes que funcionasse perfeitamente, redigiu a versão final de seu pedido.
Dormia em um e fazia quase todos os seus experimentos no outro, transformando-o em um verdadeiro laboratório, pois acreditava que este era um lugar mais reservado.
Mas por que Bell se preocuparia em manter todo esse segredo?
O projeto no qual trabalhava era muito valioso e, por isso, acreditava que alguém pudesse querer roubar suas ideias. Todo cuidado era pouco, sobretudo nessa fase final de desenvolvimento.
Hubbard, seu patrocinador e futuro sogro, prontamente levou o pedido a Washington e entregou-o ao Escritório de Patentes no dia 14 de fevereiro. Neste dia, apenas duas horas depois, Elisha Gray foi ao mesmo escritório depositar um pedido preliminar de patente (“caveat”) para um aparelho de transmissão elétrica de voz bastante semelhante ao criado por Bell.
Essas duas horas foram fundamentais para que a patente fosse dada a Bell como inventor do telefone, ao invés de Elisha Gray.
Graham Bell
Graham Bell
Graham Bell continuando seus experimentos acabou por conseguir, em meados de março do mesmo ano, que o invento estivesse quase pronto.
A primeira ligação interurbana do mundo foi realizada por Graham Bell em 26 de novembro deste ano, ligando Boston e Salem, numa distância de 25 quilômetros.
O contato do Brasil com este novo aparelho se deu em maio de 1876, quando Graham Bell, com seu invento já patenteado, levou o telefone para a Exposição Internacional comemorativa ao Centenário da Independência Americana, na Filadélfia, lá, o Imperador D. Pedro II, que chegara em visita à Exposição, já tendo, há tempos, assistido a uma aula de Graham Bell para surdos-mudos, saudou o jovem professor.
As narrativas existentes sobre este contato entre Graham Bell e o Imperador do Brasil apresentam que o inventor estendeu um fio de um canto a outro da sala, e dirigiu-se ao transmissor, colocando D. Pedro na outra extremidade.
O silêncio se fazia total. D. Pedro tinha o receptor ao ouvido quando exclamou de repente: ?Meu Deus, isto fala!?.
Menos de um ano depois, já estava organizada, em Boston, a primeira Empresa Telefônica do mundo, a Bell Telephone Company, com 800 telefones. Em poucos anos, atendendo a necessidade, não só econômica, mas social e cultural, do novo mundo que se estava a construir, com o desenvolvimento do capitalismo e a busca constante por inovações e avanços, foram instaladas as primeiras redes telefônicas em Nova Iorque, Filadélfia, Denver, Chicago, São Francisco e outras cidades dos Estados Unidos pela Bell Telephone Company, fundada por Graham Bell. O telefone rapidamente se espalhou por todo o mundo, as cidades em constante crescimento se deslumbravam com a facilidade da comunicação e o encurtamento das distâncias proporcionadas pelo novo aparelho.
No ano de 1879, surgia no Rio de Janeiro, o primeiro telefone, construído para D. Pedro II nas oficinas da Western and Brazilian Telegraph Company. Foi instalado no Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, hoje, Museu Nacional. Com esta instalação, D. Pedro II estava a realizar um importante projeto, dentro de sua intenção de modernização do Brasil.
A introdução das primeiras linhas telefônicas no Império brasileiro, voltava-se para, além do status, uma necessidades política de ligação entre o Imperador, através de sua residência imperial, e seus ministros, tal como ocorria com o uso do telégrafo. As necessidades mais urgentes de comunicação eram entre o Imperador e os órgãos militares e corpo de bombeiros.
Vanda Ueda em artigo para a Scripta Nova, Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales, da Universidade de Barcelona, em 1999, cujo título é: A implantação do telefone: o caso da companhia telefônica melhoramento e resistência – pelotas/brasil, discutindo a introdução do telefone no Brasil em fins do século XIX e inicio do século XX apresentando especialmente o contexto que proporciona sua introdução no Rio Grande do Sul, a autora afirma que:
O desenvolvimento das linhas telefônicas no Brasil aconteceu rapidamente e em agosto de 1878 vai ocorrer a primeira ligação interurbana em território brasileiro, quando Morris Kohn (engenheiro da corte) ficou conectado à Estação de Ferro Paulista, em Campinas, e à Estação Inglesa, em São Paulo. Com a expansão cafeeira no interior paulista, novas formas de transportes e comunicação eram necessárias. Os senhores de café necessitavam de um meio de comunicação que fosse eficiente, pois tinham suas residências no interior do estado e realizavam negócios com as cidades de São Paulo, Santos e principalmente com a capital da federal. Observamos uma clara vinculação das redes de telefones com a rede telegráfica do Estado de São Paulo, pois a mesma era conectada aos fios da Estrada de Ferro.
Em 1883, O Rio de Janeiro já possuía cinco estações de 1000 assinantes cada uma e, ao terminar o ano, estava pronta a primeira linha interurbana ligando o Rio de Janeiro à cidade de Petrópolis. Desta forma, em 1888 estava formada a Telephone Company of Brazil.
Em 1910 foi inaugurado o primeiro cabo submarino para ligações nacionais entre Rio de Janeiro e Niterói. Nessa época, 75% dos telefones instalados no país pertenciam à Rio de Janeiro and São Paulo Telephone Company e, o restante, distribuía-se por outras 50 empresas menores.
A partir de 1922 espalhavam-se pelo Brasil as centrais automáticas. Os jornais das regiões que receberiam o sinal narravam com entusiasmo tais acontecimentos, apontando os benefícios que chegariam aos Estados através da comunicação. O Rio Grande do Sul, através da Companhia Telephonica Riograndense, foi um dos primeiros a ser contemplados com as instalações, seguido de Pernambuco.
Em 1923 a Rio de Janeiro and São Paulo Telephone Company passou a denominar-se Brazilian Telephone Company, facultada a tradução do nome para o português. A CTB foi instalada, em São Paulo, a primeira central automática do País, que dispensava o auxílio da telefonista.
Já em 1932 foram inaugurados os circuitos rádio telefônicos Rio de Janeiro – Buenos Aires, Rio de Janeiro – Nova York e Rio de Janeiro – Madri.
Em 1956 foi nacionalizada a CTB, fixando sua sede no Rio de Janeiro, com serviços extensivos a São Paulo. Introduzido o sistema de micro-ondas e de Discagem Direta a Distância – DDD. Quatro anos depois, em 1960, inicia-se, no Brasil, a fabricação de peças e equipamentos telefônicos.
No ano de 1962 foi criado o Código de Telecomunicações do Brasil através da Lei 4.117. A Empresa Brasileira de Telecomunicações – Embratel foi criada com a tarefa de construir o Sistema Nacional de Telecomunicação, e explorar as telecomunicações de âmbito internacional e interestadual, empregando recursos provenientes do Fundo Nacional de Telecomunicações, constituído de uma taxa de 30% sobre as tarifas telefônicas.
Em 1967, em meio ao contexto nacional de tensões sociais, marcadas pelo Golpe Militar, ocorrido em Maio de 1964, fora criado o Ministério das Comunicações, tendo como patrono o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
Em 1972 o Poder Executivo foi autorizado a constituir a Telecomunicações Brasileiras S/A – Telebrás, através da Lei 5972 que instituía a política de exploração de serviços de telecomunicações. A partir daí, a responsabilidade pelo funcionamento de todo o sistema de telecomunicações do Brasil coube à Telebrás (empresa holding), à Embratel e às empresas estaduais que foram criadas através da incorporação formal dos serviços existentes no território nacional.
Já em 1997 foi sancionada pelo Presidente da República a Lei Geral das Telecomunicações – LGT nº 9.472 que regulamenta a quebra do monopólio estatal do setor; autoriza o governo a privatizar todo o Sistema Telebrás e cria a Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações, com a função de órgão regulador das Telecomunicações.
É uma entidade integrante da Administração Pública Federal indireta, submetida a um tipo de regime autárquico especial e vinculada ao Ministério das Comunicações.
Um ano depois em 1998 de acordo com a nova Lei Geral das Telecomunicações, acontece a privatização do Sistema Telebrás na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. O Sistema Telebrás, avaliado em R$ 13,47 bilhões e vendido por R$ 22 bilhões, foi dividido em 12 empresas.
O Telefone no Brasil
1879 – 15 de novembro: Surgia, no Rio de Janeiro, o primeiro telefone, construído para D. Pedro II nas oficinas da Western and Brazilian Telegraph Company. Foi instalado no Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, hoje, Museu Nacional. Foi autorizada a organização da Cia. Telefônica Brasileira através do Decreto Imperial nº 7.539.
1883: O Rio de Janeiro já possuía cinco estações de 1000 assinantes cada uma e, ao terminar o ano, estava pronta a primeira linha interurbana ligando o Rio de Janeiro a Petrópolis.
1888 – 13 de outubro: Estava formada a Telephone Company of Brazil, com capital de US$ 300 mil, integralizado por 3 mil ações de US$ 100.
1910: Foi inaugurado o primeiro cabo submarino para ligações nacionais entre Rio de Janeiro e Niterói. Nessa época, 75% dos telefones instalados no país pertenciam à Rio de Janeiro and São Paulo Telephone Company e, o restante, distribuía-se por outras 50 empresas menores.
1923 – 11 de janeiro: A Rio de Janeiro and São Paulo Telephone Company passou a denominar-se Brazilian Telephone Company, facultada a tradução do nome para o português. 28 de novembro – A Brazilian Telephone Company passou a denominar-se Companhia Telefônica Brasileira – CTB. Foi instalada, em São Paulo, a primeira central automática do País, que dispensava o auxílio da telefonista.
1932 – 28 de janeiro: Foram inaugurados os circuitos rádio telefônicos Rio de Janeiro – Buenos Aires, Rio de Janeiro – Nova York e Rio de Janeiro – Madri.
1939 – 27 de julho: Foi instalado no país, o 200.000º telefone automático pela Companhia Telefônica Brasileira – CTB.
1956 – 28 de novembro: Foi nacionalizada a CTB, fixando sua sede no Rio de Janeiro, com serviços extensivos a São Paulo. Introduzido o sistema de micro-ondas e de Discagem Direta a Distância – DDD.
1960: Inicia-se, no Brasil, a fabricação de peças e equipamentos telefônicos.
1962 – 27 de agosto: Foi criado o Código de Telecomunicações do Brasil através da Lei 4.117. A Empresa Brasileira de Telecomunicações – Embratel foi criada com a tarefa de construir o Sistema Nacional de Telecomunicação, e explorar as telecomunicações de âmbito internacional e interestadual, empregando recursos provenientes do Fundo Nacional de Telecomunicações, constituído de uma taxa de 30% sobre as tarifas telefônicas.
1967 – 28 de fevereiro: Criado o Ministério das Comunicações, tendo como patrono o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
1972 – 11 de julho: O Poder Executivo foi autorizado a constituir a Telecomunicações Brasileiras S/A – Telebrás, através da Lei 5972 que instituía a política de exploração de serviços de telecomunicações. A partir daí, a responsabilidade pelo funcionamento de todo o sistema de telecomunicações do Brasil coube à Telebrás (empresa holding), à Embratel e às empresas estaduais que foram criadas através da incorporação formal dos serviços existentes no território nacional.
1997 – 16 de julho: Sancionada pelo Presidente da República a Lei Geral das Telecomunicações – LGT nº 9.472 que: regulamenta a quebra do monopólio estatal do setor; autoriza o governo a privatizar todo o Sistema Telebrás e cria a Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações, com a função de órgão regulador das Telecomunicações. É uma entidade integrante da Administração Pública Federal indireta, submetida a regime autárquico especial e vinculada ao Ministério das Comunicações.
1998 – 29 de julho: De acordo com a nova Lei Geral das Telecomunicações, acontece a privatização do Sistema Telebrás na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
O Sistema Telebrás, avaliado em R$ 13,47 bilhões e vendido por R$ 22 bilhões, foi dividido em 12 empresas:
Na telefonia fixa: Tele Centro Sul Participações S.A., Tele Norte Leste Participações S.A. e Telesp Participações S.A.
Na telefonia móvel: Tele Norte Celular, Tele Centro Oeste Celular, Tele Nordeste Celular, Tele Leste Celular, Telesp Celular, Tele Sudeste Celular, Telemig Celular e Tele Celular Sul.
Embratel: Operadora de longa distância.
O telefone de Antonio Meucci
Há um episódio ainda não totalmente claro na história da telefonia. Um italiano chamado Antonio Meucci, que viveu durante algum tempo em Cuba e depois nos Estados Unidos, registrou em 1871 a invenção de um aparelho de transmissão de voz a distância por meio da eletricidade.
Segundo Meucci, na época em que ele vivia em Havana, observou por acaso que a voz de uma pessoa parecia ter sido transmitida por um sistema elétrico.
Ele teria investigado o fenômeno e desenvolvido um tipo de telefone elétrico, que utilizou nos Estados Unidos (em Clifton, Staten Island, no estado de New York) para estabelecer uma comunicação entre o quarto de sua esposa (que estava doente) e seu laboratório. Se o relato de Meucci for verdadeiro, entre 1854 e 1855, ele já tinha um aparelho que funcionava regularmente.
Em 1857, ainda de acordo com seus relatos, Meucci construiu um instrumento eletromagnético, que utilizava essencialmente o mesmo princípio que foi empregado por Graham Bell.
O invento de Meucci foi noticiado em 1861 no jornal LEco d Italia, publicado por italianos em New York. Ele também mencionou seus primeiros experimentos em uma notícia curta publicada no mesmo jornal em 1865.
Por fim, em 1871, ele entrou com uma solicitação preliminar de patente (?caveat?) de um ?telégrafo sonoro? junto ao Escritório de Patentes dos Estados Unidos no dia 28 de dezembro de 1871, e depois renovou esse pedido de patente em 1874.
Depois que o telefone de Graham Bell se tornou famoso, Antonio Meucci tentou provar que havia inventado o mesmo aparelho muitos anos antes. Apresentou documentos e testemunhas, mas não conseguiu convencer as autoridades. Na Itália, Meucci é considerado o verdadeiro inventor do telefone, mas ainda há dúvidas sobre o que ele realmente conseguiu fazer, pois suas descrições não eram muito detalhadas.
Fonte: www.museudotelefone.org.br/iecom.dee.ufcg.edu.br/telefone.graficaexpressa.net/www.mitel.com/images.livemint.com
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